Uma marca... Eu obviamente nunca tive uma, mas já estudei sobre isso. Era uma das coisas da qual um ômega deveria saber de acordo com o meu pai... É a união mais pura e verdadeira entre alfa e ômega, como se passássemos a sermos um só. Eu vou sentir o que o Jungkook sente, e vice-versa, nunca estaremos sozinhos, pois sempre vamos ter um ao outro onde quer que estejamos. É uma união pra vida toda... Por isso eu não tenho dúvidas da minha resposta.
— Pode. — Respondi depois de passar quase um minuto pensando. — Se tem uma pessoa que eu tenho certeza que quero passar a minha vida inteira... é com você, Jungkook.
Por um segundo Jungkook pareceu atingido em cheio com a minha resposta, e seu rosto se manteve paralisado, mas depois ele abriu um enorme sorriso e me puxou para um abraço apertado.
— Eu te amo, gatinho. Prometo que vou fazer sua confiança em mim valer a pena.
— Eu sei que vai. — Falei, finalmente manifestando um sorriso sincero naquele dia tão triste. — Também te amo, Kookie.
Poucas palavras... mas que diziam tudo. Ainda estamos muito abalados para ficar falando mais que isso. Sentir... nós dois sentíamos o que queríamos ,mesmo sem ter uma marca ainda, e isso era o suficiente.
...
— Essa semana parece estar passando devagar... E pra ser sincero, queria que o cio do Jungkook já tivesse chegado, para que ele pudesse enfim me marcar. Talvez assim... eu não me sentisse tão sozinho. — Respirei fundo, olhando pro céu. — Parece até que os pais do Jungkook o raptaram... Andam com ele pra todo lado agora. Eu achei que ele não ia querer nem chegar perto deles depois daquela noite, mas... O Jungkook enfiou na cabeça que o Hyuki iria querer vê-lo seguindo seus passos. Sinceramente, eu não acho que seja esse o caso. O Hyuki conhecia o irmão que tinha, acho que ele iria querer vê-lo feliz. Porque pensa só, visualiza como o Jungkook é... agora imagina ele em uma vida de negócios, contratos, reuniões... Eu não consigo acreditar que ele esteja feliz desse jeito. — Balancei a cabeça, tendo plena certeza do que eu estava falando. — Faz dias que ele nem olha para a bola de vôlei dele. Passa o dia todo na empresa, e quando chega em casa está com a cabeça tão cheia... Mal temos conversado ultimamente. Bom... ao menos o cio dele está chegando. Eu sei que vai ser uma época difícil pra ele, mas... Eu vou estar do seu lado, e vamos enfim estar unidos por uma marca. Eu mal posso esperar... Queria que você estivesse aqui pra me explicar como é. — Pousei meu olhar sobre o nome no túmulo, “Jeon Baekhyun”. — Foi uma das poucas coisas que não tivemos tempo de conversar... Espero que você goste das flores. — Falei, mudando de assunto, mexendo nas flores que eu já havia deixado ali quando cheguei. Vermelhas e verdes, respectivamente a cor dos seus cabelos e olhos. — Prometo que semana que vem eu trago mais.
— Senhor Park... — O motorista que tinha me trazido ao cemitério se aproximou. — O senhor tinha dito para lhe avisar quando tivesse se passado uma hora.
— Sim... Obrigado. — Agradeci. — Me dê só mais cinco minutos, pode esperar no carro.
— Como desejar. — Disse ao se retirar.
Respirei fundo mais uma vez.
— O que eu faço com o seu irmão, hein Hyuki? — Pergunto, olhando para o túmulo logo ao lado. — Eu tenho medo de ser desrespeitoso com a forma que o Jungkook está lidando com tudo isso, mas... ele está claramente infeliz. Ele não foi feito para esse tipo de vida. Mas não é fácil fugir dela quando se tem pais como os de vocês. — Fixei os olhos na imagem que ficava bem entre os dois túmulos. A foto do casamento deles, Hyuki com um rosto levemente mais jovem, e Baekhyun radiante com um vestidão todo brilhante. — Queria ter metade da sua força, Baek... Acho que se eu tivesse pelo menos um terço dela... Conseguiria enfrentar os pais dele, ou até mesmo ter coragem de falar pro Jungkook o que ele precisa ouvir. Além de ter força para várias outras coisas... — Falei agora pensando na minha família. — Acho que você iria me dar um tapa agora se pudesse. Você sempre odiou quando eu mesmo me botava pra baixo assim. “Levanta a cabeça príncipe, se não a coroa cai” — Ergui a cabeça, olhando para a foto deles mais uma vez. — Acho que já passei tempo demais com a cabeça baixa né?
Era uma sensação estranha, mas eu senti como se alguém estivesse segurando minha mão, não o contato em si, mas como se me desse apoio.
— Obrigado por tudo, migo. — Falei ao sentir uma lágrima se formar no meu olho, mas nem chegou a cair
Me levantei da grama, olhei para os túmulos mais uma vez, sorri como se estivesse me despedindo dos meus amigos, e voltei para o carro.
— Para a mansão, senhor Park? — O motorista perguntou.
Antes de responder, peguei meu celular, me olhando no reflexo na tela. Para ser mais especifico, estava mexendo no meu cabelo.
— Não... — Respondi por fim. — Para o salão de beleza, por favor.
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