História Just Starting To Live - Kim Taehyung - A amiga...

ALICE POV's/ON

— Tae, calma! Quer dizer, por que você está falando assim? — me aproximei dele, colocando minhas mãos em seu rosto.

— Sai garota... — ele tira minhas mãos do seu rosto, ainda olhando pra um lado qualquer.

— O Jin foi pegar o carro, e os outros já estão lá fora. Vamos indo? — Chega Suga, mas logo parece notar que estávamos estranhos. — Aconteceu algo?

Olho pra Taehyung, esperando que o mesmo falasse sua versão da história. Mas nada ele disse. Nem se quer ao menos, se preocupou em olhar para Suga. 

— Aconteceu que seu amiguinho aí, é um doente! — arqueio minhas sobrancelhas, sem desfocar meu olhar de Taehyung. Eu estava incrédula pelo o que estava acontecendo.

— Como assim? — Yoongi olhava nós dois, mais confuso ainda.

— Pergunte a ela com quantas pessoas ela vêm ficando, além de você! — disse Taehyung se levantando do sofá, e indo em direção à saída.

TAEHYUNG POV's/ ON

Eu não acredito que ela fez isso comigo. Quer dizer, eu sei que não somos nada além de amigos, e talvez eu não tivesse tido o direito de falar com ela daquela forma. Mas cara, eu não aguentei. Tudo se embaraçou em minha mente, vindo à tona os momentos que passamos juntos. Nesse momento, o que menos estou em condições de fazer, é justamente ter controle e pensar antes de falar. 

Finalmente encontrei a saída, depois de acabar esbarrando em tantas coisas. Jimin e Jungkook estavam ali na frente, provavelmente, esperando o Yoongi voltar com a gente. Yoongi... certamente ele estava pegando ela... quer dizer, acho que desde sempre ela teve uma queda por ele, e provavelmente eu só atrapalhava.

Resolvi então, seguir andando à pé, e sem que os garotos me vissem, saí dali. Eu queria pensar na vida, talvez esperar que a bebida cessasse os efeitos em minha mente. Estava um pouco tonto ainda, mas nada que pudesseme impedir de me virar pelas ruas. (...) Andei por um tempo que na realidade, eu não fazia ideia de quanto era. E acabei por cair sentado no começo de um beco qualquer.

"Por que, eu agi assim?" foi o que eu não parava de me perguntar. Ela era minha melhor amiga, certo? E ela era livre... Cara, eu só faço merda... e se ela gostasse mesmo de garotas? Seria mais fácil se eu tentasse vê-la mais como um cara? Não isso não deveria ser certo e nem possível. Eram tantas perguntas torturando minha cabeça que acabei por dormir ali mesmo.
 

ALICE POV's/ON 

Expliquei ao Suga o que tinha acontecido, que pelo jeito, Taehyung tinha achado que eu tinha ficado com ele e a garota lá da foto. E pra variar, quem encheu a cabeça dele com isso? A vadia da Mi-Cha! Tinha que ser...

Quando eu e Yoongi voltamos para o carro, reparamos que Tae não estava lá. Então expliquei novamente tudo que havia acontecido aos outros garotos que estavam super confusos. Resolvemos por fim, ir procurar Tae, afinal, vai saber onde ele estaria largado? E se acontecesse algo com ele bêbado do jeito que estava?

Liguei varias vezes no celular e nada dele atender. Eu e Jimin estávamos indo à pé, enquanto os outros procuravam de carro pelos outros lados da cidade. Estávamos em completo silêncio desde que expliquei o ocorrido para todos que se organizaram para procurá-lo, até que após um longo tempo, Jimin resolve falar.

— Você sabe que ele tem uma queda por você, certo? — ele andava olhando aos arredores.

Não consegui falar nada, apenas senti meu rosto queimar, tentando focar no caminho à diante.

— Ele é tonto, talvez nem tenha se dado conta também. Mas ele morre de ciúmes de você com o Yoongi... — ele continuou.

— Para, por favor ... — pedi num suspiro, dando uma parada. — Quer dizer, estamos falando de "Kim Taehyung" — falei como se estivesse louvando o seu nome ou coisa parecida. — Nós dois sabemos, que ele sempre tem o que quer quando se trata de garotas. Hoje mesmo, quando ele sumiu com você, e o reencontrei horas depois caído no sofá, ele estava com marcas de chupões no pescoço. Ele me largou lá por um bom tempo, pra ficar se agarrando com a Mi-Cha, e vai saber com quem mais... Então, não me justifique a atitude dele como se ele estivesse tido apenas ciúmes, ok? — soltei tudo que eu sentia sobre tal ideia, sem pensar, seguindo em frente com passos largos.

— Alice, aquela hora que saímos, ele não estav... — o interrompi e ele me seguiu.

— Tae! — gritei, correndo até Taehyung que estava largado, desacordado, numa parede de um beco.

— Hm... — ele apenas gemeu, então dei leves batidinhas em seu rosto.

— Acorda Tae! — falei novamente, e logo Jimin chegou ao meu lado.

— A-lice?... — ele parou por um instante abrindo aos poucos seus olhos. 

— Você tá bem? — pergunto aflita.

— O-que você tá fazendo aqui? — ele ainda estava atordoado, e o cheiro da bebida ainda estava impregnado nele, e na sua voz .

— Eu sei que você não deve estar querendo me ver, mas eu só precisava saber se você está bem — abaixei meu olhar.

— Ér... d-esculpa por ter falado daquele jeito com você — sinto sua mão em meu queixo.

Arrepio com seu toque, levantando meu olhar até o seu rosto, seus olho emanavam um sentimento que julguei como indecifrável. Só podia sentir que ele não queria ficar brigado comigo e isso pra mim, bastava.

— Tudo bem... esquece — sorrio levemente.

— Vamos cara, levanta! — Jimin falou, apoiando o braço de Tae no seu ombro, o levantando.

— Bom, melhor avisar os outros garotos que já estamos com ele — lembro.

— Sim. Pode fazer isso, por favor? — pergunta Jimin.

— Claro — pego meu celular e mando uma mensagem pra Jin, falando que estava tudo bem com Tae, e pedindo para que ele avisasse aos outros.

— Valeu.

 — Nada... e vamos levá-lo pra onde? — pergunto. — Porque normalmente eu ofereceria minha casa, mas acho que só vai dar dor de cabeça se eu chegar com ele nesse estado... — peguei o outro braço de Tae, apoiando também em meu ombro, pra ajudar Jimin.

— Relaxa, vou levá-lo pra minha casa já que meus pais estão viajando, não dá nada. — responde Jimin, enquanto andávamos.

 — Aah sim... Se quiser, posso ir com vocês, pra ajudar na ressaca dele — mordo meu lábio inferior.

— Claro, por favor.

Andamos por cerca de 15 minutos até que chegamos na casa de Jimin. Tae estava praticamente desacordado, e Jimin teve que deixá-lo apoiado em mim enquanto procurava sua chave para abrir a porta. Entramos, e Jimin subiu as escadas com ele, deixando-o deitado numa cama do quarto de hóspedes.

— Pode ir deitar se quiser Jimin, você parece bem cansado. Pode deixar que eu cuido dele, ok? — Jimin realmente parecia um zumbi. Eu não deveria estar melhor de aparência, mas ele deveria estar acabado, visto que levou o maior peso de Taehyung no caminho para cá.

— Olha, se você dá conta, eu não vou recusar, porque estou morto de cansado. Qualquer coisa, se quiserem tomar banho, tem toalha e umas roupas que costumo emprestar quando ele dorme aqui, ali na cômoda — ele aponta para a mesma, dá um aceno rápido enquanto esfrega seus olhos, e vai para o seu quarto que era logo em frente ao que estávamos.

Olhei no visor de celular, e marcavam 4hs da manhã. Lembrei então de avisar minha mãe que eu não dormiria em casa hoje. Sentei na cama, e mandei uma mensagem avisando, da qual ela respondeu um "Ok, toma cuidado!". Sorri e larguei o celular na cômoda que havia ali. Pensei então, em avisar a mãe de Tae também, pois ela deveria estar preocupada com seu filho. Como eu não tinha o número dela, pensei em ver do celular dele. Procurei no bolso de seu paletó roxo, e nada, passei então a mão pelos bolsos da calça dele, e nada também.

— Ei, calma aí. Mas assim, sem nem pagar um lanche antes? — a voz rouca e maliciosa de Tae me surpreendeu.

— Eu estava procurando seu celular, idiota! - rio levemente.

— Ah... — ele para por um instante — que pena... — e olha pra um lugar qualquer, ele já parecia bem mais sóbrio do que antes.

— Sobre hoje, você sabe que eu não sou lésbica, ou bi. Certo? — pergunto deitando ao seu lado, e fico olhando para o teto.

Ele fica parado por um instante, até que vira seu rosto pra mim.

 — Acho que sim... — ele fica me olhando — desculpa novamente por ter falado daquele jeito com você. Afinal, somos tipo melhores amigos, e se você gostasse mesmo de garotas, nada iria mudar.

— S-sim... — respondo num sussurro, sentindo meu coração acelerar.

— Aly? — ele pergunta, e me viro em reflexo. 

— Sim? — ele coloca uma mão em meu cabelo, e se aproxima do meu rosto.

— Seria estranho se eu beijasse minha melhor amiga, agora?

Eu apenas congelo, sem reação, vejo ele se aproximar e selar nossos lábios. O beijo era calmo e delicado. Ele pediu passagem com a língua, e eu cedi, sentindo o singelo ritmo no qual nossas línguas dançavam... era bom, era pleno.

 Ao nos soltarmos, ele sorriu me olhando, e não vou negar aquilo me encheu de paz. Mas ao mesmo tempo meu sub-consciente gritava por atenção, disparando imagens de todos os momentos dos quais eu já vi Taehyung pegar uma garota qualquer e sair. Ele era assim, eu sabia. Eu sabia também, que ele não fazia por mal, e dessa vez comigo, não seria diferente. Ele era inconsequente, incontrolável. Mas tudo bem, eu não me abalaria por isso, eu sempre seria sua amiga, afinal, eu sou sempre a amiga. Amanhã, nada mudaria. Eu continuaria sendo apenas eu, uma ótima amiga, a pessoa que sempre têm controle sobre os próprios sentimentos, e que nunca iria se descontrolar por uma paixonite clichê pelo melhor amigo. Isso seria sinônimo de descontrole, o fundo do poço para uma pessoa como eu. (...)

 E esses foram meus últimos pensamentos, antes de acabar adormecendo ao lado do meu melhor amigo, Kim Taehyung.