História Jealous - .provocação

Jeongin teve a sua segunda ideia em algum dia aleatório daquela semana.

 Com um sorriso provocativo, planejou os mínimos detalhes de sua mais nova provocação. O plano era incerto e possuía algumas falhas, mas se a sorte estivesse ao seu lado, faria Hyunjin tomar de seu próprio veneno pela segunda vez. Tudo o que precisava era que o Hwang lhe desse a brecha que tanto estava esperando.

E isso aconteceu naquela manhã, quando todos os garotos se reuniram para o típico café matutino. Hyunjin deu um longo gole em sua xícara antes de anunciar:

— Tenho que sair hoje. Preciso resolver algumas coisas pela cidade.

Ótimo, pensou Jeongin, contendo o sorriso maligno de seu rosto.

— E que horas você volta? — Quem questionou foi Felix. O Yang conteve sua agitação interna, e fazendo-se de indiferente, prestou toda a sua atenção na resposta do Hwang.

— Por volta das três da tarde.

— Precisa de ajuda? — Felix insistiu, e Hyunjin apenas negou com a cabeça.

— Não, está tudo bem. — Ditou, já levantando-se da mesa. — Eu sei que vocês me amam, mas não esperam ansiosamente por mim.

— Esperar? — Seungmin debochou. — Eu vou comemorar a sua saída.

Hyunjin apenas fez uma careta falsamente ofendida, encarando Jeongin por um segundo ou dois antes de se dirigir a porta do cômodo. Jeongin pôde sentir o olhar do garoto queimando a sua pele, mas fez o que mais estava treinado: fingiu-se de desentendido.

— Até depois. — A voz do Hwang soou pelo cômodo uma última vez antes que deixasse a moradia.

Mordendo seus lábios pela ansiedade, Jeongin contou as horas seguintes de maneira quase obsessiva. Não tinha certeza se o outro garoto chegaria realmente às três, mas precisava arriscar. Por isso, quando o relógio marcou que faltavam apenas quinze minutos para o retorno do Hwang, o mais novo pois o seu novo plano em ação.

Já tinha uma vítima em sua cabeça: Bang Chan. O hyung sempre cuidara de si com muito carinho, e a verdade era que Yang se sentia realmente confortável com o mais velho para lhe revelar seus segredos mais íntimos.

Exceto, é claro, sobre sua paixão secreta pelo maldito Hwang.

O fato é: qualquer pessoa que olhasse de fora para o carinho mútuo que Bang e Yang nutriam um pelo outro poderia interpretar o sentimento da maneira errada. E se estava certo, Jeongin sabia que Hyunjin era paranóico o suficiente para formular uma suposição tão absurda quanto essa.

No fim, Jeongin não estava fazendo nada além de jogar lenha na fogueira já armada por Hyunjin. Com esse pensamento maldoso que Yang acomodou-se ao lado de Bang no sofá da sala, e sorrindo inocente, ditou:

— Hyung, você pode me ajudar a fazer um bolo?

— Não sabia que você cozinhava. — Foi o que o outro respondeu, os olhos expressando confusão.

— É por isso que estou pedindo a sua ajuda. — Rebateu Yang, o tom de voz mais inocente que conseguia.

Felix, na poltrona oposta ao sofá, se remexeu em seu próprio lugar, quase ansioso.

— Se o Chris não quiser, eu posso…

— Vamos logo, hyung! — Jeongin cortou o Lee com rapidez, já puxando Bang em direção a cozinha.

Jeongin manteve seus olhos discretamente no relógio pendurado sobre a parede da cozinha o tempo todo. Sorrindo e fingindo entender sobre o que Bang falava, Jeongin separou os ingredientes necessários para a massa do bolo de chocolate, tentando ignorar a ansiedade em seu corpo.

Precisava do timing perfeito, ou o seu plano seria completamente inútil. Yang focou-se em bater os ingredientes na vasilha com o auxílio de Bang, os olhos ainda fixos no relógio. 

Faltava pouco tempo, poucos minutos…

Será que Hyunjin realmente chegaria?

Ignorando o próprio questionamento, Jeongin focou-se na primeira parte de seu planinho. Assim que Bang puxou a vasilha para si mesmo, Yang virou-a propositalmente de forma agressiva sobre ambos os corpos. 

A massa escura voou, tingindo ambas as roupas.

— Meu Deus! — Jeongin dramatizou, fingindo surpresa. — Eu sou um desastrado! Me desculpe, hyung!

— Está tudo bem. — Chan garantiu, mas o seu rosto possuía uma leve careta. — Vamos trocar de roupa.

— Não! — Jeongin quase gritou. Coçando a garganta, Yang se recompôs antes de completar: — Quero dizer, vamos terminar isso e depois nos trocamos.

— Você quer fazer outro bolo enquanto está coberto de massa?

— Claro que não. — Jeongin conteve seu sorriso maligno antes de encarar o relógio uma última vez. — Vamos tirar as nossas roupas e continuarmos assim.

Um minuto para às três. 

É agora ou nunca...

— O quê? — Bang piscou confuso, sua voz soou tímida. Jeongin apenas sorriu inocente outra vez, as mãos atrevidas foram rápidas: antes que Bang pudesse protestar, Yang já tirava a camiseta suja de seu próprio corpo.

Christopher engoliu em seco ao encarar o corpo do mais novo, sem entender o seu súbito nervosismo. O clima todo era estranho, quase íntimo demais. Ignorando os olhos ansiosos de Yang, Chan segurou a barra de sua camiseta para retirar a peça suja.

- Nossa, hyung. - Jeongin ditou em um tom falsamente inocente, os olhos fixos sobre o abdômen definido de Bang. — Vejo que anda malhando bastante.

— Não é nada demais. — Bang sorriu tímido, mas não teve tempo antes de perceber: os dedos quentes de Yang já estavam sobre o seu abdômen, cortornando perigosamente sua pele.

— Não seja modesto. Suas coxas devem ser bem torneadas também. — Os dedos de Yang desceram rápidos até o cós da calça, quase que imperceptíveis. — Posso vê-las?

Christopher congelou. Não sabia o que falar ou agir, só sentia a ansiedade bater o seu coração como louco. Sorrindo falsamente tímido e ignorando a expressão sem jeito de Christopher, Yang desabotoou inocentemente a calça, entretanto, não teve tempo de abaixá-la.

Uma nova voz surgiu no cômodo. Era raivosa e estridente, exatamente como o Yang tanto queria.

— O que está acontecendo aqui?! — Hyunjin quase berrou em total choque.

É, parece que o Hwang havia chegado mesmo na hora certa.

Chan deu um pulo para trás, e sorrindo desajeitado, tentou justificar:

— Nada! Absolutamente nada! Eu só estava ajudando Jeongin a fazer um bolo.

— Sem roupa?! — Protestou o Hwang, e seus olhos raivosos fitaram Jeongin fixamente.

O mais novo se segurou para não rir alto, tentando manter a falsa inocência em seu rosto. Estava se divertindo demais: era apenas sua segunda tentativa e o outro coreano já estava quase surtando. 

Quanto será que Hyunjin aguentaria?

— E se for, e daí? — Provocou Yang. — Não entendo porque está tão nervosinho, hyung. Algum problema que gostaria de compartilhar conosco?

Hyunjin engoliu em seco, tentando conter a raiva em sua cabeça. Não tinha direito nenhum de estar com ciúmes, muito menos surtar. E algo nos olhos provocativos de Yang diziam ao Hwang que ele não poderia ceder tão facilmente.

— Nada, não é nada. — Hyunjin forçou um sorriso, mas seus punhos estavam cerrados. — Divirtam-se com o bolo.

Hyunjin deixou o cômodo tão rápido quanto veio, e para a felicidade de Jeongin, completamente puto. O Yang não pode conter o sorriso largo que surgiu em seus lábios, e ignorando o olhar curioso de Bang sobre si, comemorou consigo mesmo.

Não se preocupe, Hyun, tem muito mais de onde isso veio.