História Jikook ABO - Um Ômega de Presente - Sob a Lua

Eu tenho que dizer, o clima entre mim e o Jungkook ficou péssimo depois do que aconteceu no quarto dele. Eu tinha vergonha de dizer qualquer coisa, e ele não parecia muito diferente já que parecia evitar falar comigo. Portanto o nosso tour mela mansão foi bem silencioso, com ele falando apenas o necessário para me mostrar os lugares. Na hora do almoço, tivemos mais uma refeição silenciosa “em família”. Apenas Baekhyun e Hyuki comentavam alguma coisa entre si de vez em quando.

Jungkook não ficou para a sobremesa, então voltou para o quarto mais cedo. Depois que terminei, também fui para o seu quarto, e quando me aproximei da porta, o ouvi falando com alguém:

— Eu admito!... Tá, dane-se... O que eu faço agora?... Ué, você já tem seu namorado, eu estou te pedindo um conselho. — Opa! Isso parece interessante. Afastei minha mão da maçaneta e fiquei ao lado da porta, ouvindo a conversa. Parecia estar falando com alguém no telefone. Não façam isso, crianças, mas eu não resisti. — Chamar ele pra sair?? Ele já mora comigo! — Meu Deus... Do que é que ele está falando?? Será que é de mim?! — Pedi... Não, Taehyung, vai ser muito estranho. Eu não quero que fique tão na cara assim... Porque eu não quero!... É resposta sim!!... FODA-SE SE É ORGULHO! VAI ME AJUDAR OU NÃO?!... Com vocês?... Mas nós não somos um casal.

Gente do céu, eu podia estar ouvindo isso?! A consciência bateu, e levei minha mão até a maçaneta, abrindo a porta de uma vez só. Entrei no quarto como se não tivesse ouvido nada.

— Oi, Jungkook. — Agora eu arrumo coragem pra falar com ele.

— Ah! O-o-oi J-Jimin. — O alfa gaguejou tanto que pareceu eu. — Taehyung, eu vou desligar. A gente se vê mais tarde, tchau.

— Falando com o Taehyung? — Me fiz de desentendido.

— Ah... sim. A propósito eu e ele estávamos combinando de sair hoje a noite, quer ir com a gente? Vi que vocês dois se deram bem.

— Hoje a noite? Tem certeza que é uma boa ideia depois do que aconteceu com os seus pais?

— Danem-se meus pais. Tô pouco me fodendo pra o que eles pensam. E nós não vamos voltar muito tarde. Quer ir ou não? — É esse o Jungkook que eu conheço...

— E-então tá.

Ele perguntou em um tom tão incisivo que tive até medo de recusar. O Jungkook me disse para estar pronto para sair antes das 18hrs. E até lá, tentei fazer a relação do que o ouvi falando mais cedo. Ele estava falando sobre chamar alguém para sair, será que era eu? Eu não tenho muita experiência nisso, mas normalmente quando se chamar alguém para sair, há alguma intenção por trás disso, certo? Se for o que eu estou pensando... Eu vou me arrumar bem!

Tomei banho bem mais de uma hora antes do horário. Baekhyun me disse que os alfas gostam dos nossos corpos, e posso usar isso para ganhar a atenção dele. É hoje que eu uso essa dica. Vesti o meu roupão, e fui até o quarto no final do corredor, batendo na porta. Que poucos segundos depois, o Hyuki abriu.

— Jimin... tá tudo bem? — O alfa perguntou, olhando pro meu corpo mais do que eu gostaria. Talvez eu devesse ter vestido algo além do roupão antes de vir pra cá.

— Tá. O Baekhyun tá aí?

— Está sim, Baek!

O ômega rapidamente surgiu atrás do seu alfa.

— Eaí, Jimin!

— Baek, preciso falar com você!

— Opa! Pra já! — Ele saiu do quarto, fechando a porta bem na cara do Hyuki. — O que foi?

— O Jungkook me chamou pra sair. — Assim que eu falei, Baekhyun abriu sua boca em um perfeito “O” com a surpresa. — Preciso da sua ajuda. Não sei o que vestir.

— Está falando com a pessoa certa, meu amigo. — Ele parecia mais empolgado que eu. — Traga a sua mala pro meu quarto, eu vou dizer pro Hyuki nos deixar a sós.

E assim o fiz. O Baekhyun parecia vasculhar as minhas roupas, procurando as mais justas. Até que me fez vestir uma calça preta de couro apertada e uma camiseta branca de botões.

— Baek... Ainda faltam dois botões. — Eu aviso, vendo que ele só abotoou a minha camisa até a altura do peito.

— Não falta nada. Lembra do que eu disse? Tem que mostrar o corpinho.

— Tem certeza que isso...

— Pediu minha ajuda, não pediu? Agora confia em mim.

Essa ideia dele acabou me deixando com um baita decote. Já estou começando a repensar se devia mesmo ter pedido a ajuda do Baek. Parando pra pensar bem, um encontro não é. Afinal o Taehyung também vai estar lá. Há grandes chances de eu estar me arrumando assim pra nada. Mas agora é tarde. De uma forma ou de outra, com o que o Baek está fazendo, eu vou chamar a atenção do Jungkook. Por que eu estou me importando tanto com isso? Nem eu sei.

Eu não poupei esforços pra me arrumar para aquela noite. Coloquei uns brincos que o Baek me emprestou, peguei o meu melhor sapato. E quando eu voltei para o quarto do Jungkook, ele também já estava pronto. Ao contrário de mim, ele estava bem mais simples. Apenas com uma jaqueta de couro e uma calça jeans com alguns rasgões.

— Caramba... — Ele arregalou os olhos ao me ver. — Você tá... diferente... Onde estava?

— Ahm... Com o Baek. — Tive que falar a verdade, onde mais eu me arrumaria se não fosse no quarto dele?

— Isso explica muita coisa... — Jungkook piscou os olhos e veio até mim, parecia decepcionado. — Dá pra reconhecer o estilo do Baek de longe. E tem uma razão para esse ser o estilo DELE. — Ele me olhou de cima a baixo, para depois passar por mim e sair do quarto. — Não precisava ter se arrumado tanto assim. Prefiro o SEU estilo, não o dos outros.

Putz... Já comecei a noite fazendo besteira. Apertei os olhos e o segui, não tinha mais o que fazer. Apenas fechei mais um dos botões da minha camiseta no caminho.

 

O motorista nos levou até a entrada de um shopping, onde Taehyung estava nos esperando junto a um ômega.

— Boa noite, meus garotos — Taehyung nos cumprimentou quando nos aproximamos. — E aí, como estão?

— Muito que bem. — Jungkook o cumprimentou, apertando sua mão. — Oi, Yoon.

— Quanto tempo hein, Jungkook. — O garoto ômega lhe disse.

— É... eu andei meio ocupado com umas coisas. Mas eu também não te vi no jogo.

— Estava viajando com a minha família. Mas eu vi a live, vocês arrasaram.

— Valeu. Ah, Jimin. — O Jungkook parecia que tinha esquecido da minha presença até então. — Jimin, esse é o Yoongi. Namorado do Taehyung. Yoon, esse é o Jimin, o meu ômega.

— Oie! — Ele me cumprimentou.

— Oi. — Eu disse, um pouco sem graça. Eu sempre fico na expectativa para me dar bem com outros ômegas, sinto que posso ficar mais à vontade com eles.

— Que produção hein, Loirinho? — Taehyung falou comigo. — Se arrumou pra ficar gatão, né?

— Eerrr... — Putz Taehyung, dessa vez você não me ajudou. O que eu digo???  

 — Para com isso, Tae! — Yoongi lhe deu uma cotovelada, fazendo o alfa grunhir de dor. — Tá fazendo o garoto ficar sem graça! Tá um gato, Jimin, mas não precisa dar satisfação a ninguém.

— V-valeu.

— Vamos andando. — Jungkook falou, dando um passo até o shopping. — Não quero chegar muito tarde em casa.

— Que milagre. — Taehyung disse ao seu amigo. — Mas bem... que tal começarmos com um cineminha, hum?

Taehyung e Yoongi sempre andavam juntos, com o alfa envolvendo os ombros do ômega com um dos braços. Enquanto eu e Jungkook andávamos quase sem olhar um para o outro. Por mais que eu fosse o ômega dele, senti como se estivéssemos segurando vela. Parece que o jogo virou...

No cinema então, isso ficou ainda mais forte, já que estava cheio de casais lá. Yoongi por exemplo, passou boa parte do filme com a cabeça apoiada no ombro de Taehyung, que vez ou outra lhe fazia um carinho. Já eu e Jungkook... apenas um do lado do outro sem interagir. O alfa estava com os braços cruzados, com os olhos fixos no filme, mal parecia piscar. Tinha até medo de dirigir a palavra a ele.

Depois do cinema, fomos até a estação de games. Lá sim foi bem mais divertido. Passamos por vários jogos, eu tentei dar o meu melhor em todos eles, mas a minha pontuação sempre era a menor. Por incrível que pareça, Yoongi era quem sempre ganhava, deixando os dois alfas no chinelo. Mas ainda assim não deixava de ser divertido. Bem no meio da estação, havia uma grande mesa de hockey de mesa. Parecia ser possível jogar em duplas, perfeito para nós. Seria eu e Jungkook contra Taehyung e Yoongi.

— Hey, Jungkook! — Taehyung o chamou do outro lado da mesa. — Nós somos os alfas do rolê. Quem perder paga o jantar de todo mundo.

— É nessas horas que eu amo ser um ômega. — Yoongi disse, revirando os olhos.

— Feito! — Jungkook respondeu de volta, com um sorriso provocador. — Prepare o bolso, Tae!

Ai meu Deus... se nós perdermos o Jungkook vai ficar uma fera comigo, certeza! Tenho que me concentrar!!!

Ali, eram a agilidade e força físicas que contavam, então eu e Yoongi acabamos ficando em segundo plano. Tinha um pequeno placar digital no canto da mesa, quem chegasse a cinco pontos primeiro ganhava. Eu estava tendo grande dificuldade para simplesmente acertar o disco, quanto mais fazer um movimento inteligente para marcar algum ponto. Yoongi também estava para trás, mas não como eu. Depois de um tempo, Jungkook marcou o primeiro ponto, mas logo depois levamos três seguidos. Estávamos perdendo feio.

— Porra!! — Jungkook xingou quando levamos o quarto ponto. Mais um e perderíamos.

— Opaaa!! — Taehyung gritou. — Espero que tenha dinheiro nessa carteira, senhor JK.

 — Vai se foder! — Ele gritou de volta. — O Jogo ainda não acabou!

— Será mesmo que não? — O outro alfa provocou, rindo. — O que vai querer jantar, Yoon?

— Hummm... pizza, talvez? — O ômega respondeu com o mesmo sorriso convencido.

— Merda... Jimin, não tenta ficar batendo no disco. — Jungkook falou pra mim. — Fica na defesa. Se eles jogarem o disco pro nosso lado, é só você não deixá-lo entrar. Deixa que eu cuido do resto.

— T-tá bem. — Vamos ver se pra isso eu sirvo.

Começamos mais uma partida, e fiz o que o Jungkook falou. Eu não tentava rebater o disco, apenas colocava a peça na frente para não deixá-lo entrar no buraco, como o Jungkook disse. E estava dando certo. Passamos um bom tempo sem levar nenhum ponto, até que Jungkook finalmente conseguiu marcar.

— YES!! — Ele gritou.

— Calma lá, garotão. — Taehyung falou. — Ainda está quatro a dois.

Repetimos a mesma estratégia, e conseguimos mais um ponto. Mais um... mais um... e mais um! Ganhamos!! Viramos o jogo!!!

— ISSO!! HAHA!!! — Jungkook gritou em comemoração.

Eu abri um enorme sorriso. Mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Jungkook me deu um abraço e me ergueu do chão, rodopiando comigo e me girando em pleno ar, enquanto comemorava.

— UUHUUUUU!!! ARRAASAMOS, JIMIN!!

Eu estaria gritando também... Se aquela atitude dele não tivesse me deixado totalmente chocado. O que aconteceu com o Jungkook frio que nem estava olhando pra mim naquela noite? Quando ele se deu conta do que estava fazendo, vi seu rosto começar a corar e ele me colocou no chão imediatamente.

— N-não teríamos vencido se não fosse por você. — Eu lhe disse, com as bochechas igualmente vermelhas.

— Putz... chegamos tão perto. — Taehyung comentou, agora desanimado. Vindo até nós. — Isso não é justo, você que é o podre de rico aqui, Jungkook.

— Nem vem. Trato é trato, meu amigo. — Jungkook falou, agora ele é quem tinha o sorriso convencido no rosto.

 — Tá, que seja... Mas não precisamos ir comer agora, vamos dar mais uma voltinha por aqui.

Exploramos mais alguns jogos, até que Yoongi encontrou um daqueles medidores de força com marreta, que parecia ter algo interessante.

— Hey, venham aqui! — O ômega nos chamou. — Aqui diz que quem atingir a pontuação máxima de força ganha um prêmio. Os senhores alfas não querem tentar? É só uma tentativa por pessoa.

O medidor ia até o número 100, onde tinha uma estrela, indicando a pontuação máxima.

— Dá licença, bebê. — Taehyung pede ao seu namorado, indo até a marreta. — É hora do papai aqui brilhar.

Yoongi então deu espaço para Taehyung segurar a marreta. O alfa encheu o peito de convicção, e bateu com toda a força no local marcado. Porém, alcançou apenas o número 80. Fazendo Jungkook cair na gargalhada.

— Parece que tá precisando malhar mais hein, Tae. — Jungkook brincou.

— Cala a boca, Jungkook! Duvido fazer melhor.

— Então sai da frente. Aprenda com o mestre.

O alfa passou a marreta para o outro. Jungkook arrumou sua postura, olhou bem para o lugar em que devia bater. E então fez um estrondo ensurdecedor, me fazendo até ter um susto. Ele bateu com tudo, o medidor foi subindo até que atingiu o 100. A estrela brilhou, fazendo um barulho comemorativo para indicar que Jungkook tinha conseguido.

— Apenas aceite que sou melhor que você. — Jungkook falou para Taehyung, apoiando a marreta no ombro, com o olhar mais provocador possível.

— Convencido... — Disse Taehyung, cruzando os braços. — Sorte sua que estou fora de forma. Vai logo pegar o seu prêmio.

Nós fomos com ele até um balcão que havia ali perto com um atendente. Tinha vários tipos de prêmios, bichos de pelúcia, brinquedos de todo tipo, acessórios como pulseiras e chapeis, o tipo de coisa que normalmente tem nesses lugares. Fiquei curioso para saber o que o Jungkook iria escolher. E MUITO surpreso quando ele pediu ao atendente:

— Quero aquele coelho de pelúcia ali.

— Ooowwwnt como ele é meigo! — Taehyung falou para provocar o amigo. — Não conhecia esse seu lado fofinho, Jungkook.

— Não é pra mim, seu idiota!

E eu achando que não poderia me surpreender mais... Jungkook virou-se para o meu lado, e estendeu o coelhinho de pelúcia pra mim, dizendo:

— Toma... espero que goste desse tipo de coisa.

— O-obrigado... — Eu agradeci, já recebendo o coelhinho nas minhas mãos. — G-gosto sim... ele é fofo.

O casal ficou encarando nós dois por um tempo, até que Jungkook revirou os olhos e tomou a frente.

— Andem! Vamos jantar! Você é quem vai pagar, Taehyung!

— Não precisa me lembrar disso!

Os dois alfas foram na frente. O que deu a oportunidade de Yoongi chegar ao meu lado e falar:

— Achei fofo... e não estou falando do coelhinho.

— Está falando... do Jungkook?

— Claro! Vai dizer que não achou também?

 Sinceramente... Jungkook já me fez passar por tantos sentimentos diferentes, que eu nem sei mais o que pensar dele. Só sei que cada vez que ele me surpreendia, me fazia sentir vontade de conhece-lo ainda mais.

Durante o jantar, os outros três conversaram bastante. Eles se conheciam a mais tempo que eu, então acabei ficando por fora de vários assuntos. Mas por sorte (ou talvez não), Yoongi pareceu ter percebido aquilo, e em determinado momento perguntou:

— Então... Jimin e Jungkook, a quanto tempo estão namorando?

Eu até engasguei com aquela pergunta. Precisei até que o Jungkook me desse algumas tapinhas nas costas para que eu voltasse a mim.

— Hamm... Gatinho, eles não namoram. — Taehyung tentou amenizar a situação.

— Ah... Não??

— É só oficialmente. — Jungkook começou a falar. — O Jimin é meu ômega apenas no título, mais nada. Não temos nenhuma relação além disso.

Poxa... “Apenas no título”. Por que isso foi tão difícil de ouvir? Eu deveria concordar com ele, certo? Mas ao invés disso, cada uma daquelas palavras. me machucou de um jeito que eu realmente não esperava. Até me encolhi no meu canto, sem dar mais nenhuma palavra até o fim do jantar.

Já perto do final daquela noite, fomos para uma varanda que ficava no último andar do shopping. Havia vários casais por lá, e quando me dei conta, Taehyung e Yoongi já tinham se afastado de nós, e estavam se pegando em um canto por ali. É... a vela era real, quase podia senti-la queimando a minha mão. Por outro lado, a vista de lá era incrível. Fui até o corrimão que ficava na borda, dava para ver toda a cidade. Isso sem falar no céu, era noite de lua cheia, e estava repleto de estrelas.

— O céu está lindo. — Comentei, admirando a paisagem.

— É... lindo. — Ouvi Jungkook concordar, mas quando olhei levemente para o lado, vi que ele estava olhando para mim, não para o céu.

Esse garoto me deixa muito confuso. Uma hora ele me dá um coelho de pelúcia de presente, na outra diz que não temos relação nenhuma além de títulos. O que foi aquela cena lá no quarto dele hoje de manhã, então?? Sério, ele ainda vai me deixar doido! Eu não aguento mais!

— Jungkook... — Começo a falar, é agora ou nunca! — O que você falou mais cedo, quando o Yoongi perguntou sobre nós... Aquilo era verdade?

Eu só queria uma confirmação. Já estava esperando que ele dissesse “sim” sem mais nem menos. Mas ao invés disso, ele hesitou, e desviou seu olhar para o horizonte antes de falar:

— Estou tentando me convencer disso já faz alguns dias.

— Convencer... do que?

— De tudo aquilo que eu falei. Era pra ser aquilo. Era para tudo aquilo que eu falei ser verdade.

— E... não é?

Ele então deixou de olhar para o céu, para olhar no meu olho. E disse:

— Jimin... De fato, era pra você ser meu ômega só no título. Eu nem queria ter um para início de conversa. Acredite, eu adorava a minha vida tendo só responsabilidades comigo mesmo e pronto. Ainda mais sabendo que o fato de me casar com alguém que não conheço seria apenas para satisfazer os desejos ridículos dos meus pais. Eu não queria isso.

— Então... era verdade ou não?

Ele deu um suspiro, e então virou-se para o meu lado, ficando de frente para mim. Senti que devia fazer o mesmo, e o encarei olho no olho.

— É claro que não. — Respondeu por fim. — Você foi a primeira pessoa que eu conheço que se deu ao trabalho de ir assistir um jogo meu. O primeiro que teve coragem de levantar a voz para os meus pais. E...

— E...?

Continua falando vai... eu quero ouvir...

Ele parecia desconcertado, como se não soubesse o que fazer ou o que dizer.

— Acho que não tem como eu te explicar em palavras. — Ele me disse.

— Então como? — Eu só queria saber... Me fala o que você sente, Jungkook. Por favor.

— Bom... Naquela noite, eu prometi que só iria encostar em você se você permitisse.

— Você pode. — Nem pensei duas vezes.

— É isso...

Foi estranho. O que aconteceu em seguida pareceu acontecer em câmera lenta e rápido ao mesmo tempo. Jungkook segurou minha nuca, trazendo-me para ainda mais perto. Meu corpo foi ao encontro do dele, assim como nossos rostos. Involuntariamente, levei minhas mãos até seus ombros. E quando me dei conta, nossos lábios já tinham se encontrado novamente. Mas dessa vez, aquele encontro durou bem mais. Senti sua língua pedindo passagem, e cedi. Deixei de raciocinar, e me entreguei àquele momento. Me entreguei aos braços dele. Apenas aproveitei o nosso primeiro beijo.

De uma coisa tenho certeza, aquela foi a melhor resposta que eu poderia ter.