História Just Like Fire - Capítulo 46

Cameron:

Eu consegui sair da clínica antes do horário previsto que havia dito para a Lise, minha intenção era fazer uma surpresa para a mesma. Antes de sair, tentei falar com a Megan, para lhe desejar um feliz natal, mas Troy me avisou que ela já havia saído, então segui rumo para a casa de Lise.

Ao chegar lá, Clark diz que minha namorada havia saído com Shawn e confesso que senti um pouquinho de ciúmes (super normal para Cameron Dallas, não é mesmo?), avisei meu pai que estava na casa das garotas e resolvi espera a loira que tanto me enlouquece voltar. Encontrei o celular de Lise jogado no sofá e na mesma hora havia alguém ligando para ela e era um número desconhecido, nem estava salvo, o mesmo desligou e resolvi fuçar, porque sou enxerido. Em suas mensagens havia algumas esquisitas, ameaças contra Lise e dizendo que só a deixaria em paz caso lhe pagassem uma boa grana e eu só consegui reconhecer que era Nate, quando a ultima mensagem dela fora “Nate, te pagarei, mas terá de prometer que deixará todos nós em paz?!”.

Minha reação foi anotar o endereço do maldito encontro que por um acaso é na rua sem saída que se localizava o beco que eu freqüentava e que também era de Nate e Gilinsky , avisei a polícia, chamei meu pai, pois eu estava desesperado e carreguei Clark junto comigo. Fomos todos em um carro atrás dos policiais que rapidamente estavam se dirigindo ao local.

Foi tudo muito rápido, e minha vontade agora é de bater nessa loira maravilhosa que se encontra à minha frente, mas uma parte de mim diz para eu beijá-la muito e agradecer por tê-la em minha vida, não sei se alguém além dela seria capaz de submeter a uma coisa desse tipo por mim.

— Eu quero te bater, te xingar e gritar contigo... – digo ríspido – Mas ao mesmo tempo quero te beijar muito, eu não tenho dúvidas do quanto te amo! – passo minhas mãos por volta de seu pescoço e colo minha testa na sua, apenas sinto sua respiração acelerada bater contra meu rosto e sinto um alívio gigantesco por tê-la em minhas mãos.

— Me desculpa, eu juro que só queria te proteger e esse era o uni... – apoio meu dedo indicador sobre seus lábios.

— Shiu... – suspiro e encaro aquelas duas imensidões verdes que ela chama de par de olhos – Foi à maior prova de amor que eu poderia receber, mesmo sendo tão tenebrosa. – solta um leve riso e sorrio ao ver que seu nervoso está passando.

A movimentação em volta de nós ainda estava intensa, os policiais aproveitaram para olhar o beco e ver se ainda havia algo lá dentro, já que Nate e Gilinsky voltaram para o lugar. Enquanto isto estava os dois e mais Megan algemados e encostados no carro, com alguns policiais supervisionando-os, ao passarmos por eles, resolvo me perguntar o que Skyler fazia ali.

— Porque é que você se meteu nisso? Você é uma garota tão inteligente e foi capaz de se deixar levar por um completo merda. – o nojo exalava a cada palavra que eu dizia.

— Você nunca entenderá Cameron... Ou talvez, algum dia, sim! – ríspida e seca me responde, uma Megan que eu nunca havia visto dentro da clínica.

— Foi por amor... – Lise suspira – Assim como eu estava fazendo essa loucura por você, ela fazia tudo por Nate, só que no final se deu mal. – conseguia enxergar a pena que minha namorada estava sentindo da morena à nossa frente.

— Você foi um dos melhores pacientes que tive naquela maldita clínica, é um garoto persistente no que sonha e eu sempre achei linda a forma que falava de Lise, acho mais lindo ainda o amor de vocês. – dizia entre as lágrimas que escorriam pelo seu rosto – Eu errei, vacilei, por alguém que talvez nem mesmo me dê valor! – olha para seu lado direito, onde estava Nate e o mesmo solta uma risada sarcástica no momento que ela acabará de dizer isto.

Resolvo sair dali, pois minha vontade é de matar todos eles. Pego a mão de Lise e caminhamos para o final da rua, onde estava Clark e mais os garotos que acabaram de chegar.

— Será que posso ficar agarrada um pouquinho com a minha melhor amiga? – Clark faz seu melhor beicinho e eu apenas assento que sim.

Deixo Lise com ela e vou para perto dos garotos, que por um acaso nem pareciam tão preocupados já que estavam rindo feito umas éguas.

— Do que vocês estão rindo aí, bando de bocós? – digo cruzando os braços e parando de caminhar, ficando de frente para Shawn, Aaron, Nash e Matt.

— Nunca imaginei que uma garota arriscaria a própria vida por você Alexander. – Nash diz num tom brincalhão.

— Pois é, não é para qualquer um Hamilton. – dou meu melhor sorriso sarcástico e o mesmo me dá dedo.

— Não é por nada não, feião Cameron... – Matt balança a cabeça negativamente – Menininha precisou que a namorada lhe protegesse. – todos dão risada e acabo por rir também, eles estão tentando tirar a tensão e fico feliz por tê-los comigo.

Clark e Lise se aproximam de nós, ao passar o olho pela rua para encontrar meu pai, vejo o mesmo conversando com os policiais e vindo em nossa direção.

— Filho... – meu pai chama minha atenção – Terei de ir dar queixa, eles liberaram vocês, mais pra frente precisará dos depoimentos. – diz calmamente.

— Quer que eu vá com o senhor, pai? – pergunto.

— Não, vão para casa, descansem um pouco e não precisam preparar nada, à noite sairemos para jantar em algum lugar. – sorri e apenas abraço-o.

Após isto, seguimos a pé para casa, já que estávamos sem carro. Durante o caminho, só consigo me perguntar: “Como tudo isso pôde acontecer comigo?”. Minha cabeça gira ao lembrar o tanto de coisa que passei nesses últimos tempos e chego á conclusão que sou uma pessoa toda errada, por mais que eu esteja me tratando, digo... Devo me tratar talvez espiritualmente também, me afastei tanto de Deus depois da morte de minha mãe e de alguma forma devo agradecer por ainda estar vivo.

— Cam? – Lise me cutuca.

— Oi, pequena? – pergunto.

— Está tudo bem? – seu rosto realça total preocupação.

— Sim, estou apenas decidindo algumas coisas sobre minha vida! – vejo-a assentir e continuamos caminhando lado a lado, nem parece que à poucos minutos atrás minha namorada estava com uma arma apontada em sua cabeça, já que andamos por estás ruas como se nada tivesse acontecido.