História Just Like Animals - Keisuke Baji - É isso?

A Naomi ficou super irritada comigo depois que apareci na sala dela, ela disse algo sobre as pessoas me olhando nas sinceramente, eu estava meio distraído com o jeito dela enquanto brigava... O rostinho vermelho igual um tomate era o charme.

Pegamos a minha moto, a ruiva se sentou na minha garupa e deitou a cabeça nas minhas costas enquanto eu estava acelerando em alta velocidade pela estrada que levava até o parque florestal de Kikotsu.

— Lugar esquisito pra você me levar, Keisuke — ela diz sorrindo enquanto andamos, tínhamos deixado a moto no estacionamento e agora andavos entre as árvores, eu queria muito subir em uma colina que tinha no parque, daria vista pra tudo.

A completa falta de vergonha na cara da Naomi, fez com que ela, no meio do caminho, começasse a tirar o uniforme da escola, revelando roupas que ela usava por baixo. 

Por baixo da camiseta branca, ela usava uma espécie de blusinha super curta preta e ela fez questão de levantar mais a saia para deixá-la curta o suficiente pra que desse pra ver o short preto que estava por baixo. 

O caminho foi ótimo, a Misora é muito engraçada e eu não sei como a gente se dá tão bem... Acho que dividimos o mesmo neurônio (Chifuyu : eu nem sabia que você tinha meio neurônios, Baji-san). 

— Aqui é bem mais legal do que ficar lá em baixo — Dou uma risada ao me sentar no topo do monte, eu estava observando todas aquelas árvores que estavam balançando na brisa do outono, é super refrescante. 

— Baji — Naomi se senta ao meu lado e suspira, de repente, eu percebi que ela não estava tão leve assim — Eu vou sair da Toman. 

Ela disse de um jeito duro, sem rodeios como se tivesse acabado de decidir e parecesse uma ótima ideia,meu mundo caiu... Será que foi minha culpa?

— O-oque? Como assim? — pergunto com meus olhos arregalados, a expressão dela era a mais serena possível! Meu coração parecia um gongo de tanto que ele estava ressonante agora, podia ouvir a minha pulsação como se estivesse em uma caixa de som. 

— Acho que eu enchi o saco — nem por um segundo ela olhava pra mim ao dizer isso, estava me dando uma certa esperança de ser brincadeira — Tô cansada de seguir o Mikey e tudo que ele sai dizendo... Eu não sei, mas acho que vou criar a minha própria gangue. 

Ela sorri olhando pro céu, a minha mente não era muito rápida mas agora ela estava funcionando a milhares de quilômetros por hora. 

— Mas você nunca gostou de liderar... Sempre falou que não tinha nada a ver com você! — meus dedos apertaram a grama, arrancando a folhagem verde pela raiz, ela tá me deixando nervoso. 

— Pois é né... As pessoas mudam — ela ri um pouco, parecia confiante, mas eu parecia estar cada vez mais fraco e sem saber o que fazer —mas sabe, eu não quero briga com o povo da Toman... Eu gosto do pessoal de lá, gosto de você, do Mikey e dos outros garotos... Mas pra mim já deu. 

A ruiva fica de pé e uma forte rajada de vento balança seus cabelos, fazendo eles tremularem como chamas famintas. 

— Já deu? — Eu estava muito confuso, minhas pernas não se firmavam o suficiente pra que eu me levantasse também, ela me desarmou. 

— Baji, eu sou a única garota na Toman, sempre vejo o Mikey rejeitando a entrada de outras garotas na gangue e isso me deixa puta — Ela solta uma quantidade forte de ar pela boca enquanto tem os punhos cerrados com força, eu entendo... O Mikey realmente acha que as garotas não tem que ser envolvidas com isso... Mas ele começou muito mais com essas coisas depois que conheceu o Draken — eu quero mostrar como as garotas não são frágeis... Ou que elas vão deixar de ser, eu vou ser uma gangue só de mulheres e vou ensinar a elas todas as técnicas que eu sei... Pode ser que não dê certo, mas é um sonho. 

Ela finalmente olha pra mim, dando um sorriso. Me lembrou o ideal do Mikey quando falava sobre o seu sonho, nesse momento eu soube... 

— Então a Toman vai ter que tomar cuidado quando for tentar dominar o Japão daqui pra frente — Sorrio e me levanto, ficando ao seu lado. 

— Sim, a minha gangue não vai deixar vocês passarem... E quem sabe nós dominemos o Japão, vou adorar ser sua chefe — Ela sorri, parecia animada com algo de verdade. Era muito difícil que a Naomi liderasse ou tomasse a iniciativa de alguma coisa, mas quando ela fazia... Era simplesmente impossível de parar. 

— É o que vamos ver — por impulso, seguro a cintura dela e me surpreendo em sentir seus braços ao redor do meu pescoço, me fazendo sorrir, mostrando um pouco as presas. 

— E o que vamos ver — ela repete o que eu disse e me beija de um jeito inesperado, mas eu não consegui congelar, apenas correspondi com o tanto que eu esperava por isso. 

Ela me beijou com tanto carinho, eu me senti mais apaixonado ainda por ela depois disso, ter a minha ruiva em meus braços pela primeira vez, justamente em um lugar tão bonito que me fez imaginar quase um filme de romance onde éramos os protagonistas que, independente dos problemas, ficariam juntos no final... E era só isso que eu queria. 

Não falamos muito mais sobre o beijo depois que descemos do monte, já que logo que saímos do parque Kikotsu o mundo externo nos alcançou e a notícia que o Pah tinha sido preso já estava rolando, eu quase passei mal na hora, não conseguia respirar ao mesmo tempo que eu loucamente queria pegar a minha moto e estourar o acelerador pra saber da história toda. 

Pelo meu descontrole, a Naomi me deu um tapa na cara 

— Eu piloto e a gente vai ver o que tá rolando — Ela diz seriamente, sendo a voz da razão. 

Ela me levou até em casa, de onde nossos caminhos se separaram. 

Depois que ela saiu da gangue alguns dias depois, eu dificilmente via a Naomi pelos lugares, nem na academia do pai dela ou no abrigo de animais onde a mãe trabalhava, ainda por cima, tá rolando uma briga desde que o Pah foi preso, ele era um dos meus melhores amigos e minha cabeça tá uma merda, ele foi preso e só por sorte não matou uma pessoa. Só que ele tá seguro, eu não sei o que vou fazer enquanto o Mikey e o Draken brigam e dividem a Toman, depois de ter ouvido o Kisaki falando com o Mikey daquele jeito... Eu tô suspeitando de umas coisas mas definitivamente não posso contar pra ninguém.