1. Spirit Fanfics >
  2. It's just a trick >
  3. I know the point

História It's just a trick - I know the point


Escrita por: Hawtrey

Notas do Autor


Estou tão envergonhada pela demora :| Estava sem tempo pra pensar em como terminar esse capítulo e depois escrevi umas coisas nada a ver, então depois ficou grande demais, ai eu dividi em dois, então fiquei meio indecisa com ele... mas saiu! Forcei a sair porque fiquei agoniada em ter comentários e não atualizar rápido kk
O proximo não deve demorar muito já que a maioria das provas da faculdade eu já fiz semana passada e já fiz a segunda cirurgia. Tenham um pouco mais de paciência <3 <3 <3

Capítulo 8 - I know the point


Fanfic / Fanfiction It's just a trick - I know the point

            2:00 am.

No mesmo lugar que você quase explodiu.

Não tente ser o herói dessa vez. M

John paralisou no meio do corredor, o celular quase caindo de sua mão. Estava apenas vasculhando o aparelho a procura de algum caso novo para Sherlock que começava a ficar agitado. Por algum motivo o detetive se esforçava para não demonstrar o tédio, mas era impossível não notar quando começava a andar em círculos pela sala. O médico estava prestes a preparar algo para beberem quando surgiu a notificação.

Era de Moriarty.

Fechou os olhos, apertando o celular com força. Sabia que uma mensagem como aquela não tardaria a chegar, mas todos os dias ansiava para que isso nunca chegasse a acontecer. Era inconveniente, desesperador e completamente errado se deixar entrar naquela situação, mas não era como se tivesse negado.

Cansei dos jogos sem graça com Sherlock, preciso de algo novo!

Preciso de você, John Watson. Você vai me ajudar a queimar Sherlock Holmes, diretamente, e não haverá volta dessa vez!

Engoliu em seco e respirou com dificuldade. Precisava lembrar de seus motivos, fixar cada um em sua mente e enxergar apenas a eles quando os problemas começassem a surgir. Seriam como um combustível que nunca deveria se tornar escasso.

― Tudo bem John?

Sentiu mãos agarrarem seus ombros com firmeza e abriu os olhos, assustado com a presença repentina. Sherlock o encarava parecendo preocupado e John sentiu um novo aperto no seu coração. Bloqueou o celular rapidamente. Onde estava se metendo?

― Sim, só estou pensando.

― Em quê? ― Sherlock perguntou desconfiado.

― Tentando entender o que aconteceu entre você e seu irmão ― mentiu voltando a andar.

Sherlock revirou os olhos e rapidamente se afastou, jogando-se em sua poltrona. John perambulou pela cozinha tentando observar o amigo com discrição. Desde a briga com Mycroft, era notável que o detetive estava mais impaciente e mais alheio ao que acontecia ao seu redor, o que – definitivamente – não era normal, principalmente nos casos.

― Chá? ― perguntou o olhando rapidamente.

Não recebeu resposta e não era do seu feitio, mas faria mesmo assim. Ambos precisavam. Lembrou-se de quando um caso surgiu enquanto ainda se recuperava e Sherlock teve que ir sozinho. Imaginou que se tratava de um caso ridículo demais quando o parceiro chegou quase quebrando a porta do apartamento e se trancou no banheiro por horas, até Lestrade ligar e informar o que realmente havia acontecido.

Era um caso simples de assassinato e Sherlock encontrou o culpado, mas errara a causa da morte e quase acusara o homem errado. O Inspetor tentara explicar como Sherlock parecia confuso demais para dar alguma certeza, como parecia perturbado e absorto demais em sua própria mente para deduzir corretamente até mesmo sobre os hematomas da vítima.

Definitivamente havia algo errado e John não sabia como iniciar essa conversa.

― O que foi John? ― Sherlock perguntou de olhos fechados.

― Estou pensando.

― Está muito pensativo.

― Assim como você.

Exasperado, Sherlock deixou o ar escapar e lançou a cabeça para trás. John observou o ato, perguntando-se o motivo de estar tão concentrado nos movimentos do amigo, mas tão lento em traduzi-los como o próprio fazia.

― Apenas diga, John. Diga o que tanto o incomoda ― o mais alto insistiu voltando a fita-lo.

O médico suspirou, pegou as duas xicaras de chá e se aproximou do parceiro, entregando-o uma.

― Sua briga com Mycroft ― respondeu por fim enquanto se acomodava em sua poltrona.

Sherlock franziu o cenho:

― É isso mesmo ou está mentindo como a minutos atrás?

― Não é capaz de descobrir isso sozinho? ― John cutucou com seriedade.

John o observou comprimir os lábios e sorriu suavemente. Sentia-se tão bem quando conseguia deixá-lo sem respostas.

― Diga-me o motivo, Sherlock. Por que brigaram daquela maneira?

― Não foi uma briga ― Sherlock revirou os olhos, cruzando as pernas ― Estávamos discutindo um ponto e eu me descontrolei por um momento. Apenas isso.

― Não foi um só um momento, escutei seus gritos do quarto, sabia? Pareceu uma briga pra mim.

Sherlock não respondeu, apenas tomou um longo gole de seu chá e volto a fitar a lareira apagada. John conteve outro suspiro, colocou a xicara na mesinha ao lado e inclinou o corpo para frente. Insistiria até conseguir uma resposta plausível.

― Por quê?

― Hum?

― Disse que estavam discutindo um assunto. Por quê?

O detetive abaixou a xicara de chá e o lançou um olhar questionador.

― Não vai querer saber qual era o ponto antes de saber o motivo?

― Eu era o ponto em discussão, disso já sei ― foi a vez de John revirar os olhos, finalmente ganhando a atenção de Sherlock ― Toda aquela cena do falso Billy, do crânio, quebrado no chão. Não sou tão idiota, Sherlock. Depois do que Moriarty fez com aquele crânio, toda aquela maldita comparação implícita comigo, eu seria capaz de guardar o Billy dentro de um cofre só pra isso não voltar a acontecer. Mas aconteceu, ontem. Mycroft não foi exatamente sutil e suas reações muito menos. Vocês brigaram por minha causa, só quero saber o motivo.

E era com grande satisfação que agora encarava um Sherlock paralisado e levemente surpreso. John sabia, melhor que qualquer um, o quanto o amigo se surpreendia quando alguém mostrava não ser tão idiota e retardado quanto deduzia. E agora, finalmente, estava conseguindo obter algum resultado notável.

― Desde quando se tornou tão observador? ― Sherlock questionou abaixando a xícara.

― Desde o momento em que descobri que estava escondendo fatos importantes de mim.

― Graças a Mycroft.

― Graças a Mycroft.

Sherlock bufou com impaciência e perguntou:

― Até onde vai sua relação com meu irmão?

John ergueu as sobrancelhas, pensando. Não havia como negar que se aproximara bastante de Mycroft devido aos últimos acontecimentos. Começou com a visita no consultório, depois algumas mensagens trocadas, alguns planos traçados e logo o Holmes mais velho se tornara um aliado que John se arriscava em tentar entender.

― Eu realmente não sei como responder essa pergunta ― respondeu por fim. E bem, era melhor que mentir.

Sherlock o observou por um tempo, procurando por algo que John não conseguia compreender. Não era novidade, mas havia respostas e informações que não poderiam ser convocadas para aquela conversa em especial. John tremeu involuntariamente.

― Se escutou nossa discussão, sabe o motivo ― Sherlock respondeu.

John se remexeu, voltando a se encostar completamente na poltrona e tentando parecer o mais neutro possível, então retorquiu:

― Se está falando sobre Mycroft estar apaixonado por mim... sim, escutei essa parte. Mas isso ainda não me dá um motivo.

― Como não?

― Entendo que não gosta da aproximação ou da interferência do seu irmão na sua vida, mas o que eu tenho a ver com isso? Sherlock... nós dividimos um flat e trabalhamos juntos, somos amigos, mas até onde sei ainda estou livre para ficar com quem eu quiser. É a minha vida, não a sua.

― Nunca neguei isso John ― o detetive comprimiu os lábios ― Mas Mycroft...

― Não estou afirmando nada, okay? ― John se apressou em dizer ao ver a calma do outro começar a se esvair ― Mas se algo realmente aconteceu ou está acontecendo entre eu e Mycroft... desculpe, mas por que você teria tanta raiva? Você o socou, Sherlock, e não tenho certeza se pararia se eu não tivesse impedido.

Ambos trocaram olhares, buscando compreender um ao outro. John sentia seu coração bater rapidamente contra o seu peito e precisou de um esforço maior para se manter quieto. Qualquer movimento involuntário, qualquer reação inconsciente e Sherlock seria capaz de descobrir até seus desejos mais sórdidos. Disso não tinha dúvida.

― Tem razão ― Sherlock disse subitamente enquanto se levantava ― Não tenho que interferir na sua vida.

Impulsivamente o médico se ergueu e o agarrou pelo pulso, ganhando um olhar questionador. Pensou em se afastar, em mais uma vez arrastar todo aquele sentimento e aquela dúvida para a parte mais profunda de sua mente, mas não podia. Simplesmente não conseguia.

Está apaixonado! Não acredito Mycroft! Está apaixonado por John Watson!

Foi algo na voz de Sherlock ao gritar essas frases que chamou sua atenção, foi o momento exato em que, com a cabeça colada na porta, arfou e sentiu suas mãos tremerem. Uma reação automática ao tom raivoso e descrente daquela voz que tanto o impressionava. Havia algo mais que não conseguia identificar, uma sensação estranha em seu peito que quase o fizera abrir a porta e correr até Sherlock, talvez para falar tudo o que guardava ou talvez para beijá-lo. Provavelmente se arrependeria depois, tinha quase certeza, amaldiçoaria toda a sua existência e passaria semanas, talvez meses, lembrando-se de como fora precipitado e exagerado, mesmo que aquele ato se tornasse o primeiro a ser espontâneo em anos.

Seria um completo desastre.

― John?

Piscou voltando a encarar os olhos mesclados do outro e respirou fundo, tentando não parecer tão nervoso.

― Eu sei o que está pensando ― Sherlock se adiantou colocando sua xícara sobre a pequena mesa e suspirou.

― Sabe? ― John instigou apertando o pulso com mais firmeza.

― Sei, mas não vai ter suas respostas agora John. Nenhuma resposta.

Quase riu. Definitivamente não estava pensando nisso, mas se permitiu seguir aquelas palavras.

― Por que não?

― Porque eu não as tenho.

John não conseguiu rir daquela raridade. De certa forma, aquela incomum falta de respostas diretas e certeiras só o deixou mais nervoso.

― Você sempre tem as respostas.

― Não, John.

O detetive tentou se soltar, mas John o impediu sem muito esforço enquanto deixava sua mente voltar ao dia daquela improvável briga entre irmãos.

― Preciso entender ― insistiu ― Por acaso ficou com ciúmes?

― Ciúmes? ― Sherlock riu com deboche, tentando se soltar novamente, sem sucesso.

― Digo, sei que a relação de vocês é complicada, mas compreendo que... ele sendo sua única família aqui... você esteja desconfortável com nossa súbita aproximação. Mesmo eu não sentindo ciúmes da minha irmã, compreendo perfeitamente.

― O quê?

― Não vou ficar entre vocês, Sherlock. Posso me afastar ou ir embora... se quiser.

Sherlock desistiu de se soltar e o fitou com uma incredulidade que John não compreendia. O médico estava apenas nervoso e temoroso demais por não saber o que fazer, sequer compreendia os motivos que estavam diante dos seus olhos e conhecia muito pouco da relação dos irmãos Holmes para arriscar dizer em voz alta qualquer conclusão. Mas dissera algo tão errado assim para receber aquele olhar? Foram palavras irreais demais?

― Você... ― Sherlock pigarreou e se aproximou poucos centímetros, buscando certezas nas próximas respostas ― Você iria embora apenas para salvar minha relação com Mycroft?

― Claro ― John respondeu sem hesitar ― Ele é seu irmão.

― Mas... e você?

― Eu?

― Você também é minha família, pensei... pensei que soubesse disso.

Se não tivesse tão preocupado em manter a mão firme ao redor do pulso do mais alto, John teria recuado. Teria recuado imediatamente, como se tivesse recebido um soco, porque era assim que se sentia. Qualquer ato consciente de afeição ou até mesmo de amizade era extremamente raro entre eles, havia uma barreira enorme que os separava e impedia atos mesmo que minimamente afetuosos. Obviamente tal barreira existia por causa de Sherlock, já que momentos assim demonstravam intimidade e intimidade não existia na realidade do detetive.

Sherlock Holmes não dependia de ninguém, não criava laços com ninguém, não se importava com ninguém e era nisso que o detetive queria que todos acreditassem até que fosse extremamente necessário mostrar o contrário.  Bem... esse extremamente necessário era quase inexistente.

Eu não tenho amigos, eu tenho um.

Respirou fundo, decidido a colocar um fim em suas dúvidas que sempre eram escondidas antes de levantar da cama todas as manhãs.

― Como pode dizer isso? ― perguntou tentando parecer tão calmo quanto sua mente permitia. Não era muito.

Sherlock piscou confuso.

― O quê?

― Você mentiu pra mim, fingiu a própria morte e me deixou chorar naquele cemitério todos os dias por dois anos ― John finalmente largou o pulso e se afastou ― Não venha com essa de “eu estava te protegendo” ou “era impossível mandar um bilhete” porque não acredito mais. Impossível é você salvar uma mulher, fazer Mycroft acreditar na morte dela e não conseguir passar um mísero bilhete falando que estava vivo tentando salvar o mundo do Moriarty.

― Nunca vai esquecer disso, não é? ― o detetive resmungou alterado.

― Amigos não fazem isso Sherlock, muito menos família.

― Por que é tão difícil você esquecer isso?

― Porque eu só tinha você! ― John gritou impaciente ― Agora posso dizer que tenho Greg e Mycroft, até mesmo Molly. Mas quando enterrei aquele caixão vazio, eu só tinha você.

― E eu só tinha você também, por isso fiz o que fiz! ― Sherlock rebateu sério, fazendo John rir sem qualquer humor ― Eu me importo, era isso que queria ouvir? Eu me importo com a Sra. Hudson porque ela é como uma mãe que suportou todos os meus problemas, uma mulher excepcional e pouco comum. Eu me importo com Lestrade porque, eu gostando ou não, é dele que depende minha permanência na Scotland Yard como consultor e ele não hesita um segundo em me chamar, não só pelos crimes, mas por mim. Porque ele sabe que eu preciso disso!

― Sim, Sherlock, todos sabem que você precisa de crimes. Todos sabem que isso é prioridade na sua vida ― John concordou sem rodeios ― E por isso eu sei que não sou o suficiente pra você, na verdade nem sei o que ainda estou fazendo aqui. Você ainda precisa mais de crimes e Moriarty, de enigmas diários, de desafios... e eu não sou nada disso. Então por que ainda me quer aqui? Por que faço parte da sua família? Só por que você se importa demais comigo? Pensei que considerava isso um problema.

John sabia que não deveria estar falando nada daquilo, mesmo que fosse verdade ou que uma grande parte sua desejasse cuspir aquelas palavras em Sherlock, sabia que a conversa deveria ter terminado há muito tempo. Para que houvesse alguma paz naquele apartamento, um dos dois tinha que saber perder uma discussão e encerrá-la assim que notasse que nada realmente bom ou útil sairia daquele momento. Esse alguém sempre era John, que realmente não se importava em desistir de uma conversa se significava não ouvir os argumentos do parceiro pelo resto do dia ou da semana.

Estou insinuando que você não suporta vê-lo próximo demais de alguém que não seja... você.

Eram as palavras de Mycroft que o faziam insistir naquela conversa que poderia ser inútil no final ou piorar ainda mais qualquer relação que houvesse entre os moradores daquele apartamento. O problema estava no fato enervante de que John Watson não suportava mais meias verdades ou simplesmente não recebê-las. Era mais do que importante saber o que Sherlock sentia naquele momento, mesmo que o próprio John não tivesse certeza do que sentia.

Mas essa sua... raiva é porque estou, supostamente, apaixonado pelo John ou porque você está apaixonado por ele e não quer concorrência?

Porque a confiança entre eles não podia continuar naquela montanha russa para sempre, muito menos com Moriarty tão próximo. A mensagem do consultor criminal não foi tão clara, mas era o suficiente para John saber que em breve teria que fazer algo pelo qual se arrependeria por muito tempo.

O médico precisava que Sherlock confiasse plenamente nele.

― Precisa parar com isso ― o detetive pediu.

John se surpreendeu ao notar que estavam tão próximos, mas não recuou, ao contrário, reuniu toda a sua coragem e se manteve parado, erguendo um pouco os olhos para mantê-los fixos no outro.

― Parar com o quê?

― De ser tão cego.  De tentar me tornar uma pessoa melhor e não perceber que apenas sua presença é o suficiente.

John piscou surpreso e engoliu em seco, sem saber o que dizer.

― Você está certo. Família não faz isso, família faz muito mais ― Sherlock continuou em tom determinado ― Família age e protege de uma forma que eu jamais conseguiria, não sem tempo... não sem ajuda. Não estou sendo sentimental, estou tentando ser prático, tentando devolver, pelo menos uma fração, daquilo que você já foi por mim. Você fica lembrando o que eu fiz, meus erros e como as consequências te acertaram, mas eu estou tentando John. Estou tentando... isso não é o suficiente pra você?

E sem deixar tempo para uma resposta, Sherlock deu às costas e saiu do apartamento, deixando John estático perto da lareira, com o olhar inquieto e a respiração rasa, ciente de que estava completamente perdido.

... porque que você o ama eu já sei, a minha única dúvida é: até que ponto?


Notas Finais


Comentários? =D Me apressem com comentários kkk


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...