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História Juramento - Angústia


Escrita por: goodbyes15 e ManuOliveira13

Capítulo 2 - Angústia


Miami – Florida 

01/08/2018 

 

[MILLIE NARRANDO]

 

Minha pela flamejava, os olhos de mamãe caiam sobre mim como fogo, eles eram agressivos e pareciam me analisar das pontas dos pés até meu último fio de cabelo. Ela se preocupava até demais pra variar; não tiro seu direito, afinal, ela era minha mãe.  

 

- Millie, minha filha, está mais abatida que o normal.... - A preocupação em seu olhar fez meu estomago embrulhar. Eu realmente não estava bem. - Quer que eu chame alguma enfermeira? - Neguei abrupta. Não aguentava mais ingerir os remédios horríveis a qual eu era submetida a toma, aquilo era torturante. 

 

- Estou bem. - Minto, mas a culpa me atingi em cheio. Eu odiava mentir para ela. - É apenas um enjoo passageiro. - Ela franziu suas sobrancelhas. Bingo, ela sabia que eu estava mentindo, mas mesmo assim concordou meio contragosto. 

 

- Se você está dizendo. - Balbuciou. Deito minha cabeça no travesseiro macio, encarando o teto branco sobre mim, 1....2...3... conto tentando fazer o tempo passar mais rápido. Aquela era sempre a mesma rotina, mas diferentes dos últimos meses Sadie não estava aqui. A ruiva havia ido para sua casa; como eu desejava estar em casa agora, deitada sobre a grama verde do quintal enquanto sentia o vento bater em meu rosto, sentir o aroma das flores que a tempos não sentia. Oh, aquilo era uma das coisas que eu, mas sentia falta. As cores variadas, as formas angelicais e o performe que as mesmas possuíam. 

 

Como eu queria que noite engolisse o dia nesse exato momento, assim seria um dia a menos nesse cubículo que eu tenho a maravilhosa sorte de chamar de quarto, as paredes brancas pareciam me engolir, o chão gelado fazia vários espasmos passar por cada centímetro do meu corpo. Ah, eu não podia esquecer da maravilhosa bata azul que eu tinha de usar, todos os dias. A peça era meu uniforme, por assim dizer. O que será que Sadie estava fazendo agora? Talvez, aproveitando os poucos dias que tem fora dessa prisão; eu me sentia presa, mas até os presos tinham mais liberdade que eu, não sou capaz de lembra a última vez que pude sentir o calor do sol queimando contra minha pele. - Solto um longo suspiro. 

 

- Millie, o que há com você hoje minha filha? - Viro meu rosto, fazendo meus olhos ambas se encontrarem com os olhos negros de mamãe, sua feição preocupada parecia não sair de seu rosto. 

 

- Eu já falei que não há nada comigo hoje.  

 

- Não minta pra mim mocinha. - Bradou. 

 

- Apenas, não estou me sentindo disposta hoje. - Suspiro. - Estou com saudades de casa. - Desviei meu olhar do seu, pois sabia que choraria caso continuasse a fitando. - Quando eu terei alguns dias livres dessa prisão? Sabe, como Sadie! - Sua respiração entrecortada entrava por meus ouvidos, seus pés começaram a bater freneticamente no chão, fazendo o som fluir por todo o quarto. Reviro os olhos já imaginado sua resposta. 

 

- É complicado querida. - Típica frase de quando entramos nesse assunto. - Tudo no seu devido tempo, você irá para casa quando o médico decidir que você está bem... 

 

- Eu nunca estarei bem mãe. - Meus olhos já estavam marejados. - Eu não lembro da última vez que estive fora desse hospital, mas possivelmente quando eu conseguir sair daqui será dentro de um cachão. - Seus soluços preenchiam o quarto, me encolho, odiava a fazer chorar. - Eu não aguento mais! - Desabo. 

 

A angustia me consome por inteira, me sentia tão pequenina perto desse sentimento, meus pulmões pareciam queimar, meu coração ameaçava para de bater é a sensação de choro preso era angustiante, eu queria gritar até que eu não tivesse mais voz, queria chorar até não restar mais lagrimas, queria morre para não ter que passar por tudo que estou passando. Eu era uma completa ingrata, eu sabia disso. Eu queria partir sem ter passagem de volta, deixar aquela que sempre se sacrificou por mim, aquela que me deu amor enquanto o mundo parecia me amedrontar, aquela que abandonou seus sonhos para cuidar de mim, mas era como se eu não aguentasse mais, tudo parecia estar mais complicado, meus hormônios pareciam estar a flor da pele e tudo parecia não fazer mais sentido. 

 

Os soluços de mamãe fazem eu voltar para a realidade. Mas do que sofrer, odeio ver minha mãe chora. A pior parte; o motivo sou eu. Não sei ao certo se ela está a se debulhar pelo meu estado crítico ou por acreditar nas minhas palavras. De uma maneira ou outra, eu me odeio por tê-la magoado.   

 

Sem dizer nada, levanto de minha cama e caminho até ela em passos rápidos. Envolvo meus braços ao redor de seu pescoço e entrego-me as lagrimas. Ela me abraça de mal jeito pela minha posição e murmura algumas palavras indecifráveis. 

 

Uma sequência de batidas ao vidro da porta nos separa. Entre a fresta, uma das enfermeiras coloca o rosto e avisa: 

 

-  Senhora Brown, tem um garoto que cumprira trabalho comunitário aqui pelos próximos meses, ele está no saguão. Se quiserem ir conhece-lo fiquem à vontade. 

 

- Quem? - Pergunto curiosa, as lagrimas já não estavam mais em meus olhos e agora um sorriso travesso estava em meus lábios. 

 

- Finn Wolfhard. - Pareceu pensar por um instante, antes de voltar a falar. - Vocalista da banda Calpurnia minha querida. 

 

Nunca ouvir fala. 

 

- Está bem, obrigada. - Agradeço, e então ela sai, fechando a porta. 

 

- Acho que você deveria ir Millie. - Um sorriso forçado estava nos lábios de mamãe. E eu me martirizei por ser o motivo dele. 

 

- Vamos, então. - Falei arrastando o suporte de meu soro em direção a porta. - Você não vem? - Questiono, e ela assente. 

 

Ela se ergue e, prontamente, abre a porta. Saio, a carregar meu soro companheiro. Juntas, entramos no elevador e seguimos ao térreo. Quando as portas metálicas se abrem, uma voz aguda, mas ao mesmo tempo rasgada alcança meus ouvidos. É diferindo do que eu estou acostumada a ouvir. Um diferente bom. Mamãe e eu nos entreolhamos e sorrimos, aproximando-nos das pessoas do lado de fora.  

 

Puta merda.


Notas Finais


Espero que estejam gostando e até a próxima pessoal, obrigada pelos comentários do capitulo passado.


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