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História Judge Me - I Saw This Necklace


Escrita por: writeoncim

Capítulo 40 - I Saw This Necklace


Fanfic / Fanfiction Judge Me - I Saw This Necklace

Um mês se passou depois daquele incidente desagradável com Keana, as provas contra Alexa não eram suficientes para lhe levar à prisão e estávamos de mãos atadas. Camila e eu abrimos processo contra a Sony Music e agora tudo o que tínhamos eram advogados, uma fé cega em Luiz e tempo de sobra.

Larry obviamente não gostou nada da notícia, ele havia acabado de me ligar para que eu fosse até seu escritório explicar as coisas, e era exatamente pra onde eu estava indo. Obviamente eu ainda não havia superado o que aconteceu à minha melhor amiga, mas felizmente após acertar as contas com Larry e com a Sony eu teria minhas tão sonhadas férias para descansar minha mente e meu corpo.

Estávamos no meio do caminho, Stressed Out do Twenty One Pilots preenchia nossos ouvidos e nossas almas enquanto eu focava meu olhar na estrada, e Camila na paisagem urbana que poderia ser vista através da janela de meu carro. Seu maxilar estava travado e sua perna balançava freneticamente durante todo o tempo, era gritante o quão nervosa ela estava. Olhei para ela por um milésimo de segundo e segurei sua mão com firmeza, tentando lhe passar o máximo de confiança possível.

Era compreensível tamanho medo que Camila sentia por ter que enfrentar tal situação pela primeira vez, seu maior sonho era seguir a carreira de cantora e nossa única esperança estava em um rapaz que eu já não conhecia mais há anos, estávamos praticamente entregando nossas vidas nas mãos de um desconhecido. Talvez a certeza de que ela estava comigo fosse suficiente para que eu permanecesse esperançosa e confiante, e eu esperava que minha presença também fosse suficiente para ela.

– Relaxa Camz, vai ficar tudo bem. – sorri fraco enquanto entrelaçava meus dedos aos dela –

– Será? – soltou uma pequena risada nasal – Só está acontecendo coisas ruins com nós duas ultimamente, adoraria saber quando teremos nossa paz.

– Em breve, garota cubana. – suspirei e estacionei meu veículo – Chegamos.

Descemos do automóvel, seguindo rapidamente até a sala de Larry, onde ele nos recebeu sentado em sua mesa como de costume enquanto bebia um cappuccino. Engoli seco ao notar sua expressão furiosa, olhei para sua frente e logo avistei o papel do processo que havia chegado para ele. Respirei fundo e segui ao lado de minha namorada até o homem, que se ajeitou em sua cadeira e franziu a testa, alternando o olhar entre a latina e eu.

– Sentem-se por favor. – disse, apontando para as duas cadeiras em frente à sua, e assim fizemos – Bom, provavelmente vocês sabem o que é esse papel, não sabem? – arrastou o mesmo até nós –

– Obviamente. – respondi séria –

– Posso saber o motivo dessa palhaçada, Jauregui? – exigiu irritado –

– Você deveria saber, Sr. Rudolph. – dessa vez minha namorada se pronunciou, lhe encarei surpresa e logo tive minha mão apertada por ela – É absurdamente lógico o fato de que nenhuma pessoa pública não se sente confortável tendo que fingir ser algo que não é.

– Vocês estão falando da sexualidade vocês? – gargalhou alto – Não acredito que estão recusando um contrato com a Sony Music por causa de um namoro patético que nem o de vocês.

– Chega, Larry! – levantei irritada e bati com as duas mãos em sua mesa, balançando todos os objetos que haviam em cima – Não tenho que ficar aqui e ouvir essas merdas que você fala, cansei! – recolhi meus pertences e agarrei a mão da cubana – Da próxima vez só lhe dirigirei a palavra no tribunal.

Saí furiosa e bati a porta de seu escritório com força, seguindo de volta para o meu carro. Respirei fundo e em seguida soquei o volante, gritando o mais alto que eu podia na tentativa frustrada de manter a calma. Camila acariciou minhas costas e jogou seus cabelos pra trás, se acomodando antes de eu finalmente dar partida. Seguimos o caminho em silêncio, que vez ou outra era quebrado por um suspiro meu ou dela.

Assim que chegamos à casa de Camila, seu pai me convidou para entrar um pouco e esfriar a cabeça, acabei aceitando já que me parecia uma boa ideia. Sentei em seu sofá ao lado de sua filha e o homem prontamente me trouxe um chocolate quente, já que fazia frio nessa tarde. Entregou outra xícara para a mais nova e sentou-se no outro sofá, ficando de frente para nós duas. Joguei minha cabeça para trás e senti meu pescoço estalar, eu estava mesmo precisando de descanso.

– E então, como foi com a Sony? – perguntou, quebrando o silêncio entre nós –

– Estressante, acho que essa palavra define bem. – respondi indiferente – Aquele homem é um imbecil.

– Calma, falta pouco pra vocês se livrarem dele e de toda essa situação desagradável – respondeu simpático, dando um gole em sua bebida – Ally ligou. – comentou com a menor –

– E o que ela disse? – Camila perguntou preocupada – Ela está bem?

– Ela está se recuperando aos poucos, falei mais com Jerry do que com ela. – disse com uma expressão triste – Ela já está comendo melhor mas continua sem sair de casa.

– Isso tudo é uma droga. – coloquei minha caneca em cima da mesa de centro – Só queria minha amiga de volta, ou que pelo menos a justiça fosse feita.

– Vai ser feita. – o grisalho segurou minha mão e sorriu – Lauren, posso lhe fazer uma proposta?

– Claro que sim. – arqueei uma sobrancelha e comecei a prestar atenção –

– Gostaria de vir morar aqui? Comigo e Camila? – perguntou animado – Digo, você deve estar se sentindo sozinha já que sua amiga infelizmente não mora mais com você, e Camila passa o dia só, já que trabalho a maior parte do tempo.

– Alejandro, não sei se isso é uma boa ideia... – cocei a nuca –

– Por favor, Lern. – ouço minha namorada pedir manhosa – Precisamos uma da outra mais do que nunca agora.

– Tudo bem. – suspirei – Me mudo pra cá amanhã.

– Que ótimo, com você aqui sei que minha filha estará segura e mais feliz. – sorriu para mim e se levantou com nossas canecas e xícaras em mãos –

Coloquei um de meus braços ao redor dos ombros da cubana e senti a mesma se acomodar em meu corpo. Respirei fundo e me perguntei se havia sido uma boa ideia aceitar a proposta de Alejandro, afinal de contas, a última coisa que eu queria era me sentir um fardo para ele. Mas realmente seria maravilhoso ter mais tempo com Camila, seu apoio emocional era mais que importante para mim com tudo o que estava acontecendo. Eu teria a certeza de que ela estava bem e, se necessário, usaria meus próprios seguranças para lhe proteger, e isso com certeza me deixaria mais tranquila. Talvez aceitar tivesse sido a coisa certa a se fazer, pra nós duas.

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– Cuidado com essa caixa, são onde estão meus objetos frágeis! – ouço a morena de olhos verdes gritar em minha direção –

– Sim senhora. – respondi divertida –

Estávamos retirando as caixas com os pertences de Lauren de dentro do caminhão de mudanças, eu não poderia estar mais feliz por tê-la comigo, morando na mesma casa que meu pai e eu. Com minha melhor amiga em depressão, meu pai trabalhando praticamente o dia todo e Lauren sentindo falta de Keana, não poderia haver um momento melhor para que tivéssemos uma à outra ao longo dos dias. Veronica e Lucy eram pessoas ocupadas, enquanto Dinah e Normani estavam noivas e não havia mais tempo além de organizar as coisas de seu casamento. Particularmente eu continuava achando que elas estavam apressando demais as coisas, mas o mais importante era a felicidade de minhas amigas, e pelo visto isso não faltava.

Assim que acabamos com as caixas, organizamos as coisas e, por fim, sentamos na nova cama que havia em meu quarto, que na verdade era a antiga cama de casal de Lauren. Passei a mão em minha testa e limpei todo o suor, respirando fundo para conseguir o máximo de ar possível, mudanças realmente eram cansativas.

Olhei ao redor e notei que haviamos esquecido uma caixa grande ao lado da mesa de meu computador. Levantei e peguei a mesma, trazendo-a até minha namorada antes de sentar novamente ao seu lado. Abri a mesma e vi que haviam muitas coisas aleatórias alí, desde roupas até brinquedos e objetos pessoais. Olhei para Lauren e vi a mais velha engolir seco antes de encarar o chão, deixando-me preocupada.

– Uh, acho que esquecemos essa. – comentei, observando seu maxilar travado –

– Não esquecemos. – respondeu seca – Essas são as antigas coisas da Keana.

– Oh. – exclamei aflita – Você quer que eu guarde essa caixa em algum lugar?

– Na verdade eu estava pensando em dar essas coisas pra sua amiga. – me olhou sugestiva –

– Pra Ally? – perguntei surpresa – Acho que isso não faria muito bem à ela.

– Não agora, digo, quando ela se recuperar de tudo. – levantou nervosa – Vou tomar um banho, você vem?

– Depois. – sorri sem graça – Posso dar uma olhada nessas coisas?

– À vontade.

Recolheu algumas roupas e uma toalha antes de me deixar sozinha no cômodo, encostando a porta atrás de si. Suspirei e comecei olhando algumas roupas, a maioria com estampas de bandas de rock ou desenhos da Fox. Coloquei algumas em cima de minha cama e continuei mexendo, achando o coelho de pelúcia que a Ally tinha dado pra garota no dia em que a loira mais velha lhe pediu em namoro, além de mais algumas pelúcias aparentemente antigas.

Tudo tinha o cheiro dela, e de alguma forma, tudo me fazia lembrar de algum momento que vivi com ela, mesmo Ally estando presente na maioria deles. Um mês já havia se passado, mas doía como se eu tivesse acabado de receber a notícia. Ver minha namorada cabisbaixa pelos cantos e minha melhor amiga tão abalada ao ponto de se quer sair de casa era completamente torturante, eu desejava de alguma forma tomar suas dores para mim só pra vê-las bem novamente.

Continuei a vasculhar a caixa e achei alguns livros, sendo um deles o "A Menina Que Roubava Livros", que eu havia lhe emprestado pouco depois de conhecê-la. Sorri para mim mesma e vi que o mesmo estava marcado algumas páginas depois da metade, ou seja, ela não acabara de ler. Senti minha garganta secar e meu coração apertar, coloquei o livro de lado e, quando menos esperei, encontrei seu colar no meio de todas aquelas coisas.

Observei bem o objeto para ter a certeza do que estava vendo, tendo a confirmação em seguida. Arregalei os olhos e me perguntei mentalmente se eu estava tendo alucinações ou não. Vi Lauren entrar em meu quarto vestida com uma camisa folgada de estampa aleatória e uma calcinha box branca, penteando seus cabelos enquanto me observava encarar aquele colar estaticamente. Arqueou uma sobrancelha e sentou-se ao meu lado, alternando o olhar entre mim e o objeto.

– Camila, você está bem? – perguntou confusa e preocupada –

– Lauren, onde você conseguiu esse colar? – perguntei nervosa –

– Esse colar era da Keana. – franziu o cenho – Estava nas coisas dela, por quê?

– Não é possível! – exclamei e comecei a andar de um lado para o outro pelo quarto – Você tem certeza que encontrou esse colar nas coisas dela?

– Tenho, por quê? – sua expressão era claramente confusa e nervosa – Fala, Camila!

– Eu tenho a certeza de que vi Keana usando isso antes de... – engoli seco e lhe encarei – Antes de ser enterrada.

– Espera, o quê?! – gritou – Não pode ser, eu encontrei dentro de uma das gavetas dela.

– Eu não estou ficando louca, eu tenho a certeza de que a vi usar esse colar no dia do enterro! – exclamei – Sabe o que isso significa?

– Que alguém desenterrou o corpo da Keana e, de alguma forma, invadiu minha casa.



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