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História Jogada D.R.A.R.R.Y - But, damn, we try


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 36 - But, damn, we try


 

36 - But, damn, we try

Harry Pov

Suspirei completamente forçado pela milésima vez, dando uma olhadinha de canto para Draco, que continuava sério sentado ao meu lado na grama, com o rosto concentrado em um livro que lia.

Merlin, como alguém podia gostar tanto de ler?!

— Draco... — Choraminguei de novo, vendo ele erguer o rosto para mim, arqueando o cenho — Não seja mau!

— Harry... — Suspirou ao olhar para meu rosto — Eu não posso simplesmente te dar as respostas. Você precisa aprender para conseguir ir bem nas provas.

— Mas... Draco! É só dessa vez! Eu não estou com vontade de estudar agora.

— Harry, você fala isso todas as vezes. Nossos exames estão próximos. Você deveria estar se esforçando.

— Não estão próximos — Rebati me aproximando mais, deitando a cabeça no ombro dele, fazendo minha expressão mais doce, por saber que era exatamente o tipo de coisa que desarmava ele — Por favor?

— Harry, eu te dei todas as explicações possíveis. Eu tenho certeza que se pensar um pouco, vai conseguir fazer isso completamente.

— Eu também acho. Mas não quero pensar agora — Insisti, vendo ele revirar os olhos.

— Pare de ser manhoso comigo, você precisa terminar essa lista de exercícios — Falou ainda sério, com leve tom de advertência, mas eu já tinha percebido que era apenas fachada.

Ele tinha a ameaça de um sorriso brincando no canto do lábio, porque simplesmente não sabia resistir ao Harry manhoso.

— Draco — Voltei a choramingar, deitando a cabeça no ombro dele e não pude deixar de notar que era um momento bom.

Desde minha recente decisão de entrar no jogo dele com todo seu charme, eu não tinha me sentindo confortável para fazer nada.

Pensava se seria idiota, como Ron e Mione ficavam dizendo...

Mas naquele instante, foi totalmente impulsivo erguer a cabeça um pouco, deixando um beijo na lateral do rosto dele.

Vi que ele abriu um sorriso espontâneo, e me senti ainda mais incentivado, apoiando a mão no chão para repetir o ato diversas vezes, deixando muitos beijos singelos e carinhosos, espalhados por sua bochecha.

Um arrepio gostoso me percorreu quando senti ele passar o braço ao redor do meu corpo, em um abraço de lado, rindo vencido.

— Isso é um golpe muito baixo, Harry — Me avisou quando eu interrompi o momento, vendo-o focar os olhos azuis em mim.

— Por favor? — Insisti vendo ele revirar os olhos, se dando por vencido.

— Mas eu não vou dar as respostas — Avisou, fechando o livro, e antes que eu pudesse reclamar, ele se afastou.

Eu se quer estava preparado para aquilo, visto que ele se moveu muito rápido.

Passou para trás de mim, afastando as pernas uma para cada lado do meu corpo, e apoiou o queixo no meu ombro.

Droga.

Aquele tipo de abraço era meu abraço preferido com Draco, e definitivamente não iria ajudar em nada a estudar.

— Você não liga? — Não consegui conter quando ele passou os braços por debaixo dos meus para alcançar o pergaminho, e entortei o pescoço para olhar de canto para ele.

— De você ser trapaceiro?

— Não, Draco. De... ficar assim. Hã... em público, sabe? — Questionei curioso, porque embora não houvessem pessoas ao nosso redor naquele momento, ainda assim a qualquer instante alguém poderia decidir caminhar para aquele lado do castelo.

— Nós sempre ficamos assim em público. Não é novidade para ninguém depois de cinco anos — Me lembrou, e realmente era verdade.

No começo todos achavam estranha nossa amizade extremamente íntima e afetuosa, ainda mais por Draco ser muito arisco com as pessoas e odiar que ficassem o tocando.

Comigo era totalmente diferente, sempre com seus abraços, carinhos e toques.

Com o tempo, ninguém mais parecia curioso sobre o assunto.

— Mas é diferente agora — Insisti — A escola... Todo mundo sabe que eu sou gay.

Com o problema de Digorry, nossas interações publicas diminuíram muito após eu me assumir.

Mas agora que estávamos bem, era realmente normal para nós voltarmos ao que éramos antes, ou seja: Muito colados e carinhosos.

E eu sabia o quanto as pessoas poderiam ser maldosas, embora Draco jamais houvesse deixado chegar em mim qualquer notícia de alguém dizendo coisas ruins sobre nós.

Eu sabia, é claro, que existiam boatos. Existiam piadas.

Mas ele sempre quebrava os narizes dos responsáveis antes que qualquer coisa pudesse me magoar.

— E isso muda alguma coisa? — Questionou com visível confusão, e essa simples pergunta me desarmou inteiro.

Porque não.

Não mudava.

Embora houvessem meus sentimentos, e aquela coisa estranha que estávamos desenvolvendo um pelo outro...

Não mudava em nada a nossa amizade eu ser gay. Mesmo que não houvesse aquele clima pairando sobre nós... Mesmo que fossemos apenas amigos...

Não mudava. Não significava que eu, como um cara assumido, teria intenções ruins com qualquer colega que tivesse. Com qualquer amigo.

Eu ser gay não fazia de mim menos digno daqueles carinhos.

E embora soubesse tudo isso, era sempre um choque ver Draco agir daquela maneira tão despreocupada sobre o assunto.

— Você tem razão — Falei por fim, vendo ele sorrir.

— Isso também nunca vai mudar — Pontuou, e eu ri, mas me sentindo extremamente confortável.

Ainda sentia certo medo de como as coisas entre nós ficariam se algo desse errado, mas aqueles momentos que tínhamos me faziam ver que não era qualquer coisa que poderia abalar a jogada Drarry.

Me aconcheguei nos braços dele, extremamente satisfeito, ainda mais quando sua voz baixinha começou a me explicar a questão da lista, e a maneira mais fácil de resolvê-la.

Por várias horas ficamos daquela maneira, e mesmo após finalizarmos todos os exercícios, nenhum de nós fez menção de nos mover.

Apenas em silêncio, abraçados na grama, concentrados na respiração um do outro.

Eu adorava esses momentos em que sentia nossa intimidade tão livre, que nada precisava ser dito ou feito.

Embora me amedrontasse dar um passo adiante na nossa amizade, nada tirava da minha cabeça que eu e Draco faríamos um casal fantástico se viéssemos a ficar juntos de verdade.

— Você tem aquela reunião super chata com Madame Hooch para revisar as medidas de segurança do campo — Draco me avisou, e eu bocejei.

Tinha até me esquecido daquela reunião com as novas normas, que seriam passadas para todos os capitães.

Eu também estava ansioso para ver quem iria assumir o lugar de Cedrico como capitão e apanhador da Lufa-Lufa, afinal estávamos muito próximos de um novo jogo.

— Eu vou para o corujal ver se Edwiges já voltou com a minha carta — Me avisou e eu assenti — E depois a gente se encontra no salão comunal para você me contar sobre essas baboseiras de segurança.

— Segurança não é uma baboseira — Respondi apenas para dizer, vendo ele dar de ombros.

— E também precisamos analisar o novo capitão da Lufa-Lufa. Seja lá quem for esse perdedor.

Nos levantamos, rompendo o abraço quase de má vontade, e me alegrava ver o quanto ele também parecia descontente por não poder continuar daquela forma.

Embora eu não pudesse negar que sentia meu traseiro dormente de ficar sentado no chão por tanto tempo.

— Se apresse para não atrasar. Perdemos a noção do tempo.

— Uhum — Concordei jogando tudo dentro da mochila e me ergui, vendo ele fazer o mesmo.

E em um ato de espontaneidade, me aproximei, pousando a mão no ombro dele e me estiquei para deixar um ultimo beijo em seu rosto.

Mas é claro que Draco pareceu ficar surpreso, e a maneira como ele se virou fez o beijo cair certeiro na lateral do queixo dele... a poucos centímetros de seus lábios.

— Ah.... Hã… Obrigado. Pela ajuda – Contei completamente sem jeito, porque embora houvesse decidido entrar no jogo, eu realmente ficava tímido demais para tomar qualquer atitude ousada, e achava que os beijos na sua bochecha já soavam atirados até demais.

Mas Draco não teve qualquer reação negativa.

Apenas sorriu para mim, se inclinando para deixar um beijo sobre meus cabelos, segurando meu rosto entre as mãos como se fosse algo valioso.

Parecia achar graça da vergonha que eu sentia, porque eu sabia estar muito vermelho.

— O que eu não faço por você? — Rebateu me arrancando um risinho sem graça.

 — Hã... Eu...

—  É, você tem que ir —  Concordou sorrindo ao se inclinar para deixar um beijo muito suave sobre meu rosto.

Assenti, me apressando em caminhar para longe, mas ainda assim não contive o impulso de me virar para trás em algum momento, vendo ele parado no mesmo lugar que o deixei, parecendo distraído... Com os dedos deslizando pelo lugar onde eu havia lhe beijado, e o olhar preso no céu.

E ao ver essa cena tão doce dele parecendo feliz por aquilo... É claro que eu cai no chão ao tropeçar nos meus próprios pés desgovernados.

Bufei, me erguendo apressado, feliz por ele não demonstrar estar olhando para mim ou prestando atenção, e me ergui rapidamente para não perder a reunião.

Foi grande alívio chegar até lá e ver que tinham mais duas pessoas atrasadas.

Gina Weasley, a atual capitã da Grifinória havia chego com pontualidade, alguns minutos antes de mim, e estava conversando qualquer bobagem com Madame Hooch, e me cumprimentou com um sorriso.

Vez ou outra havíamos conversado por intermédio de Ron, e eu a achava uma garota muito legal.

Ele sempre conseguia ser engraçada, embora também muito inteligente.

E uma boa apanhadora, eu tinha que reconhecer.

— Ansiosa para ter seu irmão no time?

— Ah... Ele não é ruim — Contou dando de ombros — Um pouco desastrado, mas o treinamento especial de Draco Malfoy ajudou bastante.

— Ah, o treinamento ajudou como goleiro. Mas não ao emocional, pode apostar — Contei rindo, porque Ron adorava falar o quanto havia sido difícil lidar com Draco cheio de autoridade, mandão e ameaçador.

O loiro era realmente perigoso quando estava no comando, e essa era uma das razões para ele não ter sido escolhido capitão.

— É, Ron disse que ele é barra pesada as vezes.

— Eu não posso discordar.

— Mas Ron também disse que ele vira um cãozinho adestrado perto de você — Contou risonha, e eu não soube o que responder, um pouco envergonhado.

Ronald não devia sair falando aquelas coisas!

— Mas não é nada que ninguém já não tivesse percebido. Fico imaginando que tipo de monstro ele seria se não tivesse você para... você sabe, adestrar ele.

— Draco não é alguém ruim — Insisti, vendo ela dar de ombros.

— De qualquer forma... Não posso negar que ele parece um... ser humano. Digo... ultimamente, ele realmente está agindo como uma pessoa que não é maligna.

— É porque eu sou um ótimo adestrador — Pisquei para ela, que abafou um riso ao ver os dois capitães chegarem para a reunião.

E realmente foi algo demorado e entediante.

Enquanto fingia anotar as coisas que Madame Hooch dizia, fiz algumas observações sobre o novo capitão do time da Lufa-Lufa, Zacarias Smith.

Não parecia ser muito desafiador.

Tinha um ar meio sem graça, e completamente inerte.

Avoado, sem parecer prestar atenção nas instruções que eram dadas, com o olhar distante e perdido.

Quando a reunião acabou, eu apenas queria ir o mais rápido possível para o salão comunal, e me despedi de Gina com um curto aceno, apressando o passo para as masmorras.

Sabia que Draco deveria estar ansioso para saber sobre o capitão da Lufa-Lufa.

Me surpreendi quando, assim que entrei, Nott veio apressado até mim, com ar de alívio.

— O salvador da pátria chegou — Bradou alegre, e eu franzi o cenho.

— O que ele fez?

— Está de mau humor — Justificou indicando com a cabeça um canto, e eu vi Draco sentado sozinho no sofá dele.

Porque sim.

Ele tinha um sofá dele.

Quando chegamos para nosso primeiro ano, ele achou que o sofá mais afastado, no canto esquerdo do salão comunal era tão confortável, que seria o ‘seu lugar’.

Então Draco simplesmente passou a nomear aquele sofá como sua propriedade, e é claro que ninguém tinha coragem de chegar perto do móvel até mesmo na ausência dele.

Era afastado de todos, mas ainda assim ficava em uma posição onde Draco conseguia ver todo mundo, reforçando aquela sua pose soberana que ele se forçava a tomar dentro da sonserina.

Mas o que me chamava a atenção era o rosto dele totalmente franzido em mau humor.

— Ah, eu não tenho certeza se quero enfrentar a fúria dele agora — Ponderei, vendo Zabini erguer o rosto para mim, sentado em um sofá perto da lareira.

— Ele é sua responsabilidade, Potter — Me avisou, e eu arqueei o cenho — Você é a única pessoa que sabe fazer ele parar de... bem, ser ele!

— Ele ameaçou me tirar cinco pontos! E... eu só disse oi!

Uau.

Para ameaçar tirar pontos de alguém da própria casa, ele realmente não devia estar bem.

Os dois pareceram aliviados quando eu caminhei na direção do loiro emburrado, atravessando o salão até poder me sentar ao seu lado no sofá.

— Me enviaram aqui para conter um leão furioso.

— Eu não sou grifinório! — Resmungou irritado, revirando os olhos.

— Sabe, os leões existem antes da grifinória existir. Já ouviu falar nisso? Animais ferozes, assustadores, reis da selva... — Contei vendo ele suspirar.

Estiquei a mão, receoso, tocando o braço dele, que virou o rosto para mim, ainda contrariado.

— O que houve?

— Nada — Resmungou, e de perto eu pude perceber que Draco não estava bravo.

Ele estava chateado.

Soube reconhecer isso imediatamente em seu rosto franzido em desagrado, e na posição que ele estava, com braços cruzados diante do peito.

Suspirei, estendendo as mãos para fazê-lo descruzar os braços, e o loiro me olhou sem entender.

Não respondi nada para seu olhar, apenas levei os dedos até a gravata dele, afrouxando um pouco o nó, e ele entendeu o que eu faria quando puxei a almofada que estava atrás de mim, me afastando um pouco para colocá-la no colo.

Ele não precisou de convite maior para girar o corpo deitando no sofá com a cabeça aconchegada no meu colo.

Sorri minimamente, levando os dedos até sua gravata, afrouxando ainda mais, para que não ficasse desconfortável, vendo ele se ajeitar com as pernas jogadas para fora do estofado.

E por mais chateado que estivesse, eu vi a expressão dele ir se suavizando os poucos conforme eu deslizava meus dedos por seu rosto.

Era algo que eu fazia as vezes, que invariavelmente fazia ele se acalmar.

Deslizava os dedos bem devagar no rosto dele, contornando suas bochechas, o couro cabeludo, e por fim parando sobre suas sobrancelhas franzidas, fazendo um carinho singelo em formas de círculos que fazia a tensão dele ir se dissipando.

Sorri quando ele fechou os olhos, e seu rosto já não estava mais fechado em uma careta, e passei os dedos para seus cabelos, começando a acariciar os fios extremamente macios e brilhantes.

Não falei nada, apenas fiquei ali em silêncio, querendo rir quando vi Nott do outro lado erguer o polegar para mim em aprovação.

— Edwiges voltou — Draco falou, chamando minha atenção novamente — Eles não responderam.

Mordi o lábio inferior, sem saber ao certo como deveria agir diante disso.

Porque eu já esperava por aquilo.

Sempre esperava o pior dos Malfoys.

— Eu posso ficar...

— Não, Harry — Abriu os olhos, suspirando — Não quero que fique por minha causa. É sério. Eu estou feliz que tenha conseguido se aproximar da sua família... Contar as coisas para eles, se abrir... E sei que está morrendo de saudade.

— Eu sinto muito, Draco.

— Ah, está tudo bem. Eles... devem estar ocupados — Pontuou, parecendo se esforçar para dizer aquilo — Deve ser alguma viagem de negócios, ou coisa do tipo.

— Draco...

— Potter, porque parou com meus carinhos? — Me cortou, e eu sorri ao perceber que havia parado automaticamente de mexer os dedos no cabelo dele — Eu estou bem. É sério. Nem sei porque fiquei irritado.

— Porque estava morrendo de saudade de mim — Brinquei para descontrair, vendo ele rir e erguer os olhos na minha direção.

— Eu não posso negar — Rebateu, nos arrancando mais um risinho — Como é que você consegue sempre me fazer sentir bem, mesmo nos piores momentos?

— Eu sou um bom adestrador — Repeti o que havia dito mais cedo para Gina, e diante da confusão do loiro, narrei brevemente nossa conversa, vendo ele rir.

— Então eu sou um cachorro? É isso, Potter? —  Me cutucou em reprovação, me arrancando um riso.

— Eu diria que... você parece mais como um gato — Confessei, vendo ele se virar no meu colo, deitando de lado e me olhando com curiosidade.

— Um gato?

— É. Gato são charmosos. Independentes. São do tipo que não precisam de controle, fazem as próprias regras. Podem ser muito teimosos — Sorri ao lembrar do gato de Sirius, que adorava jogar coisas no chão apenas pelo prazer de ver tudo quebrado — E não importa que você seja o dono dele, e dê muito carinho e mimos... Ele sempre vai agir como se fosse o dono do universo, e todas as pessoas ao seu redor são apenas seus súditos.

— Ser um gato parece ótimo — Contou sorrindo de um jeito muito bonito, parecendo se sentir muito mais calmo — Mas... Embora sejam donos do universo... E frequentemente ignorem ou sejam chatos com seus donos... Ainda assim, é para o colo deles que correm — Murmurou ainda com os olhos fixos em mim, e isso me fez sorrir — Porque é sempre o melhor lugar do mundo.

Merlin, era alucinante as batidas do meu coração cada vez que ele fazia aquele tipo de declaração espontânea!

— Ah, mesmo que o dono tente se enganar, sabe que no fundo... O gato que é o dono. É ele quem traz toda a alegria, mesmo quando está sendo chato —  Belisquei de leve o nariz dele, que riu —  O gato que é tão adorável, mesmo quando está sendo malvado com as pessoas, simplesmente conquista o dono com suas travessuras. Embora realmente não devesse tirar pontos da própria casa por alguém que apenas disse oi.

— Eu não queria falar com ele —  Protestou e eu revirei os olhos.

— Era só dizer que não queria conversar — Insisti, vendo ele dar de ombros.

— Eu não estou mais irritado — Me informou — Ainda mais agora que você disse que eu sou seu dono — Reforçou, e eu me senti um pouco tímido.

Havia dito nas entrelinhas, sem esperar que ele fosse dize aquilo tão descaradamente.

— Você disse que o meu colo é o melhor lugar do mundo —  Rebati, vendo ele sorrir.

—  Eu estava sendo sincero —  Confessou, me arrancando um sorriso —  E... eu sei que é ridículo essa coisa de ser dono de alguém, ou de pertencer, e você não tem um dono ou proprietário... Mas...

—  Nós somos um do outro —  Falei, sem me conter, compreendendo onde ele queria chegar, e vi o loiro sorrir com a minha frase, parecendo muito feliz.

Aquele momento terno entre nós foi rompido quando senti que alguém me olhava, e ergui os olhos, vendo que duas garotas sentadas em um sofá afastado me encaravam com certo desgosto.

— O que foi? Estão te incomodando?

— Eu é que estou incomodando ela — Falei, sem deixar de perceber.

Vendo  Draco deitado no meu colo, ambas me encaravam com total desagrado.

— O que quer dizer?

— Elas dariam qualquer coisa para estar no meu lugar — Murmurei para ele, que riu.

— É claro que dariam. Eu sou Draco Malfoy.

— Lá vem você e seu ego enorme — Resmunguei, vendo ele rir — Fico pensando na quantidade de pessoas que fariam qualquer coisa para ter meus privilégios de melhor amigo.

Porque eu realmente era muito privilegiado com Draco por isso.

Mesmo com as garotas que ele costumava sair, Draco nunca fui do tipo apegado.

Eu se quer havia visto ele beijar ou tocar em qualquer garota.

Sabia de seus encontros, mas ele era tão reservado sobre isso, que nunca deixava ninguém perceber com quem, onde e porque.

Ele também odiava pessoas grudentas. Odiava principalmente que tocassem em seu cabelo.

Draco tinha os fios mais macios, bonitos, brilhantes e cheirosos que existiam, e simplesmente odiava que qualquer pessoa tentasse tocar neles.

Qualquer pessoa que não fosse eu, é claro.

Eu tinha liberdade total com Draco. Sempre.

Ele nunca teve ou impôs limites em nossa amizade, sobre os carinhos, sobre os toques e a intimidade entre nós.

Eu gostava disso.

Não apenas pelo lado do Harry apaixonado.

Mas gostava pela maneira como nossa amizade era linda.

Com a cumplicidade, a gentileza, a doçura e a confiança que existia nela, em sua forma mais pura.

— Você não tem privilégios porque é meu melhor amigo. Você tem privilégios porque é o Harry. Mesmo que não fossemos amigos, ninguém nunca poderia estar aqui, porque é seu lugar — Deu de ombros, e isso me arrancou um sorriso muito bobo e sem controle.

Ele se quer parecia ter noção do que fazia comigo!

— Harry Potter deveria ser nomeado o rei de Hogwarts por domar a fera terrível e ameaçadora que assola nosso pobre salão comunal — Nott pareceu perceber que agora era seguro provocar, e apenas pelo seu jeito debochado, eu decidi que agora ele merecia lidar com a fúria de Draco.

— Faça as honras — Sussurrei para o loiro, que bocejou enquanto puxava a varinha do uniforme, e fez um gesto muito rápido e ágil, lançando um rictumsempra que fez o menino se contorcer enquanto começava a rir.

Sorrimos um para o outro, cheios de cumplicidade e carinho, dentro de nossa amizade forte e inabalável, e foi quando eu decidi.

Não iria mais ter medo.

Se aquele era o meu lugar, e apenas eu poderia ocupá-lo...

Eu iria tomá-lo.


Notas Finais


Olha, vou confessar que a fic vai ficar cada vez mais fofinha e doce. Vocês que lutem contra a diabetes tipo Drarry ok?
Tem tanta coisa ainda para acontecer! Estou mega ansiosa! Eu realmente sinto muito por não estar postando com a frequeência que gostaria. Estou escrevendo apenas um pouquinho por dia para não complicar minha tendinite. Obrigado a todos pelo carinho, e pela compreensão. Vocês são os melhores e moram no meu coração, okay?!
Até o próximo!
PS: Gente, eu acho que hoje JD vai alcançar DOIS MIL comentários. Vocês também estão achando?! kkkkkk


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