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História Is It Love Ryan: O Poder do Amor - Capítulo 74


Escrita por: BrunaCrisCavalcanti

Capítulo 76 - Capítulo 74


Suspirei observando Ryan que parecia um pouco abalado. Novamente peguei a mão dele e ele me encarou.

— Isso foi chocante... você é forte, Ryan. — Ele meneou a cabeça dando um meio sorriso e tomou novamente o gole do vinho.

— A minha vida nunca foi fácil, Sophie. Quem me vê hoje dono de tanta fortuna e poder, não sabe o que passei até chegar aqui. — Mordo o lábio.

— Eu imagino que não deve ter sido fácil. Pelo visto seu relacionamento com seu irmão gêmeo, também não... — Ryan suspira e assente.

— Richard sempre foi um garoto rebelde, mas enquanto novos, eu e ele não tínhamos atritos. A nossa mãe nos criou no meio da dificuldade da vida. Morávamos dentro de um trailer abandonado. Tinha dia que eu tinha que sair com 8 anos de idade pelas ruas nas madrugadas atrás de restos de restaurante e pães dormidos para não ficarmos com fome.

— Nossa! — Ryan balançou a cabeça e apertou lábios com os olhos tristes demonstrando um doloroso passado.

— Quando completei 12 anos, eu comecei a ajudá-la a vender as coisas na rua para sobreviver, eu estudava pela manhã e a tarde ia pra rua... Richard nunca suportou a pobreza, mas também nunca fez por onde para nos ajudar a sair dela. Richard foi ficando cada vez mais difícil de lidar, principalmente quando começamos a estudar no ensino médio, ele se juntava ao grupão rebelde popular, e eu o maldito nerd que tentava ocupar as horas vagas do colégio, com estudo pensando um modo de montar alguma coisa para tirar a minha mãe dessa vida miserável. Quando fizemos 17 anos, a minha mãe... descobriu a leucemia. — Percebi Ryan ficando tenso novamente. Eu fiquei sem saber o que fazer, mas o deixei prosseguir.

— E aí começou os problemas entre Richard e eu, porque a nossa mãe não poderia mais ir pra rua vender nada por ir ficando cada vez mais debilitada, e então essa responsabilidade foi dada a nós dois, ou trabalhávamos, ou morríamos de fome... Richard parecia não ter noção da gravidade, e então ele fugia dessa responsabilidade, indo de encontro aos seus amigos do ensino médio, como se fosse um cara normal de classe média. Isso sempre acabava em briga entre nós. Teve um dia que eu fui vender doces na rua sem cabeça direito, porque a minha mãe estava mal dentro da na nossa casa e... eu tive que a deixar sozinha porque Richard começou a dormir na casa de amigos e nos deixar sozinho. Nesse dia encontrei uma menina ruiva perdida na rua, ela estava assustada, amedrontada aparentava ter entre 13 a 15 anos, eu a ajudei...

— Essa seria a Jenny? — Ryan assentiu.

— Ela havia fugido de um abrigo e estava faminta, sem casa e sem rumo. Senti pena dela, era só uma menina sem família. Como sempre tive esse instinto de protetor, eu acabei a levando para a nossa casa, a apresentei a minha mãe que logo se afeiçoou a ela e praticamente a adotou. Isso foi bom, porque Jenny passou a ficar com a nossa mãe para que eu pudesse vender as coisas na rua. Infelizmente, minha mãe foi adoecendo, piorando, e nós não tínhamos um tostão se quer para o tratamento dela... era inalcançável. Richard e eu íamos nos afastando cada vez mais e... minha vida estava se tornando um caos. Numa quarta-feira um dia antes do feriado da independência, eu fui as ruas vender os doces e biscoitos. Fiquei feliz ao conseguir vender todos eles e corri para casa para contar a nossa mãe que com o dinheiro que fiz, daria pra comprar mais remédios e até fazer uma compra do mês. Mas quando cheguei em casa... — Ryan cerrou os punhos e sua feição de dor ficou ainda mais visível, eu me aproximei dele e alisei seu ombro quando o vi engolir seco, tentando manter a pose fria do magnata, escondendo o seu real sentimento.

— Jenny abriu a porta chorando e eu corri até a cama da nossa mãe, ela estava... tossindo fraca, com dores fortes nas articulações do corpo e o nariz não parava de sangrar. Ela estava morrendo na minha frente e eu não poderia fazer nada. Me lembro quando me aproximei dela, segurei sua mão fria e ela me encarou com os olhos fracos me dizendo para eu ser forte, que eu precisava cuidar da Jenny e do Richard, mesmo o Richard sendo rebelde... eu a abracei desesperado dizendo que era só uma de suas crises e que logo ela ia melhorar novamente, minha mãe sorriu, me disse que era pra eu ficar tranquilo que ela precisava partir, descansar, a leucemia estava fazendo ela sofrer demais... Eu acabei assentindo em meio as lagrimas, perdido sem saber o que fazer. Ela me deu um caderno que estava anotado o endereço do tal homem que abandonou a minha mãe, eu e Richard quando tínhamos apenas 4 anos de idade. Claro que peguei aquele caderno e ela me fez jurar que eu ia atrás dele quando ela partisse. Acabei concordando, a deixando mais tranquila. Naquela madrugada minha mãe partiu, eu sofri muito, me senti sozinho, perdido e tendo que encarar a vida agora sozinho. Agarrei na ideia de proteger a Jenny, eu tinha que passar por cima do sofrimento e tentar seguir em frente. — Assenti e limpei o rosto percebendo que eu estava em lágrimas imaginando um Ryan frágil, sem a mãe e tendo que lutar com as dificuldades da vida.

— Richard apareceu no dia seguinte, pela primeira vez eu vi um sentimento dentro dele quando ele soube da morte da nossa mãe. Contei a Richard sobre o caderno e o que a nossa mãe pediu para que fizéssemos e claro, quando Richard leu o endereço, ele ficou louco, nosso pai morava em Tribeca, um dos bairros mais caro de Nova York, Richard disse que era a nossa oportunidade de ouro. Eu não queria me humilhar e ir atrás de quem nos abandonou, mas Richard insistiu, então fomos junto com Jenny. Ao chegar lá, fomos pegos de surpresa ao saber que nosso pai havia falecido a um ano e que nossos avós paternos nem se quer sabiam da nossa existência. Como ele era filho único, não tinha pra quem deixar nenhuma herança, mas nossos avós ainda eram vivos, e eles tomavam conta de tudo. Fomos submetidos a um teste de DNA onde constatou que éramos um verdadeiro CARTER. Logo os nossos avós se afeiçoaram a nós dois e claro, também adotaram a Jenny. A nossa vida havia mudado desde então, melhor colégio, melhor faculdade, e quando nos tornamos maiores de idade, o nosso avô achou que havia chegado a hora da herança vir para as nossas mãos. A herança nada mais era que o haras da família Carter que meu falecido pai, havia adquirido e claro, o dinheiro das vendas de ações de várias empresas que meu pai era acionista, fazendo com que ele acumulasse uma boa e gorda fortuna. Meu falecido avô paterno, travou uma pequena rincha com Richard por ele ser tão irresponsável, isso ajudou para que Richard passasse a disputar tudo comigo, dizendo que eu era o preferido da família rica. Na verdade, nunca foi assim, eu apenas era um garoto normal que amadureci muito rápido com as pancadas da vida. Então tudo para mim era sempre bem calculado, meus avós gostavam e isso gerava um ciúme no Richard. Piorou quando meu avô faleceu e deixou em escrito toda a herança para que eu administrasse. Obviamente Richard não aceitou e brigou na justiça com isso. A herança foi dividida ao meio e a parte que me foi dada eu investi no mundo dos negócios até chegar aonde eu cheguei quintuplicando a minha parte da herança, fazendo assim com que eu cumprisse a palavra a mim mesmo, aonde eu sempre dizia que ia dar a volta por cima e conseguir sair da pobreza. Já Richard conseguiu gastar toda a sua fortuna em farra, bagunça... não pensou no futuro.

— Então Richard não tem nenhum direito sobre a Carter Corp? — Perguntei enquanto terminava de secar novamente abaixo dos olhos. Eu achava que a Carter era uma empresa antiga de família, mas agora percebo o quão inteligente e astuto Ryan é para chegar aonde chegou.

— Nenhum direito, mas eu prometi no leito de morte da minha mãe que eu ia cuidar desse irresponsável, mesmo que ele me odeie. Por isso eu o ajudo quando ele precisa. — Arqueio a sobrancelha percebendo que na verdade, Richard suga Ryan mesmo sem ele ter direito.

— A sua história de vida é tão emocionante que daria uma ótima biografia, Ryan! — Ryan deu de ombros.

— Quem sabe um dia eu não lance uma biografia? Se eu o fizer, doarei todo o dinheiro para um grupo de pessoas que precisam tratarem o câncer e não tem dinheiro o suficiente para isso. — Encarei Ryan me sentindo ainda mais apaixonada por esse homem cheio de cicatrizes. Ele realmente era um homem forte. Ryan pegou a minha mão e acariciou a beijando em seguida.

— Entenda, Sophie, eu tenho marcas que carrego na minha vida até hoje. Me desculpe se essas cicatrizes acabaram te atingindo de alguma forma, quando eu quis te afastar foi para te proteger disso, do homem que me tornei. Só que... Deus! Eu não posso mais, você é a mulher da minha vida! Eu entendo se você não quiser mais voltar, mas eu abri meu coração, a minha alma a você, Sophie. Nem mesmo a Bianca sabia do meu passado. Espero que entenda que o que eu fiz, foi para te provar o quanto eu te amo e quero que faça parte da minha vida. — Engoli em seco, quando Ryan saiu da cadeira e se agachou na minha frente agarrando meus joelhos e me olhando dentro dos olhos, enquanto alguns olhares curiosos se viravam para nós dois, senti meu rosto esquentar percebendo o que Ryan ia fazer.

— Você me dá uma nova chance, Sophie? Me dá uma nova chance para te amar, eu não te prometo ser o cara perfeito, porque a perfeição ela não existe, mas prometo que posso fazer o possível para te fazer feliz, prometo fazer o possível para não errar com você novamente, por que eu te amo! — Ele gritou no meio do restaurante fazendo com que a atenção da maioria fosse sobre nós. Algumas câmeras apontavam para gente, outras pessoas torciam para que eu o aceitasse.

Então me levantei da cadeira e agachei na frente dele o encarando.

— Eu te aceito de volta, Ryan! Eu também te amo! Muito! — Ryan rapidamente se levantou me puxando para cima e me abraçou, me dando um beijo apaixonado. Várias pessoas nos aplaudiram e comemoraram no meio do restaurante como se acabassem de presenciar uma cena de romance ao vivo.

— Obrigado, meu amor! Prometo tentar te fazer feliz todos os dias da sua vida! — Ryan disse enquanto acariciava meus cabelos e novamente selou nossos lábios...

E sim, eu estava mais apaixonada depois de saber sobre o verdadeiro Ryan Carter, não apenas o magnata dos negócios, mas sim o homem por trás dessa capa...



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