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História Just Married - Medidas drásticas


Escrita por: Kjunn

Notas do Autor


Feliz ano novo!

Capítulo 60 - Medidas drásticas


Os dedos de Karin se moviam rapidamente enquanto digitava no teclado macio do Mac que usava em sua sala, na verdade antesala de Sasuke. Já era hora de ir embora, mas estava quase terminando algo e apesar de cansada seu TOC não permitiria que fosse para casa deixando aquilo tão perto do final. Seus olhos ardiam um pouco, pois mal piscava concentrada no que fazia, além disso estava com alguma tensão nos ombros por dias demais.

Desde que todo o problema com seu chefe explodiu as coisas estiveram muito estressantes no escritório, mas de uns tempos para cá estavam mais calmas. Enquanto o problema com a justiça não era resolvido todos os sócios resolveram mostrar as garrinhas que ela já suspeitava sempre estarem muito afiadas. Sasuke sempre estava muito ocupado e eles sempre eram dispensados, por algum motivo achavam que algo se resolveria expressando a insatisfação deles com ela, além de darem conselhos morais SOBRE SASUKE relacionados ao problema que ele andava enfrentando. Como se fossem donos da moral e bons costumes.

A vontade era de matar todos, mas o que ela poderia fazer era ignorar.

De repente, após a reunião SUPER tensa que Sasuke marcou, todos ficaram mansos, muitos cortes foram feitos. Estava dando graças porque sabia que não veria mais a cara de vários. E os que ainda estavam vinculados de alguma forma haviam virado cordeirinhos.

Todo esse processo de dança das cadeiras no alto escalão da Gok9 resultou em muita papelada, ou seja, muito trabalho. Sasuke era muito bom nisso, mas como ela o acompanhava em tudo, aquilo estava rendendo para ela também. Estava ainda pior com a ausência de Hiashi.

Aquele era mais um motivo de tensão em seus ombros, estava preocupada. Não conhecia muito o homem, sabia que ele tinha sido um grande filho da puta com Sasuke, um Brutus, Judas, traidor. Mas, desaparecer era demais, à princípio pensou que ele apenas estava foragido para não responder a onda de processos que Sasuke moveria contra ele. Mas, estranhou quando tudo o que Sasuke fez foi uma montanha de nada.

O nome dele sequer era tocado, era como se jamais estivesse ali. Às vezes sentia a menção sobre ele no ar quando tratavam de alguns assuntos que ele participou antes, que eram praticamente todos, mas sempre ele era apenas um tema intocado, apenas uma peça faltando na conversa. Jamais encaixada, mas que não impedia que o fluxo seguisse.

Nada aconteceu, então porque não sabia nada sobre ele? Sasuke o fez sumir do mapa?

Hinata, andava bastante preocupada. Sabia disso, pois algumas vezes ainda foi encarregada de providenciar coisas para ela, garantindo que ficasse perfeitamente bem no Japão. Soube por alto que ela tinha problemas com o pai, mas estava bem mal com relação a isso. Mas, o que mais lhe intrigava mesmo, foi sobre uma conversa em que seu chefe dizia a ela que estava fazendo buscas para saber do paradeiro do pai dela.

Mas, Karin não sabia absolutamente nada sobre isso.

E ela tinha certeza que esse tipo de busca passaria por sua mesa.

Perguntou sobre isso para Sasuke e se arrependeu.

Ele não lhe disse nada demais, nem fez uma cara feia, mas olhou em seus olhos de maneira tão fulminante que sentiu o erro que foi mencionar isso.

“Estou cuidando pessoalmente.”

- Você vai ter rugas desse jeito!

Karin assustou-se brevemente olhando para o lado e vendo o homem de cabelos platinados apontando para a própria testa.

- Você deve estar com a testa marcada agora, mas como a luz é baixa não vejo direito. Quanta concentração! Você é realmente dedicada. Seu chefe a elogiou para mim sabia?

- Hozuki-sama - Levantou formal e curvou-se de leve, sentindo o cansaço de seu corpo.

- Ai esses costumes japoneses me dão ranço - Ele estava com cara de nojo. - Pode me chamar de Suigetsu.

Ela sorriu de leve, educada.

- Hum… Uchiha-sama não está mais aqui, saiu cedo para acompanhar seus parentes no aeroporto.

- Han ran eu sei - Ele cruzou os braços animado.

- Então, precisa de algo?

- Sim! Eu estou na cidade tem um tempo e sou obrigado a falar que minha estadia está uma porra! - Ele disse colocando as mãos na cintura.

Os olhos de Karin se arregalaram, estava se segurando para não rir, aquilo foi engraçado de alguma forma.

- Como ainda não pude ir embora, pensei em passar aqui e te chamar para jantar, já que te achei uma mulher linda demais. - Falou com simplicidade e sorriu.

Karin abriu a boca e deixou o ar sair, sem saber exatamente como reagir diante daquilo.

- Eu ficaria lisonjeado com a sua companhia, não me entenda mal - Ergueu os braços como se estivesse se rendendo - Na verdade me entenda bem - Riu.

- O que seria entender bem? - Aquele cara lhe fazia se sentir divertida, era do tipo que quebrava os protocolos e ao mesmo tempo era adequado. Ela nunca sabia o que ele diria na próxima vez. Aquela pergunta demonstrava que ela tinha muito interesse naquele jantar e sabia que ele entenderia aquilo muito bem, sabia que estava muito disposta a aceitar aquilo desde que já fazia algum tempo que estava intrigada sobre ele. Mas, perguntou apenas para ouvir ele falar, para ver ele mais uma vez quebrar suas pernas.

- Que estou interessado em você - Ele espalmou as mãos para cima - Não deixei bem na cara?

- Não é nesse sentido que seria o que as pessoas chamam de “entender mal”? Não seriam segundas intenções?

- Não! - Ele deu um passo à frente -  É a minha primeira intenção e não segunda. Se entendeu isso, então entendeu bem! - Ele franziu o cenho - Desde quando estar afim de alguém é querer algo mal? Se eu quero sair com você eu só quero coisas boas diga-se de passagem! - Sorriu malandro.

Karin percebeu que estava sorrindo ouvindo o que ele dizia, tratou de suavizar as linhas de seu rosto, para ficar com uma expressão mais normal. Ele era diferente de um jeito esquisito e encantador.

- Se quiser saber mais sobre as minhas intenções poderia aceitar me acompanhar? - Colocou os braços para trás e inclinou a cabeça para o lado.

- Você não é nem um pouco sutil… - Ela olhou para o lado cruzando os braços.

- Já passei dessa fase - Ele desfez a pose fofa - Vai dizer que todo esse tempo não notou nada? - O peito dela apenas subiu junto com suas sobrancelhas e ela permaneceu calada - As coisas estavam caóticas por aqui, não era o momento… - Disse com ar um pouco mais sério.

Sem protocolo e adequado ao mesmo tempo.

Suigetsu colocou as mãos nos bolsos e deu alguns passos ficando mais próximo a mesa de Karin, ainda em pé por trás dela ouvindo-o atentamente.

- Achei você uma mulher interessante - Deu de ombros falando sério. - Vamos?.

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Itachi chegou com o tio e Naruto na mansão da família. Minato não aceitou que em hipótese alguma ele ficasse em um hotel ou fizesse qualquer registro de sua passagem por ali, já que estava ali escondido. Mas, claro que o garoto estava ali de bom grado, apenas não queria incomodar, sendo logo rechaçado, pois não seria incômodo algum.

- Itachi! Como é bom ver você querido! - Kushina se aproximou deixando um beijinho em cada lado de sua bochecha assim que o garoto se abaixou para que isso fosse possível.

- É bom ver a senhora também tia. Como estão todos?

- Ah, bem na medida do possível - Deu de ombros, com um sorriso sem tanto humor - Seus tios já voltaram para o Japão. Falaram com vocês?

- Não - Itachi fez um biquinho pensativo.

- Tsunade continua com uma birra incompreensível em relação a Sasuke. Ficou um pouco contrariada de deixar Ino por aqui, mas foi - Fez um gesto com a mão como se expulsasse alguém - A Universidade não poderia mais ficar sem ela.

- Fazer o que - Deu de ombros.

- Estamos cansados querida - Minato interviu se inclinando e dando um beijo na cabeça de Kushina. Era importante observar isso para sua mulher carinhosamente falante demais.

- Oh sim! - Ela juntou as mãos. - Descansem queridos. - Sorriu - Itachi, seu quarto é o terceiro para a esquerda. Pedi que colocassem algumas bebidas relaxantes e também seu jantar será servido lá mesmo para que se recupere desse fuso horário.

- Tia a senhora é um anjo? - Ele franziu a testa.

- Sou sim querido - Ela fez graça, agora vá para o céu - Apontou para as escadas.

- Eu tenho certeza que só ouvirei isso aqui, na prática meu lugar já está reservado com o demo - Passou com sua mochila.

- Credo! Não diz isso! - Itachi subiu as escadas rindo, mas no percurso ouviu quando Kushina se dirigiu à Naruto.

- Está tudo bem meu filho? Você está bem? - Itachi virou a cabeça um momento e viu Naruto mover a dele afirmativamente com um sorriso fraco. - E como ela ficou querido? - A pergunta foi para Minato, ainda pôde ouvir mesmo olhando para a frente.

- Ela está bem, ficará melhor lá apesar de tudo - Suspirou - Há males que vem para o bem.

Itachi sentiu um aperto no peito e apenas seguiu seu caminho. Jamais se acostumaria com esse tipo de coisa, por isso ele não servia para aquele mundo. Ele não era nenhum santo, mas seus pecados estavam mais focados em outras áreas da vida. Pelo menos, tinha certeza que estaria com seu irmão no Inferno quando chegasse a hora. Riu disso se achando doido. Inclusive, estava na hora de exercitar sua preguiça.

Saíram do Japão no final da tarde. Passou o voo conversando, jogando ou vendo filme com Naruto. Não dormiram nada. O que seria “noite” para eles foi passado em claro, mas esse negócio de fuso horário dessa vez veio a calhar, pois “voltaram no tempo” e “ainda” era noite do mesmo dia ali, enquanto no Japão as pessoas já viviam a manhã do dia seguinte. Agora ele poderia dormir feito pedra.

Sua tia era realmente um anjo, ela não tinha mencionado o banho quente que estava preparado para ele.

Rapidamente arrancou suas roupas e entrou na banheira.

- Aaaaah! - Revirou os olhos enquanto afundava na água em temperatura perfeita. Deu uma respirada funda e se inclinou para fora da banheira, derramando um pouco de água para pegar o celular em sua calça no chão.

Sorriu ao ver a notificação de muitas mensagens. Claro que eram de várias pessoas, mas sabia que as dela estariam ali, ignorou manager e tudo mais, foi direto na janela dela.

“Aí eu estava pensando em comprar esse celular, acho que ele vai me ajudar muito.”

“O que você acha?”

“O QUE VOCÊ ACHAAAA????” - Ela mandou quando percebeu a demora dele para responder.

15min depois

“Itachi cadê você? ù.ú Não me avisou que iria se ocupar e nem nada!”

1h depois.

“Tá sumido...”

20min depois

“Minhas mensagens nem estão chegando aí o.o Onde você está?”

30 min depois

“Espero que não tenha acontecido nada. Está tudo bem?”

1h depois

“Itachi eu estou preocupada, assim, que chegar manda mensagem por favor”

1h30min depois

“O dia está sendo uma merda e você sumiu :(”

Depois disso ela passou um longo tempo sem mandar mensagem, mas a última não fazia muito tempo.

“Itachi minhas mensagens chegaram aí!” - Ela devia estar olhando toda hora, pensou com um sorriso na cara - “Vê se responde por favor!”

“Oi agoniadinha”

“ONDE VOCÊ ESTAVA?”

“Não grita!”

“EU APENAS ESCREVI EM CAIXA ALTA. ONDE VOCÊ ESTAVA?”

“Tive que fazer uma viagem de última hora”

“Eita o.o aconteceu alguma coisa? Tá tudo bem?”

“Tá sim, não se preocupe, negócios… Você disse que seu dia estava sendo ruim, o que aconteceu? A solução chegou bb xD”

“¬¬… Aff.. Ah minhas provas estão me matando! Acho que não fui bem!”

Ela começou a contar sobre questões que achava que tinha errado, sobre a garota chata da sua sala e os meninos que a seguiam feito cachorro, sobre algo que deu errado com seu lanche, sobre problemas com o ônibus e um dinheiro que perdeu. Realmente tinha sido um dia de má sorte na vida de uma pessoa comum. Era interessante saber sobre isso, era tão simplesmente aventureiro!

“Amanhã você terá mais sorte, você vai ver”

“É, depois da tempestade vem a calmaria, no mínimo espero que nada aconteça, apenas paz está de bom tamanho pra mim.”

“Pode acontecer algo de bom também, pense positivo, você pode atrair coisas boas.”

“hahaha se isso desse certo eu seria a milionária pop star aqui querido”

“O universo é justo, do jeito que é metida seria insuportável! Nem daria bola para um pobre garoto lindo e maravilhoso como eu. Claro, mesmo em uma realidade alternativa eu seria gostoso. Certas coisas não mudam.”

“Tem CERTEZA que eu sou a metida aqui HAHAHA”

Itachi riu daquilo negando com a cabeça.

“Moça, eu tenho provas!”

Ativou a câmera do celular e bateu uma selfie. Estava sem camisa, de cabelos molhados caindo em seu ombro e colando um pouco em seu pescoço e nossa, estava muito gostoso segundo a avaliação dele mesmo. Enviou a foto e esperou. Será que ela estaria corada?

“PERVERTIDO!”

“Estou mandando provas, é necessário ter material para uma avaliação concreta! Sou gostoso ou não sou? Segundo a minha equipe especialista, eu sou!”

“Essa equipe está na sua cabeça? Senhor humilde”

Ela não dava o braço a torcer!

“Espera”

Abriu o Instagram e postou a mesma foto sorridente. Não precisou esperar muito, os likes e comentários começaram a pipocar. Era apenas uma foto na banheira, não saberiam que era um banheiro EM LONDRES. Tirou print de toda a manifestação e enviou para ela.

“Essa equipe dedicada”

“Não vale ¬¬”

Conversou com ela mais um pouco, mas era hora de sair da banheira antes que a água esfriasse. Como entrou no banheiro com pressa, pegou uma toalha, se enxugou um pouco e espremeu seus cabelos longos, amarrou a toalha em sua cintura para ir até sua mochila em cima da cama. Pegou uma camisa e uma calça qualquer que havia enfiado ali, jogou a mochila no chão, foi até a mesa e achou uma garrafa que mantinha um chá quentinho e o “jantar” era um sanduíche. Kushina era a melhor pessoa ever. Também havia suco de maracujá. Pegou o chá e entornou sentindo o calorzinho dele correr pelo seu esôfago.

“Izi eu vou dormir daqui a pouco, estou cansado”

“Mas, já? Ah esqueço que estamos em fusos diferentes, aqui são 9h da noite. Que horas são aí?”

Pesquisou na internet o horário de Tokyo.

“6 da manhã”

“Você vai dormir uma hora dessas?”

“Meus horários são diferentes!”

“Tá né! Quando você acordar estarei dormindo. ”

“A gente se fala em breve, relaxa, não vai morrer de saudades.”

“Depois dessa tchau!”

Riu e percebeu que ela continuava online.

“Tchau chata”

O ícone ficou azul na hora.

“:P”

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No outro dia Itachi levantou cedo, por incrível que pareça. Tomou banho de água gelada porque não queria esperar a banheira encher e ainda por cima a água alcançar a temperatura ideal. Tomou um banho de chuveiro, rápido, apenas o essencial. Mas, não esqueceu de usar os produtos necessários para que ficasse cheiroso. Penteou os cabelos, além de já ter lavado na noite anterior, já estava de bom tamanho a água gelada só em seu corpo. O problema foi escolher uma roupa e ele nem tinha trazido muitas. Por fim, pegou uma camisa manga longa preta de corte diferente próximo a gola, com um detalhe branco que ia do seu pescoço até abaixo de seu braço, calça jeans e tênis de cano levemente alto branco. Penteou os cabelos para prender, mas ao seu olhar no espelho de repente quis usar ele solto, colocou a liga no pulso, pegou a carteira e saiu.

Deu de cara com Ino que andava no corredor e parou surpresa. Itachi arregalou os olhos ao vê-la depois de tanto tempo. Na última ela estava levando socos de Sakura. Sorriu de canto, lembrando “do serviço” que fez em Neji. Ino parecia bem, rosto perfeito como sempre, ao contrário do outro rapaz.

- Ino! - Agiu como se estivesse feliz em vê-la - Que surpresa, eu tinha até esquecido que seu cárcere era aqui.

- Não estou presa - Ela tentou falar firme, mas parecia estar vendo um fantasma.

- Fica aí o questionamento - Itachi levantou os braços com as mãos viradas para cima com uma cara cínica. - Espero que durante esse tempo tenha refletido sobre o que fez.

- Sasuke refletiu sobre como agiu comigo também?

- tsc - Itachi estalou a língua - Desilusões amorosas acontecem, não que Sasuke estivesse certo em te cozinhar,  acredite eu sempre falei pra ele terminar com você. Aquilo não fazia bem para nenhum dos dois. Mas, é sério que levar até onde você levou era o jeito certo de lidar com isso? E não é preciso nem pensar no Sasuke para isso, bastava pensar em você mesma. Ficou difícil te defender depois do que você fez.

Ino desviou o olhar engolindo em seco, seu peito subiu e desceu em um suspiro.

- Eu sei disso… Agora… - Voltou a olhá-lo - Eu com certeza pensei no que aconteceu.- Parou e mudou de atitude, cruzou os braços e jogou os cabelos - Sou linda demais, para sofrer por causa de um cara qualquer. Posso ter outro ou outros - Deu de ombros - E muito além disso, para ser feliz nem preciso de cara nenhum, apesar de que… - Ficou corada - Vocês, homens podem deixar nós, mulheres, bem felizes se fizerem as coisas bem feito.

- Você está completamente regenerada! - Itachi riu entendendo o que ela queria dizer - Fazemos parte da felicidade de vocês sim - Apontou para ela piscando - Melhores pensamentos não poderia ter. Vai viver Ino, vai curtir tudo o que você puder. A vida é só uma!

Ino estava tentando conter um sorriso, mas estava falhando miseravelmente.

- Falando em felicidade, curtir e etc - Gesticulou - Estou de saída. Tchau.

Virou e saiu andando pelo corredor apressado, desceu as escadas correndo dando pulinhos.

- Onde está a tia Kushina? - Perguntou pra um rapaz que trabalhava ali ao chegar na sala.

- Está no jardim de inverno. Por ali, senhor - Apontou para um corredor ao lado da escada - Basta seguir até o final dele.

- Obrigado cara - Deu dois tapinhas no ombro do rapaz super formal deixando-o desconcertado e foi andando apressado até o fim do corredor. Passou por portas, quadros, itens de decoração até chegar num domo de vidro com várias plantas, uma estufa, algo assim. Haviam variadas flores e uma vozinha cantarolava Clock’s do Coldplay.

- Tia!

- Sim querido! - A voz parou de cantarolar e ela surgiu de um canto chamando logo a atenção dele devido aos longos cabelos vermelhos.

Itachi sorriu indo até ela e lhe dando um beijo no topo da cabeça.

- Bom dia, meu Deus como a senhora é linda!

- O que você quer? - Ela sorriu olhando para um flor.

- Credo! Não posso lhe elogiar?

- Sou ciente de minha beleza, mas também sei que o mocinho veio para Londres por algum motivo, logo está precisando de algo por causa desse motivo, agora me diga.

- Preciso de um carro.

- E onde vai?

Itachi sorriu, sabia que não precisava desse interrogatório há muito tempo. Era algo materno, algo preocupado, aquilo fez seu coração aquecer, ainda mais porque se lembrou de sua outra mãe. Mebuki. Aquela sensação de tristeza se espalhou um pouco por seu corpo, por isso sua voz acabou saindo um pouco menos animada do que de costume.

- Vou até a King’s College.

Mebuki virou a cabeça para olhá-lo bem dessa vez.

- Na universidade? - Falou de cenho franzido, foi uma pergunta retórica - O que quer fazer lá Itachi Uchiha?

- Arrmmmmm vou encontrar uma garota ok? - Falou grunhinho um pouco. Já estava esquecendo o incômodo de antes.

- Está me dizendo - Ela virou o corpo pondo a mão na cintura - Que você veio do Japão, escondido, pra encontrar uma garota?

- Sim! - Estava pensando nisso somente agora.

Kushina cruzou os braços e semicerrou os olhos.

- Tia, agora não! Só preciso de um carro… - Desviou os olhos não conseguindo sustentar o olhar inquisitivo dela.

- Você está apaixonado mocinho!

- O que?!

- Você está corado!

- Não!

- Então, me olhe nos olhos… SEM RIR!

- Tia, claro que eu vou rir!

- Claro que vai! Por que está apaixonado! - Ela tentava pegar o queixo dele, mas Itachi dava corridinhas se afastando seguido por ela. - Eu quero conhecer viu? - Parou apontando para ele. - Já que está aqui traga ela aqui!

- Nós não temos nada tia!

- Tá, quando tiver! - Gesticulou como se aquilo fosse o de menos. - Geoffrey! - Gritou para o corredor sem qualquer classe olhando para o chão com as mãos na cintura - AJEITA UM CARRO PRO ITACHI! - O corredor ficou em silêncio - OUVIU?!

- SIM SENHORA! - A voz dele veio da sala, claramente ele aprecia estar se forçando a gritar.

Itachi riu do jeito de sua tia e de como aquele cara, muito mais formal que ela devia se esforçar para se acostumar com o jeito de Kushina.

- Pronto, agora me deixa em paz com as minhas plantas, seu barulho vai incomodar minhas plantinhas.

Itachi correu agarrando a mulher que fez um falso protesto enquanto ele beijava seu rosto.

- LINDA DEMAIS!

- Xiu! - Censurou - OLHA MINHAS PLANTAS! - Ela mesmo gritou.

Itachi riu e saiu de lá rapidamente.

Geoffrey já estava lá com uma chave na mão quando chegou.

- Siga por aquele corredor até o final, lá fica a garagem, o senhor pode pegar o carro branco.

- Valeu Geo. - Deu os tapinhas desconcertantes mais uma vez e passou rapidamente por ele.

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“Bom dia feia”

“Dia”

“O que está fazendo?”

“Desejando o fim das aulas para ir pra casa”

“hahahaha que chato, sorte que nunca fiz faculdade”

“Privilegiado metido”

“Fazer o que… E que horas são aí?”

“10h, pelo menos já vou pro intervalo em 15min”

“Relaxar na grama?”

“É eu trouxe um sanduíche”

Itachi sorriu olhando para o celular. Soltou um pouco o aparelho para manobrar a BMW branca sem bater em nenhum estudante. Procurou o estacionamento e deixou por lá, tinha pouco tempo para chegar na provável área gramada em que ela iria sentar. Era muita! Como saberia onde ela está?

“Falando nisso estou morrendo de fome”

Leu a mensagem dela quando pegou o celular novamente, 10h04.

“Quero ver você, quando estiver acomodada vamos fazer uma vídeo chamada :)”

“Tá bom :)”

Ainda assim, tentou procurar onde ela costumava ir, com base no que já havia visto antes pelas imagens que ela transmitia. Começou pelo óbvio, a parte da frente, tentou olhar toda a região, mas continuou dando a volta no prédio antigo olhando ao redor tentando reconhecer.

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Izumi andava pelo corredor da King’s se arrastando, estava cansada, não dormiu cedo ontem mesmo com a ausência de Itachi. Parecia que sem ele ficava ainda mais ansiosa. Ficou horas olhando o Instagram depois que foi direto até lá olhar a foto que ele tinha postado. Curtiu, sabia que ele não iria ver no meio das mais de 400 mil curtidas. Mas, não comentou nada, apenas leu outros comentários parecidos com os que ela tinha coragem de escrever antes de “conhecê-lo”. Agora fazia bico.

“Assanhadas”

Pensou, entre outros xingamentos típicos. Mas o pensamento central era simples, ele era dela e ninguém tinha nada que estar secando ele. Teve que dormir sentindo certa frustração, mas nada normal do que andava sentindo toda vez que pensava estar muitos passos à frente do que jamais imaginou que estaria, mas no fim era o mesmo lamento de antes. Ele estava no Japão e ela na Inglaterra. Era melhor não pensar nisso, parecia que seu coração ficava um pouco machucado.

Agora estava animada para falar com ele por vídeo chamada, apesar de estar morrendo de fome, primeiro falaria com ele, não queria correr o risco de ficar com algo preso no dente. O sanduíche poderia engolir de uma vez com água depois e assistir a aula com ele atravessado em seu esôfago doendo como se fosse um ouriço. Andou mais rápido ajeitando o cabelo, enquando a empolgação já corria por suas veias. Chegou até a saída de trás que dava para o jardim, haviam outros alunos em intervalo por ali como sempre, grupos de amigos conversando animadamente e outros estudando concentrados. Fez uma careta pensando nos seus amigos e no quanto andava afastada deles, falavam que ela estava estranha e só viviva grudada no celular. Não saia mais, e nos intervalos sumia. Estavam preocupados e ela apreciava isso, mas não podia simplesmente contar que falava com um cara porque iriam saber QUEM era o cara. Além, disso ela não queria parar de falar com “o cara” e não queria perder nenhum tempo livre que pudesse falar com ele. Mas, estava se sentindo mal pelos seus amigos.

“amigos antes dos boys”

“boys vão, amigos ficam”

Sempre foi seu lema, sempre foi a primeira a levantar essa bandeira e agora estava quebrando tudo. Ainda por cima numa situação em que ela era completamente o lado mais fraco, ela sentia que ainda iria se ferrar muito nessa história. Sempre pensava que teria um momento em que eles não se falariam mais. Desde uma fã que jamais achava que poderia trocar mensagens com ele madrugada a dentro, já imaginava shipps para ele, alguém que seria seu par e seria fofo. Ou seja, tinha a plena consciência de que apesar de sentir seu coração bater mais forte e soltar suspiros ao ver seus clipes, jamais ele teria olhos para ela. Por favor, não era nem pra saber que ela existia! Mesmo agora que ele ao menos sabia quem ela era, ela não seria do tipo digno para ele. Não era do nível das garotas que ela mesma um dia shippou com ele. Konan sim, era estilosa e bonita…

Revirou os olhos, tinha que parar de sofrer por antecipação, por algo que jamais teria solução ou sequer seria tocado no assunto.

Não se deu conta disso, mas ao se aproximar de uma árvore livre de estudantes, jogou a bolsa na grama irritada. Respirou fundo pegando o celular no bolso enquanto se sentava colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Estava tudo bem, deveria curtir o que tinha e aproveitar o momento que milhares gostaria de estar tendo como ela. Talvez fosse o máximo que uma fã como ela poderia conseguir.

“Estou sentada”

Mandou a mensagem e esperou ele responder. Descansou o celular em seu colo ajeitando o cabelo mais uma vez. Ele estava demorando. Isso só fazia ela pensr ainda mais no sanduíche na bolsa ao seu lado. Olhou para ela quando seus pensamentos a levaram até sua fome.

“Olha aquele cara parece o Itachi” pensou achando engraçado. “Só é um pouco mais alto que ele” continuou pensando levando em conta as referências fotográficas que tinha. “Mas, nossa… é muito parecido mesmo. Deve ser um sósia perfeito. Itachi iria gostar de ver isso” pensou em bater uma foto. Ergueu o celular, mas o cara não parava quieto, além disso estava difícil estabilizar a imagem, pois seu coração estava batendo rápido demais. Deu zoom sentindo suas mãos tremerem, pois um tipo de ideia absurda veio à sua mente. Aquele homem parecia estar procurando algo… Aquele homem parecia Itachi... Só que de cabelo solto… Mas, não era ele… Não, não tinha como ser ele, ele estava no Japão. Ele… fez um viagem longa…

Seu coração não tinha ritmo, seu corpo tremia enquanto a ideia parecia cada vez mais plausível em sua cabeça. Não sabia se levantava e dava alguns passos para ter certeza e tomar um banho de água fria e se achava louca ou se ficava ali paralisada.

“Calma…” lambeu os lábios iniciando uma chamada de vídeo. Mas, olhou para a frente, para o cara que olhou para baixo, enfiou a mão no bolso e fez uma careta do tipo “iiih”, ergueu a cabeça e olhou ao redor mais uma vez.

Devia ser coincidência.

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Itachi atendeu a chamada, mas só via o queixo dela. O celular parecia estar no colo dela, e ela olhava para o lado com a boca entreaberta.

- Izi? - Mesmo dizendo algo, ela não olhou para baixo. Dava para ver que ela estava embaixo de uma árvore, como ela disse na mensagem anterior, estava sentada, queria encontrá-la e lhe dar um susto, mas sem sucesso resolveu atender a chamada mesmo. Ela reconheceria o cenário atrás dele logo de cara, mas ela sequer olhava para a tela do celular.

Itachi fez um bico, pensando em algo, olhou para cada árvore próxima e viu uma garota sentada sob uma delas olhando-o diretamente arregalar os olhos assim que ele a fitou. Então, sorriu para ela.

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Ele sorriu, ela conhecia aquele sorriso, mas era a primeira vez que estava conhecendo seu jeito ds andar ou melhor, de dar uma corridinha. Ainda não estava conseguindo entender muito bem o que estava acontecendo, seu corpo parecia ter assimilado muito mais rápido, pois reagia descontrolado. Viu enquanto aquele cara se aproximava, ouviu o som dos pés dele na grama em frente a ela, ouviu o som da risada dele, conhecida, porém muito diferente da que ouvi pelo ccelular, era muito melhor. Viu ele se agachar sorrindo.

- Izi.

A voz dele era tão diferente sem estar chegando até ela por meio eletrônico, era tudo tão lindo, tão surrral. Ele não estava a chamando, pois ela estava na frente dele. Itachi queria dizer que havia encontrado. Sim! Era ele!

Não se tocava, mas estava olhando penetrantemente em seus olhos, o sorriso em seu rosto esmaeceu.

Itachi desviou o olhar para sentar-se ao lado dela e um pouco hesitante colocou a mão no rosto dela, seus dedos tocavam sua orelha. Ele estava sentindo um nervosismo que jamais sentiu diante de qualquer garota. Estava sentindo algo dentro de si travado, não sabia como agir ou o que fazer.

- Posso te dar um abraço?

Foi o gatilho necessário para que os dois se movessem de uma vez, nenhum dos dois soube exatamente como, mas suas bocas se chocaram. Izumi se assustou abrindo a boca por alguns segundos e se afastando por alguns milímetros encurtados imediatamente por Itachi ao finalmente saber que era exatamente aquilo que deveria acontecer.

Beijou-a, mas não sabia como beijar. Sua cabeça não funcionava, estava nervoso demais. Dentro de si tudo estava muito quente e funcionando à mil. Movia seus lábios sem tanta ccoordenação provavelmente o pior beijo que já deu na vida, porém o melhor. Curto, porém destruidor.

Ele quem se afastou dela dessa vez, mas ela o abraçou com força. Muita força, como se quisesse impedir que ele fosse embora. E Itachi retribuiu seu aperto, cheirando pela primeira vez o topo de sua cabeça de olhos fechados.

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Sasuke sorriu quando avistou Sakura caminhando em sua direção, ela também sorria. Os dois se encontraram no meio do caminho se abraçando e trocando um selinho.

- Oi amor - Sasuke disse ainda abraçado à ela.

- Oi - O sorriso no rosto de Sakura não se desfazia - Como você está? - Disse passando a mão nos cabelos dele como se fosse possível ajeitar alguma coisa no vento que batia no estacionamento da Todai.

- Estou quebrado por dentro - Continuou mesmo dianta da careta que ela fez - Está faltando uma grande parte de mim, é como se eu estivesse morrendo aos poucos. - Ela ia dizer algo, mas ele falou antes que ela pudesse emitir algum som - Eu não posso mais aguentar isso Sakura.

- Eu também estou péssima, sinto tanto a sua falta que sinto como se fosse morrer - Deu outro abraço apertado no corpo alto e quente de seu marido afundando o rosto em seu peito.

- Então, vamos acabar com isso Sakura! Seus pais estão sendo irracionais, o ressentimento está cegando eles! É ainda mais absurdo que estejamos aceitando viver dessa forma depois de tudo o que passamos. Na verdade, você né! Estou respeitando você, mas acho que a sua preocupação também não tem pé e nem cabeça.

- Não é ressentimento! Eles se sentem culpados por eu ter feito isso. - Ergueu a mão mostrando a aliança.

- Não importa o passado! Como começou é um mero detalhe, nós nos amamos! - Pegou a mão que ela mostrava e beijou pondo em seu peito - Isso agora é o motivo da nossa felicidade, é o símbolo do nosso amor. Só o que queremos é ficar juntos.

- E-eu já tentei falar, mas mamãe fala que eu apenas tenho medo que você retire os cuidados que eles ainda precisam. Ela disse que sabe como você pode ser mau quando quer.

Mebuki não poderia estar mais certa, mas não era esse o caso.

- Pelo amor de Deus - Sasuke passou a mão em seu rosto.

- Vamos sair daqui Sasuke, vem… - Pegou na mão dele indo até o carro - Me dê as chaves. - Sasuke estranhou, mas a ergueu uma sobrancelha e ele apenas obedeceu o comando silencioso. E se sentinso esquisito foo até a porta do passageiro.

- Você querendo dirigir? - Falou enquanto colocava o cinto.

- Você está estressado, não é bom dirigir assim.

Sasuke assistiu ela ajustar o banco para a frente para que alcançasse os pedais e todo o resto par que ela dirigisse confortávelmente e gostou daquilo. O estresse que sentia em seu coração até passou por um momento, mas era só pensar novamente naquilo que tudo voltava.

- Sakura, é sério eu não vou mais tolerar isso. Não estão mais sendo movidos pela raiva e sim pelo orgulho, sua mãe acha que não estamos nos vendo? Não estamos indo à nenhum evento social, então não preciso de uma esposa de mentira. Por que estaríamos nos vendo?

- Pra fazer sexo.

Sakura soltou aquilo tão de surpresa que Sasuke soltou uma gargalhada ainda mais com o sorriso sacana nos lábios dela.

- Ela deve estar ciente disso! - Apontou disse rindo - Então, por Deus! POR QUE? Por que teimar nisso? É sério Sakura eu tenho total respeito pelos seus pais e amo a sua mãe como se fosse a minha, mas tudo tem limite. - Terminou falando em tom sério novamente.

Sakura suspirou com os olhos no trânsito.

- Eu tenho medo que alguém passe mal.

- Eu sei querida - Sasuke pôs a mão sobre a perna dela. - Eu entendo seu medo depois de tudo o que enfrentou, mas pense com cuidado nisso, não acho que você querer ficar comigo vai ser uma emoção muito grande. Acho até que eles esperam por isso. Seus pais estão BEM, não há o que temer sobre isso. Se eles estão incertos sobre nós, se ficam pensando nos tais 5 anos do contrato, então vamos ficar juntos 6… 10… 25 anos juntos e o resto de nossas vidas e isso vai ser deixado de lado.

- Você está coberto de razão. - Os ombros de Sakura relaxaram, olhou para ele de lado rapidamente enquanto dirigia. - Eu prometo resolver isso, mas eu falarei com meus pais ok? Minha mãe é muito cabeça dura, ela já falou besteiras demais pra você e eu não quero que as coisas piorem entre vocês. Aos poucos tudo vai ficar bem né?

- Vai sim amor, o que eu mais quero isso e Itachi também.

- Ela adora vocês, não vai resistir. - Piscou.

Sasuke sorriu de leve olhando para a frente, seu celular tocou.

- Alô.

Sua expressão endureceu.

- Ok.

- Sakura…

- Hum?

- Hiashi foi encontrado.

O carro ficou em silêncio, Sakura virou a cabeça de boca aberta, mas não disse nada. Seu coração acelerou um pouco por causa do jeito que Sasuke falava sobre aquilo.

- E então? O que você vai fazer com ele?

Sasuke ficou em silêncio por um longo minuto. Era difícil falar sobre aquilo, Sakura não precisava saber…

- Precisamos falar com Hinata - Pausou sua fala por alguns segundos - Hiashi está morto.

… Que ele já tinha tomado medidas drásticas.






Notas Finais


Wooooww
Meninas estou viajando! Estou na ilha do Marajó.
Me sigam no Instagram @robnepomuceno

Link da roupa do Itachi: http://farm5.static.flickr.com/4035/4481353783_2e67563b73.jpg


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