História Jessie Roque - 11 de Setembro - Esme

  Por Esme
Hoje é dia 11. 11 de setembro, um dia que não me faz ter boas lembranças. Eu estava lá no dia que as malditas torres vieram ao chão,  há exatamente 15 anos. Eu era uma das pessoas que trabalhavam lá, e a pergunta: você trabalhava lá? Com a condição financeira atual de você e seu marido e filhos? A vida não é mar de rosas e não estou morta para fazer nenhum tipo de trabalho,foi por um fio, por pouco eu não estaria aqui. Eu trabalhava na administração em um dos últimos andares na segunda torre que foi atingida, foi questão de segundos. Primeiro, uma torre foi atingida pelo avião, eu vi com meus próprios olhos a explosão, foi um choque, todos ficamos desesperados, em seguida sentir o chão tremer e tudo cair enquanto gritos tomou conta do lugar, eu tinha certeza que havia acontecido a mesma coisa com o prédio que estava e sabia que iria morrer. Desesperada liguei para Carlisle e falei que o amava ele também desesperado falava que iria e proteger. Não havia como descer estava a dois andares de onde o avião bateu, em segundo concordei com Carlisle que a melhor opção seria pular pela janela. Eu pulei, mas com o medo, adrenalina e toda a poeira desmaiei antes de chegar ao solo. Fui salva por meus filhos que estavam aqui nos Estados Unidos, acordei no hospital horas depois, ao  lado de meu marido. 
Esse trauma me seguiu por anos. A exatamente dois anos atrás ele voltou, dessa vez foi diferente, estava com Jacob e Jessie, mas também estava com a minha dobra de água em ativa.
Meus filhos Emmett e Jasper estavam conversando sobre sonhos que se passam em outras dimensões, sonhos muito real com acontecimentos passados, em que temos certeza de que tudo é de verdade. Nessa noite passava na TV uma série sobre as vítimas do 11 de setembro, desliguei a TV, dei um beijo em meu marido e dormi, apaguei. Pouco tempo depois de pegar no sono me vi um lugar escuro, sem nada ao redor, em seguida estava naquela mesma rua que eu conhecia bem, no World Trade Center, olhei pra cima e lá estavam as famosas Torres Gêmeas, lindas como sempre. Do meu lado estava Jessie de mãos dadas com Jacob sorridentes e felizes por estarem ali. Não entendi o que fazia ali com eles, mas parecia tão natural que não estranhei nada. Estávamos andando na calçada e ao atravessarmos a rua ouvimos uma forte explosão, como extinto olhamos para cima e uma torre estava se despedaçando e pegando fogo, todos na rua ficamos paralisados e vimos quando um segundo avião, também com passageiros atravessou a outra torre que estava de pé. Eu estava ali mais uma vez, mas acompanhada e do lado de fora, eu tinha a dobra de água comigo. Comecei a chorar desesperada pois conhecia a cena, conhecia o desfecho. Mas era só eu, Jake e Jessie ainda estavam sem reação, até que começamos a correr na calçada, correr sem direção, ainda chorando tropecei e Jake me ajudou a levantar. Choro, grito, sangue, fogo, poeira, pessoas correndo, inferno, esse é o resumo do que sentia. Tudo estava a girar e quase perdi os sentidos.
- Vamos por aqui - no meu sonho de certa forma sabia exatamente onde tudo se localizava, entramos em um galpão já na rua de cima  de onde tudo acontecera, Jessie sentou no chão, no canto do galpão, senti Jake passando a mão por entre meus cabelo, tentando me dar um pouco de força.
Eu queria poder piscar e acordar, mas não conseguia. Ouvimos um estouro e rapidamente Jessie se levantou , estávamos nos três perto da enorme janela de vidro quando vimos o exato momento em que as torres vieram ao chão, de certa forma pressentimos algo de ruim, pois fomos nos afastando da janela:
- Cuidado!!! - gritei - Senta no chão! Senta no chão!
Só deu tempo de gritar isso, uma onda de energia produzida pela força da queda das torres quebrou as janelas e fomos arremessados contra a parede. Jessie conseguiu criar um escudo de ar,  impediu que os vidros e a maior parte da poeira nos atingisse...  Abri os olhos e estávamos a bem, mas ela havia se ferido mas nada que a dobra de cura não resolvesse. Tudo ao nosso redor fora tampado por poeira e um frio intenso tomou conta do lugar, não havia como sair, ficamos sentados no chão um do lado do outro eu Jessie e Jake, onde antes eram as torres agora não tinha nada. 
- Esme pegue minha blusa - Jessie me oferecia a blusa de lã que carregava consigo.
- Não, fique com ela, está frio - recusei mesmo estando tremendo de frio.
- Por isso mesmo, não queremos que passe frio, consigo manter a temperatura de nós dois, ao menos que queira um abraço também. - falou Jake sorrindo.
Peguei a blusa, vesti e me segurei com todas as minhas forças para não chorar, Jessie sempre dizia que sou do tipo que vê o lado bom das coisas e caso contrário, claramente era tragédia, olhei pro lado e fiquei feliz por Jacob estar do lado dela, pois meu emocional estava abaixo da terra...
Acordei em meio a madrugada, suando frio mas com o alívio de ter sido apenas um sonho, com o alívio de estar a salva, em casa, com a família e envolta pelos braços de meu marido.