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História Out Of Bounds - Jungkook (JJK) - Ela - Part.II


Escrita por: khow_aisha

Capítulo 27 - Ela - Part.II


 

 

Ficamos praticamente a tarde toda alí, discutimos o plano, pontuamos os lugares de risco e quem ficaria neles, sem contar na posição de cada um. Teve as vezes em que montamos e desmontamos, apagamos e reescrevemos novamente, até tudo se encaixar. 

Mesmo que ainda não tenhamos terminado, falta decidir a posição de cada um.

Milla estava deitada com a cabeça no colo de Jungkook e as pernas em cima do Jin. Jimin ficou ao meu lado, sentado numa cadeira, os outros se espalharam pelo outro sofá e as poltronas. Apenas Tae ficou sentado no chão, escorado na porta fechada. 

Houve algumas alfinetadas da parte de Milla contra JHope, o mesmo revidando com falta de fé na ideias malucas que a garota tinha. Precisei chamar atenção deles, ou sempre nos atrapalhariam pra ficar jogando indiretas um para o outro.

- Beleza, vamos precisar de um isca. — Falo, observando a caligrafia do Park.

- Como assim?

- Simples, se vamos invadir, não podemos fazer isso de uma só vez. — Jimin começa. 

- Então um ficará de entrar primeiro e chamar atenção de quem estiver lá dentro. — Eu termino.

- Assim, teremos tempo de acabar com os de fora, deixando só quem tiver com Orrara por último. — Assinto para Namjoon que complementa.

- E eu pego ela. — Afirmo.

- Mas quem será a isca? — Milla pergunta, brincando com a folha do plano nas mãos.

- Eu.

Todos encaramos o garoto sentado no chão. Ele tinha um semblante sereno, parecia super convicto daquilo e de cabeça erguida. Já os meninos não gostaram muito de ele ter se manifestado, mesmo sabendo que um de nós teria que se posicionar nesse quesito. 

Observei que eles conversavam entre si através de olhares, não interferi, pois até eu ficaria um pouco hesitada se Milla quisesse entrar nessa. 

Pensando nela, vi que seu rosto mudou, agora cabisbaixa e preocupada. Ela se apegou nesses garotos. 

No fundo, não entendi o por quê desse silêncio, um de nós teria que ir, como o certo.

- Taehyung, você tem certeza? — Quebro o silêncio, recebendo seu olhar tranquilo.

- Tenho. — Sorri quadrado, de um jeito sapeca. — Todos sabem que sou bom no blefe, não é atoa que eu sempre ganho nos jogos.

- Mas você tá arriscando muito, dessa vez não é um jogo. — Milla contradiz.

- Eu sei, mas faz de conta. — Pisca para ela.

- Sabe que todos estarão armados, né? — Jungkook pergunta, ainda mais preocupado, tendo Tae a concordar.

- Eu confio em vocês. — Ele sorri, brincando com o isqueiro.

- Certo. — Suspiro. — Jimin, tira o Taehyung das posições e coloca como isca.

- Sim. — Observo-o anotar na nossa folha.

- Agora a questão dos pontos de ataque. Querem dividir em grupos ou individualmente?

- S/n, acho melhor irmos em duplas. — O garoto no sofá dá sugestão. — Só para garantir a visão e o ataque de cada um.

- Boa, Jin. — Assinto. 

- Eu divido. — Milla toma a caneta da mão de Jungkook. — Vamos ver por agilidade... Uhm, mas aí fica difícil, todos nós somos bons.

- Ah, Milla! — Suspiro agoniada por sua lerdeza. — Tá, eu separo. Jin e Yoongi. Jimin, você fica com o Namjoon, JHope e Milla-

- Fala sério, sua traíra. — Ela resmunga.

- Você faria o mesmo. — Reviro os olhos e sorrio de lado. Talvez eu tenha feito de propósito. — Jungkook, a gente tá nessa.

- Fechô. — Sorri mínimo, mexendo no cabelo da garota em seu colo.

- Odeio você. — Ela me dá língua como uma criança.

Esses dois precisam se acertar, não quero essa doida cuidando da minha vida sexual ao invés da dela, porque é exatamente isso que ela fará quando sentir falta de uma boa foda com o Hoseok. E eu disse que ajudaria, também não quero vê-la nervosa ou triste com a situação. Aliás, eu tenho certeza que ela gostou disso, no fundo gostou, os dois sempre querem ficar juntos em alguma missão. 

É uma boa também, JHope é excelente na agilidade e Milla luta bem, vão dar certo.

Jimin disse que não tínhamos mais o que discutir sobre aquilo, à não ser o dia que colocaremos o plano em ação. Penso em falar com James antes, então vou esperar pelo menos o fim de semana chegar, o que não vai demorar, já que estamos numa quinta-feira.

- Vou ligar e falar com James sobre o plano, assim podemos avançar sábado mesmo. — Eles assentem. — Bem, é isso. — Encerro a pequena reunião, finalmente. — Gostei que todos aqui participaram e planejaram bem, se estão mesmo comigo, então também vou proteger vocês.

- Pode confiar.

Sorrio fechado para eles, que logo vão se retirando. Eles sorriem e batem as mãos, comemorando que deu certo o projeto e torcendo para tudo ser concluído como foi dito. 

Vejo Milla puxar Jeon até minha mesa, ficando nós três alí. Junto minhas coisas, enquanto ela faz birra por ter ficado junto com Hoseok nessa missão.

- Para com isso, boneca. — Ele enfia as mãos nos bolsos. — Vocês tem que se acertar, é muito estranho ver os dois de cara emburrada.

- A Milla eu até que não ligo, porque é típico. — Entro no meio, prendendo algumas folhas com um clip. — Mas o Hoseok não pode, é muito estranho mesmo.

- Você liga para o Hobi e para mim não? — Ela tampa a boca por ter chamado-o pelo apelido. Jungkook e eu rimos da sua cara. — Argh, mas é que ele não confia em mim.

- S/n também não confia em mim e a gente se pega de qualquer jeito. — Fuzilo o garoto com o olhar.

- Porque o lance de vocês é isso, só pegação. — Ela cruza os braços. — A gente... Bem, a gente...

- Vocês não namoram, até onde todo mundo aqui sabe.

- Mas a gente se gosta, S/n.

- Então se resolvam, caralho.

- Acha que é fácil assim?

- Mas é, Mi. Um tem que dar o braço à torcer. — Jeon aconselha.

- Eu não vou, e podem parar com esses conselhos, vocês são dois hipócritas. — Rimos baixinho, vendo ela fechar a cara. — Que saco! Vocês bem que podiam jogar comigo, né?!

- Eu vou ligar para o James e ver como a senhora Rockys está. — Falo, trancando minha gaveta.

- E eu vou me arrumar.

- Vai sair? — Ela encara Jeon.

- Sim, com uns amigos aí.

- Jay e Lucas? — Pergunto, me lembrando deles e Jungkook assente.

- Você conhece eles?

- Sim, Milla.

- Mas, como? Por que eu não tenho amigos de fora?

- Um dia te levo junto, boneca. Mas hoje a noite é só nossa.

- É hoje que você fica sem, S/n. — Ela estala a mão na minha bunda e eu resmungo baixinho, dando de ombros pela sua inconveniência.

- Não, Mi. — Jeon ri um pouco alto junto com ela. — Quando eu disse só nossa, quis dizer só nós três mesmo.

- Os três? Só os três? Uhmm, você é bi e não me disse, Jungkook? — Ele gargalha alto.

- Qual o seu problema, Milla? — Dou um peteleco em sua testa. — A gente também sai juntas e nem por isso nos pegamos.

- É, faz sentido. — Reviro os olhos, sorrindo pequeno. Noto Jungkook me encarando e eu devolvo seu olhar, por pouco tempo, já que Milla suspira alto, deixando os ombros caírem. — O que eu vou fazer?

- Vai dormir, faz bem para a saúde. — Dou leves tapinhas em seu ombro, me direcionando à porta.

- Ela é tão chata.

Não que eu não queira ficar com a Milla, mas é que agora eu tenho coisas para fazer, e pretendo cumpri-las. 

A senhora Rockys ficou ausente e fui vê-la uma única vez, Lucy não me fala nada e diz apenas que ela está melhorando. Onde está essa melhoria? Ela já deveria está boa. Mas vou conversar com ela e ver o que meus médicos a receitaram, não deixarei nada faltar, em todos os quesitos. 

A senhora Rockys já cuidou de mim, por muitos anos, agora é minha vez de retribuí-la. 

Passo pelo outro lado da casa e procuro o quarto da mesma. Encontro Lucy no caminho, com um frasco na mão e um pano molhado. Pergunto o que ela estava fazendo, tendo como resposta que estava dando os remédios para a mãe. Notei seu semblante estranho, um pouco assustado e exausto, também tinha uma gaze no pulso direito. 

Lucy me disse que era apenas um corte feito sem querer ao tentar cozinhar. Ela quase se afastou de mim correndo, sumindo pelo corredor. 

Essa garota tá estranha.

Entrei no quarto da Rockys, a vi deitada com cobertas sobre seu corpo e um copo de água nas mãos. Ela sorriu ao me ver e aquilo me deixou sem chão, o brilho em seu olhar era de alívio, o que me deixou confortada. Reparei que o ambiente estava abafado e fosco, então fui até a janela para abrir as cortinas e as portas, o vento tava um pouco forte e o som das folhas balançando trazia tranquilidade. Seu quarto ficava bem perto do jardim e das árvores. 

Me sentei ao seu lado, segurando sua mão.

- Como você se sente?

- Bem, minha filha. — Forçou um sorriso.

- Sente dor? Mal estar?

- Apenas cansaço. — Suspirou desconfortável. A encarei desconfiada e assim ela se rendeu e me contou. — Sinto dores na coluna, meus pés também doem e ando sentindo um incômodo por dentro... Como náuseas.

- Deve ser o remédio. — Respiro fundo, procurando o mesmo com o olhar. Me lembro de ter visto Lucy com ele. — A senhora sabe para quê é esse remédio exatamente?

- Seus meninos me disseram que era ferro e vitamina para o corpo, estou com o corpo exausto.

- Trabalho demais, e eu avisei para senhora que isso era muito e só Lucy não te ajudaria.

- Estava acostumada com esse tipo de serviço, não achei que fosse me fazer mal. — Sorriu tímida. — Mas olha, depois do remédio nunca me senti tão mais cansada.

- Então ele não tá resolvendo. — Ela assente devagar. Penso que se os médicos a diagnosticaram com apenas exaustão e esse remédio a deixaria melhor, eles podem ter errado. Talvez não seja o certo. — A senhora tá tomando certinho?

- Sim, todos os dias, no mesmo horário. — Assinto um pouco pensativa. — Não se preocupe tanto, Lucy está cuidando de mim e logo, logo ficarei boa.

- Tudo bem, mas promete que se sentir que está piorando, vai me falar? 

- Prometo, menina.

- Tá bem, quero muito o seu melhor. — Beijo sua mão e sua testa, sentindo o cheirinho parecido com o de bebê nela. 

Converso um pouco mais, contando o que temos planejado e como será todo o processo. A senhora Rockys nunca concordou com meu anseio por vingança, mas também nunca fez nada para impedir. 

Já pediu várias vezes para que eu desista dessa coisa toda, mas tudo foi em vão, porque eu prossigo incansável pela morte daquela infeliz. Me deu uns beliscões quando comecei a simular como mataria Orrara e pediu para que eu não falasse sobre aquilo com ela, pois seu coração não aguentava tamanha tortura. 

Dei algumas risadas com suas expressões. Essa coroa é minha vida também.

Ela perguntou por Milla, e claro, não deixei de contar sobre sua relação com JHope e disse que esses dois não querem largar a marra. A mesma respondeu que já viu aquilo em algum lugar e mencionou Jungkook e eu. Ri um pouco por aconselhar minha amiga uma coisa que nem eu mesma faço. Enfim, a hipocrisia. 

Pediu que eu dissesse à Milla que fosse vê-la, mas não falasse a parte sobre o puxão de orelha que dará na mesma. Aliás, eu também ganhei, simplesmente pelo fato de eu negar algo sobre o Jeon. 

Afirmou que pareço meu pai na teimosia e minha mãe no orgulho. Fazer o quê? Sou filha deles.

Falei sobre a ausência de James também, ela ficou preocupada, mas se acalmou depois que falei o motivo de sua viagem. Achou estranho, como qualquer outro que ouviu isso.

Vi seus olhos pesarem e evitei conversar até ela adormecer. Saí devagar de seu quarto, tomando total cuidado ao fechar a porta. Caminhei com passos leves, voltando para a cozinha. 

Bebi um pouco de água, vi Milla passar pela porta com o celular na mão e o fone nos ouvidos, no último volume. Tanto que ela nem ouviu o que eu disse sobre sua surdez vir. 

Já que eu seria ignorada, resolvi voltar ao meu quarto. Sendo impedida por Taehyung e Jimin que conversavam livremente no meio do corredor, os mesmos me chamaram para bater papo e eu acabei me envolvendo no assunto. Até Yoongi apareceu, reclamou a bessa por atrapalharmos seu sono. Esse garoto só dorme? 

Deve ser por isso que tem tanta disposição nas missões. Os meninos pediram para ver minha tatuagem, como tava o processo de cicatrização. Mostrei normalmente, dizendo está indo tudo sobe controle.

A gente não demorou muito alí, os meninos perguntaram onde sua parceira de jogos estava e eu respondi que ela estava em seu mundinho, emburrada. Fiquei sabendo que Hoseok também.

Voltei para o meu quarto, tirei meu celular do carregador e disquei o número de James. Precisava passar todo o plano para ele.

 

         Chamando...

 

Esperei por segundos e a primeira não foi atendida. A segunda também não. Só na terceira que finalmente fui atendida.

 

        Chamada_James_On

- Mi lady?

- Oi, James, tudo bem?

- S-sim... Só tô meio cansado.

- Uhm, só isso mesmo?

- Sim... Sim.

- Posso falar do plano que montamos?

- Não acho que-... Ah, claro, pode.

- Então... tá bom. — Achei usa voz estranha. — A gente planejou em invadir devagar onde Orrara fica, separamos em grupos de duas pessoas, sendo um deles a isca para distrair quem tiver com ela e assim chegamos de surpresa e eu pego aquela desgraçada. Entendeu?

- C-como farão isso? Pode ser perigoso.

- Aí que é bom, a gente vai treinar muito antes.

- Quando pretendem fazer isso?

- Final de semana, e você prometeu participar.

- Eu irei si-sim... Só me mandar a localização.

- Tá bem, farei isso e nos encontramos lá.

- C-certo.

- Você tá bem mesmo? Parece sentir dor.

- Cansaço, dor na costas... É que tive que fazer uma mudança pela casa com minha mãe.

- Uhm, ela já tá numa boa é?

- É o que parece.

- Que bom, eu acho... Então é isso, continue se cuidando, qualquer coisa me ligue, por favor.

- Ligarei, se cuida também.

- Beleza. Tchau, te amo.

- Também, mi Lady.

         Chamada_James_Off

 

Desligo o telefone um pouco aflita. Respiro fundo e tento não pensar no sentimento que tenho por achar tudo muito estranho, essa coisa dele. Parece que não está bem, parece que algo de errado está acontecendo e eu não sei nem imaginar o que poderia ser. Tentei rastreá-lo, mas não obtive resultados, já que isso está dando erro. 

Procuro me distrair, mesmo que seja um pouco difícil. James é muito importante para mim e eu não posso fingir que nada está acontecendo. Eu sinto que tem algo aí.

Para me livrar um pouco disso, resolvo tomar um banho. O sol já está se pondo e daqui a pouco anoitece. Dou uma lavada em meu cabelo, desembaraçando os nós que formaram nos fios. Me higienizo como sempre faço. Resolvo secar minha cabeleira com o secador, mas pego emprestado de Milla, já que eu destruí o meu com aquele surto. Na verdade, nem pedi a ela, apenas peguei em suas coisas. Ela faria a mesma coisa, então está tudo certo.

Desço depois de vestir uma de minhas camisetas e um short de malha por baixo. Vejo o pessoal se perguntando o que fariam para o jantar e eu sugeri que olhassem no caderno da senhora Rockys. Sinto saudade das mãos maravilhosas que minha coroa usa para fazer suas comidas. Vou até a geladeira, pego um pouco de suco e caminho até a sala com o copo na mão. 

Vejo Jungkook descendo as escadas, todo arrumado e trajado de preto, mexendo no celular. Usava uma regata larga e calça jeans clara, mas mantinha o preto nos pés com o coturno. O cabelo estava todo bagunçado, não que estivesse feio, mas ele fica muito atraente assim. 

Engoli o suco para não engolir ele com os olhos... Ou a boca.

Me notou, logo largando o aparelho no bolso e capturou a chave de seu carro no chaveiro. Se aproximou de mim, me dando total visibilidade de seu sorriso torto e pude sentir o perfume forte que me deixou embriagada.

- E aí, tô bonito? — Deslizou a língua nos dentes, se exibindo.

Lindo.

- Tá a mesma coisa.

- Então eu tô. — Reviro os olhos. — Bebendo?

- É suco, não vou beber hoje.

- Tá com medo de ficar bêbada de novo?

- Tá querendo apanhar antes de sair? — Rimos um pouco, juntos.

- Isso me lembrou minha mãe. — Vi seu semblante mudar para um desconfortável ao relembrar da figura materna. 

- Uhm. — Não prossigo com o assunto. — Vai sair agora?

- É, os meninos querem jogar sinuca, beber um pouco e só ficar de boa.

- Que milagre que não vão para alguma boate.

- Nem toparia se fosse, não tô com pilha pra isso.

- Vai aposentar, é? — Zombo, arrancando um sorriso ladino dele.

- Não, só não tô afim hoje.

- Sei.

- De qualquer forma, não vamos ficar muito tempo por lá. Os meninos vão trabalhar amanhã.

- Por que não saíram numa sexta?

- Estamos falando do Jay e do Lucas. — Assinto sorrindo.

Paro e a gente se encara por longos segundos. Sua mão pousa em seu queixo e o levanta para roubar um selinho de meus lábios. Mas Jungkook não se afasta e fica me olhando de perto, com os narizes roçando. Ele não demora para sorrir e fazer alguma piada.

- Olha só, você não se afastou.

- Até parece que é a primeira vez, pra quê essa emoção?

- Geralmente você não deixa isso acontecer quando estamos em um lugar onde qualquer pessoa pode entrar.

- Me poupe. — Reviro os olhos, debochando. — Vai, vai sair com seus amigos.

- Não fica com saudade, tá? Eu vou voltar.

- Tão iludido. — Ele ri, me encarando e rouba outro selinho de meus lábios.

- Mas sério, não tranca sua porta.

- E por quê?

- Talvez eu apareça lá mais tarde. — Morde o lábio, sorrindo.

- Uhm, se atrapalhar meu sono, vou te sufocar com o travesseiro. 

Passo por ele, e sou pega de surpresa quando sua mão estala em minha bunda por cima da roupa. O encaro com os olhos franzidos e vejo-o rir. Sua audácia o faz jogar beijo no ar para depois sair da casa. Idiota.

Pensando bem, talvez eu não tranque mesmo. Jungkook meio que vai cumprir com o que eu pedi, sobre dormir com ele, todos os dias e nem reclama. 

Me arrependi de ter contado para Milla, mesmo que ela descobriria de qualquer jeito, porque essa garota só sabe me zoar e falar bosta. Não estou dando uma de durona, ou valentona, como diz Jungkook, é só que eu sei o que sinto. 

Quando algo está errado, está errado.

Quando está tudo bem, está tudo bem.

Quando estiver criando alguma coisa, eu vou saber.

E vou sumir com isso.

Subi as escadas, pensando nisso tudo, mas sou tirada do meu mundinho quando meu corpo se choca com outro de forma violenta. Me faz bater o rosto em seu tórax e ainda piso no pé da pessoa. Meus olhos se fecham e apertam por instinto, e só vejo Taehyung quando o mesmo pousa a mão em meu ombro, para se apoiar e segurar o próprio pé.

- Nossa, amassou meus dedos.

- Ai, que exagero. — Massageio a maçã da bochecha dolorida.

- Porra, S/n! Você vem toda calada também.

- E você não, né? — O olho feio.

- Tá, mas você esmagou meu pé.

- Quem manda andar por aí com essa canoa também.

Assinto, encarando ele se agachar e massagear o dedão. Taehyung se levanta, a gente se encara e automaticamente começa a rir. Nós ficamos rindo no meio do corredor, mas baixo, nada de escândalos, até irmos parando aos poucos. 

Foi até engraçado, se parar pra relembrar e imaginar a cena. 

Reparo no garoto em minha frente, vejo que carrega seu celular na mão e os fones de ouvido pendurados nos ombros, seu cabelo está úmido e bagunçado. 

- Meu pé é lindo, tá?

- Uh!

Sorrimos mais uma vez. Encaro-o lembrando do plano, mas ele parece tão tranquilo com isso. É muito arriscado, e eu começo a sentir uma sensação esquisita sobre colocá-lo nisso assim.

- E ai, tá preparado?

- Só dar a ordem.

- Olha só, então você gosta de riscos.

- Não tenho medo, já fiz isso muitas vezes e eu me amarro nessas paradas.

- Você é bem doido.

- Ah, vamos contar que ninguém aqui é normal.

- Isso é, mas você tá se arriscando muito.

- Eu sei, pode confiar que tudo vai ocorrer bem.

- E se não? Se algo der errado? Se um de nós morrermos?

- É impressão minha ou você tá com medo? — Ele me encara estranho, duvidoso.

- Não, não é medo, mas... Sinto algo de errado. — Respiro fundo, desviando o olhar.

- Ei, relaxa. Pode ser só um pressentimento.

- Dizem que uns são reais.

- Esse pode não ser.

- Assim espero, capaz de eu surtar a qualquer momento.

- Só não vai fazer igual aquele dia. — Reviro os olhos, sorrindo fraco. Seus olhos se arregalam enquanto fala. — Cara, você destruiu o quarto e quase se matou. Foi loucura.

- Cala a boca, Taehyung.

- Destrói, mas não morre por isso.

***

 

         Milla P.O.V.

Talvez eu fique surda por ouvir música no fone no último volume, mas eu gosto. Dizem que quando você faz isso, você tem seu próprio momento, ou seja, entra no seu mundo. E isso é bom. Espairecer com alguma melodia é uma coisa que todo psicólogo deveria recomendar. Ou não também. Eles sabem o que fazem. 

Mas eu sei o que é melhor para mim.

Minha cabeça tá cheia de coisa, mas não sou igual a S/n, que surta e se deixa levar com isso. Tudo o que faço é relaxar. E eu consigo. 

O que tem me deixado mais irritada, é a falta de fé que JHope tem em mim. Porra, a gente tem experiência nisso. Eu sei me cuidar. Sei o que tenho que fazer e quando fazer. Não sou nenhuma criança que tem que receber disciplina para aprender algo. Já sei o meu lugar. 

A gente conversou, discutiu e agora estamos cada um de um lado. Se ele confiasse mais um pouco. Tá certo que nos gostamos, mas não há necessidade de tanto medo. 

De novo, eu sei o que tenho que fazer.

Já quis conversar, porém paro e penso: o que iria adiantar? E para piorar, aquela traíra me colocou junto com ele nessa missão. Sinceramente, só aceitei porque quero acabar de vez com isso. Tudo pela S/n. E se o Hoseok me encher o saco, vou dar um tiro nele.

Ah, mas eu sinto tanta falta dele.

Nós éramos uma dupla invencível nos jogos. Quer dizer, tínhamos nossos dias. Na sala de lazer sempre é divertido quando o grupinho todo tá unido, mas agora que JHope e eu nem estamos nos falando, os meninos não querem se reunir comigo, muito menos com aquele garoto. Isso tudo é para a gente se acertar.

Eu não vou correr atrás. A palavra final foi minha, mas se ele quiser falar comigo, vai ter que vir até mim. E sim, eu desculparia se ele fizesse isso e fosse verdadeiro com suas palavras.

Sento na cadeira de praia perto da piscina. Venta forte, trazendo um friozinho gostoso, mas que me arrepia por está desprotegida. Até penso em pegar um casaco, mas acabei de me sentar aqui, não vou lá dentro agora. Troco de música, por um rock leve, e relaxo com os olhos fechados. Batuco os pés no chão, no ritmo da música e cantarolo mentalmente.

Eu queria tanto falar com ele.

Que droga. 

Estou parecendo a S/n desse jeito. Nunca fiz marra pra não falar com alguém. Mas não vou deixar isso me afastar de quem eu gosto. A S/n não ligaria, só que eu ligo. 

- Quer saber? — Quase arrebento os fones com o puxão que dei. Deixo-os em cima da cadeira e me levanto. — Vou falar com aquele-

Travo ao me virar e deparar com sua figura alí plantada. Sua sobrancelha se arqueia e ele me encara curioso, prendendo o lábio nos dentes. 

Reviro os olhos e caminho à passos pesados até ele.

- Escuta aqui... — Cutuco seu peitoral com o indicador, franzindo o cenho. — Vou te falar uma coisa, não pense que eu adorei ficar na mesma dupla que você, porque eu sei que não vai me deixar fazer nada sozinha, já que pensa que sou incapaz disso, e outra, não vou permitir que me proíba de avançar, ou me dar ordens, porque eu sei me virar sozinha, nem precisava de você nessa missão, e vou falar mais, sua incredulidade em mim é ridícula e-

Me cala ao me puxar pelo pescoço e grudar nossos lábios. A pressão é mantida até eu me render e aceitar o encaixe que se forma. Ele arrasta meu inferior, suga-o para iniciar um ósculo calmo e cheio de saudade. Sua língua desliza na minha, os braços se fecham em minha cintura e os meus em seu pescoço. Mantenho-o perto de mim, sem querer soltar seu corpo e permanecemos daquela forma. 

Sinto meu coração acelerado, posso sentir o mesmo nele quando Hoseok me aperta contra si ainda mais. Isso é gostar de alguém, você sente e tem as mesmas sensações que o outro. Seja um batimento cardíaco mais forte, à um simples arrepio. Quando os dois tem química, fica impossível de não acontecer isso. E comigo e o JHope é assim, a gente se gosta e sente. Demonstra e retribui. 

E a saudade que eu estava dele agora ficou mais nítida. 

Nos separamos para respirar. JHope mordeu meu lábio e me abraçou escondendo o rosto na curvatura de meu pescoço. Acaricio seus fios macios e cheirosos. 

Ficamos em silêncio por um tempinho, aproveitei para aspirar seu perfume e torci para que ele ficasse impregnado em mim. Ele saiu dalí e me encarou sereno, as mãos pousaram em minhas bochechas, deslizando os polegares para cima e para baixo. 

Seus olhos brilhavam enquanto insistiam em encarar meu mais profundo sentimento.

- Me desculpa. — Pediu baixinho. — Não deveria ter medo, mas eu só não quero perder ninguém nessa missão. E sim, inclui a S/n.

- Vou te falar de novo, a gente já fez isso muitas vezes, eu sei me cuidar e não vou estar sozinha, você vai tá comigo nessa.

- Eu sei, pensei muito nisso e tive um pequeno empurrãozinho para vir falar com você.

- Sério? De quem?

- Quem você menos espera. — Franzi o cenho em dúvida. Ele levanta as sobrancelhas para mim e sorri de lado, esperando minha resposta. Tem que ser de uma pessoa que eu sei que nunca faria isso. Abro a boca quando penso melhor e ele assente. — Isso aí.

- A S/n? Não. — Ele afirma de novo e eu continuo surpresa. — Mas o quê? Como assim?

- Pois é, eu estava no quarto e ela apareceu lá, me mandando vir falar com você, depois de um longo sermão.

- Bem feito, mas, que estranho.

- Agora eu tô aqui e você não disse se me desculpa.

- Mas é claro que sim. — Falo o óbvio. — Achei que ia durar mais tempo isso.

- A gente não é o JK e a S/n.

- É verdade. — Sorrio. — Vou agradecer ela depois.

- Depois, porque agora você é minha. — Leva as mãos até meu quadril com aquela cara de safado.

- Seu quarto é do lado do Tae e do Suga.

- Eles estão ocupados hoje. — Me encara com malícia e eu entendo do que fala. 

Aqueles dois resolveram pegar as secretárias da sala de equipe. Pelo menos elas são bonitas.

- Espera. — Paro-o. — Você tá confiante nisso? No que tá vindo aí?

- Não sei, mas vamos dar o nosso melhor para ajudar a S/n.

- Ainda não acredito que vocês entraram aqui só pra armar uma contra a gente. — Rimos baixo. — Será que teremos coragem de contar isso para aquela coisinha difícil?

- Depois da missão podemos pensar nisso, mas não acho que ela vai surtar, já que no fim ajudamos a acabar com Orrara.

- Pode ser, eu só tenho medo do que pode acontecer.

- A gente se garante, nada vai dar errado, até porque não tem como. — Assinto pensativa. — Agora esquece isso, acho que tem gente aqui que precisa de uma desculpa mais sincera. — Sorrio, encarando-o e selo seus lábios algumas vezes. 

Antes de aceitar, lembro-me de uma coisa que nunca deixo de fazer.

- Uhmm, sabe o que eu quero antes? — Mordo o lábio, sorrindo. — Comer. Eu quero comer, tô com fome.

- Ah, fala sério! — Rimos por já saber que isso sempre acontece.

***

 

         Jungkook P.O.V

Estávamos em um bar no centro da cidade. Jay quem escolheu. É confortável e rústico, os garçons são animados e espertos, exercem seu trabalho com agilidade. 

Meus amigos são duas pessoas que eu faço questão de levar para a vida toda. Esses dois se conheceram no colégio e eu os conheci numa festa, eles chegaram em mim. Eu tava puto com alguma coisa, me lembro de ter ido sozinho e só ter pegado alguém porque eles me desafiaram, já que eu estava dispensando todas que se aproximavam.

E estamos juntos até hoje.

Eles bebem, batem os tacos nas bolas em cima da mesa de sinuca e zoam um com outro. A gente é sempre assim, tentando competir mesmo não valendo nada. 

Eu já ganhei cinco rodadas, Lucas ganhou três e Jay ainda está tentando pelo menos uma. Dizendo ele que perdeu a prática. 

Falando nisso, foi por isso que ele deu ideia nesse rolê. Com sua lábia, conseguiu reservar uma mesa dessas só para a gente, por três horas. Maluquice? Talvez. Mas vale a pena, qualquer rolê com eles vale.

- Bola encaçapada... — Minha vez na jogada e a última bola sobrando. Bola 8. Inclino sobre a mesa, pouso o indicador na ponta do taco e miro no buraco. — E... Ganhei. 

- Ah, que droga! — Jay reclama baixinho.

- Ih, é isso aí, JK. — Fechamos as mãos para dar um toquinho cúmplice.

- Mais uma cerveja na sua conta, perdedor. — Cutuco suas costas com o taco.

- Vocês vão me falir, caralho! — Esbraveja, levantando os punhos. 

Lucas e eu rimos mais uma vez. Ele não está bravo de verdade.

- Ae, mais uma aqui para nós! — Lucas grita o garçom, que confirma com o polegar erguido.

- Finalizei minha cota. — Anuncio sobre beber.

- Mas já, cara? Bebeu três só. 

- Tenho treino amanhã, tô de boa.

- Sobra mais para a gente, então. — Lucas, como sempre, é o que mais bebe.

- E ai, como tá lá na casa? Podia ter trazido a S/n. — Jay puxa conversa, enquanto o outro coloca as bolas coloridas no triângulo. 

- Achei que era um rolê só nosso. — Debochei.

- Sim, mas uma gata daquela aqui, não teria problema algum.

- Não, não. — Rio, negando com a cabeça.

- Estão em guerra de novo? 

- A gente tá na nossa, só não quis chamar ninguém e vocês não falaram nada também.

- Quer dizer que estão se pegando? — Lucas passa o braço por meus ombros. Assinto, sorrindo e viro o último gole do meu copo. — Não perde uma, hein.

- Tenho meus lances.

- JK deixou os esquemas? — Jay pergunta mais para Lucas do que para mim.

- Gostou da boca de mel da patroa? Ou é outra coisa que tem mel? — Os dois me zoam e eu soco seus braços.

- Vamos jogar logo.

Começamos outra partida, mas sem aposta dessa vez. Logo mais uma garrafa de cerveja foi deixada em nossa mesa. Os meninos bebiam e jogavam, enquanto eu apenas jogada e mascava algum chiclete, que havia num recipiente de vidro sobre a mesa metalizada. 

Jay me contou que as meninas, Mya e Hanna, se mudaram para Toronto pra tentar uma nova experiência de vida, mas não sabem se irão voltar algum dia. Fico feliz por elas e torço para que consigam alcançar seus objetivos.

As duas são bem corretas comparadas à mim e os meninos, até em relação as pessoas daquela casa.

Jay e Lucas sabem muito bem o que eu faço, e desde que contei sobre isso, permaneceram a amizade. Isso sim é amigo. 

Inclusive, sabem sobre meu lance com a S/n e fazem questão de jogar na minha cara que se não fosse eles, eu nunca teria tido essa chance. Não que eu realmente precisasse. 

Jay e eu percebemos que Lucas está encarando um ponto fixamente o tempo todo. Uma garota. Do outro lado do bar, ela está ao lado de mais três homens, cheios de tatuagens e musculosos de um jeito exagerado. Não sabemos se ela é algo de algum deles, mas é bem provável que sim.

Tentamos fazê-lo desencanar dessa mina, só que nosso garoto parece decidido. 

- Se eu fosse você, nem mexia. — Diz Jay, colocando mais uma bolinha no buraco.

- Pô, logo aquela, meo. — Nego com a cabeça, me virando para ele de novo. — Ela é uma gata, mas não arruma encrenca, não.

- Encrenca? Meu sobrenome é confusão, já sabiam disso. — Conhecemos aquele olhar. — Vou pegar.

- Para, Lucas. — O impeço, pondo a mão em seu peito. — Nem sabe se a garota é de algum deles.

- Eu descubro. — Sorri ladino.

- Vai acabar levando uma surra daqueles monstros. — Concordo com Jay, rindo junto com ele. — Os caras parecem uma máquina, porra.

- Não custa tentar. 

Nego com a cabeça, apontando para a mesa, já que era sua vez de jogar. Ele suspira, mandando um ok. Isso foi muito fácil, não acho que Lucas tenha desistido dessa ideia. E é por isso que Jay e eu iremos ficar de olho nesse maluco. 

Prestamos atenção na tacada de cada um, menos esse idiota, que só encara a garota do lado oposto. Vejo que ela também dá corda disfarçadamente. Dois caras de pau. Se o negócio ficar feio, vou ter que usar a única arma que eu tenho, que é literalmente uma arma.

Não é possível que Lucas vai transformar nossa noite numa confusão por causa de uma garota. Aliás, tem outras aqui, que não são nada de se jogar fora. Mas ele é imbecil, vai insistir nisso até conseguir pegar. Ou até levar umas porradas.

- Ganhei, caralho! — Jay comemora finalmente uma vitória. Dou risada ao seu lado. — Agora eu quero uma cerveja na sua conta.

- Não fizemos aposta nenhuma, então não tem pagamento meu.

- Vai se foder, paguei todas as rodadas hoje e o Lucas só uma, você não pagou nada, miserável.

- Quem manda você jogar tão mal. — Zombo, mordendo o lábio. — Já foi melhor, Jay.

- Se foder, tem uma cota já que não jogo sinuca. Perdi a prática. — Debocho, concordando. — Só uma, cara.

- Tá bom, eu pago, porque sou um ótimo perdedor, mas um excelente vencedor. — Me exibo, vendo-o revirar os olhos.

- Mano, cadê o Lucas? — Jay arregala os olhos e eu olho para os lados, procurando o garoto. — Não é possível! Será que ele...

- Não, meo. Eu vou matar ele se tiver feito isso.

- Ae, isso se aqueles caras não matarem ele antes.

Indica com a cabeça para o lado e eu olho na direção, vendo o idiota ser agarrado pela gola da camisa por um daqueles brutamontes. Presto atenção por enquanto, estou preparado para qualquer coisa e defender meu amigo. Mas eu sei que aquele burro vai falar besteira, porque ele é um boca de sacola e vai abrir a bocona.

E a situação só piora.

A garota que ele flertava, se aproxima dos dois e tenta entrar no meio, mas é empurrada pelo homem forte. Lucas não aceitou ver aquilo e partiu pra cima do mesmo, desferindo um soco bem dado no queixo do cara. Eu teria feito o mesmo se presenciasse essa covarde, relando a mão dessa forma em alguma garota. 

O homem ferido se endireitou e foi pra cima do meu amigo, o segurando pelo pescoço e levantando o punho.

Antes de algo acontecer, Jay e eu fomos até lá separando os dois.

- Calma aí, cara. — Falo tranquilo.

- Que foi? Veio defender sua amiguinha aí? Você bate que nem mulherzinha, seu merda. — Lucas ataca com todo ódio.

- Melhor do que agredir uma garota, seu lixo. Covarde!

- Lucas, para! — Jay aconselha, o segurando.

- Cara, vamos deixar isso pra lá e voltar a beber normalmente, cada um para o seu lado.

- Não antes de arrebentar a cara desse muleque! — Esbraveja. — Quem ele pensa que é pra dar em cima da minha garota.

- Garota que deveria ser tratada melhor, seu arrombado!

- Lucas, cala a boca!

- Tô mentindo não, porra! Deveria apanhar bem mais.

- Vem aqui então, medroso! — Desafia meu amigo, que esperneia para se soltar, mas Jay mantém seu aperto. 

- Chega, não quero briga no meu estabelecimento! — Ótimo, agora o dono apareceu. — Se afastem, rapazes! Ou expulsarei todos vocês.

- Vamos voltar para lá, mano. — Falo, empurrando Lucas, que reluta.

- Isso, foge mesmo, bando de menininhas.

Isso foi o estopim até para mim. Nem vi quando Lucas passou rapidamente e pulou em cima do desafiador. A briga começou apenas entre os dois, mas foi só Jay e eu tentar separar que os outros indivíduos nos empurraram. 

Tava uma bagunça aquilo, as mesas e cadeiras caíam, assim como os copos e litros de cervejas. Molhou minha camisa com alguma bebida alcoólica e me enfureci ainda mais quando o homem a puxou e rasgou parte do pano. Dessa vez foram só empurrões, porque um soco em seu estômago eu já tinha dado e ele cambaleou, então tratei de colocá-lo no chão.

Jay também tentava se afastar, um dos funcionários entraram no meio e separou os dois. Lucas e o outro rolavam no piso sujo, aos socos e golpes que machucavam seus rostos. Vi a boca do meu amigo com sangue escorrendo e um filete descia de sua sobrancelha. 

O dono gritava que estava chamando a polícia, tratei logo de puxar Lucas. Não quero encrenca com os homens, até porque já tenho demais. Contei para Jay que não podia ficar alí se eles chegassem, então o mesmo me ajudou a tirar Lucas de cima do grandão.

- Para, cara! Já bateu demais!

- Lucas, vamos sair daqui, meo! A polícia tá vindo. — Avisei, o acordando de sua fúria. O mesmo me encarou e antes de sairmos correndo para o carro, golpeou o homem, que tentava se levantar, com um chute em sua barriga. — Aqui, foi mau a bagunça.

Falei para o dono, entregando algumas notas altas de dinheiro para pagar a conta, provavelmente, deu bem menos do que entreguei, mas não quis conferir. 

Entramos no meu carro, já que eles não vieram no deles, e dirigi para bem longe dalí. Jay estapeou a cabeça do amigo brigão, dando uma baita bronca no mesmo. Era pra ser uma coisa tranquila, Lucas é teimoso e faz tudo errado. Nem tudo, mas em quesito de confusão, sim. 

E essa não é a primeira vez que isso acontece, esse idiota já arrumou outras brigas, mas por sorte eu tinha uma arma e conseguia afastar. Só que não pude sacar a minha naquele lugar, não alí. Pretendo voltar, e se for preciso pagar todo o prejuízo para isso, pagarei. Aquele bar é um dos melhores que já fomos. Só não podemos vir de novo e dar de cara com aqueles monstros.

- Afinal, a gente deu uma surra neles. — Lucas começa, sentado no banco de trás. — Do que adianta ter músculos e serem uns frangos que nem sabem bater?

- Pode até ter batido mais nele, mas você também levou umas. — Jay prende o riso.

- Ele saiu pior do que eu. Covarde de merda.

- Isso tudo por causa de uma garota? Fala sério, Lucas.

- JK, aquela mina era uma gata e tava me dando mole também. — Reviro os olhos e Jay nega com a cabeça não acreditando naquilo. — E outra, eu só bati nele porque aquele idiota teve a coragem de empurrar a garota.

- É, nisso você tem meu apoio. — Falo, parando o carro no sinaleiro. — Mas devia ter parado quando o dono chegou.

- Bem provável que ele não vai nos deixar voltar lá. — Assinto para o garoto no banco do carona. — Somos clientes vip, porra.

- Vai sim, é só a gente conversar. — Lucas afirma convicto.

Rumo para a casa dele primeiro, conversamos enquanto isso. Querem marcar outro rolê, mas pediram para eu levar a S/n e Milla, até sugeriram convidar os meninos. Posso até fazer, só que tem um porém, esse vai ter que ficar para depois da missão. Preciso me concentrar, não tem como dar errado.

Deixo Lucas na porta da sua casa, saindo só quando ele entra. Jay disse que não sabe se irá trabalhar amanhã mesmo, já que não terá corrida essa semana. 

Ele trabalha numa oficina de carros de corrida, decorando, reformando e construindo. Esse trouxa ganha pra caralho, por isso nunca receia em pagar toda a conta quando saímos, apesar de termos dinheiro também. Sua conta tem seis zeros atrás de algum número, mesmo assim não tem nada chamativo. Compra tudo o que sua mãe pede, a mesma mora num sítio, que também foi comprada por ele. Já fomos lá, é bem bacana e confortante. 

Tá aí, pode ser uma boa ideia irmos para lá.

- Ae, já que não sabemos onde ir nesse próximo rolê, que tal se formos visitar sua mãe?

- No sítio? — Assinto. — Caralho, é uma boa. Tem tempo que não vejo minha coroa.

- Pois, então, será que dar?

- Vou falar com ela e falo para vocês no grupo. — Assinto novamente. — Mas acho que vai dar sim, porque ela me pediu um freezer novo e nunca levei, porque nunca vou lá.

- Que filho maravilhoso. — Debocho, recebendo um soco no ombro.

- Idiota, eu sou, sim. — Concordo em sarcasmo. — Sério, vou ligar para ela, mas amanhã, porquê minha velha já deve tá dormindo.

- Ela dorme bem cedo, né? — Falo, porque já vi.

- E acorda bem cedo. — Rimos um pouco. 

Ela é gente boa, humilde e simpática. Nos tratou como filhos, quando fomos lá pela primeira vez. Se bem que consigo me lembrar de duas vezes apenas, acho que não fomos mais do que isso. 

- Vai levar a S/n?

- Não sei, vou convidar as meninas, se elas quiserem ir.

- Então vocês estão ficando sério mesmo?

- Quando dá vontade, a gente não nega.

- Quero ver isso virar outra coisa.

- Porra, que pira de haver mais que todo mundo fala.

- Mas é o óbvio, JK! Você sabe muito bem que começa assim, lembra da sua garota?

- Lembro. — Falo baixo. Pouso o braço esquerdo na janela do meu lado e esfrego o indicador no queixo. Não gosto dessas recordações. 

- Mas é isso. — Sei que ele desvia o assunto. — Leva ela, pô. Quero conhecer essa Milla também.

- Nem inventa, ela é mulher do JHope.

- Eu nem falei nada.

- Aham. — Sorrimos.

Deixo-o em sua casa também, fazendo a mesma coisa que fiz com Lucas. Aproveitei para tirar a regata rasgada, percebi que a mesma ainda estava úmida pelas bebidas que derramaram em mim. 

Fui dirigindo até a casa da S/n sem camisa mesmo. Quando cheguei, vi as luzes apagadas, apenas a da sala de lazer ligada naquele corredor. Subi as escadas, ouvi gemidos vindo do quarto de Hoseok, mesmo abafados, e sorri, tendo a certeza que aqueles dois se acertaram.

Antes de entrar em meu quarto, vi a porta da S/n fechada. Será que ela trancou? A luz também está apagada, não ouço barulho nenhum vindo dalí. Ela só pode ter dormido, mas sei que logo acordará. 

Lembro da madrugada que a mesma me contou que seus pesadelos não tem mais a atrapalhado dormir. E claro que não perdi a chance de provocá-la, perguntando se foi depois que começou a dormir comigo, mesmo com uma carranca ela respondeu que sim.

Notei que quando estamos só nós dois, sua marra e valentia some totalmente. Só aparece quando eu provoco e a irrito. Notei que antes de dormir ela sempre passa a mão em mim, não com malícia, mas pra saber se estou realmente lá. E notei que meus beijos, seja em sua boca ou em qualquer outro lugar, nos dar a mesma sensação. 

É gostoso ficar com ela.

Mordo o lábio, sorrindo pequeno. 

Me pego pensando nela, enquanto estou parado no escuro, olhando para sua porta. Seguro a maçaneta gelada, girando até abri-la. Procuro por ela naquele breu, a mesma se remexe e levanta a cabeça para olhar quem invade seu quarto, sem nem bater antes. Ouço ela me xingar baixinho. Acabo rindo anasalado e entro, fechando a madeira devagar e tranco-a. 

Ainda com a calça e o coturno em mim, subo em sua cama, mas faço diferente. Levanto o edredom, me enfiando por baixo dele e procuro suas pernas para afastá-las e entro. Engatinho entre elas e me encaixo no meio. 

Deslizo uma mão em seu corpo, vejo que ela só usa uma camisa e calcinha para dormir. Não é a primeira vez. Afundo as mãos ao lado de sua cabeça e me ergo na altura de seu rosto. 

- Vou te sufocar com o travesseiro. — Ameaça baixinho. 

Me lembro do que ela disse antes de sair e sorrio.

- Eu disse que ia vir aqui.

- E que audácia de subir em cima de mim, hein.

- Só pra saber se você tá acordada mesmo.

- Cretino. — Beijo seu pescoço algumas vezes. — Você tá bêbado? Tá cheirando a álcool pra caralho.

- Não tô bêbado, só bebi três cervejas. — E não menti, estou sóbrio até demais. Levanto o rosto, esbarrando nossos narizes uma vez. — Lucas se meteu em confusão, rasgaram minha camisa e derramaram bebida em mim.

- Que noite agitada, um grupo de amigos que caçam confusão.

- Não fiz nada, eu avisei na verdade.

- Mas se meteu na briga.

- É, para defender meu amigo, você faria o mesmo.

- Tenho que concordar.

Ficamos em silêncio por instantes. Ouço sua respiração, sinto-a bater contra mim. Me arrepio quando suas mãos quentes pousam em meu peitoral e ela se ajeita embaixo de mim, a ação que causa um atrito em nossos íntimos. E é ela quem me dá um selinho, deixando um rastro de querer bem mais.

- Você vai tomar banho antes de deitar aqui.

- Por que? É só álcool.

- Nem fodendo te deixo ficar com esse cheiro do meu lado.

- Nem fodendo? Será? — Provoco-a, ganhando um beliscão na barriga. Rio sem voz e me apoio nos cotovelos, ficando mais próximo de seu corpo. — Aqui tá bom demais para eu sair só para buscar uma roupa.

- Não sou colchão pra você ficar em cima.

- Mas adora quando fico, me mexendo.

- Para com essa safadeza, tudo é motivo para você falar besteira, idiota — Resmunga, me fazendo ri.

- Calma, não fica brava comigo. — Beijo seu pescoço e subo para as bochechas até o canto de sua boca. — Não quero sair daqui. Ainda tô cheiroso.

- Cachorro fedorento. Sai de cima. — Tenta me empurrar, mas eu seguro seus pulsos contra o colchão. 

Ela reluta até desistir, já que deposito todo meu peso nos braços. Suas pernas se prendem em meu quadril e os pés pousam atrás de minhas coxas, me dando mais espaço.

- Você não parece querer que eu saia também. — Resolvo provocar mais. — Uhm?

Ouso em morder seu lábio lentamente.

- Eu odeio você. — Sussurra, apertando as coxas para levar meu quadril ao seu, prensando-me contra si. Sorrio. — Vai tomar banho.

- Ah, daqui a pouco eu vou. — Brinco com a lateral de sua calcinha, puxando e soltando algumas vezes. — E te levo comigo. — Esbarro meus dedos em seu íntimo de propósito, mas levo-os para meu cinto, dando desculpa. — Tá apertado isso aqui.

- Tira então. — Não foi uma ordem. 

Seu tom baixinho me arrepiou e eu faço isso mais rápido do que imaginei. O silêncio de novo se instalou entre nós, depois que a fivela se chocou contra o chão. Aproveitei para empurrar, com os pés mesmo, o coturno que ainda usava.

Volto a ficar com os cotovelos na cama, respiro contra sua clavícula, sentindo seu cheiro gostoso, que me vicia e me faz querer mordê-la. Farejo sua pele por segundos até suas mãos invadirem meu cabelo. Levanto, ficando próximo a sua boca e seus braços circulam meu pescoço. 

Toco seus lábios com os meus, beijando-a numa lentidão saborosa. Dando selinhos curtos e suaves. Curto sua boca, sugando a carne macia e exploro sua língua, molhando o ósculo. Sem malícia alguma, itensifico o beijo com mais firmeza, mordendo o inferior para chupá-lo e voltar com os movimentos, sem soltá-la no processo.

Ela reage. As unhas dançam em minha nuca, descem nas minhas clavículas e me aperta com pressão. De um lado para o outro, controlo o beijo, e pela primeira vez, ela não luta contra isso. As mãos quentes descem em meu abdômen e passeiam no dorso nu, causando mais alguns arrepios. Impulsiono o quadril contra o seu uma vez, quando ela me morde e me aperta. 

Sinto um choque ao esbarrar meus dedos nos seus, então levando-os a sua cintura coberta, onde não demoro em infiltrar a mão boba por dentro da camisa. Tateio a pele quente, sentindo sua respiração mudando de acordo com a forma que a toco. Resvalo nossos quadris novamente, agora me movimento sem parar. 

Ela segura no passante da calça jeans e a puxa, se esfrega em mim, procurando um pouco de alívio. Me tortura, mas não a paro. Solto sua boca apenas para buscar ar, deixo as respirações batendo contra a outra e rastejo a palma em seu corpo. Ela ofega, mexendo o quadril, procurando mais de mim.

Pego e aperto por onde passo, ao mesmo tempo que sigo uma trilha de beijos na lateral de seu pescoço até o lóbulo da orelha furada e mordo-a devagar. Ela arfa e eu repito o ato. 

Agora é sua boca que transita em mim, os lábios molhados descem, captura com a língua e suga sem pressão. S/n estremece quando espalmo seu quadril, descubro sua pele até a linha do umbigo e deslizo o dedo no cós da calcinha fina.

- Acho que preciso de um banho mesmo. — Sussurro contra seus lábios.

- E vai me levar junto.

Ela me surpreende ao me tocar por cima da calça. Dessa vez com calma, ela me descobre mais uma vez e movimenta a mão numa lentidão que eu gosto muito. Nossos narizes permanecem juntos, soltando lufadas sôfregas juntos e arfando juntos. 

De um jeito diferente, S/n não quer dominar, não quer tomar as rédeas disso e nem luta contra mim, como sempre fazemos. Ela simplesmente me deixa fazer o que eu quero, mas procurando satisfação para si também. 

Me ergo, sentando nos calcanhares, passeio as mãos em suas coxas. Sinto-a tremer. O cobertor desliza, descobrindo meu corpo e ela me procura no breu. Deslizo os polegares em sua virilha, quase encontrando meu objetivo principal e ela, mais uma vez, estremece.

- Jungkook... — Me chama baixinho, com os braços erguidos. 

Parece uma criança querendo colo. Mas quando me inclino para puxá-la, é ela quem faz isso comigo. Me puxa pelos ombros. As mãos me tocam de um jeito gostoso, arranhando e desenhando por onde passava. Suspiro, selando nossos lábios algumas vezes. 

- Eu quero você.

- Eu tô aqui

Respondo no mesmo tom que o seu. Ela menciona em tirar a camisa, então faço isso para a mesma, ajudando-a a se livrar da peça. Volto a me aproximar de seu rosto, beijo suas bochechas e puxo o lábio inferior de leve. 

- É só pedir que eu te dou o que quiser.

Sinto as palmas quentes em meu rosto, leva-me até sua boca, iniciando um ósculo calmo. Retribuo o beijo com vontade, sugando seus lábios de um jeito lento, mas forte. Ela cria audácia para deslizar sua língua em meus lábios, eroticamente. Me atiça. Morde meu inferior, mas não solta, enfia as mãos em meu cabelo, puxando para trás e chupa minha boca, antes presa em seus dentes. 

Jogo meu quadril contra o seu em reflexo, me sentindo provocado. 

Mesmo começando o beijo, S/n não controla e nem dá iniciativa do que vem depois. Então eu me posiciono nisso. 

Desço as mãos em seu pescoço, seguro-o sem força, separo nossos lábios com um estalo alto e ela resmunga contra isso, tenta me puxar de volta, mas nego, deslizando meu nariz no seu uma vez. Continuo descendo a mão em seu colo e chego em seus peitos, apalpo-os com vontade. 

Me ergo entre suas coxas, pegando os seios com as duas mãos. Brinco com os dois, puxando os bicos rijos, arrepiando sua pele e vejo-a se contorcer, gostando daquilo. Troco as mãos pela boca, começo beijando-os para chupar até marcar. Não posso deixar de fazer isso. É gostoso demais. 

Desço mais, mordiscando sua barriga e cintura. Beijo-a em todos os lugares, onde passo. Aliso o interior das coxas em minha volta e jogo suas pernas em meus ombros. Ela ofega e me procura naquele escuro, as mãos encontram as minhas, presam em seu quadril. Respiro fundo quando os dedos suavizam num caminho no dorso e esbarra nos dedos, ameaçando prendê-los juntos. Mas ela se afasta antes que isso aconteça. 

E eu continuo o que fazia, agora eletrizado por uma sensação diferente.

Puxo a última peça que cobre sua nudez, deslizo os dedos no interior de suas coxas, transito até a virilha e me abaixo. Fico próximo de sua intimidade, mas não a toco ainda. Volto do início, destribuo selares em sua pele. Ela reage, gemendo baixinho meu nome. Isso me afeta e acabo mordendo sua coxa com um pouco mais de força. Sua mão entra em meus fios e segura, descontando a dor que causo nela. Solto-a apenas para dizer contra sua pele, baixinho:

- Desculpa.

- Continua, Jungkook.

Ela responde no mesmo tom. Me dá certeza de que não reprovou aquilo. 

Arrepio e suspiro próximo ao seu íntimo, beijo sua pélvis e desço. Beijo sua virilha e deslizo minha língua, molhando-a. Umedeço os lábios, mordo o inferior com força e ela parece ansiosa. Levo os dedos em sua entrada, melo-os e massageio seu clitóris lentamente. Ela puxa o ar pela boca, estremece e chama meu nome outra vez.

Respiro sôfrego e, enfim, a chupo. Circundo seus lábios, deslizo minha língua e mordisco a carne fina, sem machucá-la. Sorvo seu gosto, que me vicia e me afunda ainda mais alí. Agarro suas coxas com mais força, prensando meus dedos até as pontas ficarem esbranquiçada. Movimento o maxilar por toda sua intimidade, deixo os estalos mais altos e o íntimo molhado. 

S/n tenta fechar as pernas de alguma forma, mas falha por está presa naquela posição, que eu a deixei, e a seguro por baixo das coxas para abri-la, deixando todo meu banquete exposto só para mim. Seu corpo se contorce, ela geme baixinho, arfa e ofega. 

Viciado. Sou viciado nessa buceta. Não consigo parar, gosto das suas reações, de como ela se entrega sem vergonha alguma para mim. Me deixa ir até onde eu quero. Tão gostoso que meus olhos se fecham e trabalho com ainda mais vontade nela. 

Uso a língua em sua entrada, deslizo e movimento em seu clitóris. Chupo-a como se fosse o doce mais gostoso que provei na vida. Me satisfaço com seus gemidos, com seu corpo tremendo e se contorcendo em minha volta. Lutando para fechar as pernas. Ela ficando mais quente e molhada. 

Meu banquete favorito.

Paro só quando ela me diz que está quase em seu limite. Lambo toda a extensão uma última vez e subo em cima de seu corpo novamente.

Beijo-a ferozmente, controlo o ritmo e ela me deixa. Maltrato seu lábio inferior, e ela me deixa, sem retribuir. Passo minha mão por todo seu corpo, apalpando-a, e ela me deixa, faz o mesmo. Espalmo sua coxa uma vez, e ela me deixa, estremecendo. Esfrego-me e empurro o quadril no seu, e ela me deixa, arfando desesperada. 

Não desconta, não retribui e nem reclama. 

Só me deixa.

As unhas me arranham no peitoral, costas e nuca. Ela me ajuda a tirar a calça jeans, os dedos se apressando, numa agonia em remover a box que uso. 

Sorrio, mordendo o lábio. Seguro seu pulso e trago-o até minha boca, onde mordo junto com a pulseira de prata que ela me tomou. Com a mesma mão que seguro, ela pousa-a em minha bochecha e sinto um afagar por dois segundos. Agora com as duas em meu maxilar, ela me limpa e eu a ouço rir baixinho.

- Você se lambuza todo. 

Sussurra contra meu lábio, o mordendo em seguida. Sorrio, mesmo que ela não possa ver. 

Me toco, liberando meu pau. Movo a mão num vai e vem agradável. Suas mãos me arrepia quando ela procura, passeando pelo meu corpo, até entender o que estou fazendo. Melo a mesma mão em seu íntimo e volto a tocar o membro teso. 

- Tira tudo logo.

Sorrimos pouco, e eu levanto apenas para terminar de tirar o que me cobria. Quando volto, suas mãos transitam com mais leveza e liberdade por todo meu corpo. As unhas, ora ou outra, deixando vergões que não permanecerão em minha pele, as palmas quentes e suadas rastejam pelo dorso, apalpam minha cintura, puxa o quadril contra o seu e roça nossos íntimos, agora descobertos. 

Brinco com meu pau por toda a extensão encharcada, ameaçando penetrar, mas nunca fazendo. Sentimos, de novo, a sensação de termos um ao outro por completo, pele com pele. 

Tão quente. Tão molhada. Tão gostosa.

Ganho beijos em meu maxilar, que descem para o pescoço novamente. Ela enrosca a corrente prateada no indicador e a puxa, me levando até seu rosto. Sorrimos. Suas pernas se fecham em minha cintura. Sussurrando, ela pede e me beija. Nego quando nos separamos. Os dentes mordem meu lóbulo, sinto sua língua em seguida, causando-me um arrepio gostoso.

- O que você quer de mim, JK? — Questiona baixinho, arrancando mais um pouco da sanidade que me falta. Os dedos se metem nas madeixas da nuca, movimentam num carinho bom e pequeno. Mordo seu lábio inferior e ouço-a gemer meu nome num tom baixo, como estamos fazendo. E é isso que eu quero. — Tá me deixando maluca com essa demora toda... Fala para mim, uhm?

- S/n...

A chamo em seu ouvido. Beijo seus lábios, degustando mais uma vez da carne macia. Envolvo minha língua na sua, agarro-a e a chupo de forma erótica. Suas costas se arqueiam, a ação causando um atrito mais livre, meu pau pulsa e sua intimidade contrai. Não posso deixar que isso se prolongue mais, não nessa tortura. 

- Geme só para mim hoje. — Peço, quando solto sua boca. Ela suspira, os braços caem em meu pescoço e ganho outro selar no canto dos lábios. Meto uma mão em nosso meio, seguro o membro pela base e me enfio devagar dentro dela. Não me mexo. — Geme baixinho, só para mim... Uhm?

S/n não responde, mas desliza o nariz em minha bochecha. 

O primeiro movimento é lento, ela arfa. Os próximos seguem o mesmo ritmo, ela ofega e geme. E como pedi, baixinho o faz. Travo os cotovelos no colchão, meto sem pressa, sem força e recebo sua aprovação. Meu nome sai de sua boca com cuidado. Nem o ar-condicionado diminui a temperatura com que fazemos aquilo. 

Deixo nossos rostos próximos, meus olhos pesam e eu me concentro no trabalho alí embaixo. 

Ela me aperta, molhada recebe meu pau e o corpo estremece algumas vezes, espasmos controlam suas pernas. Sinto as mãos apertarem meus ombros, prensando nosso peitoral. A pele suada roça na sua, desliza fervendo de calor. 

Me arrepio quando os dedos sobem, travam em meu rosto, esbarrando os lábios com os movimentos e permanecem naquele lugar. Fico louco quando a tenho agonizando, querendo gemer uma nota mais alta, mas se controlando pra deixar aquilo só para mim.

Fico louco porque ela está gemendo só para mim, me dando seus gemidos com a boca próxima da minha.

Agarro o interior de sua coxa esquerda, a ergo na altura da minha cintura e meto com mais firmeza. Ela me puxa, me beija e abafa um gemido mais alto que sairia. Sorrio entre o ósculo, recebendo um chupão no lábio inferior, com força, que achei que ela nunca soltaria. 

Acelero o impulso do quadril, estoco até o fundo e bato a pélvis em seu clitóris uma vez, com força e vontade, e paro. Ela geme meu nome com um volume maior, choraminga manhosa e não reclama. Sorrio ladino. 

Não sei o que deu nela, mas estou gostando disso.

- Consegue ter isso quietinha? — Pergunto, me erguendo, afundando as mãos ao lado de sua cabeça.

- Jungkook, não...

- Só para mim, vai.

Pego pesado, apelo para o lado agressivo. Meto com força, mas devagar. Os estalos molhados, das virilhas se chocando, são abafados pelo cobertor e travesseiros em nossa volta. A cama range, e só agora percebo a claridade da lua no quarto. 

Me dá a visão de seu rosto brilhando pelo suor, assim como o colo e a testa. Seus olhos estão fechados e o lábio preso nos dentes, mordendo com força para não gemer ainda mais alto. 

Posso está sendo malvado com ela agora, me enfiando com força em sua buceta molhada, mas ela me deixa. E isso tá bom demais pra não ser aproveitado.

A encaro, aperto a mão em sua coxa e ela abre os olhos. Nossos olhares se prendem, os dela querendo sumir mais uma vez, mas resistindo e mantendo o contato. Sorrio, mordendo meu lábio, de um jeito safado que ela conhece, tanto que me xinga sôfrega. E agora liga o foda-se e geme alto. Me arranha com força e puxo o ar entredentes, parando mais uma vez. 

Agarro seus pulsos, levando-os para cima de sua cabeça e os prendo com minhas próprias mãos. Continuo os movimentos, mas apelo um pouco mais.

- Shhh... Baixinho.

- Então pega leve comigo, Jungkook. — Pede num fio de voz.

- Você é muito gostosa, S/n... Porra.

Respiro fundo para me concentrar. Gosto de ouvi-la gemer, agora voltando ao tom mais baixo. As paredes me apertando, sua respiração ofegante e o olhar pidão, estava enlouquecendo com aquilo. 

- Por que isso tá tão gostoso?

- Puta merda, não para...

Eu não pararia nunca.

E dane-se. Se ela quer gemer, então vou fazer ela gemer. 

Seu corpo reagiu a forma bruta repentina como eu metia em sua entrada, mas ela se controlou, não gritou, não aumentou a voz, só gemeu para mim. Mesmo com dificuldade. 

E então eu abaixei, rente ao seu rosto, nossos lábios se encontraram e iniciamos um beijo desajeitado. Os solavancos de seu corpo nos atrapalhava. A sensação estava absurdamente boa, diferente das outras vezes que fodemos.

Volto a meter devagar, mas até onde eu queria. Eu estava entrando em êxtase, sentia meu limite chegando. Deixei palavras sujas saírem da minha boca contra seu ouvido, provocando-a e ela respondeu com pura manha. Me deixando louco.

Senti diferença quando suas paredes me apertarem, contraindo freneticamente em volta do meu pau e eu gostei demais daquilo. Senti diferença quando me chamou num miado manhoso, aprovando o que eu fazia, pedindo mais, me mostrando um outro lado. Senti diferença quando me beijou ainda mais molhado e com vontade, em desespero e luxúria. Senti diferença na forma como me encarou, os olhos escurecendo pelas pupilas dilatadas, e brilhando. 

Senti diferença na nossa foda.

E ela me mostrou sentir o mesmo apenas me olhando daquele jeito. Sem conseguir decifrar, apenas me olhou, e me chamou.

A gente estava quase lá e mesmo assim não paramos. Ela tentou se soltar, mas afrouxei o aperto em seus pulsos, somente para separá-los junto com os meus, segurando e empurrando as mãos nos lados. Mas num deslize, por suas tentativas falhas de se soltar, ambas se esbarraram e os dedos cruzaram quase que por completo. 

Meu olhar se encontrou com o seu, sem parar os movimentos, os arrepios pioraram, nos fazendo revirar os olhos e quase os fecharem. Gêmemos uníssonos, deixando os dedos se enlaçarem por completo, apertando com firmeza. Nos rendendo ao ato.

Uma explosão me pegou de jeito, uma onda passou por meu corpo e se misturaram num sentimento diferente. Gostoso pra caralho. 

Beijei sua boca quando ela disse baixinho que ia gozar, então deixei que viesse. Suas pernas tremeram e se abriram mais, a respiração falhava e o corpo convulsionou, assim, se desmanchando. E eu cheguei em meu ápice quase no mesmo tempo. Abafamos os últimos gemidos e seguramos com mais força as mãos unidas, aproveitando a sensação do orgasmo.

Solto sua boca, puxando o lábio inferior comigo. A encarei, nossos dedos se afastaram, mesmo com dificuldade, e as suas palmas vieram para minhas bochechas. Fechei meus olhos, respirando fundo, senti quando seu polegar tocou suavemente meus lábios e me fez parar com qualquer coisa que pretendia fazer. Nossas respirações mesclaram-se, perto um do outro, voltando ao normal lentamente.

Ela me beijou devagar, como quem está com preguiça. Foi um beijo lento, mas intenso nas sensações. Segurou meus fios sem agressividade, só para dar mais movimento no ósculo, fez o que quis com minha boca. 

Estalou nossos lábios apenas para dizer:

- Seu cabelo tá enorme. — Sussurrou enquanto ainda afagava as madeixas média da nuca. Mordisquei seu braço direito, rindo anasalado e não perdendo a chance de brincar.

- Gostou? Eu adoraria te ouvir me elogiar. — Ela riu junto comigo. 

Me retirei de dentro dela, arrancando um último gemido satisfeito nosso. Ela abriu mais as pernas, me deixando ver nossa bagunça e lhe dei espaço para que visse o mesmo. Sorrimos e trocamos mais beijos.

Tentei me levantar, mas tive meu corpo preso alí, quando suas pernas travaram em meu quadril. Fico, passando as mãos em seu corpo todo suado.

- Acha bonito assim? Tava pensando em cortar.

- Tá lindo... Não corta. 

Falou baixinho, me pegando de surpresa por ouvir o que disse. Mesmo assim, assenti, selando algumas vezes sua boca. Os dedos direito deslizam em meu dorso, desenham por cima das tatuagens, as quais ela encara sempre.

- Gosta delas? — Pergunto baixinho, beijando seu queixo.

- Sim, combina com você.

Diferente. A palavra que a define hoje. E eu tô gostando disso.

- Aqui dói? — Ela aperta a região da minha costela, onde machuquei uns dias atrás, naquele estacionamento.

- Não, por quê?

- Nada. — Responde num sussurro. 

A mesma se levanta nos cotovelos, beija meu pescoço, descendo nas clavículas. Sem vergonha ela lambe, morde e chupa minha pele. Suspiro, apertando sua cintura e puxo seus braços, fazendo-a cair no colchão novamente e a beijo, aproveitando para tatear uma última vez todo seu corpo, úmido e quente, deslizando em minhas mãos. 

- Ah, que beijo gostoso.

Surpreso? Fiquei.

- Gostoso, é?

- Muito. — Sussurra. — Você todo é gostoso.

- O que deu em você, hein?

- Não foi você quem disse que adoraria me ouvir te elogiar? Pois, então.

- Pode continuar, tô reclamando não.

- Alimentar seu ego, é o que você gosta, né?

- Se for de você é melhor ainda.

- Ah, é?

- Valentona. — Ri baixinho junto comigo.

- Quero mais. Vem.

Deixo meu corpo cair sobre o seu. Tomo sua boca mais um vez naquela noite. Sinto o suor impregnado em ambos, escorregando e inalando o cheiro de sexo que acabamos de fazer. Seus movimentos são leves, cuidadosos e faz um carinho disfarçado a quase todo o momento. 

Tô gostando disso. 

Estalo nossos lábios, puxando o ar. 

- Vem pro banho comigo.

- Uhum. — Murmura, deslizando os dedos em meus ombros. — Eu preciso também.

- Só tenho que pegar uma roupa no meu quarto.

- Eu te espero aqui. — Ri, vendo que sua preguiça para sair da cama estava grande. 

Talvez seja o cansaço também.

Antes que eu saia de cima de seu corpo, segurei um lado de seu rosto, como ela estava com as duas mãos em mim, e iniciei outro beijo. Do mesmo jeito que estávamos, lento e intenso. 

O que fizemos foi diferente, dessa vez foi. Algo estava diferente das outras vezes que transamos. A verdade é que eu gostei demais daquilo, não foi ruim de forma alguma, foi tão bom. Tão gostoso.

Não sei o que fizemos, mas fizemos.

E foi do caralho.

 

 



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