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História Jogos - Vingt et unième


Escrita por: Entrophya_

Capítulo 22 - Vingt et unième


O casal sentado à minha frente, naquela pequena e afastada mesa de uma cafeteria desconhecida da cidade luz, me olhavam desconfiados e nostálgicos quanto ao repentino convite para um café. Principalmente após eu lhes falar que esperávamos mais uma pessoa e que a conversa em questão só começaria realmente após a chegada desta.

As batucadas nervosas das unhas da morena já estavam começando a incomodar. Pigarrei chamando assim a atenção e ambos.

— Então... — comecei. — E como estão os trabalhos de vocês? Nunca mais nos falamos.

— Ah! — Alya começou animada, ajeitando na cadeira e tirando o braço de Nino de sua volta. — Peguei um caso novo de investigação. Uma coisa extraordinária! Ruim e estranha, mas muito interessante...

— Você e esse seu caso. — Nino a cortou com a voz seca. — Não gosto de você se arriscando tanto nessa investigação, não há nenhuma outra pessoa no seu departamento, competente e curiosa o suficiente para assumir isso?

Olhei confuso para o casal que agora discutia sobre Alya não ser uma mocinha em perigo e o caso se tratar literalmente de “coisa de louco”.

— É... Pessoal... Do quê, exatamente, vocês estão falando?

Ambos me olharam, um emburrado e a outra animada.

— O departamento me colocou um caso novo, — começou um tanto eufórica, — estou investigando o caso de assaltos, assassinatos, enfim, uma série de acontecimentos estranhos, envolvendo paciente de um manicômio. — Ela abaixou a voz e conseqüentemente nos curvamos em sua direção. — Os pacientes tiveram alta poucas semanas antes, parecia que estavam completamente curados. O problema é que eles agiram de forma mais estranha que antes de serem internados, de uma forma que lembrava até os akumas combatidos por Ladybug e Chat Noir.

Levantei as sobrancelhas. Flashes do passado voavam pela minha mente.

— Todos estão preocupados no Departamento, por isso me colocaram no caso e ele está correndo quase que em sigilo. Não queremos assustar a  população.

— Sim. E aí eles colocam você correndo risco e indo atrás desses malucos bombados de tanto Gardenal, igualzinho na adolescência...

Me preocupei com Alya, não tanto quanto Nino, obviamente, mas me preocupei de verdade. Dessa vez não haviam heróis para salvar o dia e trazer tudo ao normal como se nada tivesse acontecido.

— Desculpem-me pelo atraso. Foi complicado despistar meu pai, Nathalie e Marinette. — Meu irmão já chegou falando, cortando um pouco o clima pesado que instaurou-se e todos voltaram à posição normal. — Então

Adrien como podem ajudá-lo?

— Seguinte... — comecei, arrumando a postura e pensando em como resumir toda a história. — Apesar de no começo eu realmente gostar da Filomena, nunca quis verdadeiramente me casar com ela. O problema é que ela fez uma chantagem, a família Bourgeis tem muitos contatos, inclusive na Inglaterra, e o reitor de Oxford é amigo intimo do pai de Filomena.

Percebi meus amigos com expressões conflitantes e meu irmão impassível, como sempre. Tomei um fôlego para continuar.

— Ela ameaçou acabar com a carreira da Marinette, e depois de tudo que ela passou, e deixou, para realizar seu sonho eu não poderia permitir isso. Depois da volta de Mari aconteceram coisas que aumentaram minha convicção para acabar com o casamento. Mas Filomena está grávida... Não que seja por isso, eu assumiria e cuidaria do filho mesmo separado dela! — Emendei logo, vendo Nino e Alya abrindo a boca para falar que não há a necessidade de casamento para se criar um filho.

— Mas quando fui falar com Filomena sobre isso ela me mostrou que tinha uma carta na manga. Tem uma carta do próprio reitor da faculdade  dizendo que está pronto para acabar com os documentos de Mari e sujar seu nome assim que receber o comando*.

— EU SABIA! — Alya gritou apontando o dedo para mim e atraindo a atenção de quase todos no café. — Sabia que você não gostava daquela loira aguada, piriguete, lambisgóia, filhote de wendigo siliconado misturado com vagante branco! — Continuou em um tom mais baixo. Nino concordava com a cabeça e Félix reprimiu uma risada.

— Então mano, que precisa mesmo de ajuda a gente percebeu. Mas, e o seu pai? Ele tem mais influência e dinheiro, não seria melhor pedir a ajuda dele?

— Em tese sim, — meu irmão começou, respondendo por mim. — Mas ele não deve se envolver com assuntos que podem entrar no âmbito criminal.

Principalmente que envolvam a própria advogada.

— Entendo... — Interveio Alya, com a mão no queixo, já bolando algum plano ao estilo Cebolinha. — No caso precisa de mim para te ajudar com  a parte investigativa e de Nino como apoio moral.

— Ei! Eu sou bem útil viu... Conheço muitas pessoas na Inglaterra que podem ajudar, também. — Meu “ex melhor amigo” falou com uma falsa angústia.

— Ótimo, temos três dias para resolver tudo e eu já viajo amanhã de manhã. Vou ver o que posso fazer por lá junto com minha noiva e os contatos de Nino. Alya vê o que acha por aqui e Adrien vai enrolando Filomena. Por favor, Adrien, você é um péssimo ator, não estrague tudo.

Eu nem respondi. Me despedi rapidamente dos meus amigos e deixei eles amadurecendo um plano enquanto eu ia visitar Chloé, ainda teria uma entrevista e uma sessão de fotos antes de visitar Filomena para ter notícias da gravidez.

Cheguei ao hospital e logo fui recebido pelo cheiro de álcool. Dirigi-me rapidamente ao andar de Chloé, sem nem mesmo me identificar no saguão, todos sabiam quem era Adrien Agreste.

A primeira figura humana não trajada de branco e familiar para mim estava cansadamente jogada em uma das cadeiras do corredor, a cabeça descansava na parede e parecia prestar atenção exagerada a cor da parede.

— André. — Cumprimentei e ele me olhou nos olhos, revelando as olheiras profundas de quem passou a noite em claro, preocupado com seu bem mais precioso.

— Olá Andrien... Filomena não aparece desde que você a levou para casa ontem.

— Ah... Não... Estou aqui por Chloé mesmo. — Cocei a nuca e olhei os vidros escuros do quarto. — Como ela está?

— Ela despertou, já. — Disse voltando a me olhar. — Mas não me deixaram vê-la, Harry disse que é melhor eu voltar amanhã de manhã, que ela acordou muito rápido e que deveria descansar. — Ele me olhou suplicante, como se eu pudesse mudar aquela situação.

— Desculpe André, não há nada que eu possa fazer, o senhor deveria voltar para o hotel e dormir um pouco, a Chloé vai precisar que o senhor esteja bem!

— Tem razão, — concordou com um suspiro, — ela e o bebê vão precisar de mim.

Ele se levantou, mas eu estava travado.

— Mas... que bebê? — Perguntei, completamente surpreso.

— Quando a trouxeram para o hospital descobriram que ela estava grávida já a cinco meses. Acredita que nem eu sabia disso!?

Levantei-me tão rápido que quase pulei da cadeira, minha cabeça girando.

— Com sua licença André, lembrei que tenho um compromisso urgente. — Expliquei já saindo do local, na minha cabeça o destino já era certo.








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