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História It's You - Camren (Lauren G!P) - Emprego


Escrita por: Zella5H

Notas do Autor


Cheguei na area pessoal.

Capítulo 2 - Emprego


P.O.V  Camila

Contas, contas e mais contas. Tudo isso que eu só via em minha frente, tinha acabado de tirar da caixinha de correio na calçada de minha casa, e eu tinha que ter dinheiro para manter aquela casa, dinheiro para me alimentar. Mas eu não tinha mais o que fazer, procurei por todos os empregos possíveis e eu me recuso a vender o meu corpo, mas eu precisava de grana. Já fazia meses que a Dinah andava me emprestando dinheiro, para que eu pagasse o aluguel e pudesse encher a geladeira, mas as coisas andam tão caras, o dinheiro sumia em um piscar de olhos. Como posso pagar tudo isso? A luz está atrasada, a água também, a geladeira quase vazia e o mês acabando. Antes eu trabalhava em uma lanchonete, mas fui despedida por um motivo bobo, estavam achando que eu tinha roubado o caixa, mas na verdade o próprio chefe que contou errado e mesmo assim não correu atrás. E cá estou eu, desempregada, passando necessidade e com medo do que está por vir, se eu continuar assim.

Escuto a campainha de casa tocando, só esperava que não fosse o dono, cobrando pelo aluguel atrasado. Deixo as cartas em cima da pequena mesa de centro da sala e vou até a porta de entrada, abrindo a mesma e já me preparando para implorar ao senhor, que eu iria conseguir esse dinheiro de uma forma ou de outra. Mas respirei aliviada por ver o meu pai e a minha mãe, mas não por muito tempo.

- Bom dia querida – Sinu abriu um sorriso antes de me abraçar apertado.

- Oi mãe – Torço os meus lábios, me sentia sufocada em seus braços.

- Como está a minha princesa? – Alejandro me puxou e deu um beijo em minha testa.

- Estou bem, na verdade, estou precisando de uma grana.

- Ainda nessa querida? – Minha mãe fez uma cara de pena.

- Tá tudo atrasado e eu vou acabar perdendo a casa.

- Você sabe que pode morar com a gente – Meu pai tocou em meu ombro – Mas você é teimosa demais.

- Para que? Se aqui vocês já me arrancam dinheiro, imagina morando lá?

- Não diga isso, sua bobinha – Ela apertou o meu nariz e soltou uma gargalhada – Precisamos de dinheiro para arrumar o carro.

- Eu não sou banco e muito menos tenho dinheiro – Deixo os meus ombros caírem.

- Eu já disse, você deveria morar com a gente – Meu pai insistiu.

- Nem que a vaca tussa – Reviro os olhos – Vieram aqui para que? Contar sobre os problemas? Que precisam de dinheiro?

- Mas nós precisamos...

- VOCÊS TÊM DINHEIRO! – Aponto o dedo para os dois – Ficam guardando o dinheiro de vocês e querem os dos outros.

- Mi hija...

- Não mãe! – A corto na mesma hora – Eu estou cansada disso, vocês são mãos de vacas, viram a minha situação, mas não me ajudam.

- Como que podemos ajudar você, se você não vai nos devolver o dinheiro?

Olhei indignada para o meu pai, era sempre assim, ele alegava que eu não ia devolver nada, mas era exatamente isso que ele fazia comigo. Sinu e Alejandro pegam o meu dinheiro, e não devolvem nenhum centavo. E eu sou burra demais para emprestar dinheiro a eles, sabendo que ambos guardam uma certa quantia, não muito, mas tinham mais do que eu. Bato os pés firmes dentro de casa, saindo de perto daqueles dois que só me estressavam. Vou para a cozinha, escutando os passos dos meus pais me seguindo. Encho um copo de água e vejo que dona Sinu já vasculhava cada gaveta, em busca de algo para comer. Eu já sai da casa dos meus pais justamente por isso, eles tiram tudo de mim, são preguiçosos e mãos de vacas.

- Não tem nada para comer – Minha mãe resmungou, fechando a porta do armário.

- Claro – Sorrio debochada – Eu estou passando necessidade.

- Meu amor, escute a mama – Ela se aproximou, segurando em meus dois ombros – Você precisa achar alguém rico, se casar com uma pessoa que tenha muita grana.

- Eu não sou assim – Tiro as mãos dela de mim.

- Então vai continuar desse jeito – Deu de ombros – Você merece luxuria, meu amor.

- E você se casou com o papa por dinheiro? – Arqueio uma sobrancelha – Pois até então que eu sei, vocês não têm porra nenhuma.

- Olha o jeito que fala – Ela me repreendeu, mas eu nem liguei – Eu me casei com o seu pai por amor.

- Então – Cruzo os meus braços – Eu quero me relacionar com alguém por amor, quero ser amada e amar a pessoa.

- Mas querida... – Meu pai tentou dizer algo, mas eu fui mais rápida.

- Se vocês ganhassem uma porrada de dinheiro, duvido que dariam um tostão para mim.

Dito isso, dou as costas e vou em direção ao meu quarto, mas eu sabia que pelo menos alguém iria me seguir naquela casa. Obvio que foi a minha mãe, enquanto o meu pai se jogava bem folgado no sofá na sala e ligava a TV em busca de algum esporte. Retirei a minha roupa na frente de dona Sinu que não abriu a boca por enquanto, em meu armário, busquei por uma calça jeans azul claro bem colada e uma blusa listrada de mangas longas, finalizei com botas curtas nos pés. Eu precisava continuar com a minha batalha de conseguir emprego.

- Deveria dar uma reformada em sua casa, Kaki.

- Pelo amor de Deus, mãe – Eu sentia que fosse explodir a qualquer momento – Eu não tenho dinheiro.

- Você sabe que o seu pai ganha pouco no trabalho...

- Mas pelo menos ele tem um – Dou um passo em sua direção – E você que fica o dia inteiro em casa, fazendo nada.

- Você também não trabalha – Retrucou em um quase sorriso vitorioso.

- Mas eu luto para ter um trabalho, eu estou em busca de um – Ando pelo meu quarto, buscando pela minha pasta com currículos.

- Eu não vim aqui para discutir, Kaki.

- Pelo jeito veio para me atormentar.

- Você deveria ouvir o meu conselho – Sinu deixou os ombros caírem – Casa com alguém rico, você gosta de mulher, certo? Então, se case com uma e aproveite do bom dinheiro – Sorriu no final – Só não esqueça da mamãe aqui, foi eu que te dei a ideia.

- Você só pode estar ficando louca.

Saio do quarto carregando a pasta com os meus currículos prontas e quando entro na sala, o meu pai cochilava no sofá. Eu já ia berrar para ele acordar e cair fora com a minha mãe, quando percebo que na TV passava uma partida de tênis que já tinha acontecido a alguns meses atrás. Lauren Jauregui. Era essa garota que jogava e mostrava todo o seu talento, a garota do colegial que sofria por muitas pessoas e agora ela virou uma grande tenista. Nunca vou me esquecer dela.

FLASHBACK ON

Estava em frente a escola, o sinal já tinha tocado e eu esperava pela minha mãe que viria me buscar. Mas aparentemente ela estava atrasada, presa em seu trabalho, então demoraria mais alguns minutos e eu tinha que esperar ali em frente. O tempo passava e as pessoas iam embora, cada vez ficava mais vazio ali em frente. Eu nunca fui uma garota social, muito menos arteira. Gostava de estudar e estava ali para aprender, então pegavam no meu pé por causa disso, mas eu não chegava a ser uma nerd. Não sei porque mexiam tanto comigo, mas sempre falavam do meu visual, gostava de laços e aparentemente, eu era feia para eles.

- Olha só se não é a esquisita – E aqueles malditos três garotos se aproximavam de mim, para o meu azar. Sim, são os mesmos que tinham mexido com a de olhos verdes.

- A mamãe esqueceu do patinho feio? – O outro fingia chorar, só para me provocar.

- Ela é muda, tadinha – Riram – Eu nunca a vi abrindo a boca.

- Vai abrir quando cair de boca em mim – O outro sorriu com malicia.

- Vocês são nojentos – Me afasto rapidamente deles – Três babacas que não tem o que fazer.

- Olha só, ela abriu a boca – O primeiro fez questão de se aproximar – Assim como o resto todo de você, a sua voz também é feia.

- Olha isso – O outro pegou o laço do topo de minha cabeça – Quem é que usa isso? Só uma esquisita mesmo.

- Me devolve! – Rosnei para ele.

- A bonequinha quer? – Ele balançou o meu laço – Eu deveria queimar essa coisa.

- DEIXAM ELA EM PAZ!

Olhamos para o lado, vendo aquela garota de olhos verdes, ela parecia brava e de punhos fechados, com a mochila em suas costas. Me encolhi mais, vendo que os três correram para cima dela. Eu queria fazer alguma coisa, mas o que poderia? Um dos três, acertaram um soco certeiro na garota e o outro, passou uma rasteira nela. Então eu apenas corri para cima deles, empurrando qualquer um que tivesse na frente, mas eram três e logo se reuniram, e me jogaram para cima da garota branquinha. Gememos juntas de dor, nos encolhemos naquele chão sujo.

- Olha só que bonitinhas – O mais alto debochou com um sorriso irritante – Deveriam ser o casal da escola.

- Elas combinam, não é mesmo?

- Se fodam vocês duas – Os três saíram gargalhando, achando a coisa mais legal do mundo.

- Eu odeio esses idiotas – Me levanto, passando a mão pelo meu corpo e tirando qualquer sujeira.

- Queria tacar fogo neles – A garota se levantou e colocou a mão na boca – Merda!

- Deixa eu ver – Tento tocar, mas a mesma se afastou.

- Não se preocupe – Ela ajeitou a mochila – Eu já vou indo...

- Espera! – Seguro em seu pulso – Qual é o seu nome?

- Lauren – A mesma ficou me olhando em silencio após me responder.

- Eu sou a Camila – Mordo o meu lábio – Deixa eu cuidar do seu ferimento?

Ela apenas negou com a cabeça, sem parar de me olhar. Lauren é toda branquinha, o cabelo em um castanho claro, o corpo bem moldado e não era tão magra quanto eu. Ela é linda e eu sabia que os outros zoavam com ela pela mesma ser intersexual. Eu não ligava para isso, eu não tinha que julgar ninguém e nem achava estranho. As pessoas deveriam aceitar mais as outras ou cuidarem da própria vida, estaria ótimo.

- Ainda está marcado – Lauren apontou para a minha testa – Você não me contou o que aconteceu.

- As líderes de torcida – Me encolhi só de lembrar delas – Quando eu fui ao banheiro, uma delas, bateu a minha cabeça na torneira.

- Nossa! – Lauren colocou a mão na boca, aterrorizada.

- Mas pretendo sair dessa escola esse ano, o mais breve possível.

- Eu queria... – Ela abaixou a cabeça por um tempo e depois a ergueu – Já que somos as “esquisitas” da escola, que tal irmos ao baile juntas?

- O que? Está falando sério?

- Claro que estou – Lauren sorriu – Vamos mostrar que estamos unidas e que nada nos afetara.

- Eu aceito ir ao baile com você.

FLASHBACK OFF

E o que aconteceu depois disso? Lauren não apareceu ao baile, e eu nem cheguei a entrar no mesmo. Eu não a culpava, pois aquele dia fiquei morrendo de medo do que poderia acontecer e bem, depois do baile, eu mudei de escola e eu nunca mais a vi. Só fiquei surpresa um tempo desses que a vi na TV e só então eu soube que ela virou uma grande tenista mundialmente conhecida.

[...]

Entro no Starbucks, encontrando muitas pessoas ao redor, alguns lançaram uns olhares e outros nem se importaram com a minha presença. Estou cansada, andei demais entregando currículos e sendo rejeitada em outros lugares. No meio disso tudo, recebi uma ligação de Dinah, minha melhor amiga, me chamando para vir ao Starbucks, pois a mesma precisava conversar comigo. Então aqui estou eu, sentando-me em uma mesa vaga e esperando por Dinah Jane, coisa que não demorou para ela aparecer. A mesma segurava o seu celular em frente ao roso, não duvidava nada que ela estivesse conversando com a namorada.

- A Mila já está aqui – Dinah se sentou do meu lado e mostrou o meu rosto na chamada de vídeo.

- Oi Mani – Aceno para a minha amiga.

- Oi Mila – Normani acenou de forma exagerada – Você está uma gatona.

- Olha só quem fala – Fico timidamente – E como sempre, está arrasando nos shows.

- Você está vendo todos?

- Consegui ver alguns nas transmissões disponíveis – Respondo casualmente – Quando você vem?

- Amanhã eu chego aí – Normani parecia bem cansada – Finalmente a turnê acabou, quer dizer, eu amo fazer tudo isso, mas eu estou cansada por agora.

- E eu estou morrendo de saudades do meu amor – Dinah jogou um beijo para o celular.

- E eu mais ainda – Normani fingiu pegar o beijo.

- Não entendi porque a Dinah não está aí com você, a propósito, vocês estavam juntas semana passada – Balanço a cabeça – Não da para entender essa saudade de vocês

- Dinah teve que voltar para Miami para resolver algumas coisas e bem... – Normani riu do outro lado – Quando você se apaixonar, vai entender essa saudade toda.

Apenas neguei com a cabeça, era complicado toda essa situação, já namorei, me apaixonei e mesmo assim não conseguia passar muito tempo com a pessoa. Ou quando eu queria estar com alguém, a pessoa me rejeitava, chegava a terminar. A vida é estranha. Ou as pessoas que são. A chamada de vídeo foi encerrada e a garçonete se aproximou, pegando os nossos pedidos, Dinah disse que iria pagar e eu não gostava disso, mas eu realmente não tinha dinheiro.

- Não tem nenhuma vaga de emprego por aqui? – Olho para a garçonete.

- Desculpe senhorita, mas o chefe não vai contratar ninguém por enquanto.

- Tudo bem – Abaixo a cabeça, a garçonete depositaram as xicaras em nossa mesa e se retirou.

- Calma Chancho...

- Você não entende, Chee – Encaro o chocolate quente a minha frente – As contas estão todas atrasadas e eu não aguento mais arranjar desculpas para o senhor do aluguel.

- Eu vou te emprestar dinheiro e...

- Você já me emprestou um monte e eu não quero mais – Fungo baixinho – Não quero que você ache que eu sou que nem os meus pais.

- Chancho, eu não acho isso – Dinah pegou em minha mão – Eu vejo o seu esforço, você é totalmente diferente dos seus pais.

- Mas...

- Me escute – Pediu, apenas assenti em silencio – Eu não te chamei para cá atoa – Sorriu para mim, mas eu não tinha animo para isso – Fiz uma ligação e talvez eu tenha conseguido um trabalho de empregada para você.

- Jura? – Arregalo os olhos.

- Mas está tudo bem quanto a isso? – Dinah ficou nervosa por um momento.

- Eu aceito qualquer coisa.

- Eu vou te passar o endereço e amanhã você esteja lá.

Será que agora a minha vida vai começar a ir para frente? Céus, Dinah é um anjo em minha vida.


Notas Finais


O que acharam? Gostaram? Comentem bastante pessoal. Amanha o capitulo vai ser desse reencontro, como será que vai ser hein? Hehe.
Link: https://www.wattpad.com/story/275313191-it%27s-you-camren-lauren-g-p
Até amanha, espero que continuem comigo.


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