História Julgando Pela Capa - Solangelo. - Encontro

POV Will.

Nós nos encaminhamos para o aeroporto no sábado de manhã, A viagem até o Havaí foi tranquila e cansativa, não consegui dormir no avião devido ao assento ser tão desconfortável. Eu tentei relaxar durante a viagem, mas meus pensamentos estavam a mil por hora.

Quando o avião finalmente pousa, minha mãe e eu aguardamos até todos descerem do avião, sempre fazíamos isso para evitar toda a confusão dos passageiros querendo sair todos de uma vez.

Somos os últimos a sair do avião, minha mãe parece ansiosa para encontrar meu pai, ele insistiu em vir nos buscar no aeroporto mesmo minha mãe dizendo a ele que não precisava, que não era necessário, que poderíamos pegar um taxi e blá, blá, blá, no fim meu pai a convenceu sendo todo romântico e paternal dizendo que não via a hora de nos encontrar e por isso queria nos aguardar no aeroporto:

— Mãe, você pode ir na frente encontrar o papai enquanto eu pego as malas.

— Não seja bobo eu vou com você, as malas são pesadas para você carregar sozinho.

— Mãe, eu tenho certeza que posso lidar com duas malas de rodinha.

— Eu vou com você mesmo assim, não quero você andando por esse aeroporto sozinho. — Diz ela já indo em direção a esteira de malas.

— Mães. — Digo ao revirar os olhos, mas a sigo de qualquer maneira.

Localizamos nossas malas rapidamente e então nos dirigimos ao saguão do aeroporto, não demoramos a encontrar meu pai, afinal ele se destaca entre a multidão, alto, loiro, forte, com olhos azuis e um sorriso ‘encantador’ em seu rosto, ou ao menos foi o que ouvi algumas mulheres dizerem, se não fosse pela aliança de casamento em seu dedo tenho certeza que muitas mulheres tentariam se aproximar, algumas pessoas não acreditavam que ele era meu pai, assumiam que era meu irmão mais velho. Bom, também não acreditavam muito que minha mãe fosse minha mãe, com cabelos cor de mel, olhos verdes e um corpo de dar inveja, minha mãe não aparenta a idade que tem.

 Meu pai estava segurando uma placa escrito “Minha amada família” para que pudéssemos localiza-lo com mais facilidade, como se fosse realmente possível não o notar.

Ele não demorou a nos notar e praticamente correu em nossa direção, minha mãe também começou a andar mais rápido, eles se encontraram no meio do caminho se abraçaram como se estivessem separados a anos e meu pai a agarrou em um beijo no meio do aeroporto.

Eu fico apenas observando um pouco afastado da cena os dando privacidade, eu estava exausto e com muito sono, tanto que não percebi meu pai se aproximando e de repente me vi preso em um abraço de urso:

— Senti saudades, filho.

— Eu também, pai. — Digo sem folego já que esse abraço está apertado demais.

Quando meu pai finalmente me solta eu respiro profundamente tentando recuperar o ar.

— Como vão as aulas? — Meu pai pergunta ao pegar as malas que minha mãe está carregando.

Eu me lembro de tudo que aconteceu, mas decido não dizer nada:

— O mesmo de sempre. — Eu digo.

Meu pai havia vindo de carro então não precisamos esperar por um taxi. Meus pais começam a conversar, mas estou cansado demais para me juntar a eles:

— Você parece cansado Will. — Diz meu pai.

— Não dormi bem a noite e não consegui dormir no avião.

— Quando chegarmos no Hotel você pode descansar o quanto quiser por hoje.

***

O hotel, como esperado, é maravilhoso, ele é bem próximo da praia o que dá a ele aquele cheiro refrescante de mar, ele também tem várias piscinas ao seu redor, realmente um paraíso tropical, se eu não estivesse tão cansado iria caminhar pela praia, mas agora só quero desligar minha mente e dormir.

Meu pai me entrega a chave do meu quarto que fica um pouco afastado do seu, mas no mesmo corredor, o que eu agradeço porque não quero ter que ouvir as “atividades” que os dois vão praticar no quarto.

Já é bem tarde, quase noite, entro no quarto deixo minha mala ao lado da cama, eu troco de roupa e me deito na cama, meu último pensamento antes de dormir é Nico.

***

POV Nico.

Viajamos para o Havaí no Domingo de manhã, deveríamos ter ido na sexta logo após o último dia de aula, mas como foi combinado com os professores que eu faria as provas no sábado, as passagens foram trocadas para segunda, mas meu pai, não satisfeito, encheu o saco da empresa aérea até eles liberarem três passagens para domingo de manhã e aqui estamos.

Durante a viagem eu não consigo parar de pensar no que Hazel disse. Will atraído por mim? Difícil de acreditar, para não dizer impossível.

É claro que eu era irritantemente consciente da minha atração por Will, por mais que eu insistisse em negar e resistir com todas as minhas forças. A culpa não é minha, ele é sim um idiota, mas é um lindo idiota.

Nada jamais aconteceria entre nós, quer dizer, é claro que a Hazel estava errada, mas mesmo que não estivesse, Will ainda é Will e eu não o suporto, seria preciso uma grande mudança da parte dele para... O que eu estou pensando? É impossível. Fecho os olhos e esvazio minha mente para dormir durante o voo, antes de dormir não consigo evitar um pensamento “Eu gosto de você assim”.

Chegamos no domingo à tarde ao Hotel que é realmente lindo, muitos coqueiros e piscinas para todos os lados, a praia é realmente próxima ao hotel, mas eu não tenho desejo nenhum de ir até lá, entretanto eu sei que meus pais vão me arrastar para lá de qualquer jeito.

E eu estava certo, antes do jantar, à noite, meus pais quiseram sair do hotel.

Antes de ir eu tomo um banho e coloco uma bermuda jeans escura quase preta, que tem vários bolsos e uma camisa regata preta com o desenho de uma caveira no centro, ponho minhas luvas pretas que mostram os dedos, passo as mãos pelos meus cabelos os deixando bagunçados do jeito que eu gosto e por fim decido por lentes de contato já que alguém destruiu meus óculos.

Meus pais e eu caminhamos pela calçada, compramos algumas coisas que estavam sendo vendidos aos turistas, eu comprei uma pulseira de couro preta, vimos algumas lojas e por fim meus pais queriam caminhar pela areia.

Eles estão realmente encantados com este lugar, mas posso ver que a felicidade deles vem de aproveitar isso juntos, foi um tanto constrangedor andar com eles o dia toda, mas não fiquei constrangido por eles e sim porque eu fiquei de vela durante praticamente todo o passeio.

Quando chegamos perto da praia, antes de pisarmos na areia eu digo:

— Vocês podem ir sem mim, vou voltar para o hotel. — Eu pego as sacolas com as compras que minha mãe fez na praia — Vou guardar isso para você.

Minha mãe me olha surpresa:

— Venha com a gente Nico, a praia é tão linda. — Minha mãe pede.

Eu não posso deixar de sorrir com a expressão de preocupação no rosto de minha mãe, meu pai também tem um sorriso no rosto, eles merecem um tempo a sós só os dois e a praia é muito romântica, isso é claro se você gosta de areia:

— Não precisa se preocupar. Estou vendo a praia da onde estou agora sem precisar chegar perto. — Digo virando as costas para voltar para o hotel — E eu acho melhor vocês ficarem sozinhos por um tempo como um casal. — Falo antes de começar a andar de volta para o hotel que fica relativamente perto de onde estamos.

— Ok, vou passar no seu quarto quando voltarmos para ver se você está bem. — Diz ela.

— Faça como quiser. — Digo sem parar de andar.

Já está praticamente escuro, mas o hotel é próximo então não me importo, sem contar que o caminho é iluminado pelas luzes dos estabelecimentos comerciais.

Ando de volta para o hotel devagar sem prestar muita atenção ao meu redor, até que um garoto de cabelos louros me chama atenção, ele está andando a minha frente de costas para mim, seu cabelo é idêntico ao do Will, as roupas... Essas roupas... Eu já as vi antes:

— Mentira. Não pode ser. — Minha voz sai muito alta, surpreendendo até a mim, tapo minha boca com a mão, mas já é tarde.

Isso chama a atenção do garoto que caminha a minha frente, ele se vira e então nossos olhos se encontram, os olhos do garoto se arregalam de surpresa assim com os meus.

É realmente Will Solace.

***

POV Will.

No Domingo a tarde depois de passar um tempo com meus pais decido caminhar sozinho pela praia, com meus pais conversando comigo a todo momento foi difícil me concentrar em meus próprios pensamentos, eu teria de ficar sozinho para isso e então a praia era perfeita para isso.

Tiro meus chinelos para andar pela praia sentindo a areia fofa nos pés, o som do mar e a brisa fresca me fazem relaxar.

Nico disse que não quer nada de mim, ele realmente me... odeia, não é mesmo?

Bem, ele tem muitas razões para isso, eu realmente tenho sido um idiota, certo?

Suspiro.

Como devo consertar isso? Ou melhor, eu quero mesmo concertar isso?

Jason me disse que não é verdade que não gosto de Nico. Então, o que... O que eu sinto?

Percebi que acho Nico lindo, mas o que mais penso dele?

Posso dizer que gosto das expressões que ele mostra quando o provoco, admiro como ele se esforça para cumprir as regras e gosto de como ele é inteligente. Realmente, Jason está certo, eu não pensaria assim de alguém que não gosto.

Honestamente, como tudo isso começou?... Essa bagunça?

Suspiro novamente.

Não importa como começou, devo botar um fim nisso definitivamente, Jason está certo, as brincadeiras já estão passando dos limites, eu realmente devia ter dado ouvidos a Jason antes. Por minha culpa Nico ficou doente, tomara que ele já esteja curado.

Quando percebo que está quase anoitecendo decido voltar para o hotel, caminho pelas calçadas despreocupadamente, mesmo estando escuro tem luzes o suficiente ao redor para iluminar tudo:

— Mentira. Não pode ser. — Escuto uma voz familiar dizer bem alto.

Mas não pode ser. Me viro em direção a voz e dou de cara com Nico Di Angelo. Meus olhos se arregalam de surpresa, quer dizer, quais são as chances?

Mas o que me chama mais atenção é sua aparência, vestido todo de preto, cabelos bagunçados, luvas de motoqueiro e pulseira de couro preto. Nico Di Angelo está... Sexy.