P.o.v. Tyler
— Não! — Vitória me afasta após nosso beijo e levanta da cadeira com um olhar indecifrável. — Você pode não se arrepender, mas eu vou. Eu não vou me enganar como você está se enganado. Você ama a Ashley, e ela também te ama, eu não vou me meter nisso para sofrer novamente, sinto muito, Tyler. — Diz, agora com os olhos marejados e saí, indo em direção à saída da boate.
— Droga!— Exclamo para mim mesmo e tento ir atrás dela, mas já é tarde demais.
Desapontado, volto ao bar e peço alguns shots de tequila, depois daquilo minhas lembranças se tornam um branco.
P.o.v. Dylan
Assim que recebo a mensagem da Emma, presumo que a conversa com o Henrique não foi nada agradável.
"Onde você tá? Estou indo agora."
Logo, ela responde:
"Tô parada na praça, não sei direito para onde ir."
"Vem para a minha casa"
"O Brant tá aí?"
"Não, pode vim."
Depois de no máximo uns cinco minutos escuto a campainha tocar, presumo que seja ela e já abro vendo-a com os olhos marejados e uma fisionomia triste.
— Vem cá. — Puxo-a para um abraço sem dizer mais nada e fecho a porta de casa quando entramos. — Agora está tudo bem, eu tô aqui com você, te protegendo.— Digo alisando seus cabelos enquanto ela estava com seu rosto encostado em meu peito com alguns soluços.
- Desculpa ter duvidado de você. — Diz com dificuldade.
— Tudo bem, já passou. Quer me contar o que aconteceu?
— Não quero falar disso agora.— Responde se recompondo e enxugando as lágrimas.
—Você sabe que pode sempre contar comigo, não sabe?
— Sei, obrigada por isso...
— Não precisa agradecer, só quero que saiba que o que eu falei de manhã foi sério. Eu gosto muito de você, e odeio te ver chorando.
- Eu também falei sério, e pode ter certeza que chorar também não é nada legal para mim.
— Tudo bem, vamos falar de outras coisas. — Digo sentando no sofá e a puxando para sentar ao meu lado, ligando a TV.
— Não dá, isso é a única coisa que vem à minha cabeça. É horrível.
— Imagino que seja mesmo, mas eu não vou deixar você ficar mal por causa daquele filho da...— Quando eu ia completar a frase, vejo ela me olhando com reprovação e continuo —...do seu irmão.
— Eu estou decepcionada, eu nunca imaginaria uma coisa dessas, agora tudo faz sentido. O porque de em algumas épocas ele andar estranho, mudar a personalidade radicalmente. Como nunca percebi isso antes?
— Não é culpa sua, ele que está envolvido em coisas que não prestam. Mas como você disse, é melhor não falar disso. Quer ver um filme?
— Querer, eu quero. Mas eu tenho que voltar para casa. Minha vai ficar preocupada.
— Liga pra ela e diz que está assistindo um filme e volta para casa mais tarde.
— Não é fácil assim. Ela vai querer saber onde e com quem eu estou.
— Diz a verdade, ué!
— Isso que vai fazer ele me mandar para casa! Ela sabe que eu tenho um rolo com você, eu meio que tive que contar para ela...— Diz me olhando com o celular na mão.
— Naquele dia que eu dormi na sua casa?
— Naquele dia que você dormiu lá em casa.
— O que ela disse? — Pergunto curioso e ao mesmo tempo receoso com a resposta.
— No início ela não pareceu levar tão bem, mas depois disse que queria te conhecer. — Responde e eu arregalo os olhos involuntariamente. — Mas você não precisa, digo, a gente não tem nada sério. — Ela abaixa a cabeça envergonhada e eu dou um sorriso levantando-a pelo queixo.
— Ei, eu não me importo. Se for para ficar mais perto de você, eu posso conhecê-la. — Digo com sinceridade.
— Okay. — Diz se afastando e levantando do sofá com o celular na mão, envergonhada. — Mas isso não precisa ser nem tão cedo. Só vou ligar para ela, já volto.
Emma se afasta e vejo ela fazer uma ligação, após poucos minutos ela volta dizendo:
— Ela disse que é só eu não voltar tão tarde que está tudo bem!
— Está mais feliz agora? — Pergunto puxando-a para o meu lado no sofá.
— Acho que sim...— Diz se acomodando ao meu lado.
— Acha? Tem que ter certeza! Não é todo dia que se tem a oportunidade de ficar com um cara como eu!— Brinco.
— Você se acha demais para o meu gosto! — Responde rindo.
— Mas é verdade, ué! Você é muito sortuda de estar no apartamento de um cara quem além de beijar bem, vocês estão sozinhos...
— Nem é lá essas coisas...— Responde rindo, me provocando.
— Ah, é? — Pergunto com uma falsa indignação, e ela mexe a cabeça fazendo um "sim" e rindo. — Você também não é lá essas coisas.... — Respondo no mesmo tom.
— Nunca fale uma coisa dessas para Emma Rhodes. — Fala semicerrando os olhos em minha direção.
— O que vai fazer?— Questiono, desafiador.
— Provar que você está errado—Fala e em menos de um segundo depois, está sentada no meu colo, passando suas pernas uma para cada lado de minha cintura.
— Desafio aceito— Falo com um sorriso sacana enquanto pouso minhas mãos em sua coxa.
Vejo-a morder o próprio lábio com a intenção de me provocar e depois dar um chupão em meu pescoço que foi subindo com beijos até chegar em minha boca, onde finalmente o beijo se aprofundou.
Nossas línguas se tocam e eu sinto um frio percorrer minha barriga por um breve momento, aperto seu quadril contra o meu fazendo nossas intimidades se tocarem ainda que com nossas roupas, dificultando. Mordo seu lábio, finalizando o beijo mas ela logo me puxa para outro, agora mais intenso.
Sento as unhas da Emma percorrerem minha nuca me causando arrepios, ela percebeu isso e continuou com os pequenos arranhões que só me faziam ficar mais excitado.
Aperto suas coxas e sinto ela rebolar em meu colo, me deixando cada vez mais animado. Desço minhas mãos e aperto sua bunda, colando-nos ainda mais, se possível. Ela para o beijo rapidamente e leva sua boca até meu ouvido, onde geme baixo e morde o próprio lábio, me fazendo enlouquecer.
Ela sabe que eu fico louco ouvindo seus gemidos. Percebo as unhas da Emma começarem a arranhar meu abdômen por baixo da camisa e quanto eu já ia tirá-la, escuto o barulho da chave virando e da porta se abrindo.
Emma toma um susto e sai imediatamente do meu colo, quanto olho para porta vejo o filho da puta do Brant com os olhos fechados mas um com um sorriso malicioso.
—Juro que não cheguei a ver nada! Estão vestidos?
— Claro, idiota. — Falo jogando uma almofada no mesmo, enquanto coloco outra por cima do meu membro para esconder minha "agitação".
— Acho que eu já vou indo... Oi Brant. — Diz Emma envergonhada, levantando do sofá e procurando sua bolsa.
— Não precisa ir, vou entrar no meu quarto com um fone de ouvido bem alto e esquecer que vocês estão aqui!— Diz Brant com um sorriso cúmplice, fazendo a Emma ficar mais vermelha ainda.
— Porra, Brant. Você só faz merda, vaza logo, vai! — Digo o empurrando até a porta do seu quanto e volto para sala.
— Desculpa, Dylan, mas é melhor eu ir pra casa dormir.
— Vocês podia dormir aqui, não?— Pergunto tentando transparecer o menos malicioso possível.
— Não, minha mãe não deixa. Por mais que seja uma proposta tentadora, vou ter que recusar.— Responde colocando a bolsa em seu ombro.
— Então fica só mais um pouco, é só não chegar tarde.— Digo com um sorriso torto.
— Acho melhor não... Seu irmão chegou, não quero que ele fique pensando merda.
— Ele pensa merda o tempo inteiro. Qual é! Não precisamos fazer nada se você não quiser, é só ficar mais um pouco. — Digo me aproximando e colocando uma mecha de seu cabelo para trás de sua orelha.
— Eu te conheço, Dylan. Ficar mais um pouco, assistir um filminho, depois começar com uns beijos e não conseguimos mais parar!— Diz debochada e me dá um selinho indo em direção à porta. — Contenha seus hormônios!
— Você me deixa louco. — Sussurro quando a mesma já tem passado pela porta.
P.o.v. Ashley
— Eu não vou ficar me lamentando, sabia? Acho que devíamos sair daqui, encher a cara e pegar o máximo de garotos possíveis! — Digo levantando e puxando a Shay junto.
— Você muda de humor bastante rápido! Primeiramente, não sei se lembra mas eu tenho um relacionamento a zelar e não posso sair "pegando geral", já você está na fossa e não deve fazer nada que se arrependa depois.
— Eu não vou me arrepender porque é provavelmente isso que o Tyler está fazendo e eu não vou ficar por baixo.
— Você não deve fazer nada só para estar na frente dele nessa sua neurose louca, e nada garante que ele está pegando alguém.
— Eu só tenho medo de...— Paro de falar, pois é difícil dizer em voz alta.
— De?
— Dele votar a ser como antes.
— E de vocês não terem mais volta? — Assinto com a cabeça e ela me dá um abraço.— Ash, quando duas pessoas estão destinadas a ficar juntas, eventualmente elas acharão o caminho de volta.
— E eu acho que você está assistindo Gossip Girl demais ee que isso está mexendo com a sua cabeça! Contos de fadas não existem, nem mesmo destino.— Afirmo sem ânimo.
— Pare de pessimismo! Vamos fazer assim, eu te levo à balada, porém, você não vai beber nada. Ok?
— Ok, mãe! — Ironizo e levanto.
— Agora lava essa cara de choro, taca uma maquiagem e se veste.— Diz fazendo sinal para eu me apressar.
Sorrio e vou me arrumar. Não demoro muito e já estou pronta, cabelo considerável, uma boa maquiagem e um vestido bonito.
— Vamos?— Pergunta Shay quando me vê pronta.
— Com certeza!— Falo com um sorriso.
Pego minha moto e monto na mesma, com a Shay atrás de mim. Seguimos o caminho da boate e quando chego no estacionamento e desço da moto, uma garota de cabeça baixa esbarra em mim.
— Desculpe. — Diz levantando a cabeça e vejo que seu rosto está molhado em lágrimas e seu rímel está todo escorrido. Mas ela não é qualquer garota, é a...
— Vitória?!— Exclamo preocupada e me aproximo da mesma.
— Ashley? Ai meu Deus, eu preciso sair daqui.— Diz tentando virar as costas mas seguro seu braço gentilmente.
— Não, calma! O que houve?
— Está tudo bem, aí? — Pergunta Shay só agora notando a presenta da Vitória e o seu estado.— Nossa! O que aconteceu? Quer ajuda?
— Eu... Eu realmente preciso ir.— Diz se embolando nas palavras e enxugando o rosto rapidamente, sem eficiência porque parecia que com a minha presença, seu choro piorava.
— Tem certeza que consegue ir sozinha?
— Tenho. — Responde e me olha profundamente falando:— Ashley, você é uma boa pessoa. Me desculpe. — Fala e depois sai correndo em seu pequeno salto.
— O que foi isso? — Pergunta Shay confusa para mim.
— Não faço ideia! Algo me diz que não foi só pelo esbarrão...
Continua... (Leiam as notas finais)
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