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História Je t'aime - Capítulo 1


Escrita por: FALLTAMISTLETOE

Notas do Autor


Oi, queridas!

Essa não é minha primeira fanfic, mas as outras que eu postei, eu excluí.

Queria avisar vocês que eu NÃO vou postar regularmente. Provavelmente não postarei toda semana, pois esse ano tá sendo beeeeeeeem complicado para mim (ano de vestibular), então eu só escrevo quando dá tempo e quando não estou muito cansada. Além disso, eu escrevo no meu celular, se der eu posto de lá mesmo (mas haverá alguns erros de digitação, já que é mais difícil corrigir tudo pelo celular).

É isso, amores.

Beijos da tia Gab.

Capítulo 1 - Capítulo 1


As coisas mais importantes são as mais difíceis de serem ditas. O coração parece um cavalo cavalgando e saltitando dentro do peito, as palavras ficam presas na garganta e você fica com aquela cara de "sou-idiota-e-não-sei-o-que-dizer". E então vem o sorriso. Aquele leve entortar de boca que mostra o quão sem graça você está. As bochechas ficam vermelhas e o corpo todo começa a tremer. Sair correndo e fingir que nada aconteceu surge como uma opção, mas aquele é um momento importante demais para ser ignorado. Os olhos correm para todos os lados, procurando alguma coisa muito menos interessante e menos intimidadora. O suor começa a escorrer pelas costas. Você vasculha cada cantinho do seu corpo procurando coragem,  toma fôlego e... Nada. As coisas mais importantes são as mais difíceis de serem ditas.

E era assim que eu estava: encarando meu ídolo — ou melhor, ex-ídolo — num abrir e fechar de boca que já estava me dando dor no maxilar. Eu não fazia a mínima ideia por onde começar, ou nem se deveria começar. Ele encarava o chão como se nem soubesse que eu estava ali. Eu estava com vergonha, e isso não era uma coisa que acontecia facilmente. A timidez nunca foi um problema para mim. Na verdade, eu era bem cara-de-pau.

— E aí? — Cumprimentou olhando firmemente para frente. Eu estava sentada ao seu lado em um dos bancos do Central Park.

Senti as minis eu saltitarem dentro de mim, e eu tive vontade de sair berrando como a adolescente que ainda existia lá no fundinho de minha alma. Olhei em volta do parque só para ter certeza de que ele estava falando comigo, e funguei.

— Olá — respondi. — Como você está?

— Eu estou bem, e você?

Coloquei as mãos trêmulas sob as pernas e torci para que ele não tivesse reparado nisso.

— Estou bem também. — Resolvi agir como uma pessoa normal: — Qual seu nome?

Meu ídolo — ex-ídolo — olhou para mim como se eu fosse retardada e pensou uns segundos antes de responder.

— Você está falando sério?

— Estou, ué. — Ergui os ombros.

— Justin, e o seu?

— Isabella. — Sorri amigável. — Prazer, Justin.

— O prazer é todo meu. — Justin voltou a olhar para frente. — O que está fazendo nesse parque, numa quinta-feira, às seis da manhã? — Questionou depois de um tempo.

Encarei a folha marrom cair da árvore e mordi o lábio. — Quis fugir um pouco de casa.

— Por quê? — Seus olhos voltaram a me encarar. Senti meu rosto esquentar.

— Para ser feliz. — Desviei o foco da conversa para ele: — E você?

— Os únicos momentos em que eu posso vir aqui sem segurança são as manhãs dos dias de semana.

— Ou às madrugadas. Pena que você provavelmente seria assaltado e sequestrado. Quanto será que pediriam de resgate? — Olhei para o céu azul.

— Não sei nem se eu valho algum resgate. — Justin suspirou.

— Mas é claro que vale! — Franzi o cenho e o olhei indignada. — Toda vida é importante, Justin.

— Eu acho que não. A minha não é.

— Como assim? — Fiz bico. — Eu tenho certeza que há pessoas que se importam com você.

— Eu não tenho ninguém, Isabella. — Seus olhos escorregaram para o chão.

— Você parece estar no fundo do poço. — Murmurei sem pensar e arregalei os olhos. — Me desculpe! — Quase gritei. — Eu falo as coisas sem pensar.

— Tudo bem. — Ele riu. — É verdade.

— Você não deveria agir assim — repreendi.

— Me dê um motivo.

— Você é o Justin Bieber! Tem tudo o que quiser, a hora que quiser. — Olhei para Justin e ele estava sorrindo amargurado.

— Todo mundo pensa isso, mas não é bem assim — explicou.

— Então me diga como é.

— Eu tenho bastante dinheiro, mas não posso comprar alguém que realmente se importe comigo.

— Seus fãs se importam com você. — Franzi o cenho.

— Elas não me conhecem, Bells. Não sabem que eu me sinto sozinho quase todos os dias. — Estremeci com o apelido; apenas minha mãe me chamava assim.

— Elas fariam de tudo para te ver feliz.

— Você fala como se fosse minha fã. — Justin me olhou e sorriu verdadeiramente. Achei que ia desmaiar ali mesmo.

— Seu sorriso verdadeiro é bonito. — Todo o sangue do meu corpo foi para as minhas bochechas quando eu percebi o que havia dito. Ele apenas deu risada.

— Obrigado. Você fica linda quando está com vergonha. — Cobri o rosto com as mãos. — Mas você ainda não me respondeu: é minha fã?

— Não. — Descobri o rosto e olhei um passarinho ciscando o chão. — Quero dizer, eu era.

— Era? — Notei sua voz ficar trêmula. Encarei-o. — Por que não é mais?

— Porque eu tive que seguir com a minha vida, Justin. — Sorri amarelo. — Minha escola estava acabando e eu precisava arranjar um emprego, sem contar que estava com alguns problemas.

— Entendi. Todo mundo acaba me deixando um dia — lamentou.

Mordi o interior de minha bochecha para não chamá-lo de dramático.

— Ora, você nem sabia que eu existia! — Exclamei.

— Agora eu sei. — Justin riu baixo.

Ele era o homem mais bonito que eu já tinha visto em toda minha vida.

— Então eu nunca vou te deixar — murmurei.

Bieber me encarou e deu mais um sorriso verdadeiro. Senti vontade de abraçá-lo. O vazio em seu olhar me entristecia, e eu pensei nas coisas que haviam acontecido em sua vida quando eu não estava acompanhando. Ouvi pessoas chamando-o de babaca, infantil e mimado, mas nunca fui atrás para saber o motivo. As pessoas xingavam-no como se achassem que ele fosse de ferro, mas se vissem o Justin que eu estou vendo agora, se arrependeriam de todas as palavras cruéis um dia proferidas.

Senti meu coração pesar quando ele riu descrente e olhou para o chão.

— Estou falando sério — avisei.

— Minha vida não é fácil, Isabella. — Justin esfregou as mãos.

— Nenhuma vida é fácil, Justin. — Suspirei. — Todo mundo tem seus problemas.

— Ah, é? — Seu olhar caiu em mim, desafiante. — E quais são os seus?

— Eu prefiro... Não falar disso agora. — Mordisquei meu lábio inferior e pisquei devagar.

— Então eu falo dos meus problemas e você não me fala dos seus? — Ele reclamou.

— Exatamente! — Dei risada e depois completei: — Não quero te fazer fugir.

— As pessoas fogem de você? — Indagou Justin.

— Na maioria das vezes, sim. — Dei uma risadinha sem graça.

— Eu não vou fugir.

Ele colocou sua mão esquerda na palma de minha mão direita, que estava no meu colo. Senti todos os pelos do meu corpo se eriçarem. Sua mão quente contra a minha gelada causava um pequeno choque. Apertei a mão dele, recebendo outro aperto em retribuição, e sorri.

— Você jura de mindinho? — Fiz bico e estendi o dedinho de minha outra mão.

— Juro, Bells. — Justin fechou o pacto. Me levantei. — O quê...

Interrompi sua voz quando o puxei para um abraço. Ele apoiou o queixo no topo de minha cabeça e eu inspirei profundamente, sentindo o cheiro amadeirado de suas roupas. Apertei mais seu tronco e fechei os olhos, escutando seu coração batendo lentamente. Quero ficar aqui para sempre, desejei em pensamento. Por um momento, eu esqueci de tudo que estava acontecendo em minha vida, todos os meus problemas evaporaram e só existia eu e Justin Bieber no universo. O abraço dele fez tudo sumir mais facilmente que os meus usuais meios de me distrair.

Só que o parque começou a encher, e as pessoas começaram a perceber que havia alguém famoso lá.

Justin quebrou o abraço e olhou em volta irritado. Algumas pessoas apontavam as câmeras dos celulares em nossa direção, outras cochichavam. Lamentei mentalmente.

— Que inferno! — reclamou ele.

Seu rosto começou a ficar vermelho, e seu olhar mortífero. Justin estava prestes a explodir. Coloquei minha mão em seu braço e acariciei-o. Seus olhos procuraram os meus e eu sorri tranquilizadora.

— Vamos sair daqui — sugeri. Justin assentiu.

Peguei minha bolsinha que estava jogada no banco e saímos do parque. Eu estava com meu braço enganchado no braço do Justin. Andávamos pelas ruas do Estado de Nova York como se fossemos um casal. Já imaginava as manchetes no dia seguinte: "Justin Bieber é visto com garota misteriosa". Dei risada.

— Qual a graça? — Escutei a voz rouca do garoto ao meu lado.

— Estou imaginando o que as pessoas falarão de mim. — Ele franziu o cenho e desviou o olhar.

Parei de andar e o fiz parar também. Ele fazia de tudo para não olhar nos meus olhos. Coloquei minhas mãos em suas bochechas.

— Olhe para mim — pedi. — Eu não ligo, Justin.

— Tem certeza?

— Sim. — Continuei: — Não sei se gostaria de ver algumas pessoas me xingando, admito; mas não gostar é diferente de se importar. Eu não dou a mínima para o que as pessoas pensam de mim.

Sua boca rosada formou um sorriso, e eu imaginei se meu nariz havia crescido por conta da mentira que eu acabara de contar.

Voltamos a passear e logo entramos num Café meio vazio. Justin disse que era melhor assim, pois teria menos bagunça se as pessoas o reconhecessem. Sentamos numa mesa ao fundo do local e o garçom serviu o cardápio.

Escolhemos o que queríamos e Bieber chamou o garçom; o cara veio tão rápido que eu achei que ele estava escondido em baixo da mesa e só levantou quando o chamamos. Pedi um pão de abóbora e um suco de laranja apenas por educação. Não estava realmente com fome. Justin me olhou estranho.

— Que foi? — Franzi o cenho.

— Pão de abóbora? Que diabos é isso? — Justin deu risada.

— Aprendi a comer com a minha mãe.

Justin balançou a cabeça e fez seu pedido. Logo a vitrine do restaurante se encheu de paparazzis. Ele travou o maxilar e fechou as mãos tão forte que os nós dos seus dedos estavam brancos.

— Calma, badboy. — Dei risada. Seus ombros relaxaram.

— Eles são tão irritantes! — murmurou. Sua boca estava formando um biquinho lindo.

— Desfaça o bico ou eu vou ser obrigada a te beijar. — Justin arregalou os olhos. — Estou brincando, garoto. — Soltei ar pelo nariz. — Por que eles te irritam tanto?

— Porra, eu estou aqui com uma amiga e eles vêm encher o saco. Com certeza vai sair uma notícia dizendo que você é minha namorada.

Só amiga?, lamentei mentalmente.

 

— Eles só estão fazendo o trabalho deles. — Sorri amarelo. — Eu sei que sou só sua amiga, você sabe, e isso já está de bom tamanho.

— Você faz ideia de quantas pessoas já se afastaram por causa dessa vida que eu levo, Bells? — Justin olhou para as próprias mãos.

— Faço. Mentira, não faço, não. — Declarei quando ele me olhou como se eu fosse uma alienígena. — Mas eu posso imaginar como é viver sem privacidade alguma. Eu não gostaria que fotos minha andando nua pelo meu apartamento de férias rolassem por aí.

As bochechas dele ficaram vermelhas.

— Você não disse que não me acompanhava mais? — Ele escondeu o rosto com as mãos e eu gargalhei.

— Quando o amiguinho de Justin Bieber está solto por aí até os mendigos ficam sabendo.

— Amiguinho? No meu caso é amigão.

Abri a boca num "o" perfeito. Eu ia chamá-lo de convencido quando o carinha apareceu com nossa comida. Peguei o pão e dei uma mordida. Era bom, mas não chegava nem perto do que a minha mãe fazia. Fiz esforço para engolir e olhei para Justin.

Ele se concentrava no misto quente e no cappuccino. Reparei nas pequenas pintas espalhadas por seu rosto. Ele estava com uma espinha na testa. Até Justin Bieber tem espinhas, pensei sorrindo. Sua barba rala davam-no um ar mais másculo, mas o piercing no nariz o deixavam jovial. Justin era claramente bonito. Sua beleza não era escondida; não precisava ficar olhando por um tempo para perceber que ele era lindo. O cabelo, liso, estava platinado. Lamentei. A cor natural de seu cabelo era maravilhosa, sem contar que cabelos descoloridos ficam secos e quebradiços.

Seus olhos castanhos se fixaram em mim e ele franziu o cenho. Eu não tinha percebido que Justin estava me olhando, então continuei o encarando até ele limpar a garganta.

— O que foi? — questionou sem graça.

— Você é bonito. — Não fiquei com vergonha. Aquela foi uma constatação, não um elogio.

— Eu sou normal.

— Não é, não. — Tomei o suco e continuei: — Se fosse, não seria tão famoso.

— Você está dizendo que eu só tenho fama pela minha beleza? — Seu queixo quase foi parar no chão e eu dei risada.

— Não, mas você ser bonito com certeza ajudou bastante — respondi.

— Você também é bonita, Bells.

— São seus olhos. — Senti meu rosto ficar quente.

Justin fez sinal de negação com a cabeça e sorriu. Perdi o ar por um momento enquanto apreciava seus belos dentes brancos.

— A única coisa que estraga você é o cabelo — caçoei.

— Ah, não fala do meu cabelo! — Justin reclamou.

— É sério, garoto! — Funguei. — Você era tão lindinho na época que usava franjinha.

Seus olhos castanhos se reviraram e eu sorri com isso. Olhei no relógio que havia acima da porta do Café e arregalei os olhos.

— Ai meu Deus! Eu preciso ir — exclamei e levantei rapidamente.

Senti o mundo girar ao meu redor e me apoiei na mesa. Justin ficou em pé e segurou em meu braço.

— Isabella?! — indagou.

— Está tudo bem — acalmei-o. — Eu acho que levantei muito rápido. Agora eu realmente preciso ir embora.

— Mas você nem comeu! — Apontou para meu pão de abóbora com apenas uma mordida e para meu suco intocado.

— Não tem problema, Justin. — Sorri e funguei. — Eu não estou com fome.

Anotei o número de meu celular num guardanapo que havia ali e me despedi. Saí do Café sem esperar resposta.


Notas Finais


É isso, queridas.

Até a próxima!


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