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História Isso não é... - Isso não é rejeição.


Escrita por: KurohimeYuki

Notas do Autor


Oi...

Capítulo 27 - Isso não é rejeição.


Cos I’d love to feel love but I can’t stand the rejection

I hide behind my jokes as a form of protection

(Eu gostaria de sentir o amor, mas não consigo suportar a rejeição

Eu me escondo atrás minhas piadas como uma forma de proteção)

 

27-Isso não é rejeição. (Lê-se medo.)

08 de Maio de 2016

-Você vem sempre aqui?

Julie encarou Félix. Ele só podia estar brincando com a sua cara. Quando ele ia me deixar em paz?, era o que Julie mais queria saber. Certo, a segunda coisa que ela mais queria saber. Em primeiro lugar estava o que ela tinha na cabeça, embora já tenha aceitado que nunca iria conseguir solucionar essa.

Félix já havia chamado Julie para sair umas dez vezes e a reposta era sempre não, contudo ele se fingia de surdo e continuava voltando. Por mais que Julie admirasse teimosia, ela estava odiando Félix. Ele era um daqueles caras que agiam como se a garota tivesse que rastejar aos seus pés e glorificar a Deus somente por ele está dando atenção a ela. Se Julie dizia não, era não. Ela não era uma daquelas garotas que se fingiam de difícil. Ela não tinha paciência para tanto.

-Félix, não – interrompeu Julie sua cantada. – Não vou sair com você.

-Já estou sem paciência com você, Julie – avisou ele, segurando o braço dela quando ela lhe deu as costas. – Pare de fazer a puritana quando todos sabemos a vadia que você é.

Assim que as palavras saltaram fora da boca de Félix, ele pareceu chocado por ter perdido o controle, mas Julie ficou aliviada por ter uma desculpa para ter feito o que fez depois. Ela não apenas quebrou rapidamente o momento tenso ao socá-lo e jogá-lo no chão, como também podia apostar que ouviu os ossos dele estralando. E nem era pela parte “vadia” que Julie fez isso – embora fosse uma mentira deslavada, ao menos na sua opinião – ela não gostou quando Félix a tocou. Ninguém a tocava se ela não quisesse. Quem ele achava que era? Julie não havia lhe dado permissão para isso, nem para chamá-la daquele modo vulgar. Se Julie fosse ser tão baixa assim, ela continuaria sendo inteligente e ganharia dinheiro. Dã, parecia até que ela não tinha cérebro.

-Eu não posso te deixar sozinha por alguns minutos que você já começa a atacar as pessoas?

-Eu não tive culpa, Ash – defendeu-se Julie, levantando os braços para mostrar o quanto era uma garota frágil. Julie nunca faria mal a ninguém. – Ele veio me atacando e eu simplesmente me protegi.

-Você disse a mesma coisa quando quebrou meu nariz – lembrou ele.

Ok, talvez não tão frágil assim, justificou-se Julie, mas, em minha defesa, Ashton pediu por isso.

-Eu já pedi desculpas – lembrou ela.

-Não, você não pediu.

Calada – Julie era muito orgulhosa para se desculpar, mesmo quando era culpada – ela passou por cima de Félix, ainda deitado no chão e encarando o céu – sua masculinidade deve ter sido ferida ao ser derrubado tão facilmente – e andou ate Ashton, tomando o copo de sua mão.

-Educação mandou lembranças – murmurou ele, indo para o carro. – Aceitou?

-O que você acha?

Ashton não especificou o que era e nem foi preciso, Julie sabia do que ele estava falando. Garotos viviam se declarando para ela, contudo Julie continuava solteira. Garotas também se confessavam, entretanto não fazia diferença de quem fosse, ela sempre respondia não. Afinal, essas pessoas só a convidavam para sair porque ela bonita e aquele negocio de “eu sou difícil” que era um desafio para todos. Ninguém nunca a convidou por ela realmente, por sua personalidade encantadora que não existia.

-O que Ethan tem a oferecer que Félix não? – debochou Ashton, apesar de querer realmente saber o que era. Por que logo Félix foi o escolhido no meio de tantos?

Certo, Julie tinha que concordar, não sou tão difícil assim. Mas o que posso fazer? Não conseguir resistir aos olhos claros de cachorro sem dono de Félix. Eles são muito fofos.Ou seriam, se o tivesse visto.Mas Julie não disse nada disso a Ashton, porque depois ele iria querer saber mais do que ela poderia dizer.

-Ainda não consigo acreditar que Ethan se assustou com você – comentou Julie, pegando o copo de Ashton. Ele tinha que dirigir com as duas mãos no volante e ela estava com muita fome para se satisfazer com apenas um copo. – Ele estava tão animado em fazer ciúmes a...

Tarde demais, Julie fechou a boca. Essa era mais um dos momentos únicos que Julie odiava o fato de falar o que vinha na cabeça. Ashton inclinou-se para o lado, sem tirar os olhos da pista, ávido por fofoca.

-Ciúmes? Seu primeiro encontro seria uma mentira? – perguntou ele, tentando não sorrir. Era difícil quando qualquer olhar para Julie o fazia querer sorrir.

-Eu não disse isso – murmurou ela, mordendo o canudo. – E olhe para frente. O que você quer comigo?

Julie conhecia Ashton muito bem para saber que ele só pagaria para ela de boa vontade – e daria seu milkshake sem reclamar – se quisesse algo ou estivesse arrependido pelo que disse a Ethan, ou com pena dela. Seja qual fosse a alternativa, Julie saia no lucro. Ash compraria o que ela quisesse apenas para deixá-la feliz.

-Eu não posso querer ficar um tempo com uma bela garota?

Em resposta a esse flerte descarado, Julie colocou seu copo entre seus joelhos e retirou a tampa, virando um pouco do milkshake dele dentro do seu. A situação devia ser critica, seu estado ou o dele, porque Ashton não disse nada enquanto ela fazia isso, apenas saiu do carro e abriu a porta para ela. Julie estava tão distraída na combinação de fatores que somente naquele momento percebeu que haviam chegado. Mas... Milkshake de morango com pistacchio? Hum, que delicia.

-Onde eu posso devolvê-lo? – questionou Julie, aceitando sua mão. Ele definitivamente queria algo para agir desse jeito, como um cavalheiro.

-Qual é, Julie? Você me devolveria?

Colocando a mão nas costas dela, Ashton guiou-a até a entrada do prédio, abrindo a porta, ainda agindo como um cavalheiro. Ele estava tentando amaciá-la para ter o que queria, se isso significava mimar Julie, era isso que ele faria.

 Devido ao contato, a pele dele em contato com a sua tão sempre gelada, Julie teve que se esforçar a permanecer indiferente a isso. Ela sentia sua pele queimando; a mão de Ash a queimava, a aquecia, a deixava sentindo-se calma, em paz... Era quase como estar sendo tratada como uma inútil e Julie não gostava disso. Por que ele estava guiando-a como se ela não soubesse o caminho? Como se não pudesse andar? Julie não gostava disso, mas ela não deixaria Ashton perceber, embora tivesse vontade de empurrá-lo e rejeitar qualquer tipo de ajuda – ajuda que não precisava.

-Eu tentaria te devolver – suspirou Julie, tentando encobrir o tremor que passou pelo seu corpo. Ashton definitivamente era quente em comparação a ela. – Mas não acho que alguém iria te querer de volta.

-Eu posso pensar em muitas pessoas que iriam me querer – comentou Ashton, dando um olhar significativo a ela.

Sem nem olhá-lo, Julie revirou os olhos. Não era preciso um gênio para saber de quem ele falava. E, por acaso, ela era muito inteligente. Inteligente demais para o seu gosto e determinados assuntos.

-Garotas sem cérebro – murmurou Julie, ácida.

-Eu não disse que eram garotas.

-Era preciso?

-Boa tarde, crianças – cumprimentou o porteiro chamando o elevador.

-Boa tarde, Sr. Rodriguez.

- Lorenzo – disse Julie, sorrindo.

Lorenzo Rodrigues era um viúvo espanhol que trabalhava no prédio que Ashton morava desde que ela o conhecia e, pelo que Ash disse-lhe uma vez, ele trabalhava ali desde que o próprio conseguia se lembrar. Lorenzo era velho. E viúvo. E espanhol. E simpático. E Julie tinha uma queda por sangues quentes...

-Como se sente hoje? – perguntou Julie, encostando-se em Ashton.

Já que ela não iria dispensá-lo – Julie não demonstraria fraqueza e não queria se afastar de Ashton, duas coisas que se contrariavam – o melhor a fazer era aproveitar a fonte de calor naquele lugar congelante. A recepção estava um polo.

-Melhor do que ontem, pior do que manhã – disse Lorenzo, balançando a cabeça enquanto observava o casal entrar no elevador. – Vocês ficam tão bem juntos que eu não consigo acreditar que são só amigos.

-Ashton não faz o meu tipo – falou Julie, sem hesitar nem pensar, apertando o terceiro botão.

E, apesar de está atraída por Ashton, Julie não estava mentido. Ashton não era o seu tipo, o que explica sua confusão em tudo isso. Ele era bem o oposto do que ela achava que era o seu tipo, porque obviamente Julie estava enganada sobre isso. Ou ele era uma exceção quanto a isso.

-Eu sou o tipo de todas as garotas – retrucou Ash, não acostumado a ser rejeitado. Ele nunca tinha sido rejeitado! Ele era Ashton Irwin, caramba!

-Na verdade, é o contrario. Todas as garotas são o seu tipo.

-Olhe bem, Julie – disse ele, apontando para todo seu corpo. – Não tem como eu não ser o seu tipo.

-E eu só o seu tipo? – questionou Julie, aproximando-se dele. Ash continuava sendo sua única fonte de calor; o elevador também estava frio.

-Você sabe, Julie – falou ele, sorrindo, – eu sou eclético.

-Eu não sou – retrucou Julie, voltando a olhar para frente.

 -Deixe-me ver. Baixo, nerd e chato – citou Ash, batendo com os dedos no seu ombro.

Revirando os olhos, Julie saiu debaixo do seu braço e caminhou para fora do elevador, virando-se rapidamente com três dedos levantados.

-Não te interessa – imitou ela, abaixando os dedos a cada palavra.

-O que? É claro que me interessa! Você gosta do que? Caras feios? Caras novos? Caras...

-Você já pensou na possibilidade de eu ser lésbica? – interrompeu Julie.

-Você é? – questionou Ash, chocado.

Essa probabilidade nunca havia passa... Certo, ela já havia passado na sua mente. Não tinha como não ter com todas aquelas rejeições que Julie fazia. E dizer que era assexual não convencia Ashton. Como alguém não sentia atração? Era da natureza humana atrai-se por outro ser. Ou outros seres. Ashton com toda certeza estava no segundo grupo. Mas, nem que fosse por apenas uma pessoa, nem que fizesse parte do grupo contrario a Ash, Julie, em algum momento, deve ter sentido atração por alguém.

De qualquer jeito, Julie não respondeu, apenas colocou a mão no bolso e retirou a chave do apartamento dele. É, ela tinha a chave da casa de Ashton. Antes de entrar, Julie o olhou para finalmente perguntar de volta:

-Se eu fosse?

-Você continua sendo minha melhor amiga.

-Que fofo... – disse Julie, sorrindo, antes de fechar o rosto, como se tivesse chupado limão. – Se eu não fosse sua única amiga.

Ainda na porta, Ash encarou Julie e ela o encarou, nenhum deles disposto a desviar o olhar primeiro. Ashton não sabia por que, mas essa frase grudou na sua cabeça, repetindo-se como num eco... não, como um disco arranhado

Se eu não fosse sua única amiga. Se eu não fosse sua única amiga. Se eu não fosse sua única amiga. Se eu... Se eu... Se eu...

Por que parecia a ele que Julie quis dizer mais do que disse? Talvez ele soubesse e não quisesse admitir, nenhum de nós dois quisesse. Talvez apenas parecesse que tinha mais por trás dessa frase. Talvez Ashton apenas estivesse...

-Julie? – perguntou mamãe, aparecendo do nada. Anne tinha que aparecer. – Julie!

Anne parecia um pouco atordoada ate que seu semblante se iluminou e ela correu para abraçar Julie, jogando seu filho para escanteio. Sendo abraçada e esmagada, Julie sorriu divertida por cima do ombro da mãe do seu amigo. Anne era a única pessoa que Ashton já viu Julie deixar abraçar por tanto tempo, nem sua mãe ou Luke demorava tanto tempo assim, mas Anne também era muito sentimental. E parecia uma fã desesperada da Julie.

-Já chega, mãe.

Lançando um olhar reprovador a Ashton antes de virar para Julie, completamente maravilhada, Anne olhava-a como se fosse ela uma santa. Anne definitivamente parecia uma fã. Se ela soubesse metade do que seu filho sabia...

-Querida, eu não te vejo a tanto tempo – disse ela, passando as mãos pelo cabelo de Julie – que imaginei que Ashton fez algo e vocês teriam brigado.

-Por que tem que ser eu? – murmurou Ashton, recebendo olhares tão cruéis em dobro por ter interrompido que decidiu ficar calado. Quando aquelas duas começavam a conversar, saia da frente.

-Você está tão bonita. Eu queria ficar mais tempo – lamentou Anne, olhando para o relógio no pulso – mas tenho que ir ao supermercado. Quando voltar a gente conversa.

-Eu não irei fugir – prometeu Julie, sorrindo. – A menos que Ashton apronte algo.

-Ele não irá. Não é, querido? – perguntou sua mãe, (agora ele era querido) completando depois baixinho para que somente o filho pudesse ouvir: – Vou demorar um pouco, aproveite e faça algo com essa menina antes que ela escape pelos seus dedos!

Ainda assombrado pelo que sua mãe disse, Ash ficou chocado e sem reação vendo-a ir embora. O que aconteceu com ela? Anne, sua mãe, mandou Julie e ele... Aproveitar? Ashton estava crente que enlouqueceu ou então Anne foi abduzida por ETs, só podia... Ou ela estava sendo sua mãe de sempre. Também era possível. Completamente possível.

-Ash? Ashton? Irwin? – chamou Julie, passando a mão em frente aos olhos dele.

-Qual é o seu tipo? – soltou Ashton, piscando os olhos ao tentar se situar.

Ele achava melhor começar por partes, além de que não achava que conseguiria se concentrar em algo ate tirar isso da cabeça. E isso lhe daria mais tempo para pensar sobre como me aproveitar da Julie, é claro. Quantos jovens tinham a aprovação da mãe para se aproveitar de uma garota na própria casa? Ele não poderia decepcionar Anne depois de toda confiança que ela colocou nele.

-Você ainda está nisso? – questionou Julie, mudando seu apoio de um pé ao outro. – Certo. Vamos ver... O contrario de você, eu acho.

-Baixo, feio e nerd – repetiu Ash o que disse antes. E completou com um sorriso de deboche: – Você curte um novinho?

-Não alto – disse ela, ignorando-o. – Apenas um pouco mais baixo do que eu. Moreno de olhos claros. Inteligente, é claro, não quero alguém que não me entenda. E já que estamos indo para o contrario de você, seria mais velho, não? Eu sou mais velha do que você.

Ignorando-o, Julie andava pela casa completamente a vontade, largando os sapatos pelo caminho e tomando liderança no caminho para o quarto de Ash, completamente pensativa. Ela realmente estava indo para o contrario dele, pois ele era alto, loiro, tinha olhos castanhos, não a entendia na maior parte do tempo e era mais novo do que ela, como a própria retratou. Julie obviamente não curtia um novinho.

-Mas então... O que você quer de mim? – perguntou ela, caindo na cama. Completamente a vontade.

-Quero um favor – disse Ashton, sorrindo para Julie e mostrando todos seus dentes.

Sempre que ele dava um sorriso aberto daqueles, as meninas suspiravam e ficavam sem fala, mas Julie apenas revirou os olhos e continuou a pular sentada na cama. Revirou os olhos! Ashton teria que fazer melhor do que isso para ter o que queria, pois as chances de ser rejeitado era sempre altas quando se tratava da Julie.


Notas Finais


Tive problemas para escolher a música então foi no sorteio... E eu não tenho sorte, então não sei o que isso significa. A música sorteada foi The Wrong Direction de Passenger - https://youtu.be/VvRVu78IHHo
Gente... Quem já foi rejeitado? Eu não. Queria deixar claro que a opinião do Ashton quanto a ser assexual - não sentir atração física por pessoas - é a opinião do Ashton. Ele que não entende como alguém pode não sentir atração, ele que não consegue ver outro lado da história além do dele... E essa é a opinião dele, não a minha. Até porque eu sou assexual. Assexual assumida. Julie também assumia isso, mas ser assexual não é eterno...
Essa foi uma explicação longa, mas achei necessário. Comentem sua opinião a respeito do tema, e do capitulo também, é claro.


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