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História Jardim de Alfazemas - 04: Jardim de Pinturas


Escrita por: palomamyo

Notas do Autor


Olá anjos ^^
apareci
a vida anda uma correria né kkkk

Capítulo 4 - 04: Jardim de Pinturas


Jardim de Alfazemas

Cap. 04: Jardim de Pinturas

A M A R O

 

 

 

Changkyun ainda não aceitava muito bem ter Hyungwon no seu pé o dia inteiro, indo atrás dele para todo lugar em que ia, fazendo um alarde sempre que ele esbarrava em alguma coisa, e até mesmo tratando um pequeno arranhão como se tivesse sido um ferimento de espada. Para ser mais sincero, o Im não entendia muito bem como era viver naquele Castelo, tudo era bastante diferente da rotina em que tinha na fazenda onde vivia, especialmente a parte em que absolutamente todos ali estavam sempre dispostos a fazer tudo o que ele quisesse.

Até mesmo lhe trouxeram exatamente o que tinha pedido como desjejum.

Ah, claro, o desjejum, descobrira naquela manhã que aquela era a única refeição que não faziam todos juntos, sendo que o Rei Alfa era o primeiro a comer, por sempre acordar mais cedo, seguido por Jooheon, e mais tarde o Rei Ômega e Soonyoung, filho mais novo do casal real. Changkyun preferiu comer no quarto, longe dos olhares de qualquer pessoa que ali vivesse, apenas Hyungwon estava com ele, e mesmo com muita insistência, o ômega acompanhante nunca se sentava na cama, e na maior parte do tempo ficava de pé.

Ainda pela manhã, por se sentir entediado, Changkyun pedira para conhecer mais detalhes do Castelo, encontrando os mesmos tons de vermelho e dourado por quase toda parte, era como se apenas seu quarto não possuísse aquelas características. Hyungwon estava sempre lhe explicando tudo, desde os nomes das pessoas retratadas nos quadros, até as esculturas de filósofos gregos, ambos com grande influência quanto ao Rei Wonsik.

— É tão bonito. — o jovem ômega tocava na moldura de um quadro em especial, este ficava em um corredor que ficava próximo ao que levava ao jardim, o quadro em si mostrava o casal real, de mãos dadas e sorrindo, era possível notar que se tratava de uma pintura de anos atrás, quando os dois eram muito jovens.

— Esse quadro foi feito logo após eles anunciarem o noivado. — Hyungwon o explicou — Vossa Majestade e o príncipe também farão um, bem, provavelmente vários.

O menor assentiu com a cabeça, continuando seu passeio pelos quadros, procurando pelas histórias mais interessantes que pudessem ser contadas. Todos eram muito bonitos, todavia, alguns em especial chamavam bem mais atenção que os outros, eram menores, porém numerosos, ocupando um último corredor, o que os levava direto ao jardim dos fundos, e possuíam um traço mais fino e mais realista que os demais.

O Im acabou por se pegar parado olhando fixamente para um deles, que retratava uma criança sorrindo, logo reconheceu ser Soonyoung, um pouco mais novo, era um quadro muito bonito, com várias nuvens ao fundo, e uma grama verdinha.

— Ele é muito talentoso, não é?

— Quem?

— O príncipe Jooheon. — o respondeu — Todos esses quadros foram feitos por ele, é um passatempo.

De certo modo, Changkyun havia ficado um pouco chocado com esta informação, já havia ouvido boatos dos inumes talentos do príncipe, porém nunca se interessou por descobrir se eram reais ou não, para ele, aquele assunto nunca foi o mais interessante.

— Ele deve estar no ateliê de pintura a essa hora, podemos ir até lá, se for a sua vontade.

 A sugestão poderia ser interessante na visão de qualquer um, porém Changkyun não era um exemplo de pessoa que adorava estar na companhia do príncipe, sendo que ainda o enxergava como alguém que estava muito mais interessado em corpos, e não em sentimentos, e esse detalhe criava uma parede invisível entre eles, fazendo com que o ômega não se sentisse muito confortável estando com ele.

— Fica em uma das torres, a visão de lá é muito bonita. — Hyungwon continuava a falar, parecia mais que estava tentando convencer Changkyun a ir até lá — Vossa Majestade amará, tenho certeza.

— Eu vou se parar de me chamar assim. — deu sua cartada, de todas as formas sairia ganhando — Já disse que não me sinto confortável com você me chamando assim o tempo todo, quando estivermos a sós, acredito que não exista problema que me chame apenas de Changkyun.

O ômega Chae pareceu ponderar, se referir a qualquer membro da família real pelo nome parecia algo inimaginável, era como se sua língua ficasse pesada. Todavia, ele sabia que Im Changkyun não era o tipo de pessoa que desistiria fácil, e hora ou outra, aquele assunto iria retornar.

— Está bem. — aceitou, meio incerto — Se esse é o seu desejo... Changkyun.

Sorriu, parecia satisfeito.

O mais novo seguiu seu ômega de companhia por um caminho que já conhecia em partes, até começarem a seguir por algumas escadas, que davam acessos aos demais andares do Castelo, que era composto por três, sendo que acima dos mesmos, estavam as torres.

A que dava acesso à torre onde Jooheon passava a maior parte de seu tempo livre, era longa e em espiral, o tipo de escada que apenas alguém acostumado subiria todos os dias. Todavia, Changkyun não reclamou nada sobre isso, suspeitando que se caso viesse a reclamar, Hyungwon chamaria guardas para o carregarem até lá encima, e certamente não gostaria dessa experiência.

A porta do cômodo era simples, em um marrom descascado, como se não cuidassem muito bem, e mais tarde Changkyun descobriria que quase ninguém tinha permissão de subir naquela torre, pois Jooheon não gostava de ser incomodado quando estava lá. Pra falar a verdade, Hyungwon só o levou porque acreditava que assim como o Rei Wonsik fazia todas as vontades de seu esposo, Jooheon também seria dócil com o noivo.

Quando a porta foi aberta, apenas Changkyun entrou, Hyungwon fechou a porta, e ficou do lado de fora, por ter certeza que não podia entrar ali. E na batida da porta, Jooheon, que estava muito concentrado em uma tela, parou imediatamente, levando os olhos para lá, e à princípio, sua expressão não era nada amigável, até ver que era seu noivo ali, amenizando sua expressão.

— Mas que bela surpresa.

O ômega pareceu ter ficado sem saber o que fazer, ele nunca sabia ao certo como agir com Jooheon, ele era o príncipe, mas também era o seu noivo, e ao mesmo tempo era alguém não conhecia, um estranho. Já lera livros onde o plebeu era obrigado a casar com um príncipe, mas nenhum deles se encaixava com aquela cena, não havia uma parte onde eles precisavam ter um diálogo em uma torre cheia de quadros.

— Quem o trouxe aqui?

Seus olhos se alargaram, por aquele momento acreditou que não deveria ter entrado, e provavelmente Hyungwon seria castigo por tê-lo levado ali, já estava até mesmo se sentindo arrependido e culpado, dando passos para trás para sair dali.

— Eu já estou de saída. — respondeu, tentando abrir a porta de fechadura complicada.

— Não. — o príncipe entendeu sua confusão — Aprecio muito a sua visita.

O ômega pareceu mais calmo, desistindo de abrir a porta. E meio envergonhado por sua tentativa frustrada com a porta, passou a olhar os inúmeros quadros com pinturas simples que estavam por ali. A maioria retratava vasos de flores, paisagens que davam para ser vistas pela janela, e até mesmo tigelas com frutas, ambos com alguns detalhes que os tornavam diferentes dos convencionais.

Jooheon havia continuado a pintar mesmo com a presença de Changkyun ali, sempre parando vez ou outra para o olhar pelos cantos dos olhos. O Im também o olhava, sua cabeça ainda formulava quem Jooheon era, e de certa forma, o ômega tentava criar uma imagem boa de seu noivo, mesmo que as coisas tenham começado pelo pé errado. Ele sabia que aquilo não era uma história de conto de fadas, e que Jooheon não era o seu príncipe encantado, ele era simplesmente seu príncipe, e precisava se acostumar com aquilo.

Só não significava que as coisas seriam fáceis.

Parou bem atrás dele, o loiro estava finalizando um quadro que retratava um campo cheio de flores vermelhas, muito belo por sinal, cada flor parecia ser sido feita lentamente, retratando a beleza de cada uma como ela merecia.

— É muito bonito. — deixou escapar é um sussurro.

— É, realmente é muito belo.

Sentiu o hálito quente contra a sua bochecha, e virando o rosto, podia ver que Jooheon não estava mais olhando para o quadro, e sim para ele. Por ter se virado, seus rostos estavam muito próximos, e por dois segundos, Changkyun não soube que reação ter.

Simplesmente se afastou, indo para perto de outros quadros como se nada houvesse acontecido.

— Seus quadros. — puxou um assunto para se sentir menos desconcertado — Você pinta muito bem, tem muito talento.

O príncipe sorriu fraco, largando os pinceis sobre a mesinha e limpando suas mãos em um pano branco, que já estava machado com algumas cores borradas. Changkyun estava parado próximo à um quadro com maçãs, olhando para ele como se fosse a coisa mais interessante que já viu. Jooheon foi até ele, parando ao seu lado, mas mantendo uma distância que não incomodava o rapaz.

— Todos esses quadros são sem graça. — soltou — Eu gostaria de retratar você, seria a mais bela de todas as minhas pinturas.

O ômega se assustou com aquilo, não era a pessoa mais acostumada com elogios, e receber elogios tão sensíveis e rebuscados parecia algo que não combinava com ele. Jooheon era generoso em elogiar, e em breve Changkyun iria descobrir que se fosse pelo príncipe, ele receberia todos os elogios do mundo.

— Existem coisas bem mais interessantes por aí, não há nada de especial em mim. — deu por resposta, não era como se simplesmente fosse dizer “tudo bem, pode começar”.

Receber uma resposta assim era algo que o Lee esperava, afinal, sabia bem que ômega havia escolhido como noivo.

— Eu não acho. — o alfa retrucou, virou-se para o menor, que olhava para tudo, menos para ele — Aos meus olhos, você é incrivelmente belo.

Por alguma razão, Changkyun revirou os olhos. Para o ômega, os elogios do loiro eram apenas para lhe fazer uma média, e o tornarem mais dócil, e se Jooheon acreditava que assim ganharia a sua confiança, ele estava muito enganado. Não eram meia dúzia de comentários sobre a beleza estonteante que ele supostamente tinha, que o fariam morrer de amores pelo príncipe.

— Então sugiro que lave os seus olhos.

O ômega se afastou do mesmo, indo novamente em direção à porta e tentava abri-la de novo, porém aquela tranca parecia não ter ido muito com a sua cara.

— Você pode abrir, por favor?

O príncipe riu baixo, indo até a mesma e a abrindo facilmente, Changkyun olhou torto para a porta como se a mesma fosse a culpada por tudo. Mas o príncipe continuava parado ali.

— Está bloqueando a minha passagem. — o Im disse, mas não estava sendo arrogando ou nada do tipo, era como se apenas passasse uma informação.

O príncipe abriu a porta o suficiente para que Changkyun passasse por ela, ainda olhou para Jooheon uma última vez antes de sair, e o loiro ficou vendo ele descer as escadas até que sumisse pelas curvas da espiral.

 

 

 

[...]

 

 

 

Pela tarde, o ômega estava sozinho no jardim, Hyungwon havia dito que iria apenas ao banheiro e voltaria logo, porém o mesmo já havia ido há muito tempo. Não reclamava disso, sentia que precisava passar algum tempo sem ter ninguém perguntando se ele queria alguma coisa ou se estava tudo bem com ele.

Nunca imaginou o quão chato fosse ser paparicado.

Decidiu caminha um pouco pela grama baixa, o jardim real era imenso, e cheio de coisas muito belas. Todos no reino diziam que tudo o que havia nos jardins, eram presentes que o Rei deu ao seu ômega, e que nenhum amor que viesse a existir, seria mais forte do que o deles. O romance entre o Rei Wonsik e seu ômega Hakyeon, servia de inspiração para muitos casais.

Ao longe, sentado e um banco de metal branco, Changkyun avistou o casal real, em breve ele descobriria que os dois sempre passavam um tempo no jardim, onde ninguém podia os perturbar, em um ambiente onde podiam apreciar a boa companhia um do outro.

— Você acha que teremos um romance como o dos meus pais, Changkyun?

Rapidamente o ômega olhou para o lado, Jooheon já estava acompanhado seus passos há algum tempo, e por estar muito distraído com seus próprios pensamentos, não o ouviu se aproximar.

— Sempre surge assim do nada? — tentou desviar do assunto, ele não sabia que resposta poderia dar.

— É você que está sempre distraído. — respondeu, com sua mão esquerda, teve a ousadia de tocar o rosto do menor, que iria se afastar, mas optou por apenas deixar. Seria uma perda de tempo ficar nessa brincadeira de rato que sempre foge do gato — Me pergunto se algum desses pensamentos sou eu.

— Tenta a sorte.

O Im se afastou do alfa, voltando seus passos de volta para o Castelo, podia ouvir os passos de Jooheon logo atrás dele. O ômega ainda não sabia como classificar o que sentia pelo loiro, não odiava e nem o desprezava, e no fundo não estava tão perturbado assim com a ideia de que ele se tornaria o seu marido, mas de todas as formas, não era como se fosse simplesmente se entregar de bandeja, e com uma maçã presa na boca.

 

 


Notas Finais


Vocês já passaram o dia todo ouvindo Taeyang?
dá um vontade de ter alguém só pra ficar sofrendo por ela u.u

Gente, eu adoro o Chang, ele tá lá, mas parece que num tá, é muito eu nos cantos


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