História It's Not Hate and Love ( Long Imagine Jeon Jungkook- BTS) - Capítulo 57 - II Temporada

Capítulo

57

         A ligação encerrou, um sorriso surgiu em meu rosto fazendo-me sentir nesse momento a pessoa mais realizada nesse mundo. Em passos calmos e tranquilos para seguir para fora do nosso quarto do hotel, entrei no elevador olhando meu reflexo no espelho e quem me visse dessa forma poderia até mesmo dizer que sou completamente bobo por uma única mulher.

Mas eles não estão nem um pouco errados. Eu sou assim, ela me tem em suas mãos, me tem de corpo e alma, ela me conhece muito melhor que eu mesmo, meus defeitos, meus acertos e juntos com os meus erros, ela me ajuda a consertar. Juntos temos o amor em pessoa, juntos temos a nossa filha, o nosso bem maior. Nossos sonhos estão se tornando tão reais, tão físicos que nem sou capaz de acreditar em acreditar em tudo o que nos aconteceu desde o nosso encontro.

 Foi algo completamente insano até para mim mesmo, pensei que nunca mais a teria para mim, que não a teria em meus braços enquanto vejo seu sono profundo, enquanto sinto o cheiro de frutas cítricas em seus cabelos e pele. Kim (S/N), foi capaz disso tudo e até mesmo um pouco mais, por ela fui capaz de me reconhecer, me moldar e mostrar quem eu sou de verdade.

Deixei minha máscara cair e me entreguei de corpo e alma ao amor que sinto unicamente por ela. Tantos desafios, tantos obstáculos e ela sempre estando ali, me apoiando e reafirmando que juntos somos capazes de vencer tudo e por acreditar em suas palavras que hoje eu direi a mesma que Nari teve sucesso ao encontrar o paradeiro de Ming e Gohan, logo eles estarão presos e sob julgamento no tribunal.

Ajusto meu terno em meu corpo e desço os degraus em direção a saída do hotel, cumprimento alguns convidados e com o olhar procuro por minha princesa e ao encontrar a mesma e ser percebido por seus olhos, minha menina corre em minha direção, jogando-se em meus braços, tirando risos de pessoas em nossa volta, incluindo o meu de pai bobão. Olho seu rosto, arrumo seus fios e a seguro em meus braços, logo encontrando meu pai vindo em nossa direção com um sorriso em seu rosto.

Eu não pensei que tudo o que está prestes a acontecer me deixaria ansioso, mas foi ao olhar as horas se passando e nada de Taemin chegar com ela que me senti angustiado. Deixei nossa filha com meu irmão, seguindo em direção a saída do hotel e antes de cruzar aquelas portas, elas foram abertas por Taehyung completamente ofegante, o som de trovão ecoou do lado de fora e ao olhar para janela de vidro ao lado, vejo as gotas da chuva caírem de forma silenciosa.

Meu celular vibrou dentro de meu bolso e quando percebi que a minha ligação não foi retornada o desespero tomou conta de mim. Ergo meu olhar para o primo da mesma, sentindo olhares presos em nós dois, seu olhar varreu todo o local até parar em Malu e em seguida retornar para mim. Um aceno negativo me fez dar um passo para trás tentando entender tudo o que está acontecendo. Uma mão segurou meu ombro e ao virar encontro minha mãe com o rosto molhado por lágrimas e ao perceber os olhares em minha direção me virei encontrando um Kim completamente diferente diante de mim.

Em seus olhos demonstra um abalo emocional, o que me faz suspirar, sentindo as batidas do meu coração se tornarem frenéticas em meu peito.

— Jungkook. — Desvio meu olhar em direção a entrada do hotel, vendo diante de mim Nari acompanhada por Jin e Yoongi.

— O que está acontecendo aqui? Vocês não estavam em Seoul.

— Podemos conversar em outro local. — Nari pediu e apenas acenei, contudo, antes de seguir com os demais, as mãos pequenas de Malu me abraçaram.

— Cadê a minha mãe, papai? — Por um momento sinto meus olhos arderem sem saber como responder à pergunta da minha filha, pois até eu mesmo estou me perguntando por onde ela pode estar.

— Malu vem com o tio. — Meu irmão chamou pela mesma que negou, eu ficaria com minha filha, mas minha mãe apenas pegou Malu se distanciando de mim.

Seguimos para uma sala privada e ao estar sozinho pude ver Taehyung respirar fundo e lágrimas deslizarem por sua face.

— O que quer que seja que vocês estejam me escondendo, eu quero saber agora. — Minha voz soou firme, foi então que Yoongi me olhando antes de pronunciar as palavras que fizeram o mundo desabar sobre minha cabeça, aquela sensação esquisita que eu vinha sentindo, aquele sentimento em meu coração passou a ter total sentido.

— Eles sofreram um acidente, Jungkook. — Meus olhos cegaram por longos minutos. Engulo minha saliva sentindo tudo ruir em poucos segundos, um riso incrédulo me escapou e olhei para ambos sentindo o desespero tomar conta do meu corpo.

— Não, isso não é verdade. Não é! — Exclamo procurando por meu celular e assim que encontro o mesmo percebo ligações de um número desconhecido que não foram atendidas. — Não, não, não.

— Jeon, você precisa ir para o hospital. — Jin hyung me chama, fazendo-me perceber que estou tremendo enquanto encaro a tela do aparelho em minhas mãos. Afasto-me de ambos, cruzando novamente as portas indo em direção a saída do hotel em passos rápidos, com o olhar procuro por meu veículo em meio a tantos e antes mesmo de o encontrar sou parado por Yoongi que nega em um aceno.

— Você não vai dirigir. Estamos indo para o hospital Jungkook, nós iremos com você.

Entrei no automóvel sem falar absolutamente nada para ambos, ao lado de Taehyung pude ver o mesmo chorar enquanto a ficha começa a cair para mim. Pela manhã estávamos em nossa casa, pela tarde estávamos juntos com minha família, eu estava ao seu lado admirando seu sorriso, imaginando como ela estaria tão bela essa noite, mas agora aqui estou seguindo caminho para o hospital onde ela está com meu amigo.

Em momento algum eu deveria ter recuado, eu não deveria ter a deixado sozinho, eu não deveria ter feito isso. Respiro fundo avistando diante de mim o hospital, o carro estacionou e ao sair do veículo sigo apressadamente ao lado de Taehyung, juntos chegamos à recepção do hospital.

— Kim (S/N) e Choi Taemin. Eu sou Kim Taehyung, eu recebi uma ligação da emergência.

— Os senhores são? — Uma risada escapou e por um momento sinto vontade de gritar.

— Kim (S/N), eu preciso saber se ela realmente está aqui. — Aflito olho a moça que passa a digitar de forma frenética até voltar seu olhar para mim.

— O senhor...

— Eu sou o noivo dela. — Aumento minha voz deixando a mesma assustada. — Por favor, eu preciso saber como ela está.

— Jeon Jungkook, tenta manter calma. — Viro para Yoongi no mesmo instante.

— Como que eu vou ter calma sabendo que minha noiva pode estar aqui juntamente com meu amigo, hyung? Como que eu posso ter calma?

— Eles deram entrada no hospital há algum tempo. Por favor, me acompanhem, o doutor irá falar com os senhores.

Em silêncio seguimos a mesma até estarmos em um ambiente privado. Não sei decifrar o que estou sentindo, mas dentro de mim, apenas tenho o desejo de que eu preciso vê-la, de que preciso ver seu rosto e ouvir sua voz. Uma lágrima desliza por minha face, um longo suspiro me escapa, minhas mãos soam ao verem tantas pessoas indo e vindo pelo corredor e até o momento nenhuma informação chegou até nós.

Entretanto, assim que estou prestes a sair vejo o médico entrar me encarando por alguns segundos até reconhecer o médico que entrou em seguida ao lado do mesmo. Taehyung se levanta surpreso ao ver o próprio pai.

— Pai!

— Oi filho. — A voz soa trêmula e o vejo suspirar olhando para o colega de profissão. — Taehyung, ligue para Hyeon e peça para ele vim com urgência para cá. Não podemos perder tempo.

— Como assim perder tempo? — Pergunto sentindo minha garganta secar.

— Jungkook, eu não posso operar minha sobrinha. Eu como tio não estou conseguindo, por esse motivo doutor Lee irá conduzir a cirurgia da mesma.

— Cirurgia? — Meu coração acelerou em meu peito.

— O senhor Choi Taemin, está na UTI, mas se encontra estável. — Silêncio. — A senhorita Kim perdeu muito sangue, além de ter fraturado uma vértebra e uma forte pancada em sua cabeça causados pelo impacto do acidente, a mesma foi baleada. Fizemos algumas radiografias e a mesma precisa ser operada o quanto antes para que a lesão não se torne algo pior. — Meus olhos arderam, as lágrimas deslizam sem meu controle por meu rosto.

— Ela... ela...

— Eu sinto muito senhor Jeon, mas o bebê não resistiu. Com a gravidade do acidente, a senhorita Kim perdeu o bebê. — Meu olhar assustado em direção ao mesmo o deixou surpreso. — Vocês ainda não sabiam da gravidez? — Nego. — Eu sinto muito.

— Grávida! — Sussurro para mim mesmo encarando meus pés. Meu corpo cedeu sem meu consentimento, minhas mãos tremem e apenas escuto meu nome ser chamado por meus hyungs.

— Senhor Jeon. — Ergo meu olhar vendo o médico diante de mim, encarando-me. — Eu preciso da sua liberação para assinar os papéis e iniciar a cirurgia o quanto antes. A senhorita Kim está correndo risco de vida.

Por instinto seguro o médico pelo braço, deixando o mesmo assustado, encaro seu rosto sentindo minha mente em completa confusão, mas antes de soltar o mesmo, respiro fundo concordando consigo.

— Por favor, salva ela. Salva minha noiva. Eu não vou conseguir permanecer sem ela ao meu lado, eu preciso dela comigo e com nossa filha.

— Eu farei de tudo o que estiver ao meu alcance.

De maneira trêmula assino os papéis que me foram entregues, logo pude ver o médico saindo acompanhado por Taeyeon e os demais enfermeiros. Por um momento cogitei a ideia de ir atrás dos mesmos, mas apenas paro olhando o corredor extenso diante de mim.

Um sorriso me escapa em meio às lágrimas, em meio ao desespero me perco pensando em como seria nosso bebê, me imagino o segurando em meus braços, acompanhando de perto tudo aquilo que me foi roubado e que me mais uma vez me foi tirado.

Mordo meus lábios chorando silenciosamente, contudo ao sentir um aperto em meu ombro, vejo Jin hyung ao meu lado, solto o ar preso dos meus pulmões e sou abraçado pelo mesmo permitindo meus sentimentos serem liberados. 

— Hyung...

— Eu sei, eu sei Jungkook, mas vai dar tudo certo. Acredite.

— Por que hyung? Por que tudo isso novamente e da pior forma possível. Ela não pode morrer, não pode. Eu não posso perder ela, eu não consigo me imaginar sem ela.

— Jungkook, por favor, tenta se acalmar. Nari está aqui para investigar o que causou o acidente, ela já foi com o Yoongi, mas eu ficarei aqui com você e Taehyung.

— O carro estava sendo seguido. — Ouço Taehyung falar baixo e me viro para o mesmo tentando entender. — Taemin seguiu uma rota completamente diferente para despistar o outro carro, só pode ter sido isso. — O mesmo se levanta vindo até onde estamos. — Taemin mudou o percurso, mas algo deve ter acontecido Jungkook.

— Então... não, não...

— O que estou tentando dizer, é que não foi apenas um acidente de carro, mas sim que tentaram matar a minha prima e seu amigo. Jungkook tentaram a minha prima. 

E como um filme em minha cabeça, recordo-me das mensagens que me foram enviadas dias atrás. As ameaças começaram a fazer completo sentido e após ouvir a hipótese de Taehyung tenho ainda mais certeza do que farei, olho para ambos e me afasto passando as mãos pelo meu rosto, puxando meus fios de cabelos.

Um suspiro pesado me escapa e volto a olhar para ambos . Por um único momento tento engolir o choro, porém é completamente inevitável ao saber que ambos estão neste momento em um hospital, que meu filho morreu e que os culpados estão soltos por aí. A única esperança que emana em meu peito como louco, é o desejo de poder ouvir que ela irá acordar após essa cirurgia, que logo voltaremos para o nosso lar e iremos juntos superar tudo isso, mas eu preciso dela comigo.

Eu preciso de Kim (S/N) ao meu lado todas as manhãs com seus sorrisos, com suas brincadeiras e até mesmo broncas ao ver a bagunça causadas por mim e nossa filha. Eu preciso dela comigo, assim como Malu precisa do seu colo e do seu carinho.— Eu não conseguirei sem você. — Sussurro. — Volta para mim (S/N), por favor, volta para nossa família.