História Just Like Fire - Capítulo 19

Já se passou um mês desde a minha noite com o Cam e com isso, tudo entre a gente mudou, me sinto mais à vontade com ele e livre para o que eu quiser. Nossa relação ficou ainda mais forte e hoje eu posso dizer que o amo, eu amo Cameron Dallas e eu não poderia estar mais feliz por assumir isso para mim mesma, ele me faz completa, ele é o meu "carinha" que só de pensar que irei encontrá-lo sinto as borboletas em meu estômago, meu coração palpita mais rápido e em meu rosto surge um sorriso, o sorriso que ninguém nunca havia conseguido de mim antes.

Não tinha encontrado alguém que me fizesse sentir tudo isso, claro, tive minhas relações com outros caras, mas nada comparado ao que hoje sinto pelo Cameron.

O problema é que ele continua frequentando becos, várias vezes nesse mês, Nash foi até o cabaret me buscar para irmos encontrar Cam, estou em risco de ser demitida por conta de abandonar meu serviço para encontrá-lo e caso isso aconteça, não sei o que será da minha vida sem esse emprego.

— Lise, estou falando sério... - Clark me dando esporro as 9:00 a.m - Taylor ficou furioso ontem por conta do seu abandono!

— Clark, eu sei disso... - me sentei na mesa para tomarmos café juntas - Mas eu não sei o que fazer, Cameron anda dando um trabalho danado e ontem foi horrível encontrá-lo no estado em que estava. - só de me recordar da cena meus olhos se enchem de água, até mesmo Nash ficou horrorizado com a forma que encontramos Cameron, todo sujo, falando nada com nada, cheirando mal. Foi horrível!

— Você já pensou em pedir ajuda para Franklin? - ela propõe e em seguida dá um gole em seu café.

— Ajuda com o que? - pergunto enquanto me sirvo.

— Internamento Annelise, a única forma de Cameron ficar bom é internando-o! - ela responde e eu fico estática na cadeira - Me desculpa, mas é o jeito amiga... - eu apenas assento e minha garganta se transforma em um nó - Não tem mais o que fazer, você acha que indo mais o Nash atrás dele todos os dias irá salvá-lo? Não Lise, não é assim, estamos se tratando de drogas e isso é uma doença terrível.

Eu sei que ela está certa e é claro que já pensei em internar Cameron, mas eu orava para não chegarmos a esse ponto, eu esperava que talvez conseguisse tirar ele dessa vida. Mas quem sou eu? Não sou uma santa milagrosa, a realidade é outra e teremos que nos habituar à ela.

— Eu vou falar com Franklin... - digo e abaixo minha cabeça - Mas eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto! - por fim já estava chorando e Clark ao reparar em minha voz embargada, veio até mim e me abraçou.

— Vai doer tanto em vocês, quanto nele! - ela acaricia meus cabelos - Mas se ele querer salvar a própria vida e aceitar ajuda das pessoas que mais o ama no mundo, ele sairá bem do tratamento... - ela ergue meu rosto e dá um sorrisinho - Confia em mim, será melhor para todos! - apenas assento e correspondo ao seu abraço.

Depois disso, Clark saiu para fazer compras e eu fiquei pensando na forma em que pediria ajuda para Franklin ou então em como falaria sobre isso com Cameron. E confesso, o medo dele me odiar, por estar propondo seu internamento me traz desespero e vontade de desistir dessa ideia.

Com tudo rodeando em minha cabeça, resolvo ir até a casa dos Dallas, apenas pego as chaves do carro (sim, finalmente consegui comprar meu carrinho) e de casa, minha bolsa e saio do apartamento fechando o mesmo. O caminho todo vou encontrando uma forma delicada e rápida de falar sobre isso, quando percebo já estou na porta da casa deles.

Ao tocar a campainha sinto minhas pernas bambas e quase caio no chão ao ver quem abriu a porta da casa.

— Amor, veio sem me avisar... - um Cameron sem camisa, apenas de chinelos e calça de moletom, com o cabelo todo bagunçado. Porque tão lindo, Deus? - Aconteceu algo? - me deu um selinho e em seguida o sorriso por qual sou tão apaixonada.

— Não aconteceu nada, apenas... - paro e penso na resposta que lhe dei - Na verdade, aconteceu sim, seu pai está? - pergunto séria e ele me olha confuso.

— Sim, está tomando café. Entre... - abre um espaço e eu adentro sua casa, em seguida ouço ele fechando a porta atrás de mim - Vamos lá! - ele segue em minha frente até a cozinha e eu faço o mesmo.

Encontro senhor Franklin tomando seu café e ele faz questão de se levantar para me cumprimentar, me juntei a eles na mesa. A conversa boa entre nós me incomodava, pois Franklin se demonstrava todo alegre por saber que eu e Cam estamos juntos, fazia questão de dizer que via outro Cameron em seu filho, um Cameron, feliz e responsável que ele jamais imaginava um dia ver. Isso me doeu, me deixou mais desesperada ainda em pensar que poderia acabar com todo esse ar de alegria que se encontrava aqui agora.

— Eu não quero ser a bruxa má ou sei lá o que, mas tem algo que eu preciso conversar sério com você Franklin... - digo séria e ele para tudo que estava fazendo, voltando toda sua atenção para mim - Eu preciso de sua ajuda!

— Pois fale Lise, será um prazer ajuda- lá! - ele responde e eu olho para Cameron que demonstrava não entender nada.

— Cameron pode nos deixar a sós? - pergunto e ao reparar novamente em seu rosto, vejo que talvez agora ele saiba o motivo de eu estar ali e logo demonstra preocupação.

— Annelise, se você for fazer o que estou pensando é bom você nunca mais se aproximar de mim! - ele diz tudo tão sério que chega a me assustar.

— Estou tentando arranjar um jeito de fazer você não perder a sua vida Cameron, eu não aguento mais isso... - as lágrimas já escorriam automaticamente. Franklin nos olhava desesperado e sem entender bulhuvas nenhuma do que estava acontecendo ali.

— Meus filhos, o que está havendo? - Franklin pergunta.

— Você vai é acabar com a minha vida. - Cameron estava com o rosto vermelho de raiva.

— Você não sabe nem o que irei dizer Cameron, porque é que está agindo assim? - praticamente grito de irritação.

— Eu sei muito bem! - ele me aponta - Estou falando sério, sobre o que eu disse. - e sai da cozinha, me deixando a sós com Franklin, ouço ele subir as escadas e por fim bater a porta de seu quarto.

Fico uns cinco minutos com o rosto apoiado em minhas mãos e deixando as lágrimas escorrerem, quando por fim arranjo forças para conversar com Franklin.

— Eu quero saber se você topa me ajudar a internar Cameron... - ao dizer isso, vejo a frustração em seu rosto e meu coração se quebra em pedacinhos - Me desculpa vir aqui a essa hora lhe pedir istoo, mas eu não aguento mais Franklin... - volto a chorar - Só esse mês, várias vezes deixei meu serviço para ir até ao beco buscá-lo e para mim isso não tem problema, não me importaria de ir buscá-lo quantas vezes fosse preciso, mas isso está matando-o aos poucos e me dói saber o quão mal isso está fazendo para a vida dele! - continuava a chorar e agora Franklin me acompanhava.

— Sabe o quão ruim é ouvir isso? Ouvir que meu filho precisa ser internado pois está acabando com sua própria vida? E é ainda mais triste ouvir isso de alguém que eu sei que o ama e que se preocupa por demais com ele! - ele diz e pega em minhas mãos - Eu não queria que chegasse a esse ponto novamente e eu achava que estava tudo bem com ele, pela alegria que ele demonstrava por estar com você. Quantas vezes já propus isto a ele, Cameron recusou todas Lise e eu não sei se agora ele irá aceitar.

— Ele terá de aceitar Franklin, não dá mais, ele pode ficar com raiva de mim e nunca mais querer olhar em minha cara, mas terá de ser internado, nem que seja a força! - respondo e Franklin me dá um sorrisinho.

— Obrigado por ter surgido em nossas vidas e por se preocupar tanto com meu filho! - eu sorrio dessa vez - Irei te ajudar e se for preciso iremos sim obrigá-lo a isto.

— Eu é quem agradeço por aceitar me ajudar e não me chutar daqui como quem estivesse insultando seu filho, eu só quero o bem dele, eu juro.

Eu chorava tanto que a preocupação de Franklin estava mais comigo do que com a situação de Cameron. Ele se levantou e beijou o topo de minha cabeça, saiu da cozinha, me deixando ali sozinha e mais desesperada ainda por saber que agora ele está indo atrás de Cameron. Não sei qual será sua reação e isso me preocupa.