Tudo em mim doía. Minha cabeça, principalmente meu peito... muita dor. Minhas costas... Meus braços... Dói... Dores e palavras sussurradas na escuridão. Onde eu estou? Embora eu tente, eu não posso abrir os meus olhos. Eu morri? As palavras sussurradas tornam-se mais claras... uma luz na escuridão.
– Ela já está há um mês assim. Vocês não disseram que ela já estava fora de perigo? – As palavras estão angustiadas, sem fôlego.
– Ela está bem. Ela vai acordar quando estiver pronta. De ela algum tempo.
Tudo é pesado e dolorido: membros, cabeça, pálpebras, nada se move. Eu tento abrir os olhos e a boca, mas não consigo, indispostos a abrir, deixando-me cega, muda e dolorida. Quando emirjo da neblina, meu consciente está instável, uma sirene sedutora toca ao longe. Sons tornam-se vozes.
– Eu não vou deixá-la.
Ryan! Ele está aqui... Ele parece está bem!... Quero despertar. Sua voz é um sussurro tenso e angustiado.
– Ryan, você deveria dormir e ir comer alguma coisa também.
– Não, mamãe. Eu quero estar aqui quando ela acordar.
– Eu vou ficar aqui com ela. É o mínimo que posso fazer depois que ela salvou a sua vida.
– Seja quem for que fez isso vai pagar. Se alguma coisa tivesse acontecido, se ela... – Ouço a voz de Ryan cheia de angústia.
– Ryan, acalme-se. Amanda é uma mulher cheia de vida. Ela foi incrivelmente valente. Ela se sacrificou por você. E isso só prova ainda mais o quanto ela te ama.
– Eu também a amo... Mas era pra mim estar nessa cama e não ela! – Ele rosna a última frase.
Eu luto contra a neblina... lutar... Mas eu sou levada por ela, novamente. E novamente apago. Não...
[...]
Abro os olhos aos poucos vendo que estou em um quarto de hospital, olho vendo alguma coisa enfiada no meu braço, eu estava tomando soro.
Hmm. Sua barba suavemente raspa a palma da minha mão enquanto ele aperta meus dedos. Olho para baixo vendo Ryan com o rosto repousado na minha mão.
– Oh, bebê, por favor, volte para mim. Sinto muito. Desculpe por ter falhado. Só acorde, eu sinto sua falta. Eu te amo...
Eu me estico, e eu corro meus dedos por seu cabelo macio. Ele se ergue num pulo, minha mão cai debilmente sobre a cama.
– Amor... Você acordou. – Sua voz esta sufocada e aliviada. Ele beija meu rosto e gruda sua testa na minha. Ele segura minha mão e aperta, firmemente e segura contra sua bochecha, tocando sua barba áspera.
Ele parecia mais magro, os olhos fundo e a barba grande. Oh, quanto tempo eu dormi?
– Oi. – eu sussurro.
– Eu fiquei com tanto medo de te perde. – ele fala afobado.
– Ei! – ele me olha. – Eu tô aqui. Eu estou bem. - digo tentando acalmá-lo.
Minha boca tava seca e meu corpo fraco demais pra conseguir me sentar.
Vejo aporta do quarto se abrir e o médico entrar.
– Sra. Leviels, seja bem vinda. Fico feliz que teja acordada. – fala o médico se aproximando. – Você sabe onde você está?
– Sim. Num hospital.
Ele começa a me examinar completamente, projeta uma luz nos meus olhos, fazendo-me tocar os dedos, depois então meu nariz, verificando todos os meus reflexos, e disse que eu teria que fazer alguns enxames, por precaução apenas.
Vejo Ryan entrar com uma bandeja de comida, meu estômago ronca.
Ryan puxa a outra bandeja de rodas para mim, e coloca o prato sobre ela. Era sopa. O cheiro é delicioso, inundando a superfície. Eu tomo um pouco.
– Está boa? – Ryan pergunta sentando ao meu lado.
– Deliciosa. – Eu respondo com a boca cheia e ouço ele ri. – Tem quanto tempo que estou aqui? — questiono.
Suspira.
– Um mês. – e me engasgo.
UM MÊS?
– Amanda! – ele estende um copo de água até minha boca. Eu bebo um pouco me recuperando.
– Isso tudo? – pergunto assustada.
– Depois da operação que fizeram pra retirar a bala, você... entrou em coma. – ele fala deslizando as mãos pelo cabelo, desviando seu olhar pra janela. O dia estava amanhecendo, eu acho.
Um silêncio perturbador se instalou entre nós.
– Ryan, o que foi? – pergunta observando seu olhar perdido em qualquer ponto daquele quarto.
Ele me encarou com um olhar vazio, que fez meu corpo inteiro estremecer.
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