Midari aparece na porta da residência de Runa Yomozuki as preças após a emergência.
A porta se abre para ela, que se depara com sua colega com uma cara péssima. Sua pele estava mais pálida e suava frio, sua respiração estava ofegante e sua postura estava fragilizada.
Midari: —Mas que porra aconteceu com você menina?
Runa: —Queimar a carta foi um erro...
Diz Runa com sua voz roca, ela parecia fraca demais para sequer se manter em pé.
Não demora muito para que Midari imaginasse o que aconteceu, se surpreendendo com o quão rápido as coisas foram de zero a cem.
Midari: —Isso foi rápido demais, justo essas horas... Que merda
Ela logo adentra a casa com Runa, a guiando e deitando-a no sofá mais próximo.
Midari: —Fica ai tampinha, eu vou tentar chamar ajuda, eu não tenho como te ajudar sozinha não
Ela puxa seu celular afim de mandar alguma mensagem para Mary, Yumeko ou Itsuki, mas se lembra de que estava bloqueada para ambas as três, afinal essa "reconciliação" ocorreu recentemente. A situação acaba por irritar Midari, que sem paciência joga seu celular na parede.
Midari: —Desgraça! Assim fica difícil pedir ajuda nessa porra!
Runa: —O-o que foi Ikishima?
Midari: —Esqueci que ainda to bloqueada, não consigo falar com a ex loirinha não
Runa: —Pega o meu- ah... Pega o meu celular e fala com a... Sumeragi
Runa apenas oferece o celular que estava no bolso de sua roupa, Midari o pega e então abre a conversa com Itsuki, assim iniciando uma troca de mensagens.
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( O itsuki )>
( Me responde rápido )>
<( Que foi o anã de jardim? )
( Aqui é a midari )>
( A runa ta passando mal e não é por caisas normais) >
( *causas )>
<( Q? Explica direito isso ai )
( Não dá pra enrolar!! )>
( Chama geral pra casa dela agora )>
( Leva as menina é urgente )>
<( Ok ok )
<( To indo ai, mas vou demorar )
( Anda logo )>
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Midari: —Estão vindo, segura as ponta
Um pouco mais de meia hora se passa até que todas aparecem na porta da casa de Runa, tocando a campainha. Midari rapidamente corre para atender-las. Mary é a primeira a entrar sem nem cumprimentar a garota, apenas segue reto em um ritmo apresssado até o encontro de Runa. Logo atrás entra Yumeko, Yumemi e depois Itsuki, sendo a única a sequer dar um oi para Ikishima.
Todas estão cercando a pequena loira no sofá, que estava sendo analizada por Mary.
Mary: —Está com febre e provavelmente está se sentindo fraca, espero que você tenha um ventilador disponível aqui. Bem, não posso deixar de notar que... Tem uma energia muito densa emanando de você, isso chamou bastante a atenção dela.
Sumeragi reagi a fala cruzando os braços, bufando de indignação. Yumeko expressa preocupação pela garota, pois havia uma certa consideração pela mesma e se importava bastante com todos ao seu redor. Mais uma vez via uma amiga sua naquela situação e agora passava a desprezar completamente a aparição daquele maldito jogo em suas vidas.
Mary: —Mas... Como isso aconteceu afinal? Eu gostaria de uma boa explicação
Midari: —Ahaha... Se eu contar o cu de vocês cai da bunda
Itsuki: —Abre o bico caolha
Midari: —Se eu entendi direito a Runa acabou acidentalmente ficando com uma carta daquele baralho maldito, eu mandei ela queimar a carta pra se livrar dela... É... Mas parece que deu errado
Um som de vidro se rachando foi audível na mente de Sumeragi, esse som foi de sua crença na humanidade se quebrando.
Itsuki: —Vo- uh... VOCÊ O QUÊ?
Ela rapidamente avança em Ikishima, a pegando por sua roupa de forma violenta enquanto rangia os dentes.
Itsuki: —VOCÊ É RETARDADA SUA VACA? QUE IDEIA FOI ESSA DE QUEIMAR OBJETO DE MACUMBA? NUNCA TE CONTARAM QUE ISSO DA ERRAD-
Mary: —Sumeragi Itsuki. Basta, isso aqui não é culpa da Midari, embora não tivesse sido boa a ideia
A garota solta Midari ao ser advertida, recuando e bufando em irritação mais uma vez.
Mary: —Não da pra saber o que pode ou não acontecer com as cartas, ou com o resto do jogo em si. Queimar não foi uma boa ideia, mas também não foi a pior delas. O ponto agora é que temos mais uma pessoa pra lidar com, e isso atrapalha e muito no nosso objetivo principal
Yumeko: —É, as coisas realmente estão desandando rápido demais
Yumemi: —E pensar que o colégio é cheio de gente igual ou parecida com aquela garota. Hyakkaou sempre teve fama de hospício e não é atoa
Yumeko: —Onde tem um ventilador aqui Runa-Chan? Eu vou buscar pra você
Runa: —Meu quarto tem um, fica no segundo andar ao final do corredor
Yumemi: —Pega uma coberta também, vai ajudar
Assim Yumeko parte em busca dos itens requisitados para ajudar a cuidar de Runa.
Um curto silêncio tomou a sala, e só foi quebrado com um pronunciamento da adoecida.
Runa: —Desse jeito eu não tenho condições de ir pro colégio... Que saco, amanhã tem reunião no grêmio
Midari: —Tem é?
Runa: —Você já esqueceu?
Midari: —Eu não tava muito focada nas palavras da presidente
Mary: —Independente da reunião é melhor você ficar em casa mesmo, seria melhor ainda se todas nós ficassemos com ela também
Itsuki: —Faltar assim no colégio? Isso não vai dar problema pra gente não?
Mary: —Estou apenas sugerindo que falte, caso não queira você pode ir sozinha para o colégio e ficar a mercê da Kobayashi sem a gente para lhe ajudar
Itsuki: —Uhh...
Mary: —Será ótimo estar fora de vista daquela garota, será melhor para pensar um pouco nas mudanças de plano
Itsuki: —Mudanças?
Midari: —Opa peraí, Não me diz que você ta desistindo de se vingar dela
Mary: —Em momento nenhum afirmei desistência Midari, eu só estou adaptando as coisas pra gente. Preciso saber o que a Fumiko estava fazendo na sala da Kirari, dependendo do que aconteceu lá dentro tudo pode mudar
Midari: —Ah, não vai ser difícil saber, eu só preciso mandar umas mensagens pra Sayaka amanhã, tenho certeza que com ela eu arranco algumas coisinhas da presidente
Mary: —Maravilhoso, Midari
Diz Mary sorrindo de maneira debochada. Ela conseguia imaginar a cara de Fumiko ao se ver encurralada pelo tal plano, tal cena a deixava estranhamente confortável. O sorriso maligno foi notado por Itsuki, que a estranho e debochou em silêncio.
Runa: —Vocês são muito esquisitas, da até medo de ouvir vocês falarem assim
Declara Runa sem muito contexto da conversa.
Logo Yumeko volta com tudo o que foi pedido, assim ajeitando todas as coisas. Ela se senta ao lado de Runa enquanto a observa.
Yumeko: —Ouvir vocês dizendo que vão faltar aula amanhã, é verdade?
Mary: —Vamos sim, você deveria fazer o mesmo Yumeko, não quero você sozinha com aquela doente
Yumeko: —Eu não to muito afim de ir sozinha, e ficar com vocês nesse momento é importante. Eu ficarei
Runa: —Quanta gentileza garotas... Mas eu acho que a presidente não ficará feliz com 3 aulas do gremio faltando assim na aula, ela vai cobrar uma explicação e eu não acho que ela acreditaria nessas coisas, nhee
Yumemi: —Nem eu mesma estou conseguindo lidar com isso direito, é muita coisa ainda
Yumeko: —Eu acho que isso é muita coisa pra todas você e até mesmo pra mim que só está acompanhando vocês
Runa: —Peraí, você não tem nada?
Yumeko: —É, mesmo assim devo acompanhar vocês, pois sou tão parte disto quanto todas
Runa: —Que confusão, minha cabeça ta pifando, nheeeee
Runa estava bem confusa com tudo aquilo, era muita informação para uma cabecinha tão pequena quanto a dela.
Alguns poucos minutos se passaram. Era exatamente meia noite agora, e estavam todas ainda reunidas na casa de Yomozuki, checando a situação da pequena.
Mary: —Sua temperatura está abaixando, consegue se sentir melhor?
Runa: —Um pouco, pelo menos as dores sumiram, mas ainda me sinto uma amoeba
Mary: —Pelo o que você me mostrou, a carta é de uma tal de "AZ"
Yumemi: —É o alfabeto romano, parece que é só uma... Abreviação
Midari: —Mas seria uma abreviação do qu-
Midari é surpreendida ao ouvir a voz de seu hóspede em sua cabeça. Ela fica um tempo quieta até a voz sumir.
Midari: —Oh... Eu sei quem é essa pessoa
Itsuki: —Ayura Zero... Quem diria que um nome assim aparecia em uma maldição de um joguinho desses
Midari: —Pelo o que eu entendi nomes como Satujinki, Ayura e Gyako são grandes nesse mundo obscuro...
Mary: —O que mais me deixa curiosa é que tipo de relação essa garota tem com esses nomes
Yumeko: —Ela talvez poderia ser uma descendente deles
Mary: —Não... Acho difícil isso, pelo o que estou sabendo agora nenhum deles tem filhos ou familiares vivos, ao menos até onde Lumine sabe
Runa olha curiosa para Mary.
Runa: —Lu-mi-ne?
E então os olhos dourados da platinada dão espaço a olhos roxeados.
GyakoMary: —É o meu nome, não fui eu que o escolhi, então não me olha com essa cara se não gostou
Os olhos dourados rapidamente retornam. Mary acaba coçando seu rosto enquanto suspira.
Mary: —Me desculpe por isso, não a controlo
Runa parecia um pouco tensa pela resposta que ganhou da hóspede de Mary.
Yumeko: —Mudando de assunto, eu notei que você tem 2 quartos de hóspede Runa-Chan. Para sua segurança poderiamos passar esta noite aqui?
Itsuki: —Que? Sério?
Yumemi: —Não parece uma má ideia, acho que até eu preciso de companhia pra essa noite, eu ainda estou tentando processar as coisas
Runa: —Bem... Vocês são 5, e eu só tenho 2 quartos, você não ligam de dormirem uma com as outras né?
Yumemi: —Ééééééhh.... Tsc... Eu não fico no mesmo quarto que a Midari
Itsuki: —Nem eu
Yumeko: —Dispenso
Mary: —Não olhe pra mim
Palavras não bastavam para a indignação de Midari.
Runa: —Eu não vou conseguir levantar desse sofá tão cedo, pode dormir no meu quarto Midari. As outras dividem entre si os outros quartos
Midari: —Chupem~
Yumemi: —Fala com a minha mão, Ikishima
Yumeko: —Bem, é hora de todas tentarmos dormir, não é? Está um pouco tarde e o dia foi cansativo para todas nós
Itsuki: —Pois é, estou morrendo de sono e já não estou aguentando ficar em pé, eu vou na frente
Yumemi: —Eu vou com você Sumeragi
Assim ambas dão frente até o segundo andar da casa, tomando para si um dos quartos disponíveis.
Yumeko olha sorridente para sua amiga, vendo que apenas as duas restaram junto de Runa, que já estava de olhos fechados.
Yumeko: —Parece que vamos dividir quarto, Mary-San
Mary: —Que coisa mais inconveniente
Apesar de manter uma certa tranquilidade, a ideia de dividir quarto pela pessoa com quem compartilhava sentimentos estranhos e indescritíveis. Isso a fez ficar levemente vermelha.
Yumeko rapidamente notou a amiga corar, logo esboçou a vontade de rir.
Yumeko: —Você ta vermelha, que fofo!
Mary: —Não comece
Mary acaba por ficar um pouco mais vermelha, tentando esconder o rosto.
Yumeko a abraça, a garota ao invés de recusar o abraço como de costume apenas abaixou sua cabeça.
Mary: —Você não muda nunca né? Tenho dó de você
Yumeko: —É que eu gosto bastante de você, você é minha melhor amiga!
Mary: —Obrigada, eu acho. Enfim, vamos logo pegar nosso quarto, eu preciso mesmo dormir, pensar tanto assim me da sono
Mary então pegou sua amiga pelo braço, assim a guiou até o quarto restante onde dormirão.
Ao entrarem lá se depararam com um acaso curioso do destino: havia duas camas vazias, porem apenas um colchão de casal no quarto.
Mary: —Ah ótimo, as camas não tem colchões
Yumeko: —Mas tem um bem grande pra gente, é só dormirmos no chão
Mary: —Dividindo o mesmo colchão? Não me parece boa ideia Yumeko
Yumeko: —Ah vamos, não me diga que está com vergonha de dormir comigo
Mary: —Nem cogite isso, eu apenas nunca dividi cama com ninguém, não tenho irmão e nunca tive namorados pra dividir cama
Yumeko: —Tudo tem uma primeira vez na vida não é? Vamos, me ajuda a arrumar as coisas
Mary: —Já que é assim que você quer, que assim seja
Sem escolhas Mary e Yumeko se dão o trabalho de arrumar o colchão, e ao terminarem ambas se deitam. A platinada tentava manter uma certa distância, mas se via quase saindo para fora do colchão de tanto ir para o lado. Sem escolhas ela acaba sendo rendida por Yumeko que a abraçava fechando seus olhos.
Logos ambas cairam no sono, se esquecendo dos problemas, se esquecendo de tudo, apenas se entregando ao descanso que tanto desejavam.
Algumas horas se passam. Runa abre seus olhos e percebe que não estava mais deitada, muito menos em sua sala de estar. Palavras não seriam o suficiente para descrever a estranhesa daquele lugar.
Runa: —Onde eu-
Um berro demoníaco é dado por uma garotinha de cabelos longos, loiros com mechas azuis e roupas infantis simples. Runa acaba se assustando tanto a ponto de se jogar no chão, fazendo a garotinha desconhecida cair na gargalhada.
Ayura: —BAHAHAHAHA! ISSO FOI HILÁRIO!
A pequena nem questionava a zoação, apenas estava deitada, tentando fazer com que seu coração não saísse por sua boca. A criança se aproxima da Yomozuki, se abaixando.
Ayura: —O que você tinha perguntado mesmo? A é, eu lembrei! A onde estamos? Bem vindo ao seu subconsciente anã de jardim~
Runa: —M-mas quem é-
Ayura: —Não está óbvio? Eu sou Ayura Zero, mas pode também me chamar de AZ se preferir
Essa é a tal Ayura Zero que estava na carta que Runa tentou atear fogo. Apesar da aparência eternizada de uma garota de 14 anos ela era um espírito bem velho.
Ayura: —Tentar queimar aquela carta foi mesmo burrice da sua parte, a seleção natural não perdoa gente burra garota, melhor tomar cuidado~ EHEHEHEHE!
Runa: —Eu não sou burra pivetinha, não é como se eu estivesse acostumada a mexer com macumba pra saber que era ruim queimar aquilo
Ayura: —Macumba é uma palavra muito ruim pra chamar isso, eu chamo de isso de... Hmm~ magia negra~
Runa: —Essa história toda ta me deixando maluca
Ayura: —Bem vinda ao meu mundo!~ Ehehe!
Ayura parecia bastante tranquila, e se divertia tirando com a cara de Runa, que estava aos poucos se irritando com a garota.
Ayura: —Então parece somos colega de corpo agora, não é? É tipo uma colega de quarto, porem é ainda mais íntima! Eu vou ver você dormir, vou ver você tomar banho, posso até observar você se mastur-
Runa: —Não termina essa frase, eu já entendi como funciona as coisas
Ayura: —Você se acostuma~
Runa: —Eu só quero desligar minha mente agora, por favor não atrapalhe meu sono
Ayura: —Eu não me vejo te impedindo de dormir, anã de jardim~
Runa: —Eu tenho no-
Ayura: —Eu sei Yomozuki Runa, mas é muuuuuito mais legal te chamar de anã de jardim, eu era maior que você nos meus 13 anos
Runa: —Você está me dando nos nervos, pirralha
Ayura: —Vai ter que se acostumar, afinal eu não acho que consegue me expulsar do seu corpinho agora~
Ela tinha razão, Runa realmente não tinha essa capacidade. A pequena apenas fechou seus olhos, ignorando o que mais Ayura tivesse para dizer, assim poderia aproveitar tranquila o sono no qual estava, esperando que acordasse em um dia mais tranquilo.
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