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História Just Married - Emergência


Escrita por: Kjunn

Notas do Autor


Dessa vez foi mais rápido!
Bom, as informações que que pus nesse cap sobre a doença da mãe da Sakura são reais, inclusive o nome do remédio que dá nome a esse cap, e o hospital também existe.
Só o que é um pouco invalido é quanto ao valor do tratamento que não sei se é tão caro assim, mas uso essa informação sob licença poética rs apenas para encaixar na trama. Mas parece ser sim, visto que a injeção do remédio não é dada de qualquer jeito. Mais tarde na história posso por como tudo acontece.
Pesquisei uma doença rara, que tem cura com tratamento a base de remédios e essa foi a que achei que se encaixava nesses parâmetros.
Não desejo ela para ninguém e principalmente em bebês por que há casos em que ela se manifesta quando o bebê está ainda na fase fetal.

Bom, cada detalhe do cap foi pensado, espero que gostem e perdoem quaisquer erro que encontrarem.

Enjoy!

Ah! muito obrigada por favoritarem essa fic! É feita com muito carinho! Cada vez que recebo um comentário e um novo favorito fico muito feliz! hontou arigato!

Capítulo revisado em: 10/10/2017

Capítulo 2 - Emergência


Fanfic / Fanfiction Just Married - Emergência

Sakura andava em direção ao ginásio da universidade de Tokyo. Ali estava prestes a acontecer o maior evento estudantil do ano no Japão. A divulgação dos melhores estudantes daquela universidade, ultimamente o primeiro colocado também recebia o prêmio de melhor estudante do país. Ela estava ansiosa por esse dia, pois nos últimos anos um garoto fez história recebendo 5 prêmios consecutivos. Todos no campus estavam loucos para saber se o tal garoto venceria de novo. À propósito... Ninguém sabia o nome dele e muito menos qual era o rosto dele...

Pensava nisso quando sentiu seu braço ser puxado, foi levada para dentro de um beco entre os prédios da universidade.

O coração da garota deu um pulo e começou a bater acelerado no mesmo instante. Não teve tempo de reação, estava prestes a dar um grito quando sentiu sua boca ser rapidamente tampada por uma mão masculina, ela também sentiu o outro braço do homem passar por ela acima de seu busto impedindo que ela se movimentasse livremente. Não podia acreditar no que estava acontecendo! Nunca se imaginou nessa situação, muito menos dentro da Todai!

Ele não estava a apertando, quando por impulso Sakura segurou no braço que estava na frente de seu corpo ela sentiu uma pele macia e o cheiro... O cheiro era conhecido, deliciosa e tristemente conhecido. Ela ouviu uma voz grave que sempre lhe deixava arrepiada, e dessa vez não foi diferente.

­ - A temporada de caça às flores de cerejeira está aberta.

Sakura abriu um sorriu mesmo com a boca ainda coberta e seu corpo relaxou. O rapaz a soltou e ela se virou para encará-­lo. Nossa! Toda vez que o via ainda ficava sem ar com a beleza dele.

­ - Oi! – Ele disse sorrindo.

­ - Neji! Você quase me matou de susto! – Sakura estapeou o ombro do rapaz de brincadeira, já era uma jovem adulta universitária, mas deixava sua adolescente interior exposta diante dele.

­- Essa era a intenção! – Soltou uma deliciosa gargalhada e Sakura gargalhou junto, mais de nervosismo pela proximidade dos dois naquele beco do que pela piada. Ele passou os braços por seus ombros guiando-a para fora do beco e seguir o caminho.

- Hoje é um dia em tanto! Todo mundo no campus tá nervoso… - Sakura ainda olhava para cima, mirando seu rosto enquanto andava, não se dava conta do sorriso que tinha no rosto, mas tinha plena consciência de que segurava a mão dele que descansava em seu ombro esquerdo. Era uma posição normal, como se não fosse nada, mas eram pequenos momentos os quais poderia desfrutar da proximidade que tinha com ele. Olhava seu queixo liso e pele branca, podia ver que ele sorria enquanto falava olhando para a frente. Ele abaixou o olhar para ela e sorriu de volta fazendo seu coração errar uma batida.

Aquele era Hyuuga Neji do campus jurídico da Todai, melhor amigo homem de Sakura.

Infelizmente.

Eles se davam muito bem desde os tempos de escola, a amizade começou através da prima dele: Hinata que também cursava Direito na mesma universidade, e no ensino médio era da mesma sala de Sakura na Konoha Gakuen.

Ela ainda conseguia se lembrar com clareza do dia que o viu pela primeira vez... Tinha por volta de 15 anos. Naquele dia Sakura resolveu ir para a casa de Hinata depois da escola, as outras garotas chegariam lá depois de um tempo, era véspera do Valentine’s day e todas queriam fazer chocolates, mesmo as que não tinham a intenção de presentear alguém. Quando chegou lá, tomou um pequeno susto ao ver aquele garoto estupidamente lindo atender a porta.

Ele tinha olhos num tom de azul tão claro que chegava a ser cinza, Sakura já tinha visto essa característica na família da amiga, já tinha visto na versão masculina ao conhecer o pai de Hinata, mas parecia que nele ficava especialmente iluminado. A pele dele era tão branca, aparentava ser tão macia e os lábios levemente rosados… Sakura se deu uma tapa mental. Ela tinha acabado de conhecer o garoto e já estava babando por ele, depois notou os longos cabelos castanhos, lisos e bem cuidados… outro tapa mental.

- Oi - Ele cumprimentou movendo a cabeça de leve com uma expressão simpática, mas totalmente alheia aos pensamentos e nervosismo que pairavam pelo corpo dela.

- Oi.

- Neji? – Hinata quebrou o transe – O que você faz aqui?

Ele sorriu e colocou uma mecha de cabelo que caia em seu rosto atrás da orelha.

– Acho que vou ter que te perturbar por um tempo priminha – Ele olhou para Sakura, pois não era algo a ser dito na frente dela – Conversamos sobre isso depois. Bom, eu estou de saída. Preciso resolver algumas coisas, com licença. – Ele se retirou passando por Sakura com um sorriso de leve para ela e um beijo no topo da cabeça de Hinata e deixou no ar o cheiro de seu perfume. Aquilo definitivamente ficaria na sua memória olfativa para sempre. E estava mesmo até hoje.

Algumas horas depois, as outras amigas começaram a chegar e acabou se distraindo com o processo e a bagunça de fazer chocolates. Porém, no fim da tarde Neji chegou novamente, o nervosismo lhe tocou as maçãs do rosto. Se perguntava se havia ou não acabado de descobrir que amor à primeira vista existia.

- Então, com isso, esperamos terminar nosso TCC em novembro e em dezembro espero estar me formando com louvor!

Sakura sorriu saindo de sua viagem pelas lembranças do passado, vendo aquele mesmos olhos extremamente azuis que lhe encantaram agora tão de perto enquanto andavam pela Todai abraçados. Aquilo deixava seu coração quente, e o nervosismo velho conhecido desde aquela época, nunca deixava de lhe tocar e fazer seu interior tremer perto dele.

– Que bom Neji! Vou estar torcendo por você! Se precisar eu faço todo o café que você precisar!

- Hahahahaha!!! - Ele riu de verdade - Vou precisar de muitos litros!

Suspirou animada diante daquilo e sentiu seu braço esquerdo ser puxado para a frente obrigando-a a correr, ou cairiai de cara no chão.

Aquele era O dia de levar sustos e ser puxada.

- Corre! Corre! Se não vamos nos atrasar!

- Ino! Vai com calma! – Sakura gritou, mas quando conseguiu se estabilizar olhou para trás. Neji fez uma breve cara de susto, mas em seguida riu colocando as mãos nos bolsos seguindo pelo mesmo caminho que elas faziam.

- E você também Neji! Vai se atrasar! – Ino gritou e ele apenas acenou de volta dando língua para ela.

- Você está louca! Ainda é cedo! - E ainda por cima quebrou o pequeno momento que ela estava curtindo com Neji, isso estava fazendo o coração de Sakura lamentar demais!

- Precisamos de bons lugares flor! Hoje é um dia em tanto!

Sakura também estava com a curiosidade a flor da pele sobre o tal garoto que já havia ganhado 5 prêmios consecutivos. Se ele ganhasse novamente esse ano, seria óbvio que ele era do curso de medicina, pois era o único com duração de 6 anos. Ou havia sido superado, mas em caso de sair outro nome ninguém acreditaria nessa hipótese.

Tinha muita admiração por esse rapaz desconhecido, inclusive, tudo o que sabiam era que era um rapaz. Ela sempre estudou muito para se destacar nos estudos, queria ser a melhor! Ino, sua melhor amiga, a chamava de nerd sempre que podia, mas não achava que um dia poderia chegar ao nível dele, ao menos lhe servia de inspiração. Ela sempre acompanhou os resultados dos prêmios desde que havia decidido que estudaria naquela universidade. O garoto começou a ganhar os prêmios mesmo antes de Sakura entrar na Todai, na primeira vez já chamou muita atenção por não terem divulgado nenhuma informação sobre ele. Todos se perguntavam quem seria e como seria possível que alguém se esconderia de tais honrarias, nos jornais fizeram várias reportagens investigativas, sem sucesso, para tentar descobrir quem seria.

A surpresa foi ainda maior quando no outro ano a mesma pessoa venceu novamente e mais uma vez nada foi divulgado sobre ele. A curiosidade aumentou exponencialmente, muitos estudantes fizeram movimentos para que essa pessoa se mostrasse e parasse de desprezar tal prêmio tão importante, coisa que tantas pessoas almejavam, inclusive Sakura.

Mas, a garota tinha uma visão diferente, achava apenas que ele não queria se vangloriar de seus feitos e isso o fazia ser ainda mais admirável. Assim que entrou na universidade ela tentou saber quem ele era, não que esperasse descobrir, mas se tinha alguma chance, seria lá dentro, mas não conseguiu nada. Na premiação do ano passado mais uma vez ele recebeu o prêmio e sem querer a diretora soltou que: “Ele não poderia receber o prêmio publicamente”. Logo, todos começaram a gritar que era um homem e as reportagens se iniciaram novamente, dessa vez todos em cima da diretora que aguentou até o fim e não disse quem era.

- Chegamos! Vem! Vem! Vamos nos sentar depressa! – Ino continuava puxando seu braço. - Se sentaram na fileira do meio, com uma visão privilegiada de tudo.

- Não sabia que você se interessava tanto por isso Ino. Você nem gosta de estudar. – Sakura falou cruzando os braços, não tinha esquecido que Ino havia feito ela quase cair ao ser puxada na frente de NEJI.

- Ah é interessante saber! É um acontecimento importante! Vai que o tal garoto se formou e de repente vem aqui se mostrar para todos...

Sakura percebeu que a amiga não tinha de fato o menor interesse na identidade do garoto, só queria estar lá e saber se ele venceria novamente ou não, mas parecia estar nervosa. Deu de ombros e olhou para frente, ainda iria demorar alguns minutos até a cerimônia começar.

Hinata chegou correndo, se sentando ao lado de Sakura. – Perdi alguma coisa? O campus jurídico é muito longe! - Lamentou - Não sei porque fazem a cerimônia no campus de saúde!

- É porque aqui estão os melhores minha querida. – Ino se manifestou fazendo um sinal de “V” com os dedos.

Hinata revirou os olhos e Sakura riu. Aquelas duas eram de fato suas melhores amigas, Ino estava com ela desde o maternal e, por isso, haviam se tornado inseparáveis. Desde aquele tempo as duas cresceram muito, Ino agora era uma linda mulher de cabelos loiros de comprimento até a cintura, mas prendia seus fios com uma liga formando um rabo de cavalo. Ela gostava de usar os cabelos soltos, mas acabou se acostumando a prendê-­los quando resolveu que iria começar a estudar de verdade. Ela tinha olhos azuis, pareciam duas piscininhas circulares, eles demonstravam bem o gênio animado da garota. Pele clara, sempre bem maquiada e com unhas perfeitas.

Hinata era um pouco mais baixa que as outras duas, era dona de uma beleza rara, por causa dos olhos azul­-cinza que todos na sua família tinham. Eles ficavam destacados em contraste com os longos cabelos pretos azulados que chegavam a passar até mesmo do seu bumbum. Outra característica marcante da garota eram seus seios avantajados que chamavam bastante atenção, principalmente dos garotos.

- Ino já esqueceu do passado “estudantil” dela né? – Hinata falou no ouvido de Sakura cochichando.

Sakura tinha os cabelos rosados compridos passando levemente da altura dos ombros, olhos verdes iguais o oceano onde ele é verde, a pele extremamente branca, lábios naturalmente rosados. Ela mesma se considerava alguém normal, tirando o fato de ter cabelos rosas. As três tinham 21 anos.

- Vai começar! – Ino estava animada. Se ajeitou em sua cadeira como se isso fosse fazer ela escutar melhor.

Uma garota de cabelos curtos e castanhos se posicionou atrás do microfone, bateu levemente no microfone “tuc tuc” – Teste, teste – Todos estavam prestando atenção, o ginásio ficou em silêncio – Cahan.. Boa tarde a todos os alunos da Universidade de Tokyo!

Todos os alunos começaram a gritar em êxtase!

- Hoje é um dia importante não só para a nossa universidade como para todo o país. Somos conhecidos e nossos alunos são selecionados entre os melhores do país. Se vocês estão aqui é porque estão entre eles!

Os alunos gritaram com ainda mais força e depois silenciaram para ouvir o que a moça tinha a falar.

- Em especial serão divulgados hoje os melhores alunos da nossa universidade. O primeiro colocado recebe um troféu folheado a ouro, um prêmio em dinheiro e uma viagem para o lugar do mundo que quiser… - Ela foi falando os outros prêmios, mas nenhum era tão importante e expressivo quanto o primeiro, não passavam de bolsas de estudo, viagens para locais próximos e aparelhos eletrônicos de última geração. - Para iniciar esta cerimônia convido todos a ficarem em pé para que cantemos o hino do Japão e em seguida o da nossa universidade.

Todos se levantaram, ficaram em posição de sentido e solenemente cantaram os hinos anteriormente citados. Após isso, todos bateram palmas enquanto uma mulher de seios especialmente avantajados, loira, de olhos azuis e com cara de irritada se dirigia ao microfone.

Aquilo definitivamente era um saco, Ino mexia no celular, Hinata mexia na própria bolsa tentando achar um bolinho que fosse mais interessante do que o que a diretora iria dizer e Sakura tentava não se matar por ter deixado a bolsa dentro do armário com seu celular dentro.

- Cahan – a mulher fez com a mão em formato de punho na boca – Hoje é um dia especial para todos nós, sei que estão ansiosos então vamos ao que interessa. – Ela estendeu o braço para a secretária, a mesma mulher que tinha falado antes – Me dê o envelope. – A moça se surpreendeu e entregou franzido o cenho para a diretora que discretamente deu a língua para ela. – Então! Vamos acabar com o suspense! - Todos os que estavam procurando com o que se distrair durante o discurso se ajeitaram em suas cadeiras, ansiosos. O silêncio em todo o ginásio era mortal.

A diretora Tsunade abriu o envelope dourado bem devagar,

Escorregou lentamente o papel que estava ali dentro para fora e deu uma olhada.

Ela ergueu os olhos para todos os alunos e deu um sorriso sacana, adorando ver a tensão no lugar.

- Então... – parou de falar e levantou a cabeça olhando para todos diretamente – Já sabemos o resultado – Ela esperou algum tipo de reação, mas o silêncio permanecia mortal – O melhor aluno do ano de 2012 da Universidade de Tokyo é... HYUUGA NEJI!

Se é que isso é possível o silêncio aumentou. Um olhava para o outro com cara de susto ou com cara de quem não estava entendendo nada. Após alguns minutos Sakura viu uma cabeleira comprida se dirigir timidamente para o palco, foi quando caiu a ficha de que era ele! Como ela poderia ter a coragem de estar pensando num cara desconhecido quando a pessoa que ela gostava estava recebendo a maior honra estudantil do Japão bem na sua frente? Ela sentiu uma alegria tão forte naquele momento que se levantou rapidamente quase deixando a cadeira cair para trás.

- É isso aí Neji­!!!!!!!! – gritou o mais forte que pôde.

Com o grito da garota as outras duas despertaram do transe em que estavam e se tocaram da importância da notícia que estava sendo dada ali.

- PARABÉNS NEJI! – Hinata se levantava com as mãos em formato de concha em frente a boca.

- Cabeludooo!!! É isso aí!!! Vamos festejar! – Ino já estava em pé na cadeira com os braços pra cima.

Aos poucos os outros estudantes também foram “despertando” e começavam a gritar feito loucos. Depois de subir e receber o troféu das mãos da diretora Neji se virou de frente para os alunos e todos viram que ele estava da mesma cor de um tomate.

- Levanta o troféu Nejiii!!! – Ino estava comandando a euforia.

Ele ergueu o troféu e então definitivamente todos explodiram em comemorações. Nunca tinha se visto tanta festa numa cerimônia de premiação, mas todos se empolgaram, afinal, era a primeira vez em 5 anos que alguém era visto recebendo o prêmio na frente de todos.

As garotas ficaram esperando Neji terminar de falar com a direção da universidade. Ino estava freneticamente mexendo no celular acertando todos os detalhes da festa que seria realizada naquela mesma noite. Que festa? Não tinha festa, agora ia ter festa. Local, convidados, comida, bebidas e etc. Festa que por sinal Neji ainda não havia nem sido avisado, mas com certeza seria arrastado para dentro dela.

Por dentro Sakura estava radiante, estava infinitamente feliz por ele, os acontecimentos daquela tarde definitivamente a fizeram gostar ainda mais dele.

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Após a cerimônia Neji se encontrou com seus colegas de turma e convidou sua prima e as amigas dela, para almoçarem juntos. Todos estavam animados e não cansavam de falar o quanto estavam felizes por ele e como foi para cada um assimilar a informação quando a diretora anunciou o resultado. Neji tirava fotos com todos um pouco sem graça e nem percebeu que os seus amigos acabaram se dispersando devido a multidão que se imprensou para chegar perto dele, mas não era só ele quem estava ganhando atenção. Vários alunos ficaram sabendo da festa que seria dada à noite e falavam com Ino para terem a chance de ir, mas ela era seletiva e estava elaborando a lista dos “top” da universidade. Só seria permitida a entrada de pessoal autorizado.

Depois de tudo elas nem conseguiram almoçar, Hinata se despediu das meninas dizendo que faria companhia ao primo e Sakura puxou Ino para que fossem à aula daquela tarde, entretanto, a “assessora de eventos do aluno do ano” continuou recebendo pessoas dentro da sala de aula já que a professora de anatomia estava atrasada e ponha atrasada. Depois de 1h30min de atraso da professora a aula foi cancelada e todos foram liberados. Quem adorou foi Ino que não parava de enviar mensagens pelo whatsapp tratando de todos os assuntos que se possa imaginar quanto uma festa.

Sakura estava como uma boneca de pano sendo levada de um lado para o outro por ela.

Assim, a tarde correu rapidamente e Ino fez com que ela fosse ao salão onde as duas seriam arrumadas e foram para a boate mal o cabeleireiro disse: “pronto!”.

Sakura se sentiu imediatamente animada quando chegaram no local, subiu correndo as escadas do camarote VIP junto com Ino, onde já estavam alguns amigos e como tanto gostava de fazer começou a dançar ao som de Don’t You Worry Child de Swedish House Mafia.

Várias pessoas começaram a gritar e assoviar no andar de baixo e o alvoroço foi seguindo até a escada que dava acesso ao camarote em que estava. Ela não pode evitar se atrapalhar um pouco quando viu que era Neji com um sorriso de orelha a orelha chegando ao local mais seleto da festa.

- Fazia tempo que não íamos para uma festa assim!!! – Ele falou gritando já que era difícil de ouvir naquele lugar.

- É verdade! Então vamos aproveitar! Não sabemos quando isso vai acontecer de novo! - Os dois andavam muito juntos, talvez ela andasse até mais com ele do que com as meninas, apesar de que conversava e compartilhava muito mais coisas com elas. Porém, o jeito mais calmo de Neji e o dela também combinavam, pois se divertiam trocando livros e assistindo filmes e séries. Pequenos e doces momentos que Sakura guardava no coração com carinho. - Eu tinha esquecido o quanto você gosta e dança muito bem! – deu uma pausa quando Sakura sorriu e continuou dançando – À propósito! Você está linda!

Sakura sentiu seu rosto corar imediatamente. Ela usava um vestido tubinho preto com pedrarias no busto, completamente colado em seu corpo. Usava saltos na mesma cor e seu cabelo longo tinha sido feito baby liss. Seus olhos estavam cuidadosamente marcados por lápis, rímel e delineador com desenho de gatinho, destacando a cor verde dos olhos dela e sua boca estava destacada por batom vermelho.

Obra completa de Yamanaka Ino e ela tinha adorado quando se viu, era meio desconfiada com batons vermelhos, mas aquilo tinha ficado bom.

- Não me deixa sem graça! - Brincou, mas estava mesmo.

- Ei! Ei! Ei! Para com isso!! Você está linda! Você se tornou um mulherão!

O coração dela falhou uma batida com aquele elogio. Em um impulso de coragem puxou ele para dançar como se não fosse nada demais e ele foi receptivo.

Sakura nunca tinha tentado seduzir Neji, ela sempre esteve na sua friendzone se conformava de ser pelo menos uma amiga importante pra ele. Havia uma pequena diferença de idade também, mas naquele momento ela se sentia, como ele disse, um mulherão. Era errado o que ela iria fazer, mas decidiu tentar mesmo assim.

Como se tivesse ouvido os seus pensamento o Dj mudou a música, e Sakura começou a chacoalhar os ombros acompanhando o ritmo de Rabiosa da Shakira, depois jogou os braços pra cima e começou a rebolar levemente, de início ela estava um pouco envergonhada por fazer aquilo, mas resolveu apagar aquilo da sua mente e pela primeira vez ter aquele homem com os olhos sobre ela como uma mulher.

Ela fez o olhar mais sexy que conseguia fitando bem o rosto dele que começava a ficar surpreso, ela girou e se aproximou dele cantando:

“Rabiosa, Rabiosa,                                               “Raivosa, Raivosa,

Closer, come pull me closer...”                           Venha mais perto, me puxe para perto...”

Dessa vez o rosto dele era de alguém hipnotizado, ele nunca tinha visto Sakura daquele jeito, vestida para matar e com as suas qualidades físicas tão destacadas. Ele também não sabia que os olhos dela eram assim tão verdes.

Ela encostou nele, pegou as duas mãos dele em sua cintura e começou a seguir o ritmo da música com as mãos dela nos ombros largos dele, sempre sem parar de olhar nos olhos azuis-cinza que lhe caiam tão bem. Sakura deixou escapulir um sorriso sacana quando ele a puxou para mais perto, encaixou uma de suas coxas entre as pernas dela, ficou com apenas uma mão no lado esquerdo de sua cintura foi acompanhando o rebolado dela com o seu próprio corpo e indo até o chão.

A música acabou como um raio. Os dois se recomporam e olharam um para o outro, totalmente sem graça e tentando não se arrepender do que tinha feito, Sakura sorriu.

- Não sabia que você dançava tão bem Neji! – O Dj não parou após essa música, por isso, ainda era preciso gritar para ser ouvida. Sabia o que tinha que feito, mas queria fingir que não era nada demais mesmo assim.

Ele olhava para ela um pouco confuso, demorou alguns segundos para sorrir.

- Vocês dançam muito bem juntos – aquela voz era feminina e estava com um tom estranho. Sakura sentiu todo o arrependimento possível quando a ouviu. Seus olhos verdes saltaram de sua cavidade ocular, o coração disparou, sentiu o sangue fugir de seu rosto.

Neji se virou rapidamente um pouco assustado, sem motivo por sinal, afinal ele não tinha feito nada, e mirou a pessoa que o olhava com a cara confusa.

- Sakura que domina totalmente a técnica, fazia tempo que não dançávamos juntos. – Ele olhou novamente para ela, ainda com o rosto um pouco assustado.

- Claaro! Espero que não estejas com ciúme Ten Ten fala sério! - Sakura tentou tirar a bronca.

- Eu não sou uma louca varrida né Sakura? ! Inclusive! Amooooor parabéns! Finalmente encontrei você!! – Ela disse se jogando nos braços do homem que Sakura amava.

Ele se esqueceu do que havia acabado de acontecer e começou a agradecer os elogios da namorada. Sakura sorria falsamente e quando percebeu que os dois já haviam esquecido que ela estava por perto, resolveu aumentar bastante a distância para não ter que passar a presenciar os beijos. Já havia fechado aquela ferida há muitos anos atrás, mas naquela noite sem querer deixou que um ponto abrisse. Deixou que ela mesma tentasse produzir um raio de sol naquilo que estava totalmente perdido e só havia conseguido lembrar como era aquela dor. Dilacerante. Essa era a sensação.

Desceu do camarote e foi para a pista, queria esquecer aquilo. Vários caras se aproximaram dela, mas ela ignorou todos eles, nenhum poderia ser melhor do que ele. Sakura já começava a achar que morreria sozinha, pois desde que se apaixonou por Neji nunca havia conseguido se quer ficar com alguém. Simplesmente todos os outros homens do mundo se tornaram desinteressantes para ela. Ainda se perguntava como deveria ser o gosto de um beijo, ou melhor, se algum dia conseguiria um beijo dele.

Depois de suar tanto, resolver ir um pouco ao bar e surpreendeu o bartender ao pedir uma batida de morango sem álcool. Sakura odiava bebida. Quando ele trouxe, agradeceu mentalmente por estar estupidamente gelada, foi subindo devagar para o camarote e fez o possível para passar despercebida e chegar até a sua bolsa. Sentou-se e resolveu dar uma checada no celular, apostava que não tinha nada, mas olharia por força do hábito... MAS...

Haviam inúmeras chamadas de seu pai, parecia que ele incessantemente havia efetuado uma chamada atrás da outra sem sucesso. Um mau pressentimento se apoderou do corpo de Sakura, ele poderia apenas estar preocupado porque ela esqueceu de avisar, mas não saia de sua cabeça que algo poderia ter acontecido.

- Ei sua louca! Levanta daí e vamos pra pista ensinar a Hinata a dançar porque ela já tá me fazendo passar vergonha aqui no camarote! – Ino gritava.

- Eu não quero aprender! Basta estar aqui e pronto! Não preciso saber dançar!

- Aaah precisa sim! Por isso vim falar com a mestra! Vamos Sakura-chan! - Ela já puxava Sakura que se levantou, mas logo parou, juntou a bolsa que já estava sendo deixada.

- Eu preciso ir.

- O que?! Não ouvi – Ino falou aproximando o ouvido.

- Eu preciso ir! – Sakura gritou e saiu correndo.

No instante em que as duas discutiam sobre a importância de saber ou não dançar, estalou na cabeça dela o que poderia ter acontecido. Sakura procurava negar para si mesma e tentava a todo custo pensar que estava tudo bem, ela chegaria num lugar mais calmo, ligaria e seu pai apenas perguntaria onde ela estava até aquela hora.

Mas o alarme na sua cabeça não parava de gritar.

Não só por estar correndo a sua respiração começou a ficar difícil.

Depois de pegar o casaco na recepção, saiu e deu de cara com a noite, mas nem olhou para ver se o céu estava estrelado. Sacou o celular e foi logo discando o número de seu pai.

Tu... tu... Não houve terceiro toque.

- Filha! - A voz dele parecia aliviada por falar com ela, mas ao mesmo tempo nada bem.

- Papai! Está tudo bem? – Tentou dizer sem demonstrar aflição.

- Filha – seu pai falou com a voz fraca – Sua mãe…

Sakura sentiu seu corpo congelar, a noite nem estava tão fria assim, mas ela não estava pronta para receber esse tipo de notícia e nunca estaria.

- Papai... Ela... – Não conseguiu continuar.

- Sua mãe... Ela piorou – Seu amado pai falava chorando – Estou com ela agora mesmo no hospital... e...

- Qual hospital? Me diga!!

- Estamos no hospital universitário...

- Eu estou indo imediatamente encontrar você papai!

- Me desculpe filha... É tudo culpa minha...

- Não diga isso! Isso não é culpa de ninguém! Vai ficar tudo bem! – A garota disse tentando acalmar o pai e a si própria.

- Dessa vez sim... Eu sou um inútil! - O celular emitiu um som estranho.

- Papai?!

Sakura inutilmente ficou gritando para o telefone enquanto ouvia vozes de várias pessoas dizendo “emergência!”, “Coloque ele na maca!” e de repente as vozes se distanciaram e os barulhos eram de telefone tocando e pessoas andando apressadamente por algum corredor. Algo havia acontecido com seu pai também, naquele momento já era impossível ela se desesperar ainda mais, correu para a rua e chamou um táxi.

- Hospital universitário, por favor! É uma emergência!

O Taxista viu a aflição da garota e pisou fundo, mas para Sakura ele estava demorando demais, pediu que ele passasse os sinais e que não importavam as multas que ela pagaria. Ao ver as lágrimas ameaçarem sair e o destino que a moça tinha o homem acatou o pedido, afinal, alguém poderia estar morrendo e essa seria a última oportunidade de ela se despedir.

Talvez ele estivesse certo.

Ao chegarem, Sakura deu para ele um monte de Ienes que tinha na bolsa, nem sabe o quanto, mas julgava ser o bastante para pagar a corrida, multas, incômodo e como forma de agradecimento por ele ter atendido seus pedidos. Saiu apressadamente e entrou no hospital.

- Haruno-san! Eu estava esperando por você! Seu pai está sendo atendido pela emergência... Eu levo você até lá.

Sakura era conhecida ali no hospital universitário, afinal os estudantes de medicina iam até lá muitas vezes, aquela era Ayame uma enfermeira simpática que fez amizade rapidamente. Por já conhecer seus pais, sabia que a garota cor de rosa iria chegar lá e, por isso, já ficou a aguardando para leva-la até onde seus pais estariam. Antes de subirem, pôs o crachá que a identificava como estudante de medicina para facilitar sua passagem pelos corredores do prédio.

- O que aconteceu Ayame? - Tentava falar com controle profissional. Era sua família, mas estava se agarrando àquilo para se manter sã - Meu pai me ligou dizendo algo sobre minha mãe, depois ele parou e... – Falou assim que entraram no elevador.

- Sua mãe chegou aqui passando mal... Primeiro procuraram estabilizar o estado dela e agora estão fazendo exames para saber o motivo da crise dela.

- Claro! O tratamento dela está sendo rigorosamente seguido! Ela deveria estar melhorando e não apresentando crises... Espero que não tenha acontecido nenhum erro de diagnóstico... Mas... Agora ela está bem não é?

Ayame ficou em silêncio olhando para cima onde o display do elevador indicava os andares que passavam - Ela está em coma induzido para que não sofra...

Sakura sentiu o sangue de seu rosto fugir, parecia que estava morrendo aos poucos com a avalanche de notícias ruins que recebia.

- E meu pai? – perguntou com a voz fraca, seu corpo estava ali, sua mente se esvaia.

- Seu pai ainda está sendo atendido. Não sei o que aconteceu com ele ainda... Só sei que estava em frente a UTI que a sua mãe está quando passou mal e foi levado lá para dentro mesmo... Ele está sendo socorrido na cama ao lado. - Olhou para Sakura com seriedade - Seja forte.

As portas do elevador se abriram, Ayame fez sinal para que a seguisse, entraram numa espécie de depósito, pegou um jaleco e pediu que Sakura o vestisse... Ela estava chamativa demais. A Haruno aceitou, as duas saíram de lá e seguiram nos corredores, passaram por um posto de enfermagem onde ela teve que se identificar, até que chegaram na porta de um quarto onde só havia uma espécie de  janelinha que fazia possível ver o lado de dentro. Podia ver sua mãe deitada cheia de fios e tubos, seu coração se quebrou em pedaços e se estilhaçou por completo quando viu seu pai na outra cama recebendo massagem cardíaca com vários enfermeiros ao seu redor correndo de um lado para o outro.

Ayame a segurava pelo braço, se deu conta disso quando se impulsionou querendo ir até eles, mas foi contida  – Sente-se aqui e aguarde por favor.

Sakura estava em choque, sentia seus olhos esbugalhados e a boca aberta, seu corpo tremia. Deixou que Ayame a puxa-se de leve para trás, dando uns passos e se sentando numa cadeira que ficava bem em frente aquela maldita porta. Chorar? Não conseguia, sua cabeça estava vazia, nem pensar conseguia. Aquele foi o pior momento da sua vida, não lembrava quanto tempo ficou ali parada olhando pra porta, até que ela se abriu.

- Algum parente chegou aqui? – Disse o médico olhando para a enfermeira e passando o braço na testa.

- Sim, Sensei essa é Haruno Sakura filha do casal. –  Sakura já estava em pé quando a Ayame disse apontando para Sakura.

– Seu pai não corre mais risco de vida. - Naquele momento, Sakura respirou, mas não parecia ser o suficiente. - Seu pai sofreu um ataque cardíaco. Ele agora está dormindo, daqui algumas horas você poderá falar com ele... – Esperou um tempo para ver como ela reagia – Sua mãe chegou aqui num quadro muito grave, não sabemos porque ela entrou em crise, os resultados dos exames ainda não saíram. Veremos também se o tumor atingiu alguma outra parte do corpo dela, mas por hora ela também não corre risco de vida. Deixamos ela em coma induzido para que não sentisse muita dor.

Sakura concordou com a cabeça e pôs o rosto entre as mãos quando o nó em sua garganta subiu rasgando tudo o que estava na frente até seus olhos queimarem e as lágrimas saírem em um choro mudo que escondia a dor que sentia por dentro.

O médico se levantou, não havia mais o que dizer nesses momentos e se envolver dando forças ou esperanças não era algo que devia fazer mesmo se sentindo triste por uma garota tão jovem passar pelo risco de perder os pais de uma vez. Ele devia lhe falar a verdade e fazer de tudo para que isso não acontecesse, ele devia ser a esperança dela.

- Farei tudo o que for possível - Isso ele poderia garantir. Colocou a mão sobre o ombro dela e se retirou.

Ayame permitiu que ela entrasse naquele quarto, ela fez força para ficar em silêncio mesmo que as veias de sua cabeça ameaçassem explodir. Parou e deu uma boa olhada nos rostos de seus pais, sua mãezinha que tinha uma expressão tão forte agora estava tão abatida e sem cor... e seu pai dormia com cara de dor. Sentou-se numa poltrona ali perto e não fechou os olhos nem por um segundo.

A hora mais fria da noite chegou, a hora mais escura. Sakura pensou nisso como uma forma de se por para cima, assim como a noite, aquele momento era terrível, o pior possível, mas iria amanhecer logo, seu pai abriria os olhos e os dois iriam cuidar da sua mãe após ele descansar mais um pouco.

Ouviu a porta da UTI se abrir e o médico passou por ela.

- Haruno-san – ele falava baixo.

- Sim.

- Os resultados da sua mãe estão prontos, venha para o corredor para conversarmos melhor.

Sakura assentiu com a cabeça e se levantou, deu uma olhada em seus pais e saiu.

- O que há com a minha mãe? – Ela disse cruzando os braços, seu corpo estava fraco. O médico via a maquiagem que havia no rosto dela completamente desmanchada, ela não tinha noção do quanto parecia estar mal.

- Sua mãe sofreu complicações no quadro clínico dela devido não estar tomando a injeção de OK432.

A garota franziu o cenho. Aquele era o remédio do tratamento de sua mãe, como era possível que ela não estivesse tomando?

- Isso é impossível. Meu pai sempre paga pelo tratamento da mamãe. Não tem como ela não estar tomando.

- Os exames são claros quanto a isso. No corpo da sua mãe está ausente a Picibanil, substância responsável por fazer com que o cisto na axila esquerda da sua mãe regrida, por isso, ele aumentou alguns milímetros e causou a piora no estado dela. – Riichi olhou bem para o rosto dela e percebeu negação.

Após falar com o médico, Sakura entrou novamente na UTI e ficou em pé olhando para a grande janela que permitia ver a cidade. Como aquela noite poderia ter ido de ótima a uma tragédia total? Os primeiros raios de sol começaram a iluminar a cidade, o orvalho escorria pelas janelas do hospital universitário, Tokyo acordava para enfrentar mais um dia e seu pai também.

- Sak...

Ela se virou imediatamente.

- Papai... – Sentou-se na cama e segurou sua mão com força dando um beijo em seu rosto.

- Filha... É tudo culpa minha.

- Não diga isso papai. - Aquilo lhe partia o coração -  Agora descanse.

- Não – Kizashi teimosamente se pôs sentado na cama.

- Papai não se esforce! Você teve um ataque cardíaco ontem, precisa descansar mais. Por favor! – Sakura falava tentando pôr o pai novamente deitado.

- Eu mereço morrer.

- Nunca mais diga isso papai!

- Sim, eu mereço. Sua mãe está assim por minha culpa. Me perdoe filha, eu sou um fracasso.

- O que?

- Eu... eu estou à beira da falência... não tenho dinheiro para comprar o remédio da sua mãe. – Kizashi disse de olhos fechados com lágrimas escorrendo sem parar.

O silêncio pairou naquele quarto. Tudo, tudo. Absolutamente tudo estava desmoronando.

- Vamos resolver isso papai... – Sakura engoliu um bolo de areia.

- Como?

-Você sabe que eu tenho dinheiro guardado.

- Nunca achei que eu chegaria a esse ponto... eu sou um imprestável.

- Pare de dizer isso, eu já falei. Tudo ficará bem. Ok? – Ela forçou um sorriso trêmulo, nem tinha certeza do que estava falando.

O sorriso do pai mais pareceu com uma careta do que um sorriso.

Sakura achou que ele queria chorar, por isso, aproximou-se – Me dê um abraço papai.

Ele tentou, mas foi como se apenas tivesse se jogado nela e não conseguisse fechar os braços ao redor dela.

- Tiz amo filaa.. vaz fica t bemz.. vaz siiim...

- O que? Papai? – o alarme na cabeça de Sakura começou a soar de novo.

Olhou o rosto do pai que continuava torto, agora ele fechava os olhos – aiiz que dorz na cabsaz.

O desespero se apoderou dela quando a ficha caiu.

- ENFERMEIRA! ENFERMEIRAAAA! PACIENTE SOFRENDO AVC AGORA! SOCORRO!!!

Sakura deitou novamente seu pai e correu para o corredor

- ENFERMEIRAA! EMERGÊNCIA! PACIENTE SOFRENDO AVC!!! CHAMEM UM MÉDICO!!!

O alvoroço foi completo, de repente várias enfermeiras começaram a entrar no quarto e o médico apareceu como um raio pedindo para que ela esperasse do lado de fora. Apesar de ser estudante de medicina, ela ainda não podia atender alguém, no momento ela só poderia esperar. E era isso que a estava matando. Sentou-se novamente na cadeira em frente a porta do quarto de UTI, sentia algo molhado escorrer de seus olhos, eram lágrimas, ela não estava mais conseguindo ser tão forte. Ayame apareceu correndo para ficar ao lado dela, pôs a mão em suas costas.

- Deixe sair Haruno-san.

Aquela foi a chave para abrir as portas de seus olhos. Jogou-se no colo da enfermeira amiga e começou a chorar, abafando seu desespero nas coxas da mulher que apenas fazia carinho na sua cabeça sem dizer nada.

Sakura sentia toda a sua vida se esvair por entre seus dedos, não exatamente morte física, mas morte de espírito. Primeiro a descoberta da doença de sua mãe há algum tempo atrás, ela sentia fortes dores em baixo do braço, começou a ser notável uma certa bolinha que ia aumentando e diminuindo a capacidade de locomoção dos braços dela. Mais tarde, após vários exames o diagnóstico foi dado como Higroma Cístico, uma doença rara que para seu alívio tem cura, mas para isso é necessário um tratamento complicado que custa muito dinheiro. Para eles não foi problema nenhum, já que eram ricos, mas agora com as dificuldades financeiras de seu pai, a situação tinha voltado a ficar ruim e sua mãe estava sentindo fortes dores. Talvez pelo sentimento de culpa agora a pressão de seu pai subiu, sofreu um ataque cardíaco e agora um AVC, se as coisas continuassem assim a próxima a sofrer um colapso seria ela.

Esperou, esperou… Esperou por muito tempo até que finalmente o médico saiu da UTI.

- Haruno-san, seu pai está estável, entretanto… - Respirou fundo, estava cansado e visivelmente triste com aquela situação - Ele agora está em coma... E... Não é induzido. - Tentou falar devagar. Não sabemos quando ele irá acordar… - Parou de falar quando um soluço alto irrompeu vindo de Sakura. Deixou um pouco o profissionalismo de lado para abraçar a moça que tremia - Você sabe que eu estou de mãos atadas a partir de agora - Era quase como um pedido de desculpas.

Agora só podiam manter a vida de Kizashi, mas viver, só dependia da resposta que o corpo dele iria dar.


Notas Finais


Muita reviravolta num cap só né? kkk haja coração.

UTILIDADE PÚBLICA:
Você sabe reconhecer quando uma pessoa está sofrendo um AVC(Acidente Vascular Cerebral ou Derrame)?
Note que na história o pai de Sakura sorri torto, esse é um dos sintomas. Peça que a pessoa sorria, se ela não tiver domínio sobre os músculos do rosto, desconfie.
- Perda de força nos membros -> Peça que a pessoa levante os braços ou lhe dê um abraço e verifique se ela tem forçar para fazer essas tarefas simples.
- Fala arrastada -> Peça que a pessoa fale uma frase simples e veja se a dicção dela está normal.
- Verifique se ela está com dor de cabeça, se sente tontura ou se perdeu pelo menos momentaneamente a visão em um dos olhos.
Se os sintomas forem logo notados é possível que o atendimento seja rápido e a pessoa sobreviva.


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