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História Just Married - Encontro na estratosfera


Escrita por: Kjunn

Notas do Autor


Para comemorar! Especial um pouco maior! Capítulo 10!

Enjoy!

Capítulo revisado em 11/12/2018

Capítulo 5 - Encontro na estratosfera


Fanfic / Fanfiction Just Married - Encontro na estratosfera

Sakura e Hinata pararam em frente a porta e bateram, não houve resposta, sem muito saco para joguinhos e já querendo resolver tudo, Hinata abriu logo a porta e foi entrando.

Ino estava sentada abraçando as pernas, com o celular na mão. Ela estava com o rosto virado para a janela. Vestia apenas pijamas, o cabelo sempre tão bem arrumado estava desgrenhado e embaraçado caído pelo seu ombro, a cama estava totalmente desarrumada, em uma mesinha num canto do quarto havia uma bandeja com o que parecia ser o jantar, porém parecia intocado. As luzes estavam apagadas e a única cortina aberta era a da janela em que a garota estava sentada próxima, o resto do quarto estava um breu.

As duas garotas pararam assimilando o que estavam vendo, aquilo com certeza não era nada do que Ino costumava ser. Sakura passou por Hinata que recuou um pouco para poder fechar a porta e se agachou em frente a amiga loira sem dizer nada. Ela, por sua vez, virou o rosto bem devagar para olhar a garota de olhos verdes.

As pálpebras da Yamanaka estavam muito inchadas, seus cílios estavam molhado e um rastro de lágrima marca suas maçãs do rosto que estavam ainda mais brancas por causa da luz do luar que cobria seu rosto, este tremeu um pouco ao ver quem estava à sua frente e fez uma tentativa falha de erguer um canto dos lábios para esboçar um sorriso. Sakura sorriu de volta, conseguiu deixar de lado um pouco seus próprios problemas para tentar ajudar aquela garota que antes parecia ser completamente imune a esse tipo de coisa. Sempre estava sorrindo, tinha uma resposta pra tudo e nunca ficava por baixo de ninguém.

- Ei, o que foi? – ouviu a voz fina de Hinata.

- Se não quiser falar tudo bem. – Sakura olhou de Hinata para Ino, como se estivesse avisando para não forçar.

– Você apareceu. – A voz dela estava gutural, como se fosse a primeira vez que falasse no dia.

- É... Me desculpe por preocupar vocês. – Sakura colocou a mão sobre as de Ino. – Vem cá, vamos todas nos deitar na cama e conversar como sempre fazemos.

Hinata ajudou a amiga que parecia estar dura naquela posição a horas e conduziu-a até a cama. Dessa forma notou que ela não largava o celular. As três se deitaram e Sakura tentou explicar o motivo de ter desaparecido por um tempo.

Disse que teve que fazer uma viagem as pressas com seus pais por que havia acontecido um problema com um parente em outro país, para melhorar disse que os pais tiveram que ficar mais um pouco lá e ela forçou a volta dela por causa da faculdade. As duas ficaram ouvindo em silêncio, mas Hinata não parava de olhar intrigada para Ino que ficava olhando para o teto com o celular na mão. Depois de falar o silêncio pairou no quarto que permanecia com a luz apagada, invadido pela luz da lua através do espaço que a cortina deixava.

- Hum... – Ino murmurou chamando a atenção das duas que agora também olhavam o teto tentando descobrir o que ele tinha de tão interessante. – Eu estava muito preocupada com você Sakura... Não faça mais isso. – Sakura assentiu com a cabeça sem dizer nada, queria que continuasse falando. – Mas... Depois eu... Acabei ficando mal. – O silêncio no quarto dizia “Por que?”, mas nenhuma das duas queria falar e de repente desviar a conversa. – Vocês sabem que eu... Tenho um namorado... Bem faz um tempo que a gente não se fala e... Eu odeio isso. Só ele pode entrar em contato comigo! Eu nunca posso ligar para ele! Eu sou chamada como... Como uma prostituta! – As lágrimas traçavam novamente o caminho no rosto dela.

“A dor de se envolver com um cara casado.” – Hinata pensava. – “Tsc... O pior é não poder falar nada e ver ela assim.” - Era a suposição que tinha do relacionamento esquisito de Ino.

- Eu fiz tanto por ele! Eu o amo desde que me entendo por gente! Sempre estive lá pra dar apoio... Sempre quis sentir o carinho dele! Até que ele finalmente me olhou e começamos a namorar, mas... POR QUE EU NUNCA SENTI REALMENTE O CARINHO DELE?! – Ino gritava pondo as mãos no rosto. Sakura fazia carinho em sua cabeça. – Ele nunca fez isso em mim Sakura... Sempre eu que fazia pra ele... Parecia que nosso namoro era mais uma recompensa por eu ser boazinha com ele! Nossos beijos, ótimos beijos, eu sentia meu corpo vibrar, mas ele... Ele não. Parecia frio, apenas fazendo o que tinha que fazer muito bem. Não podíamos sair para passear porque tudo tinha que ser segredo, só nos encontrávamos na casa dele, quando não tinha ninguém... As vezes que apareci em seu trabalho ele me brigou muito dizendo que eu só devia aparecer quando ele me ligasse! – Soluçou alto. – Desde a última vez que isso aconteceu, eu não o procurei mais e... Ele também não... – O choro dela ficou baixinho. – Desculpa Sakura... Eu realmente estava preocupada com você, mas essa falta dele foi me correndo, eu fiquei estressada, até briguei com Neji e...

- E foi uma grande besteira! – Hinata se interpôs. – Mas está tudo bem Ino! Neji não está chateado, ele até está aqui, está lá fora.

Mesmo chorosa a loira entendeu a mensagem e apenas assentiu.

- Você devia olhar para outros homens... – Aquele conselho também servia muito bem para ela mesma. – E esquecer esse cara.

- Eu não posso Sakura! Não posso! Eu o amo! Ele é a minha vida! Quero cuidar dele! Estar com ele! Quero que ele me ame como eu o amo! – As palavras saíam desesperadas de sua boca. Não existia a menor possibilidade de ela gostar de outro, não havia chance de conhecer ninguém melhor, pois não havia tal pessoa.

- Então envia uma mensagem pra ele. – Hinata deu a dica. – Só perguntando se está tudo bem. Talvez ele esteja muito ocupado. E esteja com a cabeça muito cheia de coisa.

- Sim! Geralmente são nessas horas que ele me procura! – E começou a digitar. - Ele respondeu rápido! – Parou para ler. – Ele disse que está ocupado demais com o trabalho! E que tem muitos negócios para resolver, mas que quando for possível iremos nos ver para conversarmos! – O sorriso dela estava enorme, ele nunca tinha respondido uma mensagem dela tão rápido antes.

Hinata sentia muita pena dela...

E Sakura ficava imaginando se ela não estava na mesma situação em relação a Neji. Mendigando atenção e carinho, sendo que ele era de outra. E jamais poderia ser dela. Aquilo a fez pensar que talvez esse casamento a afastasse de vez da ideia de ser a namorada dele...

...

Neji foi entrando devagar com as mãos nos bolsos da calça, ainda estava com a mesma roupa que havia ido para a universidade. Viu que Ino estava deitada com a luz do celular bem na sua cara, destacando os olhos azuis vidrados na tela a sua frente e Sakura estava sentada na cama olhando para ele pensativa, sacudiu a cabeça e veio em sua direção com os braços cruzados. Ele agora prestava muito mais atenção em todas as ações dela, queria ver tudo o que pudesse denunciar que ela sentia algo por ele.

- Aconteceu alguma coisa com ela?

- Doença do coração.

- Como assim?

- O tipo de doença do coração que você procura. – Hinata se meteu e fez bico para o olhar de reprovação de Sakura.

- A gente não escolhe quem a gente ama Hinata, acontece, mas nem sempre as coisas são do jeito que a gente quer e acabamos sofrendo por causa disso.

Neji sentiu seu corpo todo ficar duro, mas tentou ao máximo não transparecer.

- Posso saber o que está acontecendo?

- Ino se meteu com um cara casado faz um tempão. Por isso, tem que ficar se encontrando as escondidas; esperando ele entrar em contato quando ele tem tempo livre e vez outra fica mal quando ele demora demais. Só que essa foi a pior das vezes, geralmente ela apenas reclamava, mas agora ela realmente chegou ao fundo do poço. – Hinata tinha muita certeza do que dizia, desde o início chamou a atenção de Ino que apenas ria e dizia para ela relaxar que estava tudo sobre controle.

- Não sabemos se isso é verdade Hinata! Ela nunca disse isso!

- E então vocês vão ficar parados aí cochichando mesmo? – Ino falava sem tirar os olhos do celular.

- Oi Ino. – Neji falou.

- Oi, e apesar de tudo eu ainda tenho razão. – Desviou o olhar para ele um instante e voltou a fitar a tela.

- Essa briga de vocês deve ter sido feia.

- Nem queira saber Sakura. – Hinata estava definitivamente controlando os ânimos ali.

- Pelo visto está tudo bem com ela. Você vai dormir aqui Hinata?

A garota olhou para Sakura que fez sinal afirmativo. Neji concordou e foi se despedindo.

- Então já vou indo, cuidem-se. Qualquer coisa me liguem que eu venho o mais rápido possível. – Parou olhando para Sakura, queria ter um momento a sós para falar com ela, mas ainda não era hora de dizer algo. Sorriu para ela e deu um tchau.

Ino sentou-se na cama pondo o celular ao lado, resolveu depois de digitar e apagar várias frases que não iria enviar nada. Tudo já estava bom demais para ser verdade. De repente percebeu que estava morrendo de fome, olhou a comida ali perto, na bandeja tinha tudo o que ela mais gostava de comer. Educadamente ofereceu para as amigas que recusaram dizendo que já tinham comido, e voltou novamente a sua atenção devorando tudo o que encontrava, nunca na vida havia sentido tanta fome.

Sakura sentou na cama observando a amiga comer, as coisas na vida realmente não estavam fáceis. Seus pais estavam em coma, a empresa da família estava à beira da falência e a salvação era o casamento com um cara desconhecido, o pior disso é que ela a muitos anos gostava de Neji, pessoa que ela resolveu se tornar melhor amiga apenas para poder estar próxima dele e fazê-lo feliz. Ao longo de todos esses anos sempre havia se conformado com essa ideia, mas agora que tinha que dar uma resposta para uma proposta de casamento ela pensava se algum dia no futuro ela não poderia estar tendo que responder isso ao cara que ela realmente amava. Sabia muito bem a reposta, por que hesitar tanto?

Muitas vezes a gente só vê o que tem que fazer da vida quando enxerga os erros que os outros cometem. Olhava agora sua melhor amiga num estado deplorável por causa de um cara que claramente não a amava. Ela queria ser algo parecido com isso? Mesmo que por um acaso Neji aceitasse ter algum romance com ela, ele realmente a amaria? Ele largaria Ten Ten? E mesmo assim, seria cruel demais fazer isso com ela... Ou será que ela há muito tempo que já era como Ino? Sua cabeça ficou zonza e se aproximou do feixe de luar que vinha pela janela, olhando o céu limpo e cheio de estrelas. Olhou para dentro do quarto, Hinata estava num canto mais distante, parecia estar falando e recebendo um sermão de seu pai por estar dormindo fora e Ino estava concentradíssima comendo.

Amanhã era o dia em que teria que tomar uma atitude em relação a toda sua vida, o lado emocional gritava dizendo não, mas a razão muito sensata a puxava para a realidade do que ela realmente precisava fazer.

Todas as três estavam realmente cansadas e por isso a noite não foi ocupada por conversas e diversões, deitaram-se logo para dormir, principalmente Ino que havia chorado muito estava realmente precisando descansar, mas Sakura continuou com seus olhos verdes bem abertos, como poderia esconder das amigas que estava se casando? Não queria que soubessem de tudo o que estava realmente acontecendo, não queria que achassem que ela era uma interesseira que se casaria por dinheiro, então, como iria dizer a elas esse tipo de notícia? E ainda mais, como explicaria a ausência de seus pais em um evento tão importante quanto esse na vida de um filho? Passou a madrugada bolando tudo o que iria dizer. Aos primeiros raios solares já sabia mais ou menos o que iria dizer.

Hinata muito responsável levantou-se cedo para ir para a aula, nem notou as olheiras roxas de Sakura que mais uma vez ficara sem dormir e começou a chacoalhar Ino que resmungava dizendo: “Mais 10 minutos!”, até que se deu por vencida e foi olhar-se no espelho.

- Não vou pra universidade nem-a-pau.

- Por que não? – Hinata estava em pé se alongando.

Ao virar-se de frente exibiu suas pálpebras muito inchadas apontando-as com o indicador.

– Imagina se me veem assim? Minha reputação vai pelos ares, não vou, não vou! - E se jogou na cama de novo já tentando se ajeitar por debaixo das cobertas.

- Sakura você tá com uma bela cara de zumbi! Acorda mulher! – Hinata estalava os dedos na frente da cara de Sakura que já estava em pé próximo a cama, parada e com o olhar fixo no chão. Ela respirou fundo e deu o melhor sorriso falso que de toda a sua vida, porque viu que na hora Hinata sorriu de volta. – Alguém aqui está tendo um bom dia! – Até Ino se virou para olhá-la.

- Eu vi que vocês estavam muito cansadas ontem, então achei melhor falar com vocês agora pela manhã.

As duas amigas se olharam curiosas e voltaram a atenção para a cerejeira. A morena assentou-se na cama e a loira ajeitou-se para ouvir melhor.

- Bem, eu tenho algumas novidades... Estão diretamente relacionadas com o meu sumiço desses últimos dias... Que por sinal, eu peço desculpas...

- AAAh! Para de enrolar e fala logo! Esse suspense todo já está fazendo meus olhos ficarem piores! – Ino jogava os braços para cima.

- Ok! Ok! Calma! – Sakura respirou fundo. – Eu vou me casar!

...

Foi o que faltou aparecer no ar, reticências. As duas ficaram paradas, Ino não sabia se abria um sorriso ou não, pois não sabia se se tratava de uma piada. Aproveitando o estado de confusão das duas Sakura resolveu contar a história que havia montado, agora que achava que não sofreria interrupções.

- Bem, já faz alguns meses que eu conheci um cara na viagem que fiz com meus pais nas férias do ano passado. Ele... É amigo do meu pai, é um homem de negócios muito importante. Como vocês sabem nossas viagens de férias não são totalmente lazer, papai sempre tem que encontrar com esse tipo de gente. – Isso não era uma mentira total. Respirou de novo juntando as mãos. – Bom, ele é um cara legal... Muito... Cuidadoso e... Conversou bastante comigo... Aconteceu que acabamos nos beijando... – Agora ela andava pelo quarto, ficou um pouco de costas nesse momento para poder fazer uma careta ao se imaginar beijando um velho com bigode sujo de suco de tomate. – Ele continuou falando muito comigo depois que a viagem acabou e vez ou outra nos encontrávamos... Ele sempre me paparicou muito e sempre deixou bem claro quanto se importava comigo e então... Nessa última viagem eu encontrei com ele... – O desgosto em carne e osso, foi o que ela havia encontrado. – E papai me disse que esse cara tinha falado com ele e perguntado o que papai achava de ele me pedir em casamento. Mamãe ficou muito animada com tudo isso... – Era exatamente por causa dessas duas pessoas que ela iria fazer isso. – Papai resolveu me avisar com antecedência para eu poder pensar com cuidado se deveria aceitar ou não. Bem... Hoje eu vou sair para jantar com esse cara e... Resolvi que irei dizer que sim. – Ao olhar para Ino ela estava com a boca tão aberta que um gato poderia entrar e comer a língua dela facilmente. Hinata não estava numa situação muito diferente.

- Como você pôde esconder esse cara de nós todo esse tempo? – Ino conseguiu falar.

- Era só um cara... Nada sério...

- Nada sério... Aí você chega e diz que VAI CASAR COM ESSE CARA QUE VOCÊ NÃO TEM NADA SÉRIO?! – A voz dela ia aumentando de volume e ficando mais fina.

- Eu acho que não tem problema nenhum... Ele gosta tanto de mim. – Claro que gosta, com o “sim” dela ele poderia ficar tranquilo em relação as ações da empresa em que era CEO.

- Mas e você Sakura? – Hinata olhava para ela muito séria. – Você gosta dele?

Depois de um instante, calada por causa do choque da pergunta ela respondeu – Sim.

- Sim? Todos esses anos você ficou mal por amar Neji, vivia falando dele, do quanto era inteligente, carinhoso e mais um monte de coisas e agora vai simplesmente ignorar isso?

- Sim.

Hinata recuou com o olhar decidido da amiga de cabelos cor de rosa. – Mas...

- Mas o que Hinata? Quer que eu fique servindo de suporte apaixonado para o seu primo o resto da vida? Devo desprezar alguém que gosta de mim por causa de outra pessoa que eu nunca poderei ter ao meu lado?! Eu vou encerrar esse círculo vicioso! – As lágrimas caiam, elas não entendiam que as complicações eram muito maiores do que se preocupar com ela mesma.

As amigas se calaram, afinal Sakura só havia dito verdades, o que ela poderia ganhar continuando a sofrer por alguém que não sentia nada por ela.

- Não faça nada precipitado, tudo bem que você não deve ficar na sombra do Neji para sempre, mas também não é motivo para resolver as coisas se casando! Você é nova, ainda nem se formou, poderia esperar mais um pouco, quem sabe pode acabar gostando desse tal cara. Se ele realmente ama você... Esperaria não é?

“Acabar gostando dele”, difícil isso acontecer, pensou. Nem poderia explicar o quanto essa decisão tinha que ser rápida e o quanto era desesperada.

- Exato, Hina, posso acabar gostando dele. Nada melhor do que estar junto dele para isso. Eu já me decidi.

- Mas...

- Eu apoio você Sakura! – Ino vinha em sua direção com os olhos brilhando. – Odeio admitir isso, mas você tem a força que eu não tenho! Siga em frente sim! Ontem a noite me perguntou porque eu não tentava esquecer o cara que tanto me menospreza e seguir em frente, infelizmente eu não posso fazer isso... É muito mais forte que eu, mas te admiro muito por ter essa força! – Sorriu com uma lágrima escorrendo no rosto. – Você vai ser a noiva mais linda, vou escolher seu vestido pessoalmente! E as jóias, buquê, sapatos, make, cabelo... Ah meu vestido de dama e o seu Hinata! Aaah que tal usarmos cor de rosa para combinar com seu cabelo?! Já que você vai de branco, lógico!

A mudança de ares sempre é muito repentina quando Ino está por perto. Apesar de contrariada, a morena percebeu o olhar de desespero que Sakura tinha estampado no rosto, não sabia que os motivos eram muito maiores do que imaginava, mas só um dos fatos já fez se sentir sensibilizada com tudo, então, apenas sorriu fracamente se rendendo e fez as garotas se darem um abraço coletivo. Torcia fervorosamente para que aquelas duas não sofressem mais tanto por amor e agradecia a sorte que tinha por nunca ter se apaixonado...

Até aquele momento.

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.

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Sasuke terminava de dar o nó em sua gravata dourada, estava impecável como sempre. Queria passar a impressão de homem de negócios sério e poderoso para deixar bem claro o nível de importância da reunião. Ao longo do dia já havia revisado inúmeras vezes as cláusulas do acordo pré-nupcial em todas visto que estava tudo em ordem.

Em um momento tão sério quanto aquele um terno negro sempre seria a melhor escolha, feita sob medida, aquela peça caía-lhe perfeitamente bem, desenhava seus ombros largos e destacava sua silhueta lhe dando ainda mais altivez, por dentro usava uma camisa também preta, destacando a dor de ouro da gravata. Os sapatos eram de couro italiano e brilhavam como se estivessem cobertos de óleo. Saiu de casa as 19h20min, pretendia chegar no local pelo menos 30 min antes do horário marcado para ver se estava tudo certo, sentou-se a bordo de seu helicóptero e viu o chão ficar distante, não estava com paciência para trânsito naquele dia.

De longe pôde avistar uma torre de topo arredondado que brilhava imponente sobre a cidade, também, totalmente iluminada lá em baixo. Ela se destacava por ser muito alta, não era a toa que o nome do restaurante que lá ficava se chamava “Stratosphere”, Sasuke gostava muito de ir lá, haviam poucos lugares em Tokyo em que você poderia tranquilamente pousar com seu helicóptero e chegar mais rápido para seu compromisso. Gostava de marcar reuniões de negócios lá, além disso, eles eram muito cuidados em todos os detalhes: limpeza, organização, atendimento, comida, decoração... Tudo sempre estava impecável, como ele gostava.

Desceu do helicóptero abaixando a cabeça, seus cabelos muitos lisos iam de um lado para outro, só se acalmando quando desceu as escadas para a parte de dentro. Os fios compridos voltaram a contornar seu rosto quase chegando a seu queixo, esse penteado tinha a mão de seu irmão que insistiu muito para que não cortasse curtinho e deixasse crescer, falava que as garotas adoravam e deixavam Sasuke com a cara menos marrenta. Pensando nisso passou os dedos pelos fios jogando-os para trás inconscientemente enquanto andava pelo andar de cima do lugar. Este, estava totalmente reservado para Sasuke, do jeito que ele gostava quando resolvia ir jantar lá, escuro, a luz só cobria a mesa próxima ao vidro que dava vista panorâmica de Tokyo, porém era fraca para não doer aos olhos, deixando tudo muito mais agradável, a mesa estava arrumada com muita porcelana, cristais e pratarias.

Ao redor da mesa haviam cadeiras que mais pareciam poltronas sem braços. Ao se sentar o movimento de rotação começou, sim, o chão se movia permitindo que a pessoa com o passar do tempo fosse desfrutando dos 360º de vista. Sentia-se bem ali, desabotoou o terno para ficar mais à vontade naquela posição.

Tuc tuc tuc tuc

Ouviu barulho de sapatos de salto alto atrás de si, virou-se lentamente para olhar as curvas de uma silhueta que aos poucos se aproximava da luz próxima a mesa. Ele estava imerso na penumbra, notou que ela não o tinha visto, pois ao ser coberta pela luz os seus olhos verdes iam de um lado para o outro procurando alguém. Aquilo foi bom, dessa forma pôde vê-la antes.

Um grande alívio se apoderou dele, era bonita, muito bonita, os cabelos eram compridos e cor de rosa claro, os olhos eram muito verdes e grandes, a pele era muito branca e o corpo era magro com boas curvas sem querer sendo destacadas pelo vestido tubinho bege e azul de alças largas e decote em V. Era uma perfeita dama, a expressão poderia ser suave se ela não estivesse tão preocupada. Sasuke gostou do que viu e deu um sorriso de canto enquanto se levantava, quando se sentiu iluminado, viu a garota tomar um discreto susto e olhá-lo da cabeça aos pés tentando ser bem sútil.

Ele aproximou-se estendendo a mão, ela concedeu e ele a beijou como um cavalheiro deve fazer. – Boa noite senhorita.

- Boa noite. – A voz dela era baixa.

- Sente-se por favor. – Ele se dirigiu a uma das cadeiras e puxou-a um pouco para que ela pudesse sentar. - Ela fez o que ele pediu. - Deseja algum aperitivo?

- Não obrigada. – A voz da moça parecia mais firme agora.

- Certo. - Ele se sentou no lado contrário dela e abriu o terno calmamente. – Quer pedir logo o jantar ou acha melhor pedir para depois?

- Quero resolver logo o “assunto”.

Ela o olhava muito séria. Ele fez que sim com a cabeça e colocou sobre a mesa alguns papéis, olhando-os.

- Então você é Haruno Sakura. É um prazer conhecê-la, sou Uchiha Sasuke – respirou pensando mais um pouco. – Acho que tudo está muito tenso aqui, sei que o assunto é sério, mas vamos aliviar um pouco mais as coisas. O que você faz Haruno-san?

Ela parou olhando para ele um pouco desconfiada. – Sou... Estudante. – Esperava que ele falasse, mas ele ficou parado olhando-a. – Curso medicina na universidade de Tokyo. – Viu as sobrancelhas dele se erguerem em surpresa.

- Nossa! Isso é... Admirável. – Seria muito bom para sua imagem. - Eu também estudei lá, me formei em Ciências contábeis. Era um lugar interessante. Gosta de lá?

- Sim, claro. – Não conseguia entender por que tantos rodeios. – Uchiha-san, sei muito bem que está preocupado com o motivo dessa nossa reunião. Estou muito apreensiva quanto a isso, então se puder por favor vamos direto ao ponto.

Ela estava realmente conseguindo surpreendê-lo.

– Como quiser. Bem, creio que Hiashi lhe explicou os motivos de minha proposta, mas irei falar mais uma vez. Meu pai faleceu há alguns anos atrás e deixou um testamento, nele discriminou a divisão de seus bens, inclusive as ações da GoK9, empresa que meu pai fundou há muito tempo e que por direito é minha e de meu irmão mais velho. Ele não faz questão da direção da empresa, então, a responsabilidade é minha. Entretanto, meu pai não sei porque estabeleceu que para que eu pudesse tomar posse desse bem eu deveria me casar... Especificamente com você.

Sakura se mexeu um pouco em seu lugar.

– Por que TEM que ser eu?

- Eu me faço essa pergunta desde que recebi a notícia. Eu não sei, tentei falar com o seu pai, mas não consegui, então temos tratado disso com você.

- Ele está viajando... Problemas de família... – Ela o interrompeu rapidamente.

- Certo... Bem, de qualquer forma você está aqui. Eu pesquisei um pouco sobre a sua família antes de entrar em contato e vi que a situação da empresa não era nada boa. Sabendo que seria algo muito delicado de se tratar, resolvi incluir a ajuda na situação da Har. Não leve isso como chantagem, eu apenas quis deixar as coisas mais atrativas para todos.

- Uma jogada de negócios. Eu entendo muito bem.

- Sim... – Ele olhava dela para os papéis até então as coisas estavam indo muito bem amigáveis. – A minha proposta tem mais algumas cláusulas que eu espero que a senhorita aceite.

O cenho dela franziu, as coisas poderiam piorar?

- Veja bem, se conhece a vida de seu pai como homem de negócios sabe que boa parte de tudo vem de aparências e reputações. Sou bem jovem em relação aos outros presidentes, mas a maioria deles é casado e todos prezam muito por isso, então, não seria nada bom para a minha imagem que de repente meu estado civil fosse alterado para casado do dia para a noite e... A minha esposa não andasse comigo, não vivesse comigo, não me chamasse de marido e pior ainda se soubessem que me casei por causa do testamento de meu pai mesmo que o objetivo fosse salvar a empresa. – Fez uma pausa para que a moça assimilasse tudo. – E digamos que tudo isso se saísse muito bem, também não seria bom se eu em pouco tempo me divorcia-se. Passaria a impressão de... Imaturo, pessoa que não dá valor a família... Seria um desastre. – De repente achou que o espaço entre a cadeira e a mesa era muito pequeno. Levantou-se abotoando mais uma vez o terno. – Não quer olhar a paisagem? A vista daqui é ótima.

Foi distanciando-se de volta ao vidro. Encostou-se nele ficando de frente para a garota que permanecia sentada olhando para o centro do prato vazio que estava na mesa a sua frente. Esperava que ela estivesse entendendo o que ele queria dizer. Alguns minutos se passaram desse jeito. Até que ele resolveu chamar.

– Haruno-san.

Ela ergueu a cabeça tentando vê-lo, por causa da escuridão não conseguia, então, foi em direção a ele sendo surpreendida pela vista que ia mudando aos poucos com o movimento da torre.

- Eu entendi o que quis dizer, mas queria que fosse um pouco mais concreto. – Sakura dizia sem olhar para ele.

Ele permanecia onde estava com os braços cruzados. Se desencostou para próximo dela com as mãos nos bolsos se pondo ao seu lado olhando para a cidade.

- Quero que tenhamos uma festa de casamento. Quero que more comigo. – Aquilo lhe doeu, sabia que já que tinha contado para as garotas que se casaria, era lógico que elas esperassem que fosse morar com o seu esposo, mas ver que realmente sairia da casa de seus pais tão cedo o aperto em seu coração aumentou. – Quero que me acompanhe quando for necessário, e que... Trate-me como um marido evitando que percebam nossa real relação. – Dessa forma ele também a trataria assim, evitaria as fofocas. – Além do mais, nós não poderemos nos divorciar durante... Algum tempo.

- Quanto é muito tempo?

- Veja bem, o que você pensa de uma pessoa que se casa e em 1 ano e se divorcia?

Sakura ficou calada.

- Então 3 anos?

Ela permaneceu em silêncio, quando via esse tipo de coisa entre as celebridades sempre achava que não passasse de marketing ou pura irresponsabilidade, falta de valor ao casamento como ele mesmo havia dito que pensariam deles.

- E 5 anos, o que acha?

- Eu diria que eles tentaram.

- Sim, acho que é um bom espaço de tempo.

Ela suspirou alto, ficar presa a um homem que não ama por 5 anos. O preço era realmente alto, começava a vacilar na decisão que tinha tomado no início do dia.

- Você pensou em tudo mesmo.

- Sim, é um assunto muito delicado para mim... Também – completou ele.

O silêncio pairou no lugar depois que Sakura cruzou os braços e ficou pensando com os olhos nas luzes dos prédios lá em baixo, mas nem estava contemplando. Estava analisando tudo o que tinha ouvido e o que poderia perder se dissesse sim e o que iria ganhar. Ele era um homem de negócios e sem dúvida devia estar impondo tudo o que fosse mais vantajoso para ele.

Não podia negar de que tinha tomado um susto quando o viu a primeira vez. Era um belo de um homem, se Ino o visse diria que ele era um deus grego e Hinata coraria na hora. Acabou comparando ele a Neji, o Uchiha era mais alto, tinha traços mais fortes, os olhos eram penetrantemente escuros e as sobrancelhas davam um toque de poder em seu olhar que fez ela ter que se forçar bastante para manter o contato visual firme, era algo incômodo. Os trejeitos dele eram muito polidos e o tom de voz era calmo e forte por causa de seu timbre grave.

Bem, com relação a beleza não era nada do que ela esperava, poderia dizer com certeza que ele era um “gato”. O medo de andar com um velho gaga já não existia, mas mesmo mais alto e poderoso ele não era seu amado Hyuuga de olhos calmos, expressão serena e abraço quente. Seu pequeno coração deu um salto lembrando da última visão que teve dele, do mesmo jeito que a pessoa que estava ao seu lado agora, com as mãos enfiadas nos bolsos olhando para a frente. Imaginou se ele faria aquele mesmo olhar quando soubesse que ela estaria se casando. Será que de alguma forma ele se incomodaria com isso? Tentaria impedi-la? Duvidava muito.

Aaaah quão egoísta ela conseguiria ser? Naquelas alturas do campeonato só pensava em si mesma e esquecia que as pessoas que ela mais amava, muito mais do que Neji, estavam em um leito de hospital e dependiam inteiramente dela para que vivessem bem quando acordassem! Nem tudo na vida se resumia a ela! Até mesmo esse cara dependia dela!

Todas aquelas cláusulas que ele dizia, preocupações que se ela não cumprisse poderiam acabar com ele! Ele também não devia estar muito animado com a ideia de casar... Parecia ser muito jovem e do jeito que era bonito devia ter muitas mulheres atrás dele, a diversão de solteiro teria que ser deixada de lado por causa disso. E ela... Ela não tinha ninguém, não existia uma pessoa que corresse atrás dela, apenas ela indo atrás de outro que estava muito bem acompanhado.

Se ela recusasse, perderia a felicidade de seus pais, poderia perder a sua mãe e a riqueza seria apenas um detalhe perto disso.

- Haruno-san. – Ele chamou mais uma vez a fazendo sair de seus devaneios.

Agora estava de frente para ela, ficou um tempo a olhando nos olhos até que baixou o olhar para seu bolso e tirou uma caixinha de veludo preta. Ele a abriu bem devagar, aos pouco deixando aparecer o brilho de uma pedra de diamante rodeada de outros pequenos brilhantes formando um círculo ao redor dela, no aro do anel haviam ainda mais pedras bem juntinhas até a curva em que o anel faria ao redor do dedo de sua dona.

Se fosse uma situação normal, aquilo com certeza lhe tiraria o fôlego por causa do nó na garganta que se formaria de tanta emoção, mas a coisa toda justamente por ter sido assim foi muito mais assustadora. Um momento que poderia ser tão mágico, parecia um pesadelo. Quando algo que pode causar extrema felicidade é feito, e causa exatamente o seu inverso a dor é infinitamente maior.

Sakura tirou os olhos da pedra que brilhava muito apenas com a luz baixa e olhou para o rapaz a sua frente que estava concentrado olhando os detalhes do anel, por um segundo imaginou Neji em seu lugar. Vestindo as mesmas roupas, ele levantava o rosto para olhá-la com seus lindos olhos azuis cinza e sorria dizendo:

- Case comigo.

Ela acordou do sonho momentâneo para ver quem realmente a estava encarando, mas ele não sorria. Estava com a expressão muito apreensiva, mas ela sabia muito bem que não era porque ele poderia receber um não do amor da vida dele e sim por que o não dela poderia fazer ele perder o seu dinheiro. Involuntariamente uma lágrima escorreu enquanto ela estendia a mão direita para ele.

Sasuke viu a ação da garota acompanhada de tanta dor, naquele momento quis que aquilo não estivesse acontecendo, mas que a sua empresa não estivesse envolvida. Ela parecia ser uma moça muito boa, talvez não merecesse que isso acontecesse com ela. Por um acaso ela tinha alguém em sua vida e estava abrindo mão disso pelo bem de seu pai? Aquilo soava cruel demais para uma garota. Com a mão esquerda ele apoiou a mão estendida em sua direção e com delicadeza levantou um pouco o dedo anelar dela, a pele era macia e agora bem perto podia sentir que ela cheirava muito bem, então, com a sua mão direita aos poucos foi inserindo o aro no dedo que agora estava trêmulo. Como um cavalheiro se abaixou um pouco e beijou de leve a mão da moça, selando que agora estavam noivos.

Ela chorava sem emitir nenhum som e sem fazer careta, sua expressão era dura, mas as lágrimas caíam uma atrás das outras e o seu corpo tremia. Sasuke sentia muita pena, ela o devia achar um grande monstro. E no geral era mesmo, mas ela realmente o fez sentir mal. Tirou um lenço do bolso e o entregou a Sakura que pegou sem dizer nada e enxugou as lágrimas como se apenas sua maquiagem estivesse borrada.

- É difícil para mim também, eu... Não planejava me casar tão jovem. – Tentou compartilhar. Colocou as mãos nos bolsos observando-a – Eu... Eu prometo que vou fazer o possível para não ser tão ruim assim. Eu não sou um homem mau. – Agora ele tinha conseguido chamar a atenção de Sakura. – Veja, poderemos ser amigos e...  Bem, viajaremos bastante, prometo que levarei você a lugares que você não conhece. Isso pode ser divertido. Você, pode me fazer companhia.

Sakura ouviu um clique dentro de sua cabeça. Esse cara devia ser muito sozinho, o pai havia morrido recentemente e se a herança estava sendo dividida entre os irmãos então a mãe também não estava mais viva. Se imaginar sem os pais fez ela sentir uma amostra de desespero que esse cara poderia estar passando naquele exato instante perto dela. Se isso acontecesse, a rosada não saberia nem o que faria.

- S-sim. – Ela gaguejou. – Espero que, possamos ser amigos.

- Impossível não sermos, estaremos juntos nessa. – Aquilo foi tão surpreendentemente otimista que Sasuke pensou se ele tinha realmente dito aquilo. Não soube como, mas pareceu ser efetivo para melhorar o humor da garota que levantou de leve o canto de sua boca.

Ele estendeu a mão e ela apertou a mão dele. Negócio fechado.

- Eu tenho que ir.

- Ainda não jantamos.

-Sim, mas já está na minha hora, tenho outro compromisso. – Ela precisava ficar só e engolir tudo o que havia acontecido. De repente ela havia achado que ele poderia ser um bom homem, era menos mal, mas não apagava o fato de que a sua vida estava uma perfeita tragédia.

Ela parecia muita deicida no que ia fazer.

– Está bem então, acompanho a senhorita até a porta. – Ele deu o braço e Sakura educadamente aceitou. Sasuke sentia o braço da moça tremendo consideravelmente. Desceram as escadas que davam acesso ao primeiro andar do restaurante e submergiram no meio de muitas luzes, pessoas e tilintar de garfos, facas e taças. Alguns se viraram para o olhar o casal que chamava muita atenção. Ele não tinha cabelos cor de rosa e olhos verdes como Sakura, tudo era simplesmente negro, mas o ar ao redor dele transbordava imponência. Chegaram ao elevador que descia a torre até a rua.

- Obrigada. – Ela se virou para se despedir quando as portas se abriram, mas ele entrou no elevador.

- Entre.

Ela ficou surpresa, achava que ele iria ficar por lá, mas entrou na cabine que logo em seguida começou a se mover.

- Essa reunião foi mais rápido do que eu achei que seria, pensei que teria que lutar muito para te convencer.

Sakura achou que a necessidade dele veio em num momento muito oportuno, para ele, pois em outra situação ela negaria sem pensar duas vezes.

- Não sou uma aproveitadora, tenho meus motivos Uchiha-san. – Ela continuava a tremer sentindo o aro gelado do anel de ouro em sua mão;

Eles ficaram em silêncio até as portas se abrirem novamente. No térreo. Sakura pediu que o manobrista trouxesse seu carro e ficou na beira da calçada esperando.

- Tenho mais uma cláusula que eu exijo que você cumpra.

Exige?

- O-o que?

- Eu acho que eu devo chamar você apenas de Sakura. Seria muito estranho eu chamar minha noiva de Haruno-san, portanto, espero que pare de me chamar de Uchiha-san.

Ela mal o conhecia! Seria estranho demais chama-lo logo pelo primeiro nome. Olhou para ele com os olhos abertos um pouco a mais do que o normal e logo desviou a direção quando percebeu que ele a encarava com a expressão muito séria. Sakura já estava achando que essa era a cara normal dele.

- Vamos, tente... Sasuke.

O carro parou em sua frente e o manobrista saiu. Sasuke a acompanhou abrindo a porta do carro para que ela entrasse.

- Diga.

- Me deixe em paz um instante por favor. – Seus olhos estavam marejados e cheios de dor. Ela sentou-se no banco do motorista, fechou a porta com força e arrancou.

O moreno alto ficou parado vendo o carro seguir com velocidade e desaparecer de sua vista, mal estavam noivos e já haviam tido sua primeira briga de casal. “Que fofos nós somos” riu. Ao voltar para desfrutar de seu jantar solitário viu os papéis por cima da mesa, olhava-os enquanto pedia o prato de sempre.

- Droga! Esqueci de fazê-la assinar.

Ele não estava totalmente garantido, pelo menos ela já havia aceitado, agora precisava fazer tudo ficar oficial o mais rápido possível.

A papelada de casamento talvez demorasse um pouco, mas ele conhecia algumas pessoas…

- Preciso urgentemente que você me faça um favor. – Sasuke assim que terminou de falar com a sua secretária tratou de ligar para o homem do cartório que conhecia.

- Sim senhor, o que deseja?

- Olha, eu vou me casar. Essa informação é sigilosa então tome cuidado.

- Sim senhor! – a voz do homem ficou um pouco diferente, talvez fosse surpresa.

- Preciso que isso aconteça o mais rápido possível!

- Colocarei seus papéis para serem os primeiros a passarem pelos olhos do juiz! – ótimo! Era isso mesmo que queria! O homem queria se mostrar fiel a ele. Ter Uchiha Sasuke devendo-lhe um favor era privilégio para poucos.

- Em quanto tempo isso poderá estar organizado para que eu marque a cerimônia?

- A partir do momento que os papéis forem preenchidos e assinados, dentro de 10 dias senhor!

- Não pode ser menos? – Era tempo demais, e se ela desistisse?

- Infelizmente uma parte do processo não cabe a mim e sim ao Estado que irá verificar toda a sua situação e demora mais ou menos isso. O que posso lhe ajudar é fazer com que sejam os primeiros a irem para a análise e assim que tiver retorno positivo eu mando para que o juiz aprove o casamento.

- Se não tem outro jeito tudo bem, que seja assim. Como faço para pegar esses papéis?

- O senhor deve vir aqui com a sua noiva e preenchê-los, junto com duas testemunhas que mais tarde, na cerimônia oficial devem estar presentes também.

- Testemunhas?

- Sim, é de sua escolha. Mas se quiser também podemos disponibilizar algumas.

- Faça isso.

- Certo.

- Então estamos acertados! E não esqueça! Isso é sigiloso! Todos saberão no momento certo. – Se a notícia explodisse antes seria uma grande dor de cabeça.

- Sim senhor! É uma honra que esse segredo me seja confiado! – puxa saco.

- Certo, então faça jus. Boa noite.

- Boa noite.

Queria que tudo fosse mais rápido, mas de certa forma seria um bom espaço de tempo para os outros preparativos. A missão daquele dia poderia ser dada como cumprida. Agora era seguir em frente.

 


Notas Finais


Gostaram? Não? Sim? *-*


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