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História Jogos - Quinzième


Escrita por: Entrophya_

Notas do Autor


Hey panquecas :3
Muito obrigada pelos comentários e favoritos :3
To atrasada né, é que ontem de tarde eu não consegui entrar no site, tava dando Error 524.
Enfim, voltei e tem um caps bem grandinho pra vocês... Mas na minha humilde opinião não dos melhores não :/
Até por que ele ia ser maior. Vocês vão entender hehe
Sem músiquinha hoje que sei lá... Deixo livre pra vocês decidirem.
Ignorem os erros e boa leitura *-*

Capítulo 16 - Quinzième


Fanfic / Fanfiction Jogos - Quinzième

 

~*~ Seis anos atrás ~*~

O vento soprava com força contra as árvores, os trovões soavam alto e a fina garoa já havia começado a cair. Tudo que a jovem tinha para lhe proteger dos males era sua grossa capa vermelha, que ia um pouco abaixo dos joelhos. Não que o frio fosse o que mais a incomodava, e sim a dor nas pernas de tanto correr e a ardência no peito por aspirar rápidas e grandes quantidades do ar extremamente gélido daquela noite de outono.

Olhou para trás tentando verificar se a figura que a perseguia ainda estava em seu encalço, sim, lá estava o homem alto, que usava um sobretudo marrom e uma máscara típica dos médicos da Peste Negra. Ele a perseguia desde que ela saíra da festa a fantasia, no começo ela de nada desconfiou, mas em determinado momento, enquanto andava tranquilamente ele chegou perto o bastante para que ela sentisse o cheiro forte de bebida e suas mãos encobertas por luvas de couro marrom, com uma costura grossa e desordenada, roçassem em seus braços nus, quase os marcando. A garota se pós a correr, tentaria despistar seu estranho perseguidor e se fosse preciso transformar-se-ia.

Mas agora já estava cansada, a cesta de Taboa a muito fora largada para trás e a garota já fraca pensou em desistir de fugir, depois de ver que não teria como se esconder ou se transformar sem se revelar ao homem da máscara. Com um movimento rápido, que quase fez o capuz vermelho carmim cair de seus cabelos negros, ela virou-se para trás a fim de verificar mais uma vez se ainda era perseguida.

Assim que seus olhos focalizaram no escuro da noite…

~*~*~*~

“… Sussurrou um pedido de desculpas quase inaudível sobre os lábios dela e finalmente ele cessou a já pouca distância entre eles, sentindo enfim o sabor dela, finalmente como ele mesmo. Demorou um pouco para que ela correspondesse, mas no final ela fechou os olhos e levou cautelosamente as mãos aos cabelos loiros dele. Os dois ficaram ali, sozinhos no meio da praça pincelada de marrom, vermelho, laranja e amarelo, naquele “primeiro beijo”.”

Ficaram ali por alguns minutos, num beijo tão doce e suave que parecia que os lábios quase não se tocavam e a azulada não teria como saber que eram os mesmos lábios desejosos e cálidos que ela beijou na noite anterior. Quando o beijo acabou Adrien continuou com as mãos segurando de leve a cintura dela, encostou suas testas e ela sem nem saber como encará-lo continuou com os olhos fechados e as mãos nos cabelos macios.

Mas em algum momento, foi preciso voltar a realidade. O som alto do vento soprando por entre os galhos nus das árvores despertou os dois e eles se separaram corados.

— Desculpa Mari eu… eu não sei o que… — Falou coçando a nuca sem saber como explicar para ela o que tinha acabado de fazer.

— Tudo bem, deixa isso pra lá. — Rspondeu confusa, mas, no fundo, ela apenas não queria ouvir uma desculpa esfarrapada.

O loiro a surpreendeu novamente pegando em sua mão e começando a guiá-la até sua casa. Eles não se encaravam, nem uma palavra era trocada entre os dois, mas isso não causou um silêncio desconfortável, na verdade o clima era ameno. Estavam quase na metade do bosque que ficava dentro da praça quando mais uma rajada de vento gelado fez Marinette estremecer e se condenar internamente pensando que devia ter pego uma blusa mais quente. Foi então que ela sentiu o calor da mão de seu acompanhante deixar a sua, olhou para ele e o viu tirando o, elegante e provavelmente caro, casaco cinza escuro. Ele usava uma blusa preta lisa de mangas compridas por debaixo do casaco que agora estava sendo estendido para ela.

— Não, você vai ficar com frio e… — Parou de falar quando, com um sorriso de canto muito familiar, Adrien colocou o casaco sobre os ombros dela.

— Vou ter que vestir ele em você? — Perguntou provocante ainda com aquele sorriso, corada e forçando a mente para lembrar de onde aquilo lhe eraconhecido ela terminou de vestir o casaco.

Tinha um cheiro amadeirado e aconchegante, o perfume do garoto, sem se dar conta fechou os olhos e se afundou dentro da vestimenta para aproveitar mais do cheiro, que estranhamente também era familiar. Adrien observou a cena extremamente fofa e em mais um impulso, passou um dos braços pelos ombros da azulada para terminar o caminho. Mari achou aquilo tudo estranho, confuso e mesmo assim continuou sem falar nada, como se seu corpo contrariasse sua mente e a fizesse sentir que aquilo também lhe era conhecido e certo. Então ela simplesmente permitiu que ele a guiasse e deixou sua mente vagar pelo cheiro delicioso do casaco dele.

~*~

Depois de muito tempo trabalhando, enfim, Marinette estava terminando de costurar sua roupa, já era por volta das oito da noite quando ela ouviu três batidas em uma das janelas de seu quarto. Guardou todas as coisas rapidamente e foi abrir a janela para seu gatinho. Com o sentimento de culpa ela contou a Chat sobre o beijo na praça, e também do rápido selinho praticamente roubado que Adrien deu nela assim que a deixou na porta da padaria.

O felino ouviu tudo o que a garota dizia resistindo a vontade de contar a verdade a ela e dizer que quem ela havia beijado era ele, que era ele quem tinha ficado todo o caminho até em casa aproveitando o cheiro que ela deixara em sua roupa. Mas sabia que não podia, que seria perigoso demais. Consolou e confortou a azulada da melhor maneira que pode, logo estavam rindo de uma bobagem qualquer como se existissem apenas eles dois no mundo e assim continuaria para sempre.

Chat roubou-lhe um beijo, suave como o de mais cedo, entretanto, assim como sempre acontecia quando vestia o traje do herói, talvez fossem os instintos de gato, mas ele intensificou o beijo. Como se o universo lhe pregasse uma peça em vez de sentir-se insegura e confusa com os acontecimentos do dia, foi como se ela sentisse ainda mais segurança com toda a estranha familiaridade daqueles toques e dessa vez eles chegaram um pouco mais longe.

~*~

No domingo de manhã Marinette terminou sua fantasia e vestiu-se para ver se estava tudo no lugar. Observou sua imagem no espelho com satisfação e orgulho de seu trabalho recebendo elogios da pequena Kwami de joaninha que havia ajudado na escolha do personagem.

— Você. Está. Simplesmente. Incrível. Mari! — A azulada deu um pulinho pelo susto e virou-se para a amiga que a observava com os olhos brilhando.

— Por Deus Alya, quase me matou do coração! —  Falou repreendendo a amiga que usava suas roupas habituais, exceto pelo moletom branco fechado.

— Sempre exagerada… Mari, você precisa ir comigo hoje no centro comprar uma fantasia. A minha rasgou… — Fingiu um choro enquanto a azulada trocava de roupa.

Marinette colocou uma roupa simples, porém mais quente que a do dia anterior e elas foram para o centro fofocando sobre garotos, o dia seguinte e qual fantasia Alya ia comprar. Foram em quase todas as lojas de fantasias do centro e só encontravam as que ninguém quis, afinal, já estava “em cima da hora” para arranjar uma fantasia.

Enfim, em uma loja um pouco afastada do centro, encontraram uma perfeita fantasia de Hermione Granger do Harry Potter. Finalmente satisfeita com a roupa e ambas já famintas por ser quase duas horas da tarde Alya e Marinette decidiram almoçar no centro mesmo.

Estavam comendo um lanche quando ouviram gritos e a azulada viu pessoas correndo do lado de fora da lanchonete. Como sempre Alya correu para poder filmar Ladybug por isso Mari nem precisou de uma desculpa para deixar seu lanche, que ainda estava na metade, e ir procurar um lugar reservado para se transformar. Os banheiros do lugar estavam todos ocupados, então ela foi para rua e se enfiou no primeiro beco que achou.

Antes que pudesse chamar Tikki e se transformar Adrien entrou no mesmo beco que ela. Eles trocaram olhares desconfiados, confusos e envergonhados mas antes que qualquer palavra fosse trocada entre eles ouviram mais gritos e a azulada correu, ignorando os gritos do loiro, para se transformar em outro lugar. Enfim pronta fez o caminho contrário do das pessoas que corriam assustadas e deu de cara com Chat Noir escorado em seu bastão conversando com uma bruxa muito parecida à Bruxa Má do Oeste, de O Mágico de Oz.

Depois de m1uito trabalho e um Chat que virou literalmente um gato preto leal à bruxa, Ladybug capturou o chapéu preto e pontudo onde se encontrava o akuma. Fez tudo voltar ao normal, inclusive o parceiro de batalhas e foi ajudar a garota de uns 13 anos que tinha sido proibida pelos pais de ir na festa do prefeito. Voltou ao normal num beco perto de sua casa, sabendo que não valia a pena voltar para a lanchonete em que estava com Alya antes de toda a confusão. Colocou um pé fora do local e logo foi puxada novamente para dentro por uma mão trajada de couro.

— Eu vi você perto de onde tudo aconteceu, você está bem? Aconteceu alguma coisa com você? —  O gato perguntou quase desesperado, com a preocupação transparecendo pelos olhos.

— Tudo certo, nem um arranhão, — a azulada respondeu rindo um pouco pelo afobamento do garoto. — Eu tava com a Alya, quando ela saiu tentei ir atrás dela mas acabei desistindo.

Ele a abraçou com força, pensando que daquela vez, poderia ter sido ele a machucá-la. Beijaram-se de maneira apaixonada e Chat segurou o rosto dela com ambas as mãos.

— Toda vez que acontecer algo assim, corra. Por favor Mari, eu nem sei o que faria se você se machucasse… Você se tornou uma parte muito importante da minha vida, ok? — Falou suspirando e colocando uma mecha de cabelo dela atrás da orelha. — Volto mais tarde para te ver, então, deixe a janela aberta.

Trocaram mais um beijo apaixonado e o felino foi embora, deixando uma garota cada vez mais apaixonada e segura de seus sentimentos.

~*~

Já era bem tarde da noite, Chat ainda não havia aparecido e a janela continuava aberta. Marinette estava enrolada em um cobertor, assistindo ao mais recente vídeo do Ladyblog. Chegou a uma parte tensa da batalha: Chat já estava sob o controle do akuma e para provar isso, a garota deu um beijo nele, mas, não qualquer beijo. Um beijo digno de Hollywood. Como estava transformada se controlou o máximo que pode para não deixar transparecer o incomodo e continuou a batalha, mas agora ela era apenas Marinette, e a irritação era bem visível em seu rosto.

— Me desculpe por isso. Não foi por querer, — Chat falou já atrás dela, escorando o queixo em sua cabeça, — Os seus beijos são os únicos que eu gosto.

— Tudo bem, dá pra ver que ela estava te controlando. — Apesar da fala, era notável seu ciúme. Ele virou a cadeira dela para que ficasse de frente para si e olhou no fundo de seus olhos.

— Marinette, eu sou completamente, apaixonado por você. Sou tão louco por você que se me pedisse eu iria até o fundo do Sena pegar algum cadeado de coração que caiu lá, — falou segurando o rosto dela como fez no beco. — A única certeza na minha vida é a de que eu te amo. Então você não precisa ter ciúmes nenhum.

Ela o olhou ainda boquiaberta, sabia que o gato podia ser romântico quando queria, mas aquelas palavras foram pronunciadas com tanto fervor e veracidade que ela nem soube como responder a altura, apenas o abraçou e ele retribuiu ao gesto. Depois da declaração dele eles prosseguiram com a noite como sempre faziam: assistiram o final do vídeo com os comentários convencidos e não tão engraçados do felino, falaram sobre a vida alheia, o fato maravilhoso de as aulas da segunda e da terça-feira terem sido canceladas graças à festa do prefeito e trocaram muitos beijos, cada vez mais profundos e apaixonados.

~*~

Por ter ido dormir quase quatro horas da manhã a azulada acordou bem tarde naquela fria segunda-feira. Arrumou o quarto, a casa, ajudou os pais na padaria e quando deu por si, já estava na hora de se arrumar para a festa. Devidamente trajada, esperou sua Kwami se esconder num dos bolsos de sua saia, pegou a cesta de Taboa que complementava o figurino e foi noite a fora rumo ao hotel Le Grand Paris.

A decoração do lugar era bem típica: muito preto, laranja e roxo. As lanternas de abóboras, muito bem trabalhadas, eram a maior fonte de iluminação do local, dando um ar sombrio. Havia uma grande mesa disposta no centro da sala onde estavam localizadas as comidas e bebidas, ali havia até mesmo um desses ponches típicos de festas americanas, o qual a azulada pensou ter sido ideia de Chloé.

Todos de sua sala estavam ali, também alguns alunos de outras salas do colégio, pessoas importantes e muitas, muitas pessoas famosas. Lá tinha também todo tipo de fantasias, pessoas com máscaras, figuras famosas de filmes e quase todas as mulheres com fantasias vulgares.

Enquanto procurava seus amigos pode ver Chloé, vestida de Ladybug com Sabrina como Chat Noir sempre a seguindo. Juleika vestida como uma bruxa estava conversando num canto com Rose que estava a verdadeira Cinderella e Nathanael trajado como o 10º Doutor (Doctor Who galera, amodoro). Os cumprimentou brevemente e continuou seu caminho no qual pode ver um Jagged Stone fantasiado de Capitão Jack Sparrow. Finalmente encontrou Alya e Nino, ela como a própria Hermione e ele que trocou os óculos de grau por óculos escuros “sem pernas” e de sobretudo preto sendo o que Mari reconheceu como o Morfeu de Matrix. Ambos olhavam abismados para alguma coisa do outro lado da sala e nem repararam quando a azulada apareceu na frente deles.

— Oi gente, tão olhando o que?

— Eai? — Nino falou sem desviar o olhar.

— Oi, estamos vendo a maior vadia da festa e eu estou tentando convencer o cabeção aqui a dar um jeito naquilo. — Alya falou irritada e apontou para o que tanto olhavam.

De primeira Mari só conseguiu ver uma Coelha da Playboy se jogando em cima do que parecia ser um Luke Skaywallker. Depois ela conseguiu distinguir que a coelhinha praticamente nua e que estava quase pendurada no rapaz era Lila, só então ela percebeu que o Jedi era ninguém menos que Adrien Agreste. Os olhares se encontraram e ele pareceu tão encantado com o que viu que deixou toda a postura de lado e empurrou Lila de uma vez por todas, indo em direção a azulada.

Ela estava com uma blusa preta colada ao corpo, que era ligada a uma saia curta de prega da mesma cor por um largo cinto vermelho. Usava meias 7/8 pretas sem renda e que pareciam ser de algum material grosso. Mas todo o visual estava meio encoberto pelo grande manto vermelho carmim preso na região do pescoço por um grande broche de prata. O capuz ainda cobria seus cabelos negro-azulados, que estavam soltos e batiam um pouco abaixo dos ombros, apenas para completar e não fugir a perfeição que ela sempre atingia, segurava com as duas mão uma cesta, coberta com um pano xadrez de preto e branco. A verdadeira Chapeuzinho Vermelho. Adrien foi até ela com os olhos brilhando e antes mesmo de um olá ele retirou o capuz dos cabelos dela.

— Você está simplesmente fantástica! — Falou ainda segurando o tecido cor de sangue.

— Obrigada Adrien, você está muito bem, também. — Respondeu com a face corada e sem nem ligar para os olhares assassinos que recebia de várias garotas.

A festa foi passando e em nenhum momento Adrien saiu do lado da garota, sempre a olhando, falando com ela e resistindo ao impulso de abraçá-la. A única coisa que nenhum dos quatro amigos percebeu foi a figura estranha, vestida de maneira bizarra e com a cabeça já cheia de álcool que não desviou os olhos de Marinette desde o momento em que ela passou pela porta.

Em determinado momento da festa, já cansadas de terem sido ignoradas pelo loiro, Chloé e Lila tentaram aprontar uma para cima da azulada. Combinaram de uma segurar a garota perto da grande mesa que ficava no centro do salão enquanto a outra ia jogar o ponche todo em cima dela, a humilhando e obrigando-a a ir embora. A hora esperada pelas duas finalmente chegou, Mari e Adrien tinham ido a mesa pegar algo para comer e beber, estavam conversando animadamente sobre alguma música enquanto Adrien enchia seus copos.

Num átimo Lila tentou agarrar a azulada mas ela, com os bons reflexos de heroína, conseguiu desviar e o líquido que já havia sido jogado pela outra garota caiu todo em cima da própria Lila. Chloé saiu batendo os pés e Lila direcionou sua raiva para Marinette. Que tinha parado nos braços de Adrien quando impulsionou o corpo para frente. A garota vestida de coelho até pensou em brigar com a chapeuzinho, mas não compensaria fazer isso na frente de quem ela queria impressionar, então ela foi embora tramando alguma coisa para fazer com Marinette no futuro.

~*~

Já era mais de uma hora da madrugada e Mari estava se despedindo de seus amigos. Adrien insistiu para levá-la até em casa, mas ela negou, queria que ele aproveitasse toda a festa, então, tudo o que ele conseguiu foi acompanhá-la até a porta do hotel. Terminaram mais uma conversa que foi iniciada durante o percurso e ela se despediu de maneira simples. Mas ele tinha outros planos, tão súbito quanto o que fez na praça ele a segurou pela cintura e juntou seus lábios. Fazendo o que quis fazer desde que ela chegou na festa.

Esse foi um beijo mais profundo, com ele a apertando contra si e ela se deixando levar com a sensação de familiaridade novamente ali. Terminaram o beijo ofegantes, e antes que ela respirasse direito ele juntou novamente seus lábios, ainda mais faminto que da primeira vez. Se separaram e ela o olhou confusa, mais que no primeiro beijo deles. Sentindo-se culpado ele olhou para baixo e apenas esperou que ela falasse alguma coisa, até que ouviu os passos leves ficando mais distantes.

Passou triste pela porta quase esbarrando com alguém que saia apressado, mas como ainda olhava para o chão pensando em como tinha sido impulsivo e talvez até safado de mais, nem percebeu que era a mesma figura bizarra que os perseguiu com o olhar por toda a noite. Estava quase chegando a porta do salão quando tomou a decisão de ir atrás da azulada, talvez a alcançasse no caminho se fosse como Chat. E era isso que faria.

~*~

Marinette caminhava bem tranquila na volta para sua casa apesar de as ruas estarem completamente vazias. Segurava a cesta tradicionalmente à frente do corpo com as duas mãos e cantarolando uma canção qualquer enquanto sua mente tentava achar uma solução para seu problema. Não é que o beijo de Adrien a tivesse confundido, e sim o que sentiu quando ele a beijou. Assim que ele selou suas bocas ela sentiu como se fosse Chat Noir ali, como se todas as mínimas sensações fossem iguais às de quando Chat a tocava. Ela queria que fosse ele ali, a beijando daquele jeito.

E ela ia assim, tão distraída que demorou a perceber que alguém estava acompanhando seus passos. Olhou para trás de maneira discreta e não viu nada, continuou seu caminho sem se amedrontar. Algum tempo depois teve a mesma sensação, se virou para trás e viu o que parecia ser um homem, a pessoa usava uma capa que ia até o chão de um material que parecia ser couro e o rosto estava coberto por uma máscara típica da época da peste negra, também marrom e realmente assustadora na pouca luminosidade da rua deserta. Quando virou-se a figura estranha não parou de andar, continuou andando como se ela fosse insignificante, Marinette deu de ombros e voltou a caminhar. Era Halloween, devia ser apenas um cidadão comum voltando para sua casa.

Estava chegando na praça quando o clima ficou ainda mais frio e começou a relampejar, fazendo a noite escura ter sinistros momentos de um clarão azulado. Entrou no bosque e percebeu que seus passos não eram os únicos a quebrar galhos e esmagar as folhas secas, continuou mais um pouco até sentir uma presença muito próxima de suas costas. Parou de súbito e virou-se, arregalou os olhos, estava sozinha no meio do bosque e sem ninguém para ajudá-la, mas a estranha figura mascarada estava lá e perto o suficiente para que ela sentisse o cheiro forte de álcool.

Paralisou por um momento, realmente assustada enquanto a ponta da máscara chegava a tocar sua testa. Sentiu as mãos grandes cobertas por luvas de couro, que pareciam ter sido costuradas com uma linha grossa, se infiltrarem por dentro do manto vermelho e irem em direção a seus braços. Despertou do transe e deu dois passos desordenados para trás quase tropeçando, mesmo assim pode sentir a costura roçar com força contra seus braços. Mais uma vez o ser estranho levantou as mãos em sua direção.

O vento soprava com força contra as árvores, os trovões soavam alto e a fina garoa já havia começado a cair. Tudo que a jovem tinha para lhe proteger dos males era sua grossa capa vermelha, que ia um pouco abaixo dos joelhos. Não que o frio fosse o que mais a incomodava, e sim a dor nas pernas de tanto correr e a ardência no peito por aspirar rápidas e grandes quantidades do ar extremamente gélido daquela noite de outono.

Olhou para trás tentando verificar se a figura que a perseguia ainda estava em seu encalço, sim, lá estava o homem alto ainda correndo rápido atrás dela. Pensou em se transformar, mas ele descobriria sua identidade e Deus sabe como isso seria ruim. As botas de couro preto e cano baixo que ela usava tinham um pequeno salto, o que dificultava ainda mais a corrida pelo caminho desordenado e cheio de grandes raízes que chegavam a saltar do chão, com isso por diversas vezes ela quase caiu.

Mas agora já estava cansada, a cesta de Taboa a muito fora largada para trás e a garota já fraca, pensou em desistir de fugir depois de ver que não teria como se esconder ou se transformar sem se revelar ao homem da máscara. Com um movimento rápido, que quase fez o capuz vermelho carmim cair de seus cabelos negros, ela virou-se para trás a fim de verificar mais uma vez se ainda era perseguida.

Assim que seus olhos focalizaram no escuro da noite se chocou, ele não estava mais lá, não havia nada nem ninguém. Levantou o rosto para o céu sentindo a garoa que começava a engrossar cair sobre sua pele e respirou fundo tentando se acalmar, quando conseguiu recolocou o capuz na cabeça para aplacar o frio e voltou a andar pelo bosque.

Já estava quase saindo da parte do local onde as árvores eram fechadas quando sentiu uma mão trajada com um couro macio se fechar em volta de seu pulso e prensá-la contra um tronco. Depois do impacto teve medo de abrir o olhos, as mãos seguravam seus braços e outro corpo prendia o seu, sentiu uma respiração bater contra seu rosto, mas dessa vez o cheiro de bebida era pouco, quase nulo. Engoliu em seco tentando formular mais um de seus planos mirabolantes.

— Olha se não é a Chapeuzinho Vermelho. — Reconheceu a voz rouca e abriu os olhos para encarar as duas esmeraldas a sua frente.

— Chat, foi você que…

— Sim, — ele falou com um sorriso um tanto ameaçador nos lábios, — Não gosto de dividir uma presa.

— Presa? —  Sentiu sua voz sair trêmula enquanto observava o gato, os olhos verdes brilhavam mais que o normal e as pupilas estavam dilatadas; além de o sorriso diabolicamente malicioso que apenas aumentou ao ouvi-la gaguejar.

Juntou os lábios nos dela de maneira não muito delicada, logo pediu para aprofundar o beijo e ela aprovou seu pedido, se perdendo nas sensações que ele lhe proporcionava. Ele estava mais feroz naquela noite, parecia até necessitado, e ela também. Os hormônios, que não eram poucos aos 16 anos, já começavam a falar mais alto, e depois de tanto resistir, de tantos beijos desejosos e tantas juras de amor trocadas, aquela sensação conhecida de certeza sobre o que fazia. Por que não? Que motivo tinha para dizer não ao garoto que esqueceu uma grande heroína por uma garota normal?

E cada vez mais o beijo se aprofundava com as mãos dele agora segurando firme a cintura dela e ela o puxando pela gola do traje. Se separaram ofegantes e Chat abriu um sorriso satisfeito sabendo que a tinha feito se entregar. Beijaram-se novamente, mais desesperados ainda um pelo outro e ele com suas manias terminou o beijo mordendo o lábio inferior dela com certa força. Afastou o corpo do dela e a olhou com os olhos de um verdadeiro predador.

— Corra Chapeuzinho. — Falou com a voz rouca e uma vozinha no fundo da mente da azulada a mandou obedecer.

Ela voltou a correr, as passadas largas ignorando o protesto dolorido dos músculos das pernas. Tropeçou num galho uma vez, quase se machucou, mas levantou num pulo, tendo tempo apenas para ver o vulto preto se aproximar dela e voltou a correr. Mas dessa vez ela não corria para fugir de seu predador, corria para se encontrar com ele.

~*~

Tirou os sapatos antes de entrar em casa para não chamar atenção dos pais mas encontrou um bilhete na porta. Seus pais tinham saído para visitar um parente e provavelmente não voltariam naquela noite. Não pode deixar de pensar em como o universo parece armar algumas coisas, talvez isso acontecesse mesmo. Subiu para o segundo andar de seu quarto a passos rápidos e encontrou o gato já sentado na janela. Andou até ele, que a olhava sorridente enquanto descia da janela. Ele retirou o casaco vermelho, que estava molhado, dela e deixou o tecido cair até o chão.

— Veio correndo mesmo em. — Falou divertido a segurando forte pela cintura.

— Preferia que eu tivesse vindo bem devagar? —  Perguntou enquanto ele afastava os cabelos dela do pescoço para poder levar os lábios até lá.

— Eu adorei saber que também fica ansiosa para me ver, — sussurrou contra o pescoço dela a fazendo estremecer, mordeu o lóbulo da orelha dela. — Sabe o que eu quero, né?

— Sim, Chat eu também quero isso. — Falou escondendo o rosto no pescoço dele.

Ele a beijou, juntou os lábios nos dela de um jeito delicado e como já sabia, seu gesto foi retribuído. Ela colocou ambas as mãos no rosto dele, que pediu passagem com a língua, ela cedeu rapidamente e o beijo foi ficando cada vez mais profundo. Precisavam de ar, precisavam mas não queriam separar o beijo. Depois de mais de seis meses se encontrando quase todas as noites ela finalmente decidiu se render aos encantos do gato preto. Mesmo assim foi necessário, então ele desceu os beijos para o pescoço da azulada, virou-a para o outro lado e a fez andar para trás ainda com os lábios no pescoço dela. Pressionou o corpo quente contra o gelado da parede a fazendo estremecer, a puxou para seu colo e ela enlaçou as pernas em sua cintura firmando o abraço.

Beijavam-se com desejo, fios de cabelo enrolados entre os dedos e unhas cravadas contra pano e pele, ele caminhou a levando em passos curtos até tropeçar na cama. Tombaram ali sem se importar com a tontura resultante e retomaram os beijos. Cada vez mais desesperados, intensos e desejosos ficavam os beijos e os toques. Ela segurava firme nos cabelos dele e ele sem ter mais noção ou controle do que fazia subia a saia de pregas dela acariciando e sentindo a pele quente e macia com uma mão, enquanto o outro braço o sustentava sobre ela.

Logo a blusa preta foi para no chão e Chat desceu os beijos para os seios ainda cobertos com o sutiã também preto, sentou-se sobre o quadril dela para poder abrir o fecho frontal. Desceu os olhos da face corada até os seios redondos e rosados dela, tocou levemente um deles vendo a garota arfar e corar ainda mais. Abocanhou um sem se controlar mais enquanto a garota se remexia e o deixava fazer o que a muito desejava. Quando cansou-se daquilo desceu os beijos até a barriga, continuando enquanto tirava a saia que logo se juntou a blusa em algum lugar no chão.

Deslizou a calcinha macia e básica pelas pernas brancas sem tirar os olhos dos dela e distribuiu beijos pelo corpo macio até voltar aos lábios rosados. Ela surpreendeu-o o puxando pelo guiso e começando a abrir a roupa dele, que a ajudou retirando todo o couro preto de seu corpo. Voltaram e se beijar, a garota sentiu algo roçar sua intimidade e então Chat juntou seus corpos devagar. Marinette o abraçou e soltou um gemido baixo.

Se olharam enquanto ele passava um braço pela cintura dela e ela enlaçava a dele com as pernas. Chat começou a se movimentar devagar, arrancando gemidos baixos de Marinette, mas não ficaram assim por muito tempo, logo ele aumentou a velocidade e a mente deles era apenas o prazer. Dos lábios deles saiam apenas os gemidos e alguns “eu te amo” ocasionais.

Eles chegaram ao ápice no mesmo momento, Chat caiu ao lado da azulada ofegante e a puxou para que ela dormisse com a cabeça sobre seu peito. Ficaram assim até as respirações normalizarem, com ela afagando o tórax do loiro enquanto ele fazia carinho nos cabelos dela.

— Eu realmente amo você. — Ele falou com o rosto escondido nos cabelos dela.

— Eu também amo você Chat. — Respondeu sorrindo. E naquele momento ele pensou em contar para ela quem era por detrás da máscara. Já sabia até como faria isso, só não contava com uma pequena surpresa que o destino estava planejando.



Notas Finais


Iai? Deu pro gasto?
Enfim... Até a próxima e tem mistério chegando por ai na história hueheu
Deixa eu correr pra faculdade gente, até a próxima e kissus de paçoca ^-^


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