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História Just Dance With Me (Imagine Jung Hoseok - BTS) - Em meio ao rico tom de seus olhos, é onde me perco.


Escrita por: hosooklovely e Hanndream

Notas do Autor


VOLTEEEEEEEEI! IRRAAAAA!

Como prometido, eu voltei com JDWM! Demorei um pouquinho, mas trouxe HUHHSHUSHHA

MUITO OBRIGADA PELOS +300 FAV EU TO MUITO FEEEEELIZ! 😭💜

Bom, queria avisar aqui que retirei umas coisinhas — estavam me incomodando — e acrescentei umas coisinhas pequenas também. Agora está perfeito e me sinto satisfeita!

Aos xuxus que estão conhecendo a fic agora, sejam muito bem vindas! <333

Eu tenho que dizer aqui que MORRI de vergonha revisando, porque os sentimentos são internos demaaaais!

Gostaria de agradecer aos leitores que sempre estão comigo e a minha soulmate pela ajuda. Te amo 🤗💜

Bom, vamos de boielagem?

Música do capítulo: Este Momento - Camila.

[Capítulo revisado novamente no dia 13/04/21, às 21:28 hrs]

Capítulo 2 - Em meio ao rico tom de seus olhos, é onde me perco.


Fanfic / Fanfiction Just Dance With Me (Imagine Jung Hoseok - BTS) - Em meio ao rico tom de seus olhos, é onde me perco.

Coréia do Sul, Sudoeste, Cidade Metropolitana de Gwangju.

Quinta-feira, dezoito e vinte e cinco.

Rua desconhecida.

Balanço minimamente a cabeça, arranjando forças para tentar conter-me e não dançar, então, me contento em apenas um balançar lento. À música In My Feelings do Drake ecoava pelos meus tímpanos, fazendo-me ter uma súbita vontade de jogar a vergonha alheia e a racionalidade no primeiro compartimento de lixo fixo no poste que eu encontrasse e simplesmente dançar da maneira que queria e gostaria.

KB, do you love me? Are you riding? Say you'll never ever leave from beside me. 'Cause I want ya, and I need ya, and I'm down for you always... — cantarolei, pondo ambas as mãos nos bolsos de meu sobretudo preto de lã enquanto meus pés não chegavam no destino especulado. — Look, the new me is really still the real me. I swear you gotta feel me before they try and kill me. They gotta make some choices, they runnin' out of options...

Dou um leve giro por cima de meus calcanhares, formando um bico em meus lábios juntamente com as mãos estendidas para o alto. Após perceber o movimento simples — para mim — que realizei, olho para ambos os lados e tudo em volta, procurando entre os rostos desconhecidos algum resíduo de estranheza ou reprovação em minha direção. Entretanto para o meu alívio sequer tinham percebido o meu ato, dado que estavam preocupados demais em seus próprios mundos.

Com a dúvida saciada, dou de ombros, voltando minha atenção em meu caminho e na música Congratulations do Post Malone com a participação do Quaco que começara a tocar. E, novamente, contendo-me em realizar algum passo.

Com toda convicção existente em mim, tenho absoluta certeza de que o dançarino é o mais maluco entre os indivíduos... Porque sem ao menos percebemos, nos envolvemos com o ritmo e a melodia ditada pela música, e dançamos, em qualquer hora e em qualquer lugar, esquecendo completamente de que existe limite para tudo. Não ligamos, apenas dançamos.

Continuo o meu percurso pela calçada, parando frente à faixa de pedestres e esperando o semáforo à direita liberar minha travessia. Batuco meu pé no chão, ao ritmo da música que ainda tocava em meus fones no mesmo momento em que observava os automóveis passarem por mim na estrada. Olho outra vez para o semáforo e vejo que ele está verde, sendo assim, atravesso como as outras pessoas. Uma vez no outro lado, ando alguns passos para a direita desviando de algumas pessoas e empurro a porta do Plug In Music Academy, onde pratico dança desde o primeiro ano do ensino fundamental.

Assim que entro no local, a imagem bonita e de baixa estatura preenche todo o meu campo de visão. Sorrio, fechando a porta e ainda mantendo meus olhos sobre ela. Aparentemente ela parecia aérea, prestando atenção somente na música que tocava em seus fones de ouvido. Dava-se para ouvir os chiados, mas não o suficiente para que eu pudesse identificar qual era o nome ou o cantor. Me aproximo, sorrateiramente, pois por segundos não quero que perceba que estou aqui. Mantendo minhas mãos nos bolsos, paro atrás de si e chego perto do seu ouvido.

Quem sabe eu possa escutar a música?

Hmm... Não.

— O que está ouvindo, ai? — pergunto em tom baixo, assustando-a. Sua reação me fez sorrir por ter agora, sua atenção.

— Hoseok, você me deu um susto! — resmungou com um semblante emburrado, pondo a mão no coração. Mas logo sua carranca se desfez, abrindo espaço para um largo e belo sorriso. — O que havia dito?

— Perguntei o que você estava ouvindo. — repeti, sem conseguir tirar o sorriso do rosto.

Era divertido assustar ela.

Vejo-a se afastar um pouco de mim, mirando-me.

— Bom, antes de você me interromper, Dive, do Ed Sheeran. — falou tranquilamente, despreocupada, como se não tivesse me enviando uma indireta por meio das palavras.

— Hm, muito engraçadinha. — ironizo, tirando as mãos dos bolsos e cruzando os braços.

— *Engraçada estranha ou engraçada rá-rá-rá? — indaga, virando os pés e começando a caminhar pelo extenso corretor onde havia varias portas, comigo em seu encalço.

— Um pouco dos dois. — respondo, tentando ocultar meu sorriso.

— Não está se gabando de mim, está, senhor Jung? — Me questiona, estreitando seus lindos olhos em minha direção, e, se não me engano, tentando não sorrir com o nossa referência.

— Não teria esse atrevimento. — retruco divertido, com as mãos enfiadas nos bolsos do sobretudo que trajava.

— Bom, bom, bom. — murmura, movendo o corpo suavemente e botando ambas as destras nos bolsos de seu cassaco vermelho.

Um pensamento me ocorre, e resolvo abordá-lo antes que me esqueça.

— Hm... Sabe, a música que você estava ouvindo não é muito contemporânea comparado com a nossa aula de hoje? — interroguei, fazendo uma observação sobre a música que ela escutava enquanto adentrávamos em nossa sala, onde realizávamos as aulas.

Para mim não havia problema algum ela ouvir a música que quisesse, até por que, que sentindo teria? Mas tínhamos a mania de ouvir algumas musicas relacionadas a nossa aula alguns minutos antes da mesma acontecer, para que assim pudéssemos nos envolver melhor na dança. Nos preparar melhor. 

Era algo nosso, apenas de nós dois. Um ritual.

— Sim, mas hoje dei uma trégua em nossa rotina. Até porque estou muito viciada nela, tenho olvido-a muito ultimamente. — disse, olhando-me de soslaio quando comecei a caminhar ao seu lado.

— Hmmm. Está apaixonada, é? — Brinco, com um sorriso.

Contudo, meu interior se contorce por um possível sim vindo de sua parte, demonstrando que eu estava o oposto de meu semblante que permitia demostrar, o semblante que desejava que ela visse e não meu desespero oculto, mas evidente para o meu subconsciente temeroso.

— Não, não. — Negou rapidamente com um movimento de cabeça acompanhado com seu tom de voz exasperado, fazendo com que eu diminui-se o espaço entre as sobrancelhas, desconfiado de sua afirmação. — Não fale asneiras, Hobi.

— Ok, não está mais aqui quem falou. — garanto, elevando as mãos em sinal de redenção.

Após ela voltar sua atenção para frente e desviar seu olhar do meu, permito-me encarar o chão e sorri.

Não pude impedir e sinceramente não queria. O sentimento, a sensação de pura euforia surgisse em mim por saber que seu coração não pertence a outra pessoa, mesmo sabendo que ele não me pertencia.

— Sabe, Hoseok... — Ela começa a falar, tirando-me involuntariamente de meus pensamentos como sempre acontecia quando o assunto é ela. Atravessamos a porta que dá acesso a sala onde praticamos dança. — Estou com vontade de fazer uma aula de dança contemporânea. O que você acha?

No instante em que ela falava, retiro os fones do ouvido com o celular em mãos e o cachecol cinza em torno do pescoço, jogando-o no chão e revelando à blusa branca de malha junto à calça adequada para a aula, a dobrando e logo depois nos acomodamos no chão do estúdio, revestido por uma manta larga de polietileno e lona de plástico, sentando de frente um para o outro. Ela cruza as pernas como um indiozinho e segura os pés com as duas mãos, balançando-as suavemente. Encolho minhas pernas, ponho meu antebraço sobre os joelhos e encaro o rico tom de dourado de seus olhos, onde me perco.

Tão... esplêndido, a resplandecência natural existente neles. Me atraía instantaneamente. Pisco um par de pálpebras por debaixo dos cílios, pigarreando.

— Acho ótimo. Sei que você vai gostar e se sair bem, pois é muito expressiva e dedicada em tudo o que faz. — Após me recompor, dou minha opinião em relação a sua pergunta, recebendo de volta um brilho em suas íris acastanhas, junto ao um sorriso tímido. E automaticamente sorri, pois amava vê-lo, principalmente se fui eu o cujo que o causou.

Yune tira os fones pendurados em sua orelha e coloca o celular no chão junto ao acessório, perto dos meus pés e ainda mantendo o nosso contato. Apesar de sustenta-lo, observo seu movimento pela visão periférica e permanecendo a mantê-lo, alcanço o aparelho electrónico e retiro o plug do fone, pego o celular em sequência sem que ela perceba, colocando-o dentro do bolso de minha vestimenta, só para provocá-la mais tarde. Yune pisca suas pálpebras, e me pergunto o que se passa na sua cabeça.

Finjo uma torce antes de tomar voz.

— Sabe qual o tema que o professor nos passou?

— Estava distraído, Hoseok?

— Sim.

Pensando em você mais do que devia.

— Mas logo avisando, não quero falar sobre isso. — digo, para lhe impedir que me bombeasse de perguntas.

— Hmm. — Ela revira os olhos e balança a cabeça devagar, com um leve sorriso para mim. E por um momento, quis trocar essa revirada de olhos por um beijo. — Eu só iria perguntar porque você anda muito distraído ultimamente, nada demais.

— Agradeço por sua preocupação ou pela sua busca por informações. — digo, insinuante.

Ela estreita os olhos para mim. Yune sempre ficava com raiva quando faço esse tipo de insinuação — a qual faço diversas vezes, diga-se de passagem. Então o seu gesto a seguir já era esperado por mim com um grande sorriso no rosto.

— Seu ridículo.

— Desculpe. — Ri, acabando por me levantar quando ela pega sua mochila pela alça, elevando-a e jogando em mim.

— Eu estava preocupada, tá? Você anda aéreo em tudo o que está fazendo nesses dias. — justifica-se e se levanta, vindo em minha direção perto do grande espelho aonde eu me encontrava. Mas desta vez, não me afasto.

— O que vai fazer? — pergunto, não podendo esconder meu sorriso a vendo se aproximar de mim para me bater, pois eu sabia que a Yune vinha para isso. Havia conhecimento em mim de minhas insinuações estavam até seu pescoço. Então ela querer me bater era perfeitamente aceitável e esperado.

E é claro que eu gostava, visto que suas irises vibraram em um tom esplendor. Me a agradava em uma proporção desconhecida vê-la com raiva por essas coisas bobas, visto que seus olhos ficavam mais lindos, um castanho vivi-o.

— O que vou fazer? — Faz uma retórica quando finalmente chegou perto de mim, erguendo as mãos e começando a depositar tapas em meu dorso. A única coisa que opto por fazer é me encolher, totalmente desarmado, mas não apenas por seus tapas leves. — Vou te bater! Como você ainda conseguir ficar rindo, Hoseok?! — pergunta, ficando ainda mais irritada.

— Ai, ai! O que eu fiz? — Sonsamente, seguro os seus pulsos, querendo que ela parasse com a agressão física e me respondesse.

A princípio ela não o faz, uma vez que está mais preocupada em regular sua respiração. Com isso, estudo melhor o seu perfil nesse exato momento, sem presa, como sempre faço quando estou a olhando. Cabelos que antes estavam comportáveis sobre seus seios encontravam-se desgrenhados e selvagens, alguns fios caiam por seu rosto delicado e bem desenhado. Seu peito descia e subia ao ritmo de sua respiração ofegante e desregulada.

Quando ela ficou nesse estado?

Irresistível...

— Você adora me bater, não é? — indago, engolindo a saliva com certa dificuldade pela garganta ressecada e torcendo para que minha voz não tenha soado arrastada.

Por Deus...

— É um dos meus hobbies. 

Ser seu saco de pancadas.

— Sei bem disso. — Encaro o forro de gesso da sala bem construído, resmungando.

— Você mereceu. — murmurou.

Não digo nada. Puxo seus pulsos devagar, fazendo com que eles fiquem entre meu peito e ela, abraçando-a, envolvendo-a em meus braços. Yune deita sua cabeça em meu peito, pela diferença de altura. Deslizo minhas mãos por suas costas como um gesto carinhoso, afundando meu nariz em seus cabelos e sentindo o cheiro de seu shampoo. Shampoo leve e floral...

Cheiro de Yune. Um cheiro só dela.

Hoje eu não a abracei. Abraça-la era uma das oitavas maravilhas do mundo, e se pudesse e estivesse em minhas mãos, faria desse abraço um abraço eterno, como uma dança sem um fim definitivo. Sentia que poderia protegê-la de tudo que ameaçasse sua segurança... Porém, não tem como, apenas continuar, a abraçando mais, até que meus braços caçassem.

— Fiquei realmente preocupada com você, seu bobo. — falou. Ela se aproxima minimamente e sinto o bico do seu tênis encostar nos meus, abro mais minhas pernas para que ela pudesse se aproximar melhor do meu corpo, sem espaço para mais aproximações.

— Por quê? Eu estou bem, Yune. — digo, tentando tranquilizá-la e afagando suavemente seus fios.

Estou bem, e ao mesmo tempo não. É tão... confuso.

— Mas não parecia... Estava muito distraído esses dias e vi que isso prejudicou um pouco em suas aulas de dança. Em que mais não estaria prejudicando?

Meu psicológico.

— Eu... Não posso falar. — É tudo o que consigo lhe dizer, porque não queria inventar uma desculpa esfarrapada para justificar minha falta de concentração e aliviar suas preocupações. Seria uma mentira. Não, isso não. Não vou mentir para ela. Não me sentiria em paz com isso. Minha consciência iria constantemente me julgar.

— Por que não?

— Porque é... um pouco constrangedor falar o motivo, e me sentiria desconfortável... — Formo um bico em meus lábios por costume, absorto de que ela poderia não ver.

E bem, não pôde.

— Tudo bem. Eu entendo. — Ela se afasta um pouco, me olhando nos olhos e suspirando em seguida. — Mas não se esqueça que sou sua melhor amiga e estou aqui para o que precisar, está bem?

— Está ótimo. Muito obrigado, Yune, por tudo. — agradeço, verdadeiramente pela sua amizade que tem se estendido à anos. — E sabe que também pode contar comigo, certo? Por favor, não se esqueça disso. Juntos sempre, né? — Enfatizo na indagação quando sua resposta demora a vir, querendo ouvir dela desesperadamente que sabia que podia contar comigo pra qualquer coisa que precisasse. Eu poderia ser qualquer coisa que ela quisesse, não exitaria em ser. Meu subconsciente executaria sem quistionar como um rendido fiel. 

— E como eu vou esquecer? Você nunca deixa! — Ela ri e se afasta de mim, e instantaneamente sinto falta do contato, do calor do seu corpo junto ao meu.

— Mas é pra não esquecer mesmo. — retruco, deixando meus músculos superiores prendessem para baixo, trazendo a mesma tranquilidade ao meu corpo tenso que suas palavras trouxeram para minha mente. 

— Você é demais! —  Ela continua rindo e é como se a minha preocupação pela sua demora em responder jamais tivesse pesado os meus ombros. 

Ela sabe que pode contar comigo e está sorrindo, então nada mais importa.  

— Sou mesmo. 

— Então, Senhor Convencido... — Se afastando um pouco mais, indo em direção à sua mochila jogada no chão. — Caramba, não deveria ter jogado ela. — resmunga, pegando-a e batendo no tecido para retirar alguma sujeita existente, apesar do piso flutuante estar polido.

Olho para Yure, incrédulo.

— Você não deveria ter jogado ela em mim. — sussurro o suficiente para que Yune pudesse escutar, cruzando os braços e achando um disparate ela estar mais preocupada por sua mochila estar no chão e não pelo fato de tê-la jogado em mim, mesmo que não tenha conseguido me atingir.

— Deveria sim. — replica, sorrindo travessa.

— É sério? E se eu tivesse me machucado com o zíper? — pergunto com o formato involuntário da minha boca para baixo, idêntico com uma letra do alfabeto coreano, murchando e sentindo-me ofendido. — Sabe que essas coisas machucam.

— Ah, Hobi. Duvido muito que você teria se machucado. — responde-me, abrindo a mochila e dando atenção para algo dentro dela.

— Eu não me machuquei, porque desviei. E se não tivesse desviado? — Tento argumentar e trazer sua total atenção de volta para mim, e não na sua mochila. — O que tanto procura ai?

— Procurando meu celular. Você viu, Hobi?

— Está comigo.

— Sério? Em que momento eu te dei?

— Hm... você é muito distraída, depois reclama de mim. — provoco e sinto o gosto de êxito em meus lábios ao comprovar suas sobrancelhas diminuindo o espaço entre si. Agora sua atenção estava em mim. — Você não me deu, eu o peguei depois que a gente se sentiu no chão.

— Então, me dá. Eu preciso dele. — Ela larga a mochila que cai no chão e vem, chegando frente a mim e estendendo a mão.

— Não. — Movo a cabeça para os dois lados, mantendo minha postura. — Ele é realmente importante?

Ela junta as sobrancelhas, sem entender.

— O quê? Do que está falando? É claro que meu celular é importante! O seu não é?

— É.

— Então, eu não estou entendo.

— Tenta um pouquinho, que tal?

— Não quero. — Sua resposta só comprava as minhas suspeitas: ela está começando a ficar irritada e está sem paciência.

— Devo dizer, agora? — pergunto, atiçando sua curiosidade e irritação.

— Deve. Do que está falando? Espera... — Ela pausa e me analisa. E apesar de nos conheceremos desde a infância, não consigo lhe decifrar nesse momento. É frustrante. — Você bebeu de novo? Jung Hoseok! O que eu faço com você? Sabe que odeio quando fica bêbado, e logo no nosso ensaio. — Ela dispara e ralha comigo, pondo ambas as mãos na cintura e tentando a sua melhor expressão emburrada.

Não que tenha funcionado, é claro.

— Eu não estou bêbado. — Descruzo os braços e direciono as mãos sobre seus ombros, recebendo pares de olhos confusos. — Levo a dança a sério, está cedo para beber e sei que você não gosta que eu beba. — esclareço para ela partes de suas duvidas, com calma, aproveitando toda a sua atenção, mesmo que esta por hora esteja parcialmente enfurecida.

— Então?

— Então que você está dando mais atenção ao celular do que para mim. Yune, você tentou me assassinar com a mochila e não sente nenhum pouco de remorso? Já imaginou se o zíper pega no meu olho? Machucasse minha pele? Estou aqui, dizendo a você o quão grave seria se tivesse conseguido e sendo ignorado, e trocado por seu celular. Ele é realmente importe? Mais do que eu? Eu estou profundamente, ofendido.

Ela me encara nos olhos por alguns minutos e temo que veja meu interior, que descubra meus sentimos ocultos por si. Receoso, cogito em retirar minha mãos dela e acabar com o contato tanto físico como visual.

Ela não pode saber assim...

— Como consegue ser tão dramático? — pergunta, ignorando por parte tudo o que lhe disse e interrompendo meu ato.

— O quê?

— Hoseok — Ela começa a falar e logo sinto o toque de suas mãos ao redor do meu rosto, fazendo um carinho leve nas minhas bochechas um pouco fartas. — Eu sabia que você iria desviar. Você sempre desvia dos meus golpes. — Agora é a vez dela de cruzar os braços, como se esse fato fosse algo ruim, e o que ocasionou um bico de minha parte.

Por que retirou as mãos? Quero suas mãos novamente em mim, me tocando.

Penso sobre o que ela disse, e... Eu não desvio de seus golpes, não de todos. A forma como os olhos dela brilhavam quando eu a elogiava, compartilhávamos o mesmo gosto para algo, quando Yune escutava uma de suas músicas favoritas ao qual eu fazia questão de por para por ver esse brilho uma vez mais.  Quando ela falava em espanhol... Senhor, era extremamente atraente. E o seu sorriso... Uau, ele havia um poder colossal e estupendo sobre mim, deixava-me totalmente alheio a tudo ao meu redor, roubava-me os sentidos e minha atenção apenas para si e mais ninguém, preso aos seus sortilégios inebriantes; devastavam sem uso de força ou intensão as poucas estruturas que me restavam, uma vez que anteriormente tenha se deteriorado aos poucos, a cada mirada e sorriso seu a mim, inteiramente a minha pessoa.

— Você está com ciúmes do celular, Hobi? — A serenidade de sua voz, no entanto embriagada de sarcasmo arrancando-me de meus pensamentos novamente sobre ela, que assim que a miro percebo que está fazendo beicinho e um falso aegyo.

Yune não conseguia ser fofa quando quer. Acabo por rir, achando graça de seu esforço. Ela murcha instantaneamente ao me ver sorrindo dela. Mas pera... Ciúmes?

— Isso é um absurdo. Eu não estava com ciúmes, apenas indignado de ter sido trocado. — explico-me e ignoro o seu sorriso petulante, indo pegar a minha mochila sobre o piso flutuante, procurando meu celular dentro deste.

Hmm... Se você diz. — cantarola, ato que me fez a olha-la e vê-la sentar perto de sua mochila, ainda me deparando com o seu sorriso provocativo.

— Hm. — resmungo, não querendo prolongar o assunto e me agacho, pego minha mochila e sento ao seu lado, ambos de pernas cruzadas. — Yune?

— Quê?

— Eu pensei que íamos praticar break hoje, mas me lembrei do nosso trabalho... — comento, pegando meu celular e a caixinha de som de dentro da mochila.

— Estou muito ansiosa com esse trabalho! — Ela confessa, animada e olhando para mim, sorrindo.

— É tão legal assim? — interrogo, porque ela estava com aquele brilho nos olhos a qual ainda não sei ligar com ele.

Tão lindo.

— Sim! Muito mesmo e tenho certeza que você vai adorar!

— Fala logo qual tema é esse que o Jiwon deu? — questiono, deveras curioso.

— Bom... — Permanecendo de pernas cruzadas, ela gira o corpo e fica de frente para mim. — Jiwon nos deu a Cultura Latina. Olha que legal!

Ela me olha com suas íris cintilantes, reluzindo como uma linda noite de Natal.

Eu sabia o que aquele brilho significava.

Sorri. Ah... sim. Não tinha como não sorrir. Yune amava a Cultura Latina e os estilos de músicas me faziam lembrar de um gênero de dança que eu gostava. A olho, compreendendo parte do motivo de seu entusiasmo.

— Hm... está pensando o mesmo que eu? — indago, somente para ter certeza.

— Sim. Com certeza. Afro House?

— Isso mesmo.

— Já falei que gosto nisso na gente? — pergunta-me, inclinando a cabeça para o lado. Franzo as sobrancelhas, não entendendo.

— Nisso o quê?

— Sincronia.

— Não. — respondo, rindo.

— Sério?

— Sim.

— Bom, mas agora sabe. Não, pera. Me enganei... Eu não gosto.

— Não gosta?

Como assim ela não gosta?

— Não, eu amo! — O seu jogo de palavras resultou após sua fala, um homem de bochechas amplas e sorriso alinhado feito um idiota que sou.

— Eu também. — digo, olhando para baixo, constrangido, tentando ocultar o sorriso teimoso.

Não tem como não amar o fato de que combinávamos tanto na dança, quanto fora dela.

— Então, vamos escutar músicas em espanhol? — sugiro e bato as mãos umas nas outras, animado, já sabendo a resposta.

— *Arriba! — Ela cantarola em espanhol e de braços para cima, mostrando todos o dentes brancos e alinhados.

— Você será o DJ, porque entende mais de músicas em espanhol do que eu. — falo, desbloqueado o celular e indo no Spotify, pronto para suas instruções.

— Hm... por onde começo? — Olha para ela, que prensa os lábios e o mordisca.

Ela sempre faz isso quando está pensativa.

— Hoseok?

— O quê?

— Meu celular. — Yune estende sua mão, esperando que eu tire o celular que estava no bolso do meu sobretudo. Nego com a cabeça, claramente discordando. — Que foi?

— Nada de celular. Esse será o seu castigo por me ignorar e tentar me matar. Melhor que a cadeia, não acha?

Ela resmunga, dando sua famosa e costumeira revirada de olhos.

— Vamos usar o meu. Por onde começamos?

— Me da aqui que eu boto. — Antes que eu pudesse digerir e pensar, ela pega o aparelho de minhas mãos, o que resultou em uma careta vindo de minha parte. — Que foi, Hobie?

— Nada. — murmuro, mal humorado. — Qual música você vai por? — Curioso, pergunto, me aproximando e tentando xeretar, mas ela se afasta.

— Sai, curioso.

— Eu quero ver. — insisto e avanço, entretanto ela afasta outra vez.

— Você não precisa ver, precisa ouvir. Vou por. — Finalmente pronúncia a palavra certa para o meu corpo, e logo depois uma música desconhecida por mim começa a tocar. — Amo essa música! Sonho de princesa cantar ela toda.

— Não sabe cantar ela? — pergunto, totalmente distraído pela música.

Mexo o corpo suavemente, atraído com a melodia contagiante. Em algum momento da música posso perceber varias vozes de crianças catando juntas, como um bonito coral. Fecho os olhos, sentindo a canção.

Nos vamos pa' la esquina, las nalgas rebotando como gelatina. La música curando como medicina...

Automaticamente abro os meus olhos, fascinado. Arrisco dizer que minhas orbes continham um brilho de total admiração, deslumbrando o ser bonito e bem esculpido por Picasso em suas obras literais, este, que saiu da tala e arranca cada suspiro meu, a cada segundo, minuto e dia; podendo ter o privilégio de ouvir o som suave e viciante vindo de suas cordas vocais.

Da-da-dámelo otra vez. Ta-ta-ta-ta-ra-ra-ta-ta-ta-ra-ra, dejemo' la pena pa' después... — Ela se move, envolvida. — Eu amo essa música. Você gostou, Hoseok?

Não há palavras para descrever o quão sensual ela é, sem o menor esforço. Totalmente ela. Unicamente ela.

— Hobi? — Sou despertado por sua mão no meu joelho. Pisco um par de cílios por debaixo dos olhos, abstraído.

— ... O quê?

— Você está bem?

— Sim... Por quê?

— Estava muito distraído. De novo. — Ela cruza os braços, pronta para me arrancar informações.

— Eu gostei muito da música. Nem percebi quando ela acabou... — afobado, confesso, antes que ela pudesse me fazer perguntas sobre minha distração rotineira. Ri, nervosamente.

Remexo um pouco a cabeça ao me lembrar do ritmo ditado pela música, deixando-me me envolver novamente. Olho para Yune, que parece querer rasgar a qualquer momento seus lábios pelo sorriso que se encontra neles.

Ela gostou, porque eu disse que havia gostado. Mas, foi além disso. Yune me viu aos poucos eu me envolver. Eu não apenas gostei, e por me conhecer, ela percebeu isso.

O efeito é imediato.

— Sério?! Sério mesmo que gostou?!

— Sim, sim. Sério, eu gostei. — disse, adorando ver o seu sorriso provocado por mim.

— Então se é assim, vou mostrar mais!

— Manda ver! — falo, animado junto consigo. — Espera, qual era o nome da música?

— Medicina.

— Hm... a voz da cantora me é familiar. Quem canta ela?

— Anitta.

— Anitta... — sussurro o nome, pois creio que o conheço de algum lugar, porém desconheço sua origem.

— Conhece?

— Acho que sim, mas não lembro. — digo, e dou de ombros.

— Hm... Então depois eu te mostro outras músicas dela para ver se assim você se lembra, tá bom?

— Tá bom. — digo, batendo as palmas e esfregando-os. — Mas espera. Antes, me diz do que música fala.

— À música Medicina fala que todos somos iguais, independente de religião, cor, gênero ou país. Podemos ver isso no vídeo clip, onde aparece pessoas de todos os lugares, dançando... À Anitta também nos convida a dançar, pois a dança é universal e cura, como um remédio. No começo da canção, ela fala que não importa se a gente não tenha dinheiro, o que importe é sabermos nos mexer, rebolar, dançar...

— Uau. — É tudo que consigo expressar, boquiaberto.

— Calma. — Ela diz, levantando ambas as mãos abertas na altura do rosto, ainda com o celular na mão. — Eu não sei se essa definição é a certa, mas é o que eu conseguir sentir, o que entendi a mensagem que ela tentou nos passar na letra, sabe? Não cheguei a pegar a tradução.

— Entendi. — digo, compreensivo. — Quero ter a minha versão também da música após você me mostrar o vídeo clip. Apesar de... — Arrasto a garganta, sentindo-a seca.

— Dê, o quê?

— De que é capaz da minha interpretação não ser muito diferente da sua.

— É verdade. — Yune pronuncia, escondendo seu sorriso entre os dedos. — Vou te apresentar outras músicas. Posso? — Ela me olha, sorrindo.

— Com toda certeza. — respondo, convicto e repetindo seu gesto.

— Mas... poxa, eu vou te entupir de músicas, Hoseok. Sabe que faço isso quando me animo. — Ela relembra, tombando a cabeça para o lado e formando um bico extremamente fofo nos lábios sem que ao menos perceba.

— Você está alucinando. Amo quando você me mostras as músicas que anda gostando no momento. Amo te ver animada também.

Amo demais.

— Sério?

— Você sabe que sim.

Não obtenho resposta, apenas o seu sorriso, misturado ao seu riso constrangido e discreto. *É a resposta mais gratificante que um homem pode desejar, e isso me faz rir também.

— Então, vamos ver as músicas que eu gosto, que é perfeita para o estilo musical que escolhemos e que talvez você conheça.

— Ok.

— Vou por para tocar. — anuncia. — Hm... Medicina?

— Agora sim. — Ri.

— Mas infelizmente, não é o estilo de música que a gente está procurando.— lamenta, em um suspiro.

— Não, não é mesmo.

— Continuando... Direno, da Jennifer Lopez, com a participação da Cardi B e DJ Khaled?

— Sim.

— Lo Sinto do Super Junior, com a participação da Leslie Grace?

— Sim.

— Solo do Clean Bandit, junto com à Demi Lovato?

— Sim. Essa música é muito boa...

— Verdade, ela é muito boa e chiclete. Hm... Just Wanna love you do Cris Carb, com a participação do J Balvin?

— Não.

— Até que enfim. — reclama em tom baixo.

— O que está dizendo?

— Nada.

— Tem certeza? — provoco.

— Não... — responde e logo em seguida, ouço o som de sua risada após emburrar meu semblante. O som sonoro fora e permanece sendo música para meus ouvidos, aquela que nunca me canso de escutar e é melhor melodia para um compasso. Um compasso lendo e sensual, a qual me guia.

— Engraçadinha.

— Engraçada estranha ou engraçada rá-rá-rá?

— Um pouco dos dois.

— Não está zombando de mim, está, senhor Jung?

— Não, não. De forma alguma. — Devolvo, todavia diferente da outra vez, não faço menção em ocultar meu sorriso. Adorava quando nós trocávamos essas frases um para o outro. — Vamos continuar?

.

Ela responde e com dificuldade, estrangulo um suspiro na garganta. Por que é tão lindo quando (S/N) falava em espanhol? Apenas um misero sim?

— Eu quero que você cante. — pronuncio antes que eu pudesse assimilar o significado em meu subconsciente.

— O quê? — pergunta, acompanhado de seus olhos que transbordavam uma completa confusão. Porém, havia algo à mais.

Curiosidade.

— Sim, Yune Cante para mim. Canta quando você gostar muito da música. — Seguro sua mão vaga, pedindo enquanto encarava a linha escura em volta de suas íris, no rico tom de castanho dourado.

Seus olhos eram lindos e quentes.

— Você gosta? — questiona, e sua pergunta apesar de não ser, ela acaba se tornando retórica, uma vez que...

— Você sabe que sim.

— É, eu sei sim. Dá para perceber pelo jeito que me olhar... Mas, sabe, não entendo porque você gosta tanto que eu cante ou fale em espanhol.

— Talvez um dia você entenda.

Quando eu criar coragem e conseguir lhe dizer que acho estreante sexy. Creio que esse dia não chegará.

— Não pode me dizer? — indaga, tentando me ludibriar com seu aegyo que, incrivelmente foi realizado com êxito.

Ao engolir à saliva, abro o zíper da mochila e busco minha garrafinha térmica de água, pois o fluído desceu com dificuldade pela garganta ressecada. Ingiro o líquido, sem tirar meus olhos de Yure.

— Não. — respondo, umedecendo os lábios com a língua. — Mas talvez um dia você saiba. — falo, tentado não rir. Ela abre a boca para falar algo, contudo interrompo-a antes, estando ciente do que iria dizer. — Desista. Essa sua carinha de cachorro que caiu do caminhão de mudança não vai me convencer.

Tinha conhecimento de que eu estava blefando. Ah... como sabia. Se não resisto à seus sorrisos, quem dirá ao seu agyo perfeito para me quebrar no meio. Não posso abusar de minha sorte repentina, não posso mesmo. Não sou lunático a esse ponto.

— Está bem. — Suspira e fecha os olhos, voltando à abri-los em sequência. — Somente porque vou saber depois. E bom, é claro que canto para você. Quando foi que te neguei algo?

— Você me negou tteok no ano passado. — resmungo, fazendo bico.

— Ah, mas tinha muitos tteok’s na mesinha! — Ela tenta. Ah, sim. Ela tenta se justificar... Somente, tenta. Movo a cabeça para os dois lados, demostrando que não cedi. — São os meus doces favoritos... — pronuncia, dengosa.

Preciso de muita força de vontade, porque... Céus!

— Eu queria os seus. — falo por fim, como um decreto. Pois minhas palavras diziam tudo.

Eu queria os dela, e não da mesinha da festa.

— Você é mimado demais.

— Você me negou tteok no dia do meu aniversário. Quão grave é isso?

— Era comida.

— Você tinha que ter dividido comigo.

— Era comida.

— Era o meu aniversário.

Ela repousa sua mão esquerda sobre meu joelho, olhando-me fixamente.

— Era co-mi-da.

— Eu queria que você dividisse comigo.

— Mas sempre devimos comida. Claro que, dependendo da nossa fome... Mas você entendeu.

Pego sua mão sobre meu joelho e acaricio suavemente a palma.

— Mas eu queria que dividíssemos seu doce favorito no meu aniversário.

— Você ficou muito chateado? — pergunta-me, preocupada.

— Não muito. Sei que você vai me pagar de qualquer forma. — respondo, dando de ombros.

— O que está insinuando?

— Nada!

— Hm... — murmura, semicerrando os olhos. — Bom, a gente pode ir no Gyoza?

— Acha que tem lá? Nunca vi ttok no cardápio. — indago, fazendo uma observação.

— O restaurante também faz buffet para festas e a senhorita Soo-Ah é a principal encarregada. Talvez ela abre uma exceção para a gente, já que somos fregueses a tanto tempo. Então... o que acha?

— Acho bom. — Excelente. Era o que eu almejava lhe dizer, mas acredito que soaria imprudente, precipitado... Incoerente.

— Então está combinado? — Ao me questionar, suas orbes brilham, e não compreendo sua causa. Parecia que ela estava mais feliz em dividir ttok comigo do que ao contrário.

— Combinado. Depois de escolhermos à música, vamos dividir tteok.

— Acha que vamos conseguir escolher a música hoje? Ainda resta quatro meses antes da apresentação.

— Só há um meio para descobrirmos. Arriba? — pronuncio com meu pouquíssimo sotaque, mas o que vale é intenção.

Arriba! Posso continuar?

— Deve.

— Hm... — Ela murmura, mexendo no aparelho eletrônico. — Felices Los 4 do Maluma?

— Não.

— Sério? Olha, escuta mais um pouco e me diz o que acha. — Yune genscula com a mão e concordo, ouvindo melhor a melodia.

— Eu gostei...

Ela sorri.

— Também tem a versão em inglês, mas prefiro em espanhol.

— Depois vou escutar e digo qual gostei mais. Tudo bem?

— Tudo ótimo.

— Então... — Pigarreie. — A letra fala de quê?

— Ah não. — Yune prensa os lábios.

— Ah não, por quê?

— É super constrangedor fala sobre a letra, o contexto...

— Eu queria ouvir assim mesmo...

— Vamos para a próxima. — diz, colocando outra música para iniciar. E ela começa. — Adoro essa música!

— Qual o nome? — pergunto, estranhando ela não ter me falado o nome ainda e encarando a tela do meu celular sorrindo abertamente. Presto a devida concentração à música e gosto do seu ritmo envolvente e animando, a qual me chamou mais...

— Vai checar na minha parte favorita! — exasperada, ela sorri, permanecendo na mesma posição, cortando meus pensamentos. — Si tú te quedas conmigo, bailando toda la noche. Cerquita de mí, al ritmo de amor y derroche... — Yune me olha e sorri outra vez, animada com a música. E eu, não estava diferente, pois a melodia continha um ritmo contagiante, até mesmo para o cujo que não gostava de músicas latinas.

Era impossível não dançar.

Te daré Calypso. Un, dos, tres, Calypso. Un, deux, trois, Calypso. One, two, three, Calypso... — Ela coloca o celular no chão e se levanta, se abaixando e agarrando ambas as minhas mãos, puxando-me. Yune balança nossos braços, me incentivando a dançar consigo sem nenhum estratégia de passo, apenas dançando sutilmente, mas em uma perfeita sincronia, como sempre em nossas duos. — One, two, three, Calypso. Te daré Calypso... — Ela continua, separando uma das mãos e fazendo os números com os dedos, acompanhados com a letra da canção.

À música permanece ecoando pelo cômodo e nós continuamos dançando, juntos. Yune volta à nos balançar e levanto um de seus braços e a giro, os dois envolvidos e tomados pela melodia.

Con un poquito de ese ron en tu boca, no tan poquito pa' que te vuelvas loca. Esa mirada tuya no se equivoca. Un, dos, tres, 'ta buena... — Ela volta à cantar e nos afastamos cada um indo para trás, mas não desfazendo o contato visual, ainda gingando... bailando.

— Essa música você vai me falar a letra. — digo, e meu tom deixa claro de que não lhe dou opção de uma recusa. Queira saber muito do que se tratava. Me aproximo outra vez, e ela faz o mesmo.

Top down, roll down your town, we living it up (hey). Still got an attitude and I don't give a- (what?)

Sou momentaneamente ignorado, mas não me importo.

— Vai... Me diz. — peço ao me aproximar o suficiente para abraçar sua cintura e ela repousar as destras nos meus braços. Opto por balança-la em um movimento ponderado, assim não parávamos de nos mexer.

— Bom, pelo o que entendi, ele não sabe o que vai acontecer com o corpo dela em frente ao mar misturado com areia e sal. Mas ele sabe que o que sente por ela não é normal, e sabe também o que ela quer, o que ela procura. E ele tem. Ele ainda diz que ela sabe do que gosta...

— Bem convencido. — falo, apertando meus braços em volta de si, acomodando-a. Ela leva seus braços que antes estavam nos meus para o meu pescoço, abraçando-os.

— Sim. — Ri. O que fez seus ombros se moverem suavemente. — Gosto disso nas músicas do Luis Fonsi. Ele fala que o sentimento o aquece tanto que chega a assustá-lo. Ele compara ao colocar fogo no chão, estrelas de pintura no céu... Então ele decide dizer à ela o que ele quer.

— E é o quê? — Curioso, pergunto. Sentia-me representado em alguns trechos da canção.

— Hm... — Sorriu. — Ele diz que se ela ficar com ele a noite toda e ao ritmo do amor e do desperdício, tudo o que ela pedir... Porque ele fará isso. Aonde quer que ela vá, ele chegará. — Yune faz uma pausa, tombando levemente a cabeça para o lado sem quebrar nosso contato. — Ele dará a noite toda à ela, se ela ficar com ele.

— Nossa. — Tusso e coço a garganta para limpa-la e melhorar a voz. — Eu gostei muito da letra.

— Muito? — indaga em meio ao sorriso.

— Muito. — digo, sorrindo e a apertando mais.

— Tem outra dele que eu gosto mais. — Com suas palavras, pude perceber que à musica havia parado de tocar.

— Qual?

— Échame La Culpa. É com à Demi Lovato. Deixa eu por. — Ela faz menção em sair, mas não permito. — Hoseok!

— O quê? — pergunto, dissimulado.

— Deixa eu por.

— Você vai precisar sair daqui? — Mesmo sendo o óbvio, questiono.

— Vou.

— Então não.

— O quê? Aff, me deixe sair. Eu quero te mostrar mais uma música favorita do Luis...

— Ok. — Cedo, desarmado. Tiro meus braços em conta de si e deixo-a ir. Ela caminha para perto das nossas mochilas e procura por ali, para depois verificar dentro. — Que foi?

— Não acho o seu celular.

— Ele ainda estava na sua mão quando levantamos... — murmuro, tentando pensar em onde se meteu o aparelho. — Os bolsos. — digo e tateio minhas nádegas, mas percebe que à calça que visto não continha bolsos traseiros. Olho para Yure, que se levanta e faz o mesmo ato que eu.

— Achei! Estava nos meus bolsos.

— Você me deu um susto.

— Com o que você não se assusta? — Yune ergue uma das sobrancelhas e ri, mexendo no meu celular.

Torço os lábios.

— Olha à música que eu achei!

— Caramba! — resmungo pelo susto enquanto a vejo vir até mim outra vez. — O que você achou?

— Outra opção de música.

— Is this America? — indago, após a melodia ecoar por toda a sala.

— O que acha?

— Hm... — Passo os dedos pelo queixo, analisando. — Daria uma ótima sequência. — digo, já imaginando alguns passos ao decorrer dos instrumentos e a voz do David Bowie, encaixando-os em minha mente, já com um #oito formado. — Bem Afro House. — Sorri.

— Ela é perfeita.

— Sabe o que eu gosto nela?

— *Às críticas.

— Exatamente.

— Amo músicas que tenham críticas sócias ou qualquer tipo de críticas.

— Eu também.

— Hobi, qual músicas você indicaria?

— Que tal aquela que você iria me mostrar? — Arqueio uma sobrancelha, cruzando os braços.

— Aish, essa não é boa.

— Mas você falou que iria me mostrar.

— Eu te mostro se você indicar pelo menos uma música. — Ela sorri, provocativa.

— Hm... — murmuro, cogitando algumas melodias, novamente totalmente rendido. — Gosto de Taki Taki.

— Eu amo essa música. — Suspira.

— É viciante.

— Ainda bem que ela é boa. Tem músicas que a gente não curte muito e fica na nossa cabeça. — reclama, revirando os olhos.

— Agora me mostra à música. — insisto e vou até ela, sentando ao seu lado.

— Calma, vou procurar. — Yune resmunga com um bico e mexe no aplicativo musical. À canção começara a tocar. Inicialmente às vozes dos cantores se apresentando, Luis Fonsi e a voz inesquecível da Demi Lovato. Presto bastante atenção na parte em que a cantora canta em espanhol, em seu sotaque. Nunca havia ouv...

No eres tú, no eres tú, no eres tú, soy yo (soy yo). No te quiero hacer sufrir. Es mejor olvidar y dejarlo así (así)... Échame la culpa. — A voz suave de Yune me interrompe, e sorrio em meio ao semblante embasbacado e boquiaberto. — Eu amo essa música! — Ela sorri feito uma criança que acabara de ganhar seu doce favorito, com suas íris flavescestes de seus olhos mais vivas. Tão lindos. — Play me like The Beatles, baby, just let it be. So come and put the blame on me, yeah.

— Queria saber cantar. — Reclamod desejoso almejando compartilhar essa momento com ela de outra maneira além do físico.

— Não fica assim. — Yune me olha e aperta minha bochecha, arrancando uma careta minha. — Olha, olha! Vai chegar a minha parte favorita! Solamente te falta un beso, solamente te falta un beso. Ese beso que siempre te prometí. Échame la culpa... — Ela olha para mim e balança os ombros ao ritmo da música animada e move os dedos, os apontando em minha direção em perfeita sincronia, apesar de não fazer pare de nenhuma sequência ensaia, e sim uma expressão de seu corpo junto ao subconsciente, que aprova a canção.

Ela repete o trecho. Balanço as pernas cruzadas, curioso. Porque tudo que ela gosta ou se interessa, não sou indiferente. E ela está tão... eufórica. Quero saber o porquê.

— O que quer dizer?

— Solamente te falta un beso?

— Sim.

— Somente te falta um beijo. Ai eles falam que é o beijo que sempre prometeram. — Ela cessa minha curiosidade e olho para baixo. — Caramba... não sei porque me animo tanto com músicas latinas!

Solamente te falta un beso... — Sussurro o trecho que ficará cravado em minha mente e responsável pelas batidas irregulares cotidianas do meu coração, ameaçando ir além da caixa torácica e o rachar. Alucinando meu subconsciente em apenas cogitar nesse momento seus lábios nos meus, em um encaixe perfeito, compartilhando apenas uma dança e um compasso lento e sensual. Expulsando a racionalidade que tento manter em anos de prática, ocultando meu sentimento platônico. Suspiro, tentando raciocinar. Mas eu não consigo. Não com ela aqui, sorrindo e cantando.

Sendo ela...

Cabelos sedosos e rebeldes. Olhos em um rico tom de dourado, brilhantes e ao mesmo tempo misteriosos; estes, a qual desconheço. Pele macia ao toque, da qual minhas mãos formigas por um contato mais íntimo. Lábios belamente desenhados em sua curvatura inexplorada por mim, porém anseio prová-la, descobri-la e depravá-la. Quero ter coragem para lhe dizer as palavras que meu coração se enche, trava na garganta e elas saem pela boca sem voz, selando o beijo que fora prometido apenas pelo meu subcontinente. Beijá-la como nunca quis antes, como jamais desejei em todos os nossos anos de convivência e após perceber meu sentimento jovial por si.

Seu sorriso. O seu mais poderoso feitiço, que me castiga e não me deixa pensar com coerência por muito tempo ao seu respeito. Seus sortilégios deixa-me alheio sobre uma possível cura.

Mas eu não quero. Não quero uma fórmula. Não quero uma cura...

Eu quero ela.

Entretanto, era além disso. Era algo à mais... com maior profundidade em seus significados. Sua curiosidade que atiça o brilho de seus olhos, o desafia a brilhar mais e me enfeitiçar, comprovar até aonde vai minha resistência. Só que, eu não tenho quaisquer resistências quando o assunto é ela, nenhuma. Seu otimismo, a insistência de ver lado positivo em todas as situações, mesmo as não favorecidas. Seus sonhos e a força de vontade em realiza-los, e não de terceiros, não o que a sociedade impõe, apoia ou deixa de apoiar, porque é o sonho dela.

Eu não consigo. Mesmo depois de tentar, não consigo descrever sua existência e o fascínio que isso representa.

Era ela. Somente ela. Por inteira.

 

 

 

Yune é o meu primeiro amor, como a dança. E creio, e sinto, ser o único na minha vida.


Notas Finais


Meus amores, o Hobi anda muito aério porque sente a necessidade de dizer a vocês o que sente, mas não sabe como. Então ele tem pensando muito e com isso, em cada detalhe ou gesto seu, ele percebe que o afeta mais do que imaginava HDHSHHAHSHAHAHA

Vocês que lutem ele todo apaixonado!

Vamos as referências?

"Engraçada estranha ou engraçada rá-rá-rá?" Referência à 50 tons de cinza. Lêem na visão do Grey! Ele é muito engraçado!

"É a resposta mais gratificante que um homem pode desejar, e isso me faz rir também." Referência também à 50 tons de cinza, na visão do Grey.

"Arriba" significa topar alguma coisa; cima, ir para cima ou ir adiante.

Is This America é um vídeo clip recheado de críticas sócias. O link de um vídeo explicando: https://youtu.be/P7PtgngzGak

Eu postei um nome fanfic com o Jimin. Link aqui pra quem se interessar: https://www.spiritfanfiction.com/historia/epiphany-imagine-park-jimin--bts-15866112

Entrem no grupo de leitores pra gente se interagir (eu solto spoiler): https://chat.whatsapp.com/DY2aaEnfBOF9CIl6T1ueXs <33

Comentem, por favor! 🤧

E por favor, continuam dando amor à JDWM 💜

Até mais! @hosooklovely

Conta secundária: @Hanndream


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