Will
Will tentava ao máximo prestar atenção na conversa dos amigos mas estava ocupado demais deitado na grama tentando não morrer.
As vezes queria estrangular o professor Hedge, no qual só sabia gritar "Seu molengas. Corram! Corram, cupcakes!".
Todos estavam ao redor do loiro, discutiam sobre alguma coisa relacionada ao Twitter. Ele tentava regular a respiração.
— O que acha, Will? — Percy perguntou.
— Hm?
— Estou dizendo, Percy. Will não liga mais para os amigos. — Piper disse dramática.
Will se levantou rapidamente e olhou para todos os amigos.
— Assim vocês me magoam. É claro que eu ligo pra vocês.
— Não é o que parece. — Jason resmungou.
— Ah! Qual é, galera. Estão sendo dramáticos.
— Só um pouquinho. — Annabeth deu ombros. — Mas em parte estamos certos, agora tudo é sobre...
— Nico. — Disseram juntos.
— Estamos fazendo um trabalho.
— A vinte dias seguidos? — Piper perguntou.
— Vocês...?
— Faz vinte dias desde que a professora April passou o trabalho e desde desse dia não largou de Di Angelo. — Percy notou. Se até Percy tinha notado isso quem dirá seus amigos.
— Me sinto um idiota.
— Ah você não é, docinho. — Piper colocou a mão no ombro de Solace. — Só está passando um tempo com o namoradinho.
— Eu só não deixo de ser amigo de vocês. — Apontou para todos ali. — Pelos meros motivos que vocês não sobreviveriam sem mim.
Todos riram e Will só ficou com a cara fachada.
— Por quê todos dizem que ele é meu namorado?
— Pelo jeito que você olha para ele. — Jason deu de ombros.
— O fato que você nunca para de falar dele, até mesmo nos jantares em família. — Annabeth torceu o nariz.
— E que você vive grudado nele. — Piper finalizou a lista.
— Cara, e você ainda diz que é hétero. — Percy balançou a cabeça negativamente.
— Vocês querem tirar uma pessoa do armário, uma pessoa que nem ao menos precisa disso. — Will alarmou.
— Já que você diz tsc. — Piper murmurou.
— Espere aí. — Annabeth falou.
Na mesma hora Connor Stoll apareceu.
— Connor! — A loira o chamou.
— Hey, Annie. — Ele olhou para o resto da turma sentados na grama do campo. — Oi, pessoal.
Em uníssono todos disseram um oi.
— O que Will e Nico são...
— Namorados. — Connor disse como se fosse algo natural.
— Obrigada, Connor.
— Terminamos o trabalho hoje?
— Claro. — Ela sorriu e voltou a olhar para Will, seu olhar era totalmente sugestivo.
— Estão ouvindo isso? — Era o sinal avisando a próxima aula. — Significa que eu estou indo embora para a minha próxima aula e vou fingir que essa conversa não aconteceu. Odeio vocês.
Todos ali protestaram e Will só pode agradecer por aquele sinal.
Will estava fugindo dessa conversa a dias, até dentro de casa! Kayla estava pegando no seu pé quando o assunto era "Nico Di Angelo".
Nico era um assunto complicado, claro, eles são amigos mas até mesmo Will se questiona algumas vezes.
Não que estivesse questionando sua sexualidade, ele sabe o que é, teve uma conversa com o pai antes de entrar no ensino médio. Estava tudo as claras, como sempre esteve, o loiro era hétero e ponto.
Bem, não que ele não notasse o quanto Nico era bonito afinal não podia discordar do fato, todos naquela escola concordavam com isso.
Pergunte a qualquer pessoa daquele colégio, Nicolas Di Angelo ganhou o coração de todos, as meninas do primeiro ano suspiram ao verem ele passar e garotos coram.
Uma aura intimidadora, ninguém sabe nada sobre o italiano, apenas histórias inventadas — Como: brigas e romances. —, eles o viam como um clichê italiano.
Eles não sabiam nada sobre ele, bem, não que Will soubesse muita coisa mas tentaram absorver tudo o que pode dele. Já que o moreno nunca dava abertura.
Eles não sabem que Nico desenha; não sabem que quando ele sorrir seus olhos sorriem também; eles não sabem a estranha mania que ele de ficar mexendo na roupa inquieto; eles não sabem.
— Senhor Solace? — April perguntou. Estava o chamando pela quinta vez. — Está tudo bem?
— Ahm... er... sim, desculpe April. — A platinada apenas assentiu e voltou a tagarelar.
— Meus queridos polegares, vocês só tem mais cinco dias para me entregar o trabalho e dez dias para a apresentação, então se estiverem que finalizar algo façam logo. — Ela olhou para uma planilha que estava em sua mão. — Acho que esses foram os avisos paróquiais.
April suspirou e se sentou no chão perto dos alunos, sorriu para eles.
— Cupido, alguém sabe quem é? — Annabeth levantou a mão. — Pode falar, senhorita Chase.
— Cupido é um Deus grego, filho de Ares e Afrodite, sendo Eros no panteão romano. — Respondeu orgulhosa. A professora grunhiu.
— Não é isso que eu quero. — Ela apertou o olhar e passou olhando por todos os estudantes. — Não, não! Vamos fazer da forma certa. Senhor Jackson, quem são os pais de Cupido?
— Ares e Afrodite.
— Senhor Stoll, Ares e Afrodite são deuses do quê?
— Ares é o Deus da guerra e Afrodite a Deusa do amor. — Connor respondeu nervoso.
— Senhor Di Angelo, faça uma conclusão para mim.
Nico queria se enterrar naquele momento mas apenas concordou.
— Cupido nasceu do ódio e do amor, o que significa: ódio e amor sempre andam juntos, sempre estaram lá, um ao lado do outro.
— Isso! É isso que eu quero. Não quero apenas a teoria, me tragam a emoção de vocês. — A professora disse empolgada.
— Isso não seria filosofia? — Jason perguntou.
— Boa observação, senhor Grace. Mas para ter filsofia tem que ter uma história, certo? — Ela explicou. — Mas o que eu quero dizer nessa aula é: Cupido nasceu do Amor e do Ódio. E representa nós, seres mortais.
Ela se levantou e começou a andar entre os alunos.
— O ponto é... por que sempre recebemos ódio ao amar uma pessoa? Estou falando de gênero, cor e religião. O ódio e o amor sempre caminham juntos, então isso seria dizer que temos que esconder o amor por causa do ódio?
A sala absorveu aquilo, nem sabiam como isso tinha chegado naquele ponto, não deveria ser apenas uma aulas comum de história aonde as pessoas dormiriam?
O sinal tocou, para infelicidade de muitos.
— 'Pra próxima aula quero uma redação sobre amor e ódio, e podem colocar intolerância religiosa, a lgbtfobia, racismo... usem a criatividade de vocês. Quero um fundo histórico no texto. Até amanhã, pequenos polegares!
A sala inteira se levantou e foi saindo aos poucos, apenas restando Nico e Will, ambos tinham coisas para falar.
— Posso ajudar, queridos?
— E-eu falo com você amanhã, professora. — Nico disse rápido. — Até mais.
O moreno acenou para Will antes de sair.
— Ele gosta de você. — A platinada disse distraída. — E nem faça essa cara.
Ela disse olhando para ele, ambos riram.
— E você não sabe o que sentir em relação a ele, certo?
— Sim, é só tão...
— Complicado, eu sei.
— Por que eu estou falando com a minha professora?
— Porque eu sou legal. — Will sorriu. — Desculpe, você está falando comigo pela aula de hoje, eu vi que mexeu com você.
— Eu só não sei o que pensar... tipo, ele é bonito como uma garota e tem tantas histórias pra contar.
— Não se pressione, querido. — April apagava o quadro. — Deixe as coisas fluirem, não deixe os sentimentos de lado por quê ele não é um teste.
— Teste?
— Para saber se você é hétero ou não. Confiem em mim, vai machucar ele.
— Obrigado.
— Não precisa agradecer, querido. — Ela se virou para o loiro. — Agora vá logo, seu amigo está te esperando.
Will entrou no carro junto com o italiano, que estava inquieto.
— Para aonde vamos hoje? — Ele colocou o cinto de segurança.
— Você escolhe. — Will ligou o carro.
— Eu escolho? — Nico perguntou. — Não era eu que não conhecia nada de Nova Iorque?!
— Só pode escolher logo?
— Brooklyn.
— Brooklyn?
— Brooklyn.
— Então, Brooklyn, aqui vamos nós! — O loiro deu partida.
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