Soraya estava absorta em agonia, não sabia o que fazer, e isso a deixou em profundo desespero. Aproximava-se delas o Jinn hediondo, com um sorriso inclemente nos lábios.
- Venha logo querida. – o maldito mostro continuava a torturá-la. – Levante-se daí, quero lhe mostrar uma coisa.
Soraya ainda estava no chão, abraçada à irmã inconsciente e ferida. Não a deixaria por nada no mundo.
- Mate-nos de uma vez.
- Por que eu faria uma coisa dessas? Você é minha Amira agora.
- O que? – amira é a definição para princesa em árabe, ela não era sua princesa e o odiava profundamente.
- Terá que se acostumar, está marcado em seu rosto, agora me pertence. – Dizia sorrindo, nem parecia o mesmo. Como um ser podia enganar tão perfeitamente? – Não virá? Está bem, vou fazer o que pretendo com você sentada, vai perder o melhor do espetáculo. Diga, “quero um palácio”.
Ela não entendia o que estava acontecendo. O nó do lenço em seu pescoço estreitou, fazendo-a abrir a boca e arregalar os olhos.
- Diga de uma vez, logo não fará mais nada se não fizer o que estou ordenando.
- Quero um palácio. – a voz saiu em um sussurro entrecortado.
Virando-se de costas para a youkai vermelha, Zayn fechou os olhos enquanto se concentrava. A terra tremia e sons ensurdecedores, vinham acompanhados de relâmpagos rasgando o céu. Surgia do solo um imenso palácio, simplesmente magnifico e grandioso como nunca havia visto, uma estrutura imponente com torres arredondadas, intrincado com ornamentos em ouro puro. Um imenso jardim formou-se circundando o palácio alabastrino, e muralhas se formaram o isolando de todo o deserto.
- Eu não vou chamá-la duas vezes, então pense bem. – O youkai adentrou os portões majestosos.
A youkai vermelha pegou a irmã nos braços, e o seguiu. Podia reconhecer a satisfação que ele sentia, estar naquele lugar magnificamente aterrador era torturante para ela e prazeroso a ele. As intenções dele ecoavam em sua mente enquanto o observava caminhar lentamente, acariciando as esculturas animalescas do imenso corredor que levava a uma suntuosa sala, com móveis em dourado e vermelho, emanava seu desejo enojante de possuí-la.
O youkai sentou-se em uma imensa poltrona, um espectro aproximou-se com uma bandeja, e taças cheias de Arak foram oferecidas. Ele pegou uma e sorveu o liquido quente, dirigindo-se para Soraya.
- Vá cuidar dela, e prepare-se logo para receber-me em seus aposentos. Sabe que se não ceder tomarei a força, de você ou de sua irmã, lhe permito decidir. – Sorveu mais um gole da bebida fitando-a nos olhos. – Leve o tempo que precisar com ela.
Um espectro conduziu a youkai para um quarto, onde ela cuidou da irmã. Banhou o corpo alanceado, com cuidado para não piorar os ferimentos. Secou e vestiu sua irmã querida que ainda não acordara. Penteou os longos cabelos azuis e deitou-a na cama beijando-lhe a face.
- Acompanhe-me. – Um espectro adentrou a dependência atravessando uma parede. – Ela ficará bem.
A youkai vermelha seguiu a criatura pelo corredor luxuoso, todo o lugar era decorado em vermelho e dourado, carregado de ostentação e poder. Em silêncio com a cabeça baixa, podia ouvir as batidas do coração, queria poder sair do corpo. Se não fosse a preciosa vida da irmã, ela já teria acabado com a própria. Fora conduzida a entrar em um amplo aposento, pelas imensas portas brancas. Tudo dentro do recinto era áureo e sanguíneo. Com uma suntuosa cama ao centro, onde descansava uma lingerie flavescente cravejada por rubis. Sentiu repulsa ao se imaginar vestida naquela minúscula roupa indecente.
- Mandaram-lhe vestir isso, e pagará com a vida de sua irmã se não obedecer. O seu banho está pronto. Venha, vamos prepará-la. – A criatura a conduziu à banheira, adicionando óleos perfumados na água morna. Quando terminado, secaram-lhe o corpo e a vestiram com as peças intimas.
Contemplando o espelho gigantesco do quarto, ela mirou-se refletida. O corpo enevoado, coberto minimamente pelas peças de renda, pedras preciosas e fios de ouro. Os sedosos cabelos flamantes e o lenço púrpura envolto no pescoço, sentia-se imunda, virou-se de costas para o reflexo. Percebia asco de si mesma sabendo o que estaria por vir, cederia aos odiosos desejos do ofensor, pela vida da irmã.
Foi arrancada de seus pensamentos pela dolorosa realidade. As portas foram abertas de maneira diligente, o youkai aproximava-se em passos lentos, ela podia sentir a pele queimando com a cobiça vinda daquele ser. Simplesmente vidrado na belíssima figura seminua a sua frente, a rodeava com usura, fitando atentamente a cada detalhe, aspirando profundamente o perfume que emanava da pele feminina.
Parou a sua frente tão próximo o possível, fazendo-a sentir o calor de sua respiração pesada, ouvindo os batimentos frenéticos do coração de sua presa. Defluiu as mãos dos ombros aos quadris femininos, acompanhando o movimento com os olhos e umedecendo os lábios.
Soraya sentia pavor envolto em repúdio. Tremia a cada toque repulsivo, tendo consciência dos desejos imundos daquela vil criatura, podia sentir cada emoção oriunda dele, sua marca ardia em sua face delicada lembrando-a do elo que agora mantinham.
Segurou-a firme pela cintura, forçando o corpo esguio a virar-se ficando de costas. Ela via seu reflexo no espelho, ser invadido por mãos traiçoeiras enquanto sentia o toque insuportável dos lábios possessivos em seu pescoço, o marcando com sucções dolorosas. Sentia enjoo, vertigem e terror. Em seus pensamentos tinha sua amada irmã que dependia disso agora, ele não pensaria duas vezes em feri-la, era seu dever protegê-la. Sentiu os cabelos serem puxados com violência, forçando-a tocar o corpo atrás de si estremecendo de temor ao sentir a excitação dele. Como podia um ser, ter agrado em violentar outro?
- Sinta! – Vociferou ao ouvido da jovem apavorada. – Não pretendo que seja breve, cobiço sua beleza há muito tempo. – Arrebentava a lingerie olhando-a pelo espelho, a jovem fechava os olhos com o som do frágil tecido sendo rasgado.
O coração dilacerando-se no peito, que balançava com a respiração pesada da youkai vermelha. Apenas sua irmã importava, nada mais. Era por ela, tinha quer forte e sobreviver.
- Eu a quero agora! – A voz grave ecoou pelo aposento.
Forçou-a ficar de joelhos no tapete de pele, sempre puxando os cabelos vermelhos obrigando-a olhar o reflexo no espelho. A youkai emitiu um grito de dor ao ser violada, doía a alma, muito mais que o corpo. Passaram-se horas, torturantes horas que custavam a esvair-se enquanto tinha o corpo sacudido e invadido por seu algoz. Finalmente o sentiu estremecer, preenchendo-a com sua essência venenosa.
Estava totalmente exausta e molestada, com seu corpo dolorido e avermelhado por puxões e pressões, algumas partes já se apresentavam arroxeadas. Em seu interior, sentia-se destruída.
- Não adianta ficar tão ofendida, você me pertence e muito me agradou sua companhia. – Zayn falava ofegante, deitado de costas olhando na direção de Soraya. – Minha Amira é uma delícia. – Gargalhou ao proferir as últimas palavras.
- Quando vai se cansar desse joguinho cruel? – A youkai questionou, enrolando-se ao lençol de cetim que estava à beira da cama.
- Eu só vou parar, quando enjoar da cara de pavor que você faz quando eu toco seu corpo. Eu acredito que isso jamais acontecerá, então... isso não cessará. Acostume-se logo, passaremos muitos momentos como esse juntos, até chegar a hora de usar os seus poderes.
Zayn levantou-se do tapete, e retirou-se ainda nu do aposento, deixando Soraya sozinha com seu sofrimento.
...
O alvorecer foi encantador, os raios amarelos banharam lentamente toda a floresta que circundava o vilarejo. Já havia passado uma semana do preocupante episódio da visão. Kagome amanhecera com ótimo humor, passou a noite nos braços confortantes de seu hanyou ranzinza, que velava o sono da sacerdotisa, fazendo companhia a ela, Rin e Kaede. Como sempre, ele saíra da cama antes do alvorecer. Não gostava de ficar deitado por muito tempo, já que não tinha necessidade de dormir igual os humanos.
A jovem sacerdotisa levantou-se, foi ao lavabo higienizar-se. Ferveu água para fazer o chá, e preparou o desjejum. Deixou tudo pronto para os que ainda viriam a despertar. Penteou os longos cabelos soturnos, vestiu um kimono verde claro e saiu.
Admirou a beleza do campo, sentia o agradável perfume das flores e divertiu-se observando as pequenas borboletas que a rodeavam.
Braços a envolveram com carinho, sentia que aspiravam seu pescoço e davam-lhe beijos delicados na pele alva.
- Bom dia Inuyasha.
- Bom dia. – Respondeu abraçando o corpo delicado.
- Eu não o vi sair.
- Que bom, eu não quis acordá-la. Sinto tanto sua falta...
- Mas fica comigo todos os dias! – A jovem murmurou com um sorriso acanhado.
O hanyou não disse mais nada, apreciou o olhar confuso de Kagome, transformar-se em risos quando ela finalmente compreendeu o gracejo.
- Entendi, sei bem do que sente falta.
- Finalmente! Então... – o hanyou expressou suas intenções, aproximando-se em um beijo. Em seguida soltou-a admirando sua beleza.
- Não podemos...
- Ahhh Kagome! Não posso mais aguentar! – Exclamou impaciente.
- Falta pouco tempo agora...
- Kéh!!! Dois meses e duas semanas... – O meio-youkai cruzou os braços sobre o peito virando-se de costas.
- Está contando nos dedos? – Provocou-o. – Logo vamos ficar juntos.
- Venha, nossa casa está quase pronta.
O meio-youkai puxou-a pelo braço, estava ansioso para mostrar como estava ficando a casa que ele e Miroku estavam construindo.
Sango ajudava também, assim como Rin e Shippou.
- Oi Kagome! – O pequeno saudou.
- Olá!!!! Como vão todos?
- Que bom vê-la! – Sango a abraçou.
- Bom dia Kagome-Sama.
- Bom dia Rin. – Respondeu com um sorriso.
A casa estava ficando uma graça, era pequena e simples mas muito aconchegante e graciosa. A paisagem bucólica do vilarejo dava um charme especial à pequena moradia.
- Venha ver por dentro. – O hanyou a conduziu para o interior da casa.
Passaram pela pequena varanda, ao cruzar a porta Kagome sentiu-se emocionada. A sala confortavelmente despretensiosa, conjugada à cozinha simpática seguia em três portas. A primeira era o quarto de banho, a segunda era um quarto relativamente grande, e a terceira?
- Por que outro cômodo? – Perguntou sem entender de imediato.
- Ora Kagome, para os nossos filhos. – O meio-youkai expressava as palavras com um sorriso encantador.
A sacerdotisa teve os olhos castanhos tomados por lágrimas. Elas escorriam pelo rosto, chegando a um lindo sorriso, como um dia em que chove e aparece um arco-íris em meio aos raios de sol. O sorriso entre o choro de felicidade maravilharam o hanyou, que a abraçou destinando-lhe um beijo nos lábios.
- Você gostou? – Perguntou ansioso.
- Muito, e estou mais feliz por ter pensado no espaço dos nossos futuros filhos.
Inuyasha sorriu segurando o delicado queixo com uma mão, abraçando-a com a outra. Encostaram os rostos sorrindo, os olhos fechados em profundo contentamento.
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