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História Jovem guerreiro - Intervenção


Escrita por: shotosolitario

Notas do Autor


Atrasada? Sim. Ja virou rotina por aqui. KSHSKSNAJ

Capítulo 69 - Intervenção


O som de pessoas chorando deixava Midoriya deprimido. Desde que chegou nas minas, encontrou uma cena triste e pesada. As minas desmoronaram, muitas pessoas foram mortas e a probabilidade de terem pessoas esperando por resgate era enorme.

O general foi convocado a vir, por estar perto e pelo fato de um dos seus amigos estar dentro da mina quando ela desabou. Yagi apareceu para confortar as pessoas, por fora sorria gentilmente, mas Midoriya conseguia ver sua preocupação no rosto pálido de alguém que não consegue dormir.

All Might falou com Midoriya brevemente, um pouco antes de correrem até as minas. O general expressou sua preocupação com a força física de Midoriya, disse que escreveria uma dieta seguida de exercícios mais tarde. No entanto, como aconteceu esse infeliz incidente, precisavam adiar para mais tarde. No início nem queria traze-lo junto, mas seria bom puxar pedras para aumentar sua resistência em trabalho pesado.

O ruim nisso, definitivamente, é o fato de encontrar corpos. Izuku achou dois durante esse pequeno período que ajudou, sequer consegue imaginar quando chegar mais ao fundo. Sempre que um corpo sai, alguém chora e grita. Os sons de choramingo deixavam o sensível Midoriya cada vez mais triste.

— Você se machucou? — Todoroki ofereceu uma caneca de água, preocupado.

— Não, eu só não gosto disso... — Midoriya aceitou a água, não escondeu os sentimentos de tristeza.

— Pensei que estivesse acostumado a ver corpos. — Um soldado, que ouvia de lado, deixou escapar. Mas se arrependeu na hora, Todoroki parecia pronto para matar alguém.

— Não dessa maneira. — Midoriya não se importou em explicar — Na guerra, você vai pronto para morrer. Caso não se defenda, quem morre é você. Agora, nas minas...

— Tudo bem, não precisa explicar. — Todoroki emitiu uma aura fria, parecia estar furioso com o comentário desnecessário do soldado — Eu também odeio isso. Então, deve ser especialmente difícil para alguém gentil como você.

— Por que estão parados? — Um dos supervisores gritou, ele não parecia ter medo do status de Shoto ou Izuku — Tem pessoas esperando por resgate, não fiquem de conversa!

— Desculpe, senhor. — Midoriya automaticamente virou e pegou outra enorme rocha, tirando com cuidado.

— Tem mais alguma coisa te incomodando? — Todoroki seguiu o exemplo e também pegou uma rocha, seus olhos nunca deixaram a expressão exausta de Izuku. Chegaram hoje de madrugada nas minas, Midoriya ainda nem começou a dieta de All Might, sua expressão abatida não encaixava com as circunstâncias.

— Na verdade... — Midoriya hesitou por um segundo — eu tenho pensado em Kacchan.

Todoroki tinha a ilusão de ser esfaqueado no peito. A sensação de sufocamento, pelo desespero, o pegou de surpresa. Kacchan. Essa pessoa nunca saia do caminho, não importa onde esteja. Aceitar que esse rival amoroso, se é que tem o direito de chama-lo assim, tem um lugar exclusivo no coração de Midoriya, é doloroso.

— O que aconteceu com ele? — Todoroki não tentou esconder seu mal-humor. Midoriya já sabia sobre seus sentimentos, qual a utilidade em atuar?

— Não sei, e é isso que me deixa tenso. — Midoriya continuou a falar, na verdade preferia desabafar com Tokoyami, infelizmente ele não pode vir junto — Kacchan parece sensato na superfície, mas quando esta zangado... nem eu consigo segura-lo! Depois desses rumores... nem preciso estar lá para ouvir sua risada fria e forte, como se fosse matar alguém.

— Tenho certeza que ele não vai fazer nada grande. — Todoroki tranquilizou com um pequeno sorriso — Bakugou sabe que você ficaria preocupado, então deve estar se contendo.

— Eu realmente quero acreditar nisso. — Midoriya sorriu de leve também, um pouco aliviado.

...

Armados, os guardas escoltaram o prisioneiro, Bakugou, para a praça pública. O palco já estava montado, o rei sentou no acento mais alto, um pouco abaixo dele, o padre. Do lado esquerdo, sentados elegantemente, os nobres. A direita, alguns sentados no chão, outros de pé, os plebeus.

No centro, uma passarela de ferro foi colocada, alguns ferreiros cuidavam da brasa estalando. O som em si já era intimidade, o público suava como se fossem eles a andar pelo fogo. Os ferreiros eram os únicos que estavam fazendo algo, o resto assistia a caminhada de Bakugou.

O jovem, que deveria estar assustado, sorria. As correntes, prendendo seus pés e mãos, não pareciam pesados, era como se o jovem as visse como joias; A postura ereta, recusando-se a curvar-se; os passos tranquilos, como se estivesse apenas de passagem; essa visão os chocou. Todos, incluindo o padre, ficaram genuinamente surpresos. Não parecia que a vida e morte seriam decididos, era quase como se um nobre convidado estivesse vindo tomar chá com eles.

— Esse é o Bakugou? — Os múrmuros começaram a surgir do público.

— Por que eu sinto que devo me curvar? — Outra pessoa murmurou — Que aura nobre!

— Bobagem! — outro repreendeu — Ele é apenas um escravo liberto.

— Certo, certo. — Outra pessoa concordou — Mas, vocês não sentem que ele parece não ter medo? É... como se o rei e os nobres fosse apenas formiga em seus olhos.

— Silêncio! — Alguém gritou assustado — Se ouvirem, seremos mortos!

A reação dos plebeus foi bem variada, alguns sorriam, outros preocupados, alguns apenas murmuravam coisas profanas, assim por diante. Os nobres, outro lado...

— Olhem para essa postura arrogante, esse ai deve ter apanhado pouco. — Um jovem murmurou desdenhoso.

— Ele é bonito, pena que não vale nem meu sapato. — Uma garota sorriu, elegante.

— Irmão mais velho, você acha que esse escravo vai cheirar como carne assada, ou como fezes? — Um jovem perguntou, sorrindo tímido.

— Fezes, certamente. — Respondeu o tal irmão, uma expressão de desdém em seu rosto.

Ouvindo os comentários dos nobres, que não faziam o menor esforço para esconder seu desagrado, Bakugou gargalhou. A risada foi interpretada como loucura, muitos dos plebeus recuaram alguns passos.

— Muito bem, meu povo. — O rei falou alto, todos ficaram automaticamente em silêncio — Hoje nos reunimos, plebeus e nobres, para assistir um dos julgamentos divinos. O jovem, diante de vocês, entrou em meu palácio somente para causar desordem, insultou seus superiores e recusou-se a curvar-se diante da coroa. Quando confrontado, apelou pela provação ao fogo. — O olhar do rei saiu da pessoas e fitou o homem de vestes sagradas — Padre, vá em frente.

— Majestade. — O padre ficou em pé, curvou-se e desceu da plataforma — As provações divinas é de conhecimento de todos, mas irei reafirmar aqui. Caso o jovem Katsuki passe pela provação, todo e qualquer pecado que tenha cometido será perdoado. — O público não expressou nada, estavam cientes disso. O padre, com uma expressão benevolente, caminhou até o acusado — Jovem Bakugou Katsuki, antes de ser julgado, existe algo que queira declarar?

— Sim. — Bakugou pronunciou, parado na frente da brasa quente, sorrindo com o queixo erguido — Dias atrás, ouvi músicas e rumores sobre Midoriya Izuku.

— Ei, ele não deveria estar falando suas últimas palavras? — Um plebeu questionou — O que a fera verde tem haver com o julgamento?

— Cale a boca! — O jovem de cabelos negros, Sero Hanta, exigiu com ódio.

— Sero... ele não era o cara que seria nosso comandante? — Um jovem de cabelos loiros perguntou, confuso.

— Ele deve ter um plano, um remédio talvez, que o ajude. Não é possível que vá morrer aqui. — Sero respondeu, não estava muito confiante.

— Esse jovem que vocês falam, é meu amigo mais íntimo. — Bakugou continuou — Quero deixar claro aqui, esse rei estúpido não sabe o que fala. — as correntes sacudiram, Bakugou apontou seu dedo para onde o rei estava — Esse velho, que deu origem a essas fofocas falsas, não conhece Midoriya. Mas, eu conheço! — a voz soou potente, como se estivesse com muita raiva do rei por espalhar mentiras — A fera verde que vocês falam, é o ser mais gentil que conheci em vida. Eu tenho certeza disso. Caso eu passe pela provação, quero que tenham em mente que eu, Bakugou Katsuki, estava certo. O rei é um idiota, e os rumores foram apenas distorcidos. Izuku Midoriya é inocente!

— Ele... chamou o rei de estúpido. — Um nobre murmurou, chocado.

— A fera verde foi alvo do rei? Por que? — Alguém questionou.

— Vossa majestade é mesmo aquilo que estavam comentando...? Sabe... o assassino da rainha?

— Você! — O rei levantou, furioso. Não conseguia entender em como tudo mudou tão rápido, agora parecia que era ele quem estava sendo julgado — Como ousa? Guardas, cortem a língua dele!

— Majestade... — O padre curvou-se de leve — durante o julgamento apenas Deus pode ditar seu destino.

— HOHOHOHO! — A risada escandalosa soou longe, a anciã dos sapos se aproximou com uma expressão alegre — Veja só, a primeira cena que vejo ao vir até aqui é essa! Um jovem forasteiro protegendo a dignidade do meu povo, e você, rei, ordenando que perdesse a língua por isso. Que interessante. Creio que minha estadia não será muito longa, já vi o suficiente, a chefe vai gostar muito de meu relatório.

O rei sentiu a dor de cabeça chegando. Todos resolveram fazer dele o foco? O julgamento é sobre Bakugou! Por que todos estão falando de Midoriya?! E pior, ligando isso a ele!

— Isso é...? — Momo murmurou para Jirou, confusa — O conselheiro Hawks não foi interceptar a chegada deles? O que aconteceu?

— Princesa, os informantes relataram que Hakamata não fez nenhum movimento. — Jirou lembrou, gentilmente.

— Oh. — Momo recuperou a postura, um sorriso elegante surgiu — Imaginei que ainda estivesse inconsciente, parece que me enganei.

— Senhora, por favor. — Hawks acompanhou a velha de perto — Majestade. — O conselheiro parecia muito confuso com a provação de fogo prestes a ser iniciada — Podemos cancelar isso? A representante da tribo dos sapos deseja uma audiência urgente.

— Podemos resolver isso aqui, se desejar. — A anciã desdenhou, olhando ao redor — Temos um grande público. Me diga, com qual direito você vendeu meu povo de escravo? E para uma arena? Patético! Que administração mais podre. Creio que esse garoto, prestes a andar na brasa, seja mais competente que você.

— Senhora! — Hawks tentou para-la, tenso. A anciã sapo era muito mais difícil de se convencer do que imaginado — Majestade, o povo sapo está irritado e ofendido, não fique com raiva.

— Eu não estou com raiva. — O rei, que parecia prestes a romper uma veia da testa, sorriu forçadamente — Creio que temos muitos assuntos a tratar com os selvagens. Mas, agora não é apropriado.

— O julgamento de Deus não pode ser interrompido. — O padre concordou.

— Olhe para isso. — A anciã passou pelas pessoas e foi até o padre — Um estrangeiro com roupas brancas. É isso que vocês chamam de pessoas santas? — A anciã respirou fundo — Sinto cheiro de mentira e hipocrisia.

— Pobre mulher herege. — O padre suspirou triste — Deus entende que vocês, selvagens, não tem educação e cultura. Na hora certa, se arrependa e o bom Deus perdoará seus pecados.

— Oh, oh. — A anciã segurou o peito com uma expressão dolorosa — Sinto a intervenção de deus. Ah, dói! Tanto poder! — As pessoas assistiam confusas, a expressão do padre se contorceu de leve, o homem se esforçou para conter a raiva — Ah, não. Eu me enganei, é só indigestão. — a senhora gargalhou alto — Parece que seu deus está ocupado demais fazendo jovens andarem na brasa. Que pena.

— SENHORA! — Hawks estava desesperado, a mulher simplesmente não ficava quieta! Desdenhava de tudo e todos — Por favor, vamos até o palácio, podemos resolver isso.

— Senhora sapo, — A voz sufocada do rei surgiu — você e seu povo será guiado até o palácio pelos guardas reais. — com um aceno vários homens armados surgiram — Depois de terminar esse assunto, a receberei e discutirei sobre o caso de Midoriya.

— Estrangeiro, está nos forçando? — Umas das escoltas da anciã perguntou, sua voz soou ameaçadora.

— Não! — Hawks respondeu com um sorriso, nervoso — É apenas que agora não é conveniente. Creio que a anciã pode aguardar um pouco, vamos falar sobre Midoriya quando a hora chegar.

— Não vou tornar as coisas difíceis. — a anciã olhou para Bakugou, acorrentado em frente a brasa — Estou aqui para evitar uma guerra, não começar uma. Mas, quero deixar aqui minha intervenção pelo jovem loiro. — A velha sorriu, queria apenas provocar o rei, não ligava se Bakugou morria ou não. Na verdade, nem sabia do que se tratava essa caminhada — Esse jovem falou pelo nosso povo, não ouse mata-lo por isso.

— Senhora... esse assunto é interno. — Hawks tentou remediar, era culpa dele todo esse barraco.

— Quando envolve Midoriya, é meu assunto. — A anciã disse convicta.

— Tudo bem. — O rei precisou recuar, essa velha era arrogante e dominadora — Caso o réu não passe pela provação, a sentença será exílio.

— Bom garoto. — A anciã sorriu, como se elogiasse um cão.

O público nem sabia se poderia ou não ouvir aquela conversa. Do começo ao fim, fingiram ser mudos e surdos. Alguns soltavam risadas vezes ou outras, mas se calavam por medo da morte. De alguma maneira, a provação pelo fogo virou um palco de batalha, e o personagem principal, Midoriya, estava ausente.

— Vamos, senhora. — Hawks suspirou, aliviado. Não sabia o que deveria fazer caso isso se arrastasse por mais tempo.

A anciã saiu com o povo sapo. A cena que anteriormente era nobre, tornou-se bagunçada com toda a discussão sobre o menino sapo, Midoriya. Bakugou percebeu que o foco nele havia retornado, o rei até se esqueceu da raiva anterior que sentiu por ele. As pessoas começaram a fofocar novamente. Agora o assunto girava em torno de Midoriya, parente da senhora que acabou de brigar com o rei, e amigo do jovem pestes a andar na brasa.

— A fera verde é parente daquela senhora? — Alguém perguntou — Acho que é dai que vem sua maldade. Todos os sapos são cruéis, né? Lembro de ouvir isso antes.

— O comandante Bakugou disse que a fera verde é uma vítima, será? Essa senhora me deixa com suspeitas.

— Não ouso pensar muito sobre. Caso Bakugou passe na provação, acreditarei nele, se não... bem...

— Que show. — O garoto loiro riu — Não entendi nem metade, mas nosso comandante está relacionado com figurões.

— É muito tarde para tirar meu nome do alistamento para a tropa dele? — Sero também riu, sentindo que seu julgamento anterior sobre Bakugou não estava errado. Esse homem será grande no futuro, se agarrar a ele trará muitos benefícios.

— Meus filhos, acalmem-se. — O padre chamou atenção do público, o rei estava muito absorto na própria raiva para falar — O julgamento continua, por favor, prestem atenção.

Bakugou, parado na frente da brasa, ficou aliviado. Quando a velha apareceu, sentiu raiva pela intromissão. Se o assunto fosse desviado, essa merda toda não faria sentido. O negócio aqui era, ganhar apoio do público, falar por Midoriya e sujar a imagem do rei. Que imaginaria que os resultados foram melhores ainda, a velha chegou, fez o rei de cachorro, falou em nome de Midoriya e, por fim, citou uma guerra. Depois de hoje, as pessoas vão comentar muito sobre isso, e sobre sua possível inocência.

Não existia uma forma de sumir com os rumores, a melhor maneira é plantar a semente da duvida. As pessoas, uma hora ou outra, vão perceber a grandiosidade da gentileza de Midoriya. O cenário anterior era péssimo, por mais que o garoto se esforce para limpar seu nome, tudo será interpretado como teatro. Mas, se existir a dúvida, Bakugou tem confiança o suficiente em Deku para saber que, com toda a certeza do mundo, ele vai conquistar o apoio e amor das pessoas. Um por um.

— Bakugou Katsuki, por favor, caminhe. — O padre falou quando as pessoas se acalmaram — Deus está de olho em você.

Com um sorriso no rosto, Bakugou não hesitou em erguer sua perna e pisar com os pés nus na brasa quente.


Notas Finais


Olha o barraco gente KKKKKKKKK
Anciã, motivo da ausência de Hawks, chegou como? PUTASSA.

Todo mundo falando do coitado do izu, e ele lá, sofrendo no canto dele.

Bakugou se sacrificando pelo midobaby, boiolinha suicida :c

Obrigada por ler, e pelos comentários anteriores. Amo vocês. ❤


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