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História Kako no Iro - A cor do Passado - "Agora vamos até o fim"


Escrita por: Kocchira

Capítulo 7 - "Agora vamos até o fim"


Só de pensar no que aconteceu, já fico com uma dor na cabeça — Hikari comentou, enquanto olhava vagamente para as nuvens cinzas sobre sua casa. Soltou um suspiro seco e olhou para Koshigaya. —Então, amanhã você vem aqui para irmos até lá? — Koshigaya assentiu com a cabeça e prosseguiu:

Mas... depois disso não sei o que fazemos — Disse soltando um pequeno gemido. — Você lembra, né? O que o diretor disse na época... — Concluiu com uma voz um pouco mais baixa. Hikari obviamente se lembrava. Não poderia esquecer da conversa que escutaram escondidas na época. O diretor conversava com os pais de Miyuki, dizendo coisas como “sinto muito” e propondo dizer aos alunos que Miyuki havia ‘’apenas se transferido”. Na época, tinham pouco mais de uma semana que o ocorrido se sucedera, e foi essa conversa que as deixou com a certeza de que o pior tinha acontecido.

Hikari fitou o chão mais uma vez, entendendo exatamente o que Koshigaya falara. — É. Pois é. — Ε com uma atmosfera pessimista, as duas se despedem apenas com o olhar, e viram as costas, sendo que dessa vez, até Koshigaya estava com a cabeça baixa. Já com a mão na maçaneta da porta, Hikari olha para trás e com um esforço maior do que imaginara, exclama para a amiga...

Koshi! Achei muito bom você ter voltado! — Essas palavras mudaram um pouco o clima melancólico da cena. Koshigaya reagiu surpresa, e ao ver o jeito que Hikari estava ofegante por lhe dizer aquilo, entendeu que estava triste. Ambas estavam tristes, porém era uma tristeza diferente agora.

"Acho que o ar é pesado para você e para mim, né? Hikari..." — Pensou. E por fim se despediram verbalmente.

 

“Até amanhã”

 

~~

 

 

 

A madrugada fria e lenta havia finalmente acabado. Hikari foi deitar cedo, de certo modo ansiosa para o que faria no dia seguinte, porém na prática, não dormiu mais que 4 horas. Koshigaya menos; dormiu pouco mais de 2 horas e meia no total. O sono não estava tão presente, então, às 6 da manhã ambas já estavam acordadas para irem juntas até ao local da tragédia. A mãe de Hikari a viu saindo cedo e a questionou. Hikari apenas disse que iria mais cedo pois iria encontrar uma amiga antes, e como Koshigaya procurou por Hikari ontem, sua mãe se deu por satisfeita. Ver que uma amiga de infância de Hikari estava fazendo contato com ela reconfortava os pensamentos da mãe preocupada. Mirai foi quem mais ficou feliz, pois se lembrava vagamente de Koshigaya, e sabia que as duas eram próximas no passado.

Koshigaya já estava com a mão na maçaneta quando seu telefone tocou. Tinha pressa para ir logo encontrar Hikari próximo de sua casa, e quando olhou para o telefone viu que era sua mãe; tinha de atender... todavia, não o fez.

“Não tenho tempo pra você agora” — bradou para si mesma e partiu em direção ao seu passado.

Intenso. Essa palavra descrevia o caminho das duas até a escola que uma vez estudaram. Hikari o fazia sempre a pé, e antigamente não parecia ser tão rápido de chegar, e após algumas engolidas em seco, já estavam na entrada. Elas precisavam primeiro entrar na floresta, para encontrar o exato local em que a queda de Miyuki ocorrera, para verem se não havia nenhum vestígio de cadáver. Para isso, tinham de entrar no território da escola para que entrassem no conjunto de árvores pelo mesmo local que no passado. Vendo que, obviamente, a escola estava no período de aula, Hikari verbalizou seu medo:

—T-Talvez seja um sinal de que não deveríamos continuar, Koshiga-

Não!!— Koshigaya vira-se bruscamente para a amiga e a olha determinada — Nós estamos aqui, Hikari! Estamos finalmente aqui! — Diz chacoalhando os ombros da morena com as mãos. — O passado não vai mudar, não importa o que achemos ou deixemos de achar dentro dessa floresta! Só o que podemos fazer é encarar o que fizemos, e ficar nesse estado de dúvida só está nos impedindo de continuar. — Koshigaya já se encontrava ofegante quando terminou de falar, mas foi o suficiente: Hikari pensou; pensou no sofrimento que já está passando a tantos anos, pensou nos tormentos que sua cabeça criava e intensificava a cada dia. Era hora de seguir.

Bom... — Olhou a mais nova para a de cabelos castanhos com ternura — ... já faltei aula mesmo, né? — Sorrindo concluiu. Depois de muito tempo, disse algo sorrindo sem ter que forçar.

 

Pularam finalmente o muro e adentraram mais uma vez o local de seus pesadelos. Era o momento.



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