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História Itália, prisão de cristal - Bônus - Especial dia do amigo


Escrita por: MrsReddington

Notas do Autor


Saudades meus queridos, muitas saudades... Eu sei. Estão ansiosos, alguém querendo me matar, outros já desistiram e eu venho e solto um Bônus. É luta a vida nesse fandon hihihihi.
Esse bônus tem várias pistas sobre o passado da Carol, sobre o que aconteceu com alguns personagens do passado da Carol que foram apresentados na história, porém numa linha do tempo mais próximo do tempo atual da história.
Esse capítulo também foi uma catarse pra mim e vocês vão entender lá nas notas finais.
Beijos, espero que gostem! Nos encontramos lá em baixo!

Capítulo 46 - Bônus - Especial dia do amigo


Alguns anos antes.

Havia um mundo de imagens circulando e minha mente, eu conseguia me distrair com aquelas passagens, como se fossem nuvens de algodão. Nelas eu poderia entrar e sentar, tomar o café que João Pedro odiava, ou a Coca-Cola que ele era apaixonado, rir das madrugadas conversando alguma coisa boba que distraísse nossas mentes perturbadas e atemorizadas pela vida.

Sim, ele era a melhor representação de um amigo. Um irmão. Com todos os seus benefícios e problemas.

Penso na última parte e rio. Cubro meu rosto, precisamente meus lábios e os sinto úmidos das lágrimas e descascando por falta de cuidados nas últimas horas. Aperto uma pétala da coroa de flores e respiro fundo, como se eu pudesse com esse oxigênio refrescar mais ainda a mente.

Alcançar alguma memória que ainda não relembrei e que não toquei ou que não revivi para lembrar o quanto erámos bons juntos.

— Carol... — Dona Clara me chamou.

Ergo meus olhos diante da avó de João. Ela colocou uma mão em meu ombro e sorri docemente.

—Sua mãe está te chamando lá fora. Precisa ir. — Não senti o peso das mãos dela em meus ombros até sentir ao meu redor as pisadas que já poderia reconhecer como se fossem meu pesadelo.

Desejei esquecer aquela memória para ter mais espaço para João.

Matteo olhou o caixão fechado e depois virou para mim, dizendo algo a mãe. Violeta não expressou nada, mas foi vítima dos olhares da mãe de João. A mulher se ergueu da cadeira, amparada por Fábio, o pai de João, que não esperava aquela reação rígida da ex-esposa que estava claramente dopada a mais de sete horas.

Ela encostou uma mão nos braços finos de Violeta e apertou firmemente, a mulher não se mexeu, olhando discretamente ao redor, vendo se quem observava a situação era fofoqueiro o suficiente para fazer com que o boato da grosseria de Janete corresse solto na cidade.

Confirmou que havia gente o suficiente que lhe faria de vítima e franziu os lábios completamente empedrados de Botox.

— Vá embora daqui, Violeta!

Violeta não disse nada, fez uma expressão compreensiva.

— Você destruiu o meu filho para salvar a reputação irretocável de Matteo. Não quero seus sentimentos!

Dona Clara se afastou de mim, pegou no ombro da ex-nora que falava baixo por falta de energia para gritar. Janete tremia, perdendo a força que fazia no braço de Violeta. Matteo me olhou discretamente e eu, somente dessa vez, o encarei. Ele não estava num meio que o protegia, naquele pequeno espaço todos sabiam do que aquela família era capaz e eu não precisava me sentir acusada por absolutamente ninguém.

— Vim por Matteo, para apoia-lo. Os meninos eram amigos desde criança. — Não se afetou em absoluto, e a voz mansa denotava isso.

— Matteo não precisa de apoio para lidar com a morte de João. Seu filho é um psicopata.

Senti algo de prazer com aquela frase, como se tivesse sido dita por mim. Olhei para o caixão e sabia que era exatamente isso que João também diria. Ele sempre se fez de forte, de que as mentiras e manipulações que tanto o afetaram, não machucavam. Enquanto eu chorava, ele se mantinha firme, mesmo com o choro preso na alma por ser mais uma vez incompreendido.

Ele era o mau, o cruel, inconsequente e irresponsável, mas não Matteo. Ele era um santo. E isso deu a ele poder para reafirmar João como um monstro traidor, enquanto ele era mais uma vez um bom moço.

Violeta olhou penosamente para Janete, colocou o cabelo dela no lugar com zelo, como se fosse um carinho e a abraçou, fingindo. De longe das faixas amarelas ninguém conseguiria ouvir o que ela disse, mas de tão perto, era impossível não escutar.

— Matteo não tem culpa se você não soube criar o seu filho Janete. Se João Pedro sempre foi um irresponsável, um viciado, desequilibrado e morreu como um drogado... A culpa é sua, do pai e dele.

Quis ter forças para dizer algo, queria poder defendê-la, defender João, mas não consegui, paralisei de dor e raiva. Não baixei o rosto, mas não vi nada a não ser Janete desmontando nos braços de Violeta no que para os outros era um abraço libertador. Na verdade era uma tortura.

—Você é invejosa, sempre teve inveja de Matteo e agora de mim, porque meu filho está vivo e o seu morto. Você o mimou, o criou para ser o viciado que ele sempre foi. A culpa é de vocês, de ninguém mais.

Janete se desmanchou, ajoelhou de culpa no chão e foi acolhida por dona Clara. Eu só tive um pouco de energia para compreender por que minha mãe queria me tirar de lá antes que eles chegassem, que me vissem, que me machucassem novamente.

Coloquei uma mão sobre a madeira e me apeguei a mais uma nuvem de minhas memórias, longe da distância fria. João me mandara uma música de nossa banda preferida, na verdade não era minha preferida, mas ele insistia para mantermos o assunto. Eu só falei que iria ouvir.

Queria ter dito mais, me esforçado para gostar um pouco mais das músicas novas que eles estavam cantando, quem sabe assim ainda teríamos tempo e eu teria mais uma memória para me apegar, as que eu tinha era tão pequenas, tão falhas.

Lembrei-me da gaveta de doces no quarto, das fotos de papel de doce pela cama. O açúcar o motivava, éramos tão loucos por doces e um sempre alimentava o outro com guloseimas, trocando mensagens sobre quão gostosos eram as novidades de bombons.

Apertei meus dedos no caixão, ouvindo bem distante de mim o choro compulsivo de Janete.

Tínhamos marcado uma viagem juntos, eu queria ir vê-lo na casa de São Paulo, pra onde ele se mudou quando foi pra faculdade. Nunca consegui dinheiro para isso e ele sabia que minhas promessas eram bobas porque além de não ter dinheiro eu também morria de medo de altura. Mas gostávamos de inventar algumas mentirinhas confortáveis para nos animar e rirmos de nós mesmos.

Sonhando com um futuro. Um futuro que não vi acontecer.

“—É... você não mudou nada”

Ele disse uma vez, quando me buscou na faculdade com seu carro caro detonado das batidas.

E ele dizia que essa minha característica era boa, muito boa. Geralmente as pessoas mudam para pior, mas eu estava bem, apesar de tudo, ainda era a mesma pessoa, alguém que não decepcionou e que segundo ele, era a criatura mais confiável da face da terra.

Ainda ouvíamos as mesmas músicas, procurávamos não falar sobre aquelas pessoas e conversávamos sobre as mesmas coisas. Uma rotina doce, um anjo que nunca conseguiu encontrar seus melhores caminhos, mas ali, sabia que ele havia encontrado a paz que nunca teve.

Não me atentei ao resto, nem mesmo vi quando eles se foram, quando me dei conta estava na porta do crematório, minha mãe me dava uma flor, praticamente colando ela em meus dedos e me dando as mãos para que eu conseguisse sair e caminhar.

Questionei-me como ele estava agora. Olhei para o céu questionando de maneira divertida se ele estava tranquilo agora, e eu sabia que sim. Não havia dor alguma, não mais. Era o melhor lugar que João poderia estar agora.

Fiquei mais longe dessa vez, sentei num banco desconfortável e com o corpo dolorido das horas sem dormir vi o caixão passar pelo corredor até o centro, colocado sobre uma mesa de mármore escuro e brilhante. Fábio beijou a madeira ainda agarrado com a foto de João bem pequeno vestido de soldadinho. Janete amparada pela sogra e agora pela mãe abraçou o caixão docemente e sorriu com alguma coisa que só passava pela sua cabeça.

As poucas pessoas que ficaram para aquela parte foram se aproximando. E ali, me dei conta que João não tinha mais tantos amigos como na escola, a cisão com Matteo e a saída do mundo de farra e drogas havia o afastado de muita gente. Só havia um rapaz e uma moça que conversavam no canto e os reconheci como colegas de faculdade de João. Então recordei pela voz que ele havia feito um belo discurso no salão para despedida e lido um versículo bíblico.

Caminhei para perto do caixão com minha mãe de um lado e meu pai do outro, os dois se abraçando comigo no meio.

— Eu não consigo não me tremer... — Ela disse ao meu pai discretamente.

Ele afagou seus ombros e fez que sim. Cada um colocou uma flor e minha mãe foi a primeira a se afastar, dizendo que não conseguia respirar. Meu pai ficou, pegou minha mão e colocou minha flor no caixão. Os dedos quentes continuaram entrelaçando com os meus.

— Ele era um bom garoto.

— Um ótimo garoto.

Sorri lembrando que meu pai por horas conversava com ele na sala de casa, chegava a rir dos dois dizendo que ele vinha mais pelos meus pais do que por mim. João bebia Coca-Cola de pernas cruzadas no sofá sempre assentindo com alguma coisa que meu pai dizia, sempre saía dizendo que havia aprendido alguma coisa nova.

Inclusive no dia que ele trocou junto com meu pai os fusíveis do painel de energia.

— Por que ele fez isso, pai? Por que ele usou aquilo de novo? — Eu não conseguia compreender porque se ele estava tão bem, tão livre, tão sóbrio.

— Porque as pessoas têm fraquezas, Carol. Nós tentamos sempre acertar, mas um dia, simplesmente caímos, erramos. Mas isso não muda o quanto ele tentou. Deus vê isso.

— Ele sempre me perguntava por que Deus leva as pessoas quando elas sempre estão melhores... — Sussurrei confusa como as coisas se conectam. — Lembra que ele ainda achava isso injusto?

Meu pai assentiu, com os olhos brilhantes.

— Acho que ele deve ter entendido agora. — Sorriu. — Ele entendeu Carol. Eu tenho certeza. Ele foi em paz e está em paz. Melhor que nós. — Olhou ao redor. — O vício dói, é uma luta contra si mesmo, uma dor terrível, ele não sentirá mais isso. Nunca mais os desequilíbrios vão doer, querida. Ele venceu.

Eu concordei. Sentindo a dor agora ser diferente. A saudade, as memórias, que eu lutava tanto para não esquecer e para resgatar mais, estava tudo ali, e eu continuaria lutando por elas, por ele. Eu e João Pedro damos às mãos quando todas nos largaram e agora ele havia soltado a minha para estar totalmente com Deus.

Saí para o jardim, o céu brilhava bonito, um azul forte e gentil, acolhedor. Tão acolhedor como as conversas sem sentido que tínhamos de madrugada. Ri sozinha quando me lembro de um áudio que mandei bêbada de sono e que ouvi a resposta só no outro dia.

“— Caroles, você ronca antes de dormir. Como assim? Você não está entendendo! E sabia que você filosofa quando está dormindo? Eu nem sabia mais do que você estava falando. Umas coisas estranhas.”

Senti alguns passos atrás de mim assim que algumas gotas de chuva por uma nuvem passageira começarem.

Fábio, o pai dele, me chamou e ele estava junto com meu pai. Ele ficaria ali até o final para levar a urna com as cinzas enquanto o resto da família e amigos se dissipavam.

— Senta — Apontou para um banco vazio numa área coberta por um pergolado de madeira.

Juntei minhas mãos, nervosa. Não me passava nada na cabeça para acalmá-lo, para consolá-lo. Eu não sabia. Não conseguia pensar, nem mesmo em qualquer coisa para fazer que o fizesse sentir menos culpa, menos falta, ou menos dor. Olhei-o um pouco e quando o vi o sorriso agradecido que ele dera ao meu pai... Senti que não precisava.

Eu precisava ouvir. Não ele.

— Você sabia que ele acordou do coma?

Fiz que sim.

João havia tido uma overdose com uma quantidade muito pequena de cocaína depois de uma crise que ainda não tinha ficado claro como havia começado. Ele desmaiou no portão de casa, caiu assim que saiu do carro e ficou desacordado por algumas horas, mas havia acordado e conversado com os pais por alguns minutos antes de ter uma parada cardíaca.

Pensar naquele processo doeu em meu próprio corpo, como se pudesse mimetizar em imaginação todo aquele processo doloroso.

— Ele disse que havia visto o seu Deus Carol. Disse que ele era muito belo e que foi como se tudo tivesse encaixado, todos os pedaços quebrados dele haviam se juntado. Que Ele sempre esteve perto e o amava, o amava através de vocês, e que o havia aceitado e reconhecido seus fracassos e erros. João aceitou, aceitou ser perdoado. Estava bem. Ele cantou algo pra nós, uma canção que você e seu pai sempre cantavam em casa. Eu raramente via o meu filho querer cantar, e eu vi no hospital.

Meu pai sorriu ternamente pra mim e me dei conta que estava de boca aberta quando aspirei de uma vez. Senti uma dor grosseira em meu pescoço. Assenti.

— Deus salvou a alma do meu filho. Deus salvou o João para sempre. E eu sei que onde ele está agora, está completamente seguro e salvo de todo o mau desse mundo. Jesus salvou o João para sempre.

Deixei as lágrimas escorrerem e senti meu coração queimar em agradecimento, em fé, em força. Eu não precisei consolar Fábio, eu nem mesmo poderia me consolar. Deus havia o consolado e agora acalmava a mim porque sabia que eu não poderia sozinha, nunca pude e jamais poderia. O homem abraçou o meu pai e depois a mim, apertado e agradecido por termos vivido isso junto e termos as nossas vidas e famílias ligadas para sempre.

— Eu vou usar a casa que temos em São Paulo para um projeto com dependentes químicos. Um abrigo, tratamento. Ele queria ajudar as pessoas que lutavam como ele, nada mais justo do que contribuir para libertação de alguém do vício e do abandono. Ajudar a devolver a vida e a dignidade pra elas. O que eu puder fazer, eu irei.

Ele disse antes de se afastar.

— É uma iniciativa muito bonita.

— João ia a alguns abrigos contar da luta dele e de como ele estava vencendo... — O homem sorriu. — Ele venceu e nós vamos ajudar outros a vencer também... Espero contar com vocês.

Meu pai assentiu me abraçando de lado.

— Conte conosco.

Eu não tinha ideia de como seria sem ele, de como iria a minha formatura, quem me daria às opiniões mais sinceras e ao mesmo tempo as mais divertidas sobre as minhas roupas. Eu não iria à dele, não o faria entrar num terno, nem mesmo o ajudaria com algum discurso.

Ele foi o primeiro a saber que eu deixaria a arquitetura, foi o primeiro também a me dizer que eu nasci para ser professora de história, que eu tinha um dom e que não estaria usando ele para um bom propósito, mesmo que eu fosse muito boa em projetar prédios, ainda não era esse o meu propósito.

Eu estava infeliz, não sabia para onde ir, nem mesmo se realmente toda minha frustração era isso. Mas, com toda sua doçura e atenção ele viu, disse de sua forma sincera a verdade que eu não quis ver. Na nossa última conversa disse que estava obcecada por um filme italiano, que estava sonhando visitar o país.

“ Vou contigo. Vamos andar de scoter, tomar gelatto e eu vou te ensinar a escolher vinhos”

“E o que adianta se eu não bebo?”

“Conhecimento nunca se perde, Caroles.”

Eu continuaria a viver. Um dia após o outro, me adaptaria a dor, me acostumaria a querer mandar mensagem, fazer uma ligação e não poder, até que viraria um hábito. Um dia sempre depois do outro, num ciclo infinito de possibilidades que não envolvem mais João, mas ainda pensar: “João detestaria isso” “Ele amaria conhecer aquilo”.

É disse que se faz o luto, doer sempre, chorar cada vez menos e viver para amar quem ficou agora com o amor do ser que se foi. Amar mais vezes os que ainda estão aqui, representa-lo, honrar sua memória.

Eu dormi bem naquela noite, mas o desespero me deixou bastante alerta na segunda noite. Ainda, algo em mim, acreditava que ele voltaria a me mandar mensagem, mexi no celular procurando as mensagens antigas, mas me frustrei quando notei que perdi quase todo meu histórico anterior quando troquei de aparelho.

Minha mãe recebeu uma mensagem de dona Janete, ela a convidou para almoçar. Ela não me levou, preferiu ir sozinha porque ver duas pessoas sofrendo tanto e ao mesmo tempo era demais, que fosse uma a cada vez. Palavras dela.

Duas semanas depois, Fábio nos convidou para um almoço na fazenda da família. Propriedade que João visitava com frequência e morou durante a primeira parte da infância. Um lugar próximo à cidade, mas isolado e grande demais. Janete reagia mais lentamente que ele, mas se esforçava.

Ao final da tarde, a moça, amiga de João da faculdade que acabou se hospedando lá para ajudar com os trâmite na universidade, a família dele e a minha fomos até uma campina alta. Só havia uma planta pequena plantada recentemente e que até parecia promissora mesmo tão pequena.

— Fizemos uma capsula da urna e plantamos uma árvore.

Meu pai sorriu, achando a ideia interessante. Minha mãe se incomodou, mas não disse nada. Eu sentei um pouco perto da muda pequena, toquei suas folhas. Janete a regou com uma expressão penosa, secou o rosto e sorriu.

— Era o desejo dele. Queria que as cinzas dele virassem energia para algo útil. Ficou obcecado com essa ideia por dias. Acredita que ele dizia que se era preguiçoso como ser humano, ao menos parado, como árvore, serviria para algo. — Ela riu alto por alguns segundos e depois se encolheu. — O senso de humor dele...

Ela disse isso e se afastou para pegar o material de jardinagem completo no carro. Fiquei sozinha por alguns minutos lembrando que era um fato, ele realmente falou disso por semanas e eu jamais achei que fosse se concretizar porque era loucura demais, até mesmo pra João. Mas, ele conseguiu.

— Você vai crescer plantinha. Vai ser uma árvore frondosa, cheia de folhas, vai ser tão forte quanto o João foi. Tenho completa certeza que vai.


Notas Finais


Em homenagem a minha doce Jenny, cuja vida e a partida estão ligadas a mim como um fio forte de amizade e fé. Seu exemplo de fé, perdão, personalidade doce, paciente e gentil me ensinaram a me sentir amada, compreendida. Fui influenciada por você em tantos aspectos e certamente a alguém em Itália que carrega muito de ti.
Gostaria de uma memória infinita para recordar tudo que compartilhamos, de ter ouvido mais as músicas do Bruno Mars e dos Jonas Brothers com você e de rirmos e assaltarmos a geladeiras mais algumas madrugadas além. Mas eu ainda sei que foi o tempo suficiente.
Deus salvou a vida da Jenny para sempre e por isso sou grata. Nem mesmo a dor da saudade e do tempo que não volta pode ser maior do que a certeza de que você está livre do lúpus e no melhor lugar do mundo, com o nosso Deus.
Em homenagem ao meu querido e simpático primo que não consegui conhecer o suficiente por seu tempo curto conosco e que lutou bravamente contra dependência química.
Em homenagem ao “João” da vida real cuja história me inspirou profundamente e que tocou meu coração a inspirar outras pessoas para lutar contra essa doença. Contem comigo, com a minhas orações e continuem lutando. Vocês vão vencer. Não importa quão fracos e se sentindo desequilibrados, como numa corda bamba, estejam.
Deus sempre tem um bom plano e há sempre uma saída. A vida saudável, o amor, é uma batalha que deve ser lutada.
A vida real nem sempre é tão doce ou linear quanto o mundo que criamos e descrevemos e partidas repentinas, aos nossos olhos injustificáveis sempre nos trazem peso, dor, sentimentos de culpa, sofrimento, e do por que teve que ser assim?
E o que quero dizer é, nem sempre o melhor "final" de uma história é da forma que imaginamos. A morte é um processo dolorido pra quem fica, mas pra quem tem fé a vida não acaba, ela continua, melhor em outro lugar.
Fraqueza não é quando perdemos uma batalha, mas quando desistimos de lutar.


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