Narração Otto
No dia seguinte quando busquei Poliana e Éster na escola passei na casa de Marcelo para as meninas verem Luísa, liguei para ela mas ela não atendeu, Poliana também ligou mas ela não atendeu e vimos Marcelo chegando, eu disse:
-Chama a Luísa, as meninas querem vê-la.
-Tudo bem, elas podem entrar.
-Não, a Luísa pode vir aqui fora, minhas filhas não entram na sua casa.
Ele suspirou e entrou na casa dele segundos depois Luísa saiu de foi para meu carro, eu saí do carro para deixá-las conversar um pouco, eu não queria falar com Luísa, eu precisava de um tempo e eu vi que Marcelo estava nos observando.
Tinha algo errado, tinha algo acontecendo, ela não deixaria a Poliana tão de repente, olhei para elas no carro e até mesmo Éster percebia algo errado.
Luísa ficou cerca de dez minutos com as meninas em seguida Marcelo se aproximou de mim, e disse:
-Otto, já deu o tempo da Luísa.
-O que?
-Manda ela sair do seu carro.
-Tudo bem Marcelo eu já terminei.
Disse Luísa saindo do meu carro e olhando para mim, entrei no carro e dirigi para casa.
Quando chegamos em casa corri para meu laboratório, e disse
-Sara, câmera dos brincos da Luísa.
Mas nas imagens ela estava bem, Marcelo estava colocando comida para ela, ele disse:
-Aposto que o bebê vai amar a comida do papai.
-Não vai, já estou enjoando.
Disse Luísa, alguém estava me ligando e era Addison, eu atendi:
-Oi.
-Ainda vigiando ela?
-Como sabe?
-Conheço bem você César...Deixa ela em paz César foi escolha dela.
-Eu não posso Addison, sabe quando algo diz que tem alguma coisa errada?
-César, eles vão ter um filho, deixa eles.
Addison tinha razão não existia nada entre Luísa e eu e decidi que ela tinha que ficar em paz com o Marcelo.
Mas claro que eu não ia deixar minha filha na mesma casa que aquele agressor, por isso combinei com Luísa dela só ficar com Poliana se fosse na casa de Durval.
Narração Luísa
Dois meses depois Marcelo deixou eu fazer um novo ultrassom para saber se estava tudo bem com meu bebê, ele foi comigo e vi a irritação dele ao saber que eram dois bebês.
Naquele momento senti medo e angústia, eu sabia que meus filhos estavam correndo perigo também, eu fiquei tão desesperada que nem tive reação quando a médica disse os sexos que era um menino o bebê menor e uma menina o bebê maior.
Eu queria Otto do meu lado ele provavelmente já ia escolher os nomes, Marcelo nem sabia fingir felicidade, eu sabia que no fundo ele queria que eu perdesse os bebês, quando estávamos voltando para casa, ele disse:
-Dois bastardos.
-São crianças e não tem culpa de nada.
-Claro que não tem, mas que vai ser mais difícil me livrar de dois.
-Do que está falando?
-Acha mesmo que vou deixar você criar os filhos daquele idiota? Você vai ter que me matar antes.
-Marcelo...
Acabei vomitando no carro dele e ele ficou muito nervoso.
Narração Otto
Entrei no quarto da Poliana e ela estava chorando, eu disse:
-Poliana...
-Pai, eu sinto falta dela.
-Mas e o jogo do contente? Pelo menos a tia Luísa está viva e vai ter um bebê.
-Eu sei pai, mas eu sinto falta dela.
-Poliana...
-Pai, eu sinto que tem algo errado.
-Eu também sinto.
-Você acha que meus primos são meninos ou meninas?
-São dois?
-Sim, a tia Luísa explicou que foram concebidos em dias diferentes.
-Sabe de quanto tempo sua tia está?
-Não sei, acho que é cinco meses.
-O que acha de sairmos?
-Não quero pai, ainda estou triste.
-Mas vai ficar pior se ficar aqui presa.
-E a Éster?
-Estudando como sempre.
-Ela iria junto?
-Com certeza.
-Vamos.
Disse ela saindo da cama e indo escolher uma roupa, fui até a biblioteca chamar Éster, ela disse:
-Sou obrigada a ir?
-Claro que é meu amor, vamos você precisa sair.
-Gosto de estudar tio Otto.
-Eu também amo estudar, mas você tem que ser um pouco criança.
-Tudo bem tio Otto, se vai deixar você e a Poliana felizes.
E ela foi para seu quarto e percebi que ela tinha falado com a Addison minutos atrás, levei as meninas para o cinema Poliana que escolheu o filme e Éster adorou o filme, estava sendo difícil tirar os efeitos da placa, mas aos poucos conseguíamos dar um passo.
Eu ainda não tinha conseguido pegar Luísa sozinha parecia que Marcelo vigiava ela 24 horas, mas nada tirava da minha cabeça que tinha algo errado, na dia seguinte quando eu estava indo na terapeuta vi Luísa saindo do consultório, eu disse:
-Luísa? Ainda vem aqui?
-Venho...Eu gosto de conversar com ela.
-E seu bebê?
-Estão bem...Acabou seu remédio?
-É, eu estou precisando deles de novo.
-Otto, pode levar a Poliana na minha casa hoje?
-Sabe que eu não gosto quando o Marcelo está com você e a Poliana...
-Eu sei, mas hoje ele tem jantar com a família e ele não vai querer que eu vá.
-Pode ser...Eu tenho que ir até logo Luísa.
E fui para minha consulta eu odiava terapeuta mas era isso ou ficar sem remédios para não ter sonhos.
Narração Luísa
Ainda bem Marcelo não quis que eu fosse para a mãe dele, por isso eu ia conseguir ver Poliana, Éster e Otto, mandei mensagem para Otto combinando tudo.
E depois que Marcelo saiu esperei alguns minutos e fui para a casa de Otto, quando cheguei na casa dele as meninas me abraçaram e elas já iam dormir, mas ainda consegui conversa um pouco com as duas e dei beijo de boa noite nelas. Quando eu já ia embora Otto disse:
-Eu te levo.
-Não precisa.
-Eu te levo, está tarde para você ir andando sozinha.
-Obrigada.
E ele me levou até em casa mas nem conversamos direito quando chegamos na frente de casa, ele disse:
-Ja sabe o que é o bebê?
-O maior é menina e o menor menino.
-Ja tem nomes?
-Ainda não.
-Luísa, tem alguma probabilidade de uma dessas crianças ser minha?
E agora? Falava a verdade?
-Tem.
-Sai daquela casa Luísa.
-Eu não posso Otto, ele está ameaçando a Poliana e a segurança dela é importante para mim.
-Luísa, acha que eu tenho medo do Marcelo? Ele que deve ter medo de mim.
-Otto, eu tenho medo dele machucar você ou a Éster ou a Poliana.
-Luísa, ele não vai machucar ninguém, a única pessoa que ele pode machucar agora é você, na minha casa vocês estão mais seguras, aqui eu não posso estar com você 24 horas.
-Eu sei Otto, mas...
-Luísa pensa nos bebês.
-Penso neles todos os dias.
-Sai daquela casa.
-Tenho medo.
-Você ama ele?
-Nem um pouco, só penso em um cientista maluco.
E nos beijamos e fiz a maior loucura da minha vida transei com Otto no quarto onde eu dormia com Marcelo, foi loucura? Sim, mas foi muito bom me entregar para Otto novamente, eu amava aquele homem, e nem nos preocupamos se Marcelo ia chegar ou não.
Ver ele ir embora foi a pior parte mas eu precisava ficar com Marcelo ainda, pelo menos até eu ter certeza que Otto, Éster e Poliana estarem seguros.
Marcelo chegou dez minutos depois que Otto saiu a sorte foi que eu tinha trocado os lençóis de cama antes dele chegar.
Semanas depois a Glória mãe do Marcelo fez outro jantar, mas dessa vez ela queria que eu fosse com Marcelo e eu não podia negar esse pedido.
No jantar estávamos Marcelo e eu Roger e Verônica com os dois filhos e Glória, a conversa estava boa, mas Roger e a família precisaram ir embora antes da sobremesa, e quando Roger saiu, Glória e eu ficamos conversando, ela disse:
-E como foi para você Luísa? Sair do conforto do Otto? Deixar sua sobrinha?
-Esta sendo difícil, mas confio no Otto, sei que ele vai ser um excelente pai.
-Vai sim, Otto não faria mau a ninguém.
-Sei disso, morei com ele quase um ano.
-Ele é fechado igual os pais dele, mas é um bom menino.
-Você conhece os pais do Otto?
-Conheço bem pouco, são fechados, não gostam muito de conversar, sempre prenderam o Otto, nem deixavam ele se socializar com as pessoas.
-Meu Deus isso é de família.
-Otto foi adotado com 6 anos, a família protegia muito ele.
-Otto é adotado?
-É, eu só não sei onde os Pendleton pegaram ele.
Narração Otto
-Pai, você tem muitos anéis.
-Tenho mas só uso em ocasiões especiais.
-Podia me emprestar esses de caveira né? São bem pesados.
-Acho que não serve no seu dedo.
-Tem razão.
Disse ela tirando o anél folgado do dedo, ela viu uma pulseira que eu amava, e disse:
-Que linda pai.
-Ta esse eu não posso te dar.
-Porque?
-Porque, é uma pulseira que era da minha mãe biológica, e está vendo esse berloque? Tem um C, que quer dizer César, que é a inicial do meu verdadeiro nome.
-Então seu nome não é Otto?
-Sim, mas antes de me chamar Otto meu nome era César, e quando meus pais me adotaram eles mudaram meu nome e como os dois eram americanos meu nome tinha que ser americano.
-E pode mudar nome assim?
-Pode, mas tem que pagar né.
-E você se lembra da sua família antiga?
O barulho da serra veio na minha memória o grito também, mas eu disse:
-Não, mas eu tinha um irmão.
-E o que aconteceu com ele?
-Eu não lembro, ele se chamava Vinícius.
O carro deixando meu irmão mais novo nas ruas em seguida me deixando mais longe ainda era difícil esquecer, Poliana disse:
-Você ficou triste pai.
-Me dói não saber do meu irmão, ele era mais novo tinha uns quatro anos.
-Pai, você é poderoso, podia procurar ele.
-Eu já tentei, mas não tenho tantas informações assim, não tenho fotos nem nome completo em fim.
-Será que tenho primos?
-Acho que sim.
Ela deu um sorriso e colocou a pulseira no meu pulso, já estava pequena mas a jóia era tão antiga que nenhum joalheiro quis mexer nela.
Narração Luísa
Quando chegamos em casa Marcelo foi para o quarto e pensei em ligar para Otto, mas com Marcelo em casa não seria uma boa idéia.
Fui para o quarto e Marcelo estava tirando a roupa, eu coloquei uma camisola e percebi que já estava difícil usar minhas roupas, Marcelo disse:
-Chocada pelo seu Romeu ser adotado?
-Não é um assunto que lhe interessa, na verdade acho adoção um ato lindo.
-Só seria triste ele morrer e vir uma família desconhecida querendo a fortuna dele.
-Ele tem uma filha e uma afilhada, não se preocupe.
-Ansiosa para nosso casamento amanhã?
-Não.
Ele me olhou com um olhar de nervoso, mas no fundo ele sabia que eu não amava ele.
No dia seguinte coloquei um vestido preto e passei uma maquiagem maquiavélica, Otto teria gostado de casar comigo nesse estilo, mas Marcelo ia odiar já que ele era bem tradicional.
E quando entrei no carro eu comecei a chorar e Duval segurou minha mão, e disse:
-Da tempo de desistir Luísa.
-Eu não posso, vamos.
Chegamos na igreja e os convidados me olhavam com sorrisos e Durval e eu fomos caminhando até o altar, mas antes que eu entrasse na igreja ouvi um carro vindo e era o carro de Otto, olhei para Durval e ele disse:
-Foge.
Olhei para Marcelo no altar e quando vi Otto saindo do carro joguei o buquê no chão e corri para os braços do Otto e entramos no carro e ele pisou no acelerador.
E nos dois começamos rir meu Deus que loucura, achei que Otto fosse me tirar do país mas ele me levou para casa e eu confiei nele, no fundo eu sabia que tudo ficaria bem.
As crianças me abraçavam tão forte que eu comecei a chorar.
Narração Otto
Eu tinha feito uma loucura divertida, mas eu podia proteger Luísa e meus filhos, as meninas estavam felizes por Luísa estarem com elas, eu disse:
-Meninas, a Luísa teve um dia puxado, ela precisa descansar.
-Eu amo essas duas vitrolas, mesmo que me deixem louca as vezes.
Falou Luísa e ela tirou os sapatos, e disse:
-Não tenho nenhuma roupa aqui.
-Addison deixou algumas, amanhã compramos mais.
-Será que ela...
-Não Luísa, apenas vá.
Nos abraçamos e levei ela para meu quarto e deixei ela sozinha.
Narração Luísa
Tirei o vestido com dificuldade e entrei na banheira e nem sei quanto tempo fiquei lá mas eu dormir na banheira e só acordei com Otto me chamando, ele disse:
-Amor, Marcelo está lá em baixo.
-Não Otto, por favor...
-Se não quiser falar com ele tudo bem.
-Eu...Fica comigo?
-Não vou sair de perto de você.
-Eu te amo.
-Eu te amo, ficou linda com essa maquiagem.
-Eu sabia que você ia amar.
-Só faltou o vampiro gatão.
Dei risada e ele me ajudou a tirar a maquiagem, eu demorei um pouco para descer, mas quando desci Marcelo estava com os olhos inchados, ele disse:
-Achei que não ia descer.
-Tenho que lhe pedir desculpas.
-Porque?
-Marcelo, eu não te amo, você me machuca, me humilha, me deixava com fome! Eu não posso, eu me amo também!
-Sabe a vergonha que passei?
-Sinto muito, eu não podia e não tenta machucar minhas filhas ou o Otto.
-Eu te amo.
-Você não me ama, quem ama não bate.
-Eu...
-Vai embora daqui Marcelo.
-Eu te amo.
-Se me ama, me deixa ser feliz, Otto é meu amor... Você está doente Marcelo e precisa de ajuda, mas eu não posso mais te ajudar, eu cheguei no meu limite.
-Boa sorte com o Otto.
E ele saiu da mansão e senti um alívio Otto estava atrás de mim e me abraçou, ele disse:
-Agora você é minha.
-Sempre sua...Meu Deus a Addison é maluca em usar essas roupas.
-Ficaram lindas em você.
Nos beijamos e dormir no quarto de Otto com ele do meu lado, os dias se passaram e Glória queria jantar comigo e com Otto, mas eu ainda não estava preparada para ver ela, eu tinha abandonado o filho dela no altar, mas ela era muito amiga do Otto.
Otto concordou comigo e falei que ainda não era o momento, quando eu estava perto de ganhar os bebês, Otto disse:
-Luísa, tudo bem se o Sérgio e a Joana serem padrinhos de um dos dois?
-Por mim tudo bem, eu adoro os dois.
-Que ótimo, eu adoro muito o Sérgio, eu o considero como irmão.
-O Sérgio é um amor, e os filhos dele.
-Acho que a Poliana gosta do Luigi.
-Só percebeu agora?
-Ela é nova para namorar.
-Não é namorado é um crush.
-Eu não queria que ela crescesse.
-Mas ela vai crescer Otto é inevitável.
-Tive uma idéia, vou construir...
-Nem pensar seu maluco.
Ele deu risada e me beijou, ele disse:
-Você é a mulher mais linda do mundo.
-Diz isso porque eu ainda não ganhei bebê, mas deixa o corpo mudar os seios cair...
-E vou continuar te amando.
-Tio Otto!
Dizia Éster entrando na sala, ela disse:
-Poliana está passando mau.
-Cadê ela?
-No quarto.
Otto subiu para o quarto da Poliana e eu dei um copo de água com açúcar para Éster, Otto desceu com Poliana nós braços e disse:
-Não de novo não, Luísa vou levar ela no hospital.
-Otto...
-Éster, Sara, cuidem dela.
E ele saiu com Poliana e vi minha sobrinha bem pálida, Éster disse:
-A primeira filha do tio Otto ficou igual a Poliana antes de morrer.
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