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História KARD: Operações Especiais - Chapter XI


Escrita por: megaraquinn

Notas do Autor


VOLTEI! Me perdoem pela demora gente, mas essa semana eu passei aqui sonhando com o showcase do K.A.R.D e tentando editar fotos e vídeos deles ;-; Estou mortinha ainda, mas beleza! Voltei com umas inspirações bem loucas, e já adianto que logo mais terei surpresas maravilhosas! Aguardem!

Agora vamos ler ;)

Capítulo 11 - Chapter XI


Jiwoo havia pegado Taehyung mexendo nos arquivos da sala de Hyunjae e agora ele teria de se explicar para que as coisas entre eles não piorassem. Ele até ficou surpreso ao ver a loira, pensou consigo mesmo que quem o seguiria talvez fosse Soonkyu, mas pelo que parecia ele havia despistado ela durante sua corrida até a sala do dono da agencia.

— Eu só estou tentando arrumar provas.

— Provas? Para quê? – perguntou curiosa. — Está tentando provar o que, e para quem? Sabe que não devia ficar procurando qualquer coisa à luz do dia, é perigoso.

Taehyung sorriu de canto e colocou os papéis a mais que havia pegado, guardou em uma pasta escura os que precisava e se voltou para Jiwoo, que agora estava de braços cruzados como se quisesse uma explicação.

— Você não me viu aqui... assim como eu também não te vi aqui – disse, por fim. — Eu não quero ter mais problemas com Hyunjae e nem com Junhyung, então se puder manter esse nosso encontro em segredo eu irei agradecer á você.

A loira pensou por alguns segundos e logo assentiu deixando que Taehyung passasse por ela levando todos os documentos que tinha pegado. O motivo pelo qual ela não o impedira foi porque no fundo acreditava que Taehyung tinha alguma coisa para mostrar, não somente para ela, mas para todos e queria acreditar que tudo o que ele fez realmente foi por um bem maior.

Voltando da onde havia vindo Jiwoo suspirou enquanto olhava para a mesa de Somin, onde tinha algumas fotos dela e de seu falecido pai a quem a morena daria a vida para ter salvado.

— Você faz falta às vezes tio – suspirou. — Por que você e a tia tinham de morrer hein? Vocês eram como meus pais, e apesar de ter a prima comigo, ás vezes sinto que preciso de uma orientação mais firme.

Jiwoo conversava com a foto sem se preocupar se a achariam louca, ela só queria mesmo desabafar mesmo que fosse somente olhando para aquela lembrança.

 

 

Estados Unidos, Chicago – 2014

As sirenes ecoavam pela pequena estrada aonde havia acontecido o acidente com o carro dos pais de Somin, eles estavam voltando para casa depois de uma viagem e foram surpreendidos por um caminhão que acertou em cheio o Sedã Fusion de Bonhwa, o que fez o carro cair barranco abaixo com ele, sua esposa e Somin dentro. Agora os bombeiros e paramédicos estavam tentando retirar Somin de dentro do carro, ela tinha sido a única a sobreviver.

— A menina ainda está viva, senhor – um dos bombeiros gritou para o chefe. — Ela está bem ferida, mas respira.

A correria dos bombeiros começou quando a confirmação de que a menina estava viva, todos queriam ajudar com alguma coisa já que os pais de Somin não tiveram a mesma sorte que a garota.

— Raymond retire a garota daí. David avise aos paramédicos para trazer a maca, ela precisa ir para o hospital o mais rápido possível.

A remoção de Somin foi rápida e com o bom trabalho dos bombeiros ela conseguiu chegar ao hospital ainda com vida e com algumas semanas de tratamento os médicos decidiram que era hora de contar para a garota que seus pais haviam falecido. Porém, nenhum dos médicos queria dar a notícia para ela, ainda mais Damon, um grande amigo de Bonhwa, ele preferiu deixar com uma psicóloga encarregada.

— Olá Somin, eu sou a Dra. Hills. Como você está se sentindo hoje?

— Bem melhor do que os outros dias.

— Que bom, espero que continue se recuperando cada dia mais.

— Vou sim, mas agora acho que já posso me recuperar na minha casa. Tenho certeza de que meus pais também querem isso, e por falar neles como estão? Faz dias que não recebo notícias deles.

A psicóloga se sentou na poltrona ao lado da cama e cruzou as pernas olhando para Somin, que estava sentada arrumando os acessos do braço esquerdo. Ela percebeu que algo mudou assim que citou seus pais.

— Aconteceu alguma coisa com os meus pais? Eles já saíram da emergência e foram para casa? Ah, mas se eles fizeram isso eu quero vê-los. Estou com saudade.

— Somin, eu quero que você me prometa que tudo o que eu disser para você terá a máxima compreensão sua, por favor.

— Tudo bem, mas o que quer me dizer?

A psicóloga colocou a bolsa sobre a poltrona e se levantou pegando na mão de Somin, fazendo a garota olhar bem em seus olhos para que finalmente conseguisse dar a notícia.

— Seus pais faleceram e você foi a única que sobreviveu. Eles morreram no local do acidente, mas você conseguiu sobreviver. Está me entendendo?

Somin sentiu os olhos lacrimejarem rapidamente, mas não queria acreditar que aquilo realmente estava acontecendo com ela. Por que seus pais tinham de morrer? Não era possível isso. Custou para acreditar no que tinha ouvido da mulher, mas ao se lembrar de como tudo aconteceu tão de repente sentiu a cabeça doer e as imagens do acidente vieram à tona.

— NÃO!!!

 

 

Somin separou seus lábios dos de Matthew e por alguns segundos encarou os olhos do moreno, não podia negar que algum tempo desejava sentir a textura daqueles lábios macios junto dos seus. Kim Matthew era o tipo perfeito para ela, mas ela ainda tinha um pouco de medo de se envolver.

— Por que tem tanto medo assim? O que aconteceu com você? Eu quero te ajudar, poder fazer parte da sua vida, porque eu sei que o que estou sentindo é o mesmo que você sente – declarou.

A morena ficou alguns segundos para processar o que ele havia dito e quando se deu conta do que estava acontecendo se soltou de Matthew e nadou até a borda a piscina, onde se levantou e sentou na beirada secando as lágrimas que insistiam em cair por suas bochechas.

— Há quatro anos eu sofri um acidente de carro com meus pais e durante o resgate somente eu sobrevivi – suspirou. — Eu passei por um momento muito traumático na minha vida, porque eu os vi morrer. Antes de me levarem ao hospital e de receber a notícia, meu pai, minha mãe e eu estávamos voltando de uma viagem que tínhamos feito ao Texas, uma visita aos parentes do meu pai na verdade – ela sorriu, mas sem aquele brilho no olhar que sempre tinha. — Meu pai estava dirigindo quando um caminhão acertou nosso carro e segundos depois estávamos despencando barranco abaixo. Tudo pareceu ocorrer em câmera lenta, eu ouvi a minha mãe gritar para que eu me protegesse, mas eu estava desesperada demais para compreender qualquer coisa. Eis que no meio daquilo tudo ela me protegeu com seu corpo e quando o carro finalmente parou a água começou a invadir... – Somin reuniu forças para continuar, pois a cena que havia presenciado ainda lhe causava uma dor imensa — um pedaço que se soltou do carro atingiu minha mãe em cheio e seu corpo ficou sobre o meu... eu não consegui me mover e quanto mais a água subia mais eu me desesperava até que perdi a consciência e me deixei levar por conta dos ferimentos e da água que tinha entrado no carro. Em um breve resumo, eu tenho medo de entrar na água porque isso me faz lembrar aquele dia; minha mãe sobre mim sangrando, meu pai inconsciente e eu morrendo aos poucos sendo obrigada a presenciar eles indo primeiro.

Matthew abaixou a cabeça depois de ouvir o desabafo da menor, pois ele sabia como era perder alguém que se amava tanto e ele compartilhava da dor de Somin de uma forma que ela não imaginava. Em alguns momentos, tais como aquele Matthew acreditava que as coisas aconteciam com ele e com Somin justamente para os deixarem mais próximos um do outro.

— Eu sinto muito pelo que teve de presenciar, eu sei como é perder alguém que a gente ama, ainda mais o ver morrer em nossa frente. Me desculpe por acabar trazendo de volta lembranças que te machucam.

O moreno saiu de dentro da piscina se sentando ao lado de Somin, com cuidado a confortou e ela que apesar de querer manter certa distancia do maior o abraçou pela cintura e encostou sua cabeça no ombro alheio. Um longo suspiro controlado foi ouvido pelo outro e nesse momento ele pode ver o quanto Somin era sensível.

— Eu sinto falta deles todos os dias, Matthew. Não tem um dia sequer que eu não deseje ter morrido junto com eles.

— Ei, não fale isso – Matthew se afastou um pouco e levantou o rosto da menor, olhando fundo em seus olhos. — Nunca mais repita isso, por favor. Você não teve culpa de nada o que aconteceu, e se sobreviveu é porque tem muito o que fazer por aqui ainda. Eu sei que não é fácil superar algo assim, mas você não está sozinha. Eu estou com você, sua prima também e juntos eu sei que podemos ajudá-la a superar isso de uma vez. Só nos dê uma chance.

Matthew secou uma lágrima que insistia em cair sobre as bochechas de Somin e depois de se certificar de que ninguém estava vindo selou os lábios ao dela novamente com carinho, demonstrando que ele não seria somente um parceiro qualquer em sua vida, ele seria bem mais que isso se ela o deixasse quebrar a barreira que havia erguido a sua volta.

 

 

Taehyung correu para o vestiário assim que todos saíram de lá, precisava esconder as provas por hora, apesar de não ser o melhor lugar naquele momento tinha de deixar tudo trancado em seu armário até o final do dia. Agora com algumas das provas em mãos iria dar mais um passo arriscado; falar com Dongwan, que com certeza negaria tudo e ainda daria um jeito de esconder mais provas de seu envolvimento.

— Vejo que conseguiu invadir com sucesso o escritório do Hyunjae.

Soonkyu apareceu assustando Taehyung.

— Que droga, Soonkyu! O que está fazendo aqui? Por que está me vigiando? Eu disse para você ficar fora disso.

— Como se eu pudesse – suspirou. — Se você realmente tem provas contra o Taeyang eu quero ajudar.

Taehyung terminou de se arrumar e voltou seu olhar para Soonkyu que estava de pé o encarando e bloqueando a saída.

— Por que quer tanto assim me ajudar? Taeyang é seu irmão. Se a informação que eu estou recolhendo cair nas mãos erradas tudo isso terá sido em vão, e eu não estou disposto a perder nada a essa altura.

— Acha que eu vou entregar tudo a ele? Taeyang pode ser meu irmão, mas não é minha família, não mais. Eu pensei que tinha deixado bem claro quando resolvi seguir você e me juntar aos mascarados.

Taehyung suspirou se lembrando de quando Soonkyu foi promovida dentro da resistência com uma das grandes chefes de operações, ela havia dedicado cada tempo livre para aprender um pouco de tudo para que seu trabalho fosse perfeito.

— Sinto muito, mas eu não posso envolver você nisso.

Foram as últimas palavras antes de quase expulsar Soonkyu e tomar rumo para a próxima atividade do dia. Ele não estava nenhum pouco a fim de ter uma aula sobre comportamento em disfarces.

 

 

Uma hora mais ou menos até que todos estivessem prontos para a aula prática de comportamento em disfarces. Seria uma aula mais descontraída com direito a música e dança. Os instrutores demoraram um pouco para chegarem, mas assim que o fizeram os presentes no local ficaram de boca aberta por conta do vestuário de Somin e Matthew.

Somin usava um vestido de gala azul marinho com detalhes pratas nas laterais da cintura, o vestido era de alças e nas costas havia um traçado na diagonal e na horizontal que sustentavam a parte da frente. Seus cabelos estavam presos de forma um pouco desajeitada, pois não havia tido tempo para arrumá-lo corretamente, entretanto para uma aula era o bastante. Enquanto Matthew usava um terno preto também de gala com uma camisa social branca e uma gravata borboleta da mesma tonalidade do terno. Apenas um botão do paletó de Matthew estava fechado dando um ar bem mais sensual á ele, de acordo com as recrutas presentes.

— Omo, eles estão lindos! Até parecem um casal – sussurrou uma das garotas.

Jiwoo sorriu ao ver a prima tão bem vestida e ainda mais quando percebeu a troca de olhares entre ela e o agente Kim.

— Muito bem... – Somin começou — vejo que arrumaram belos vestidos e ternos, isso é bom, mas ainda sim temos que rever o conceito das roupas escolhidas. Muitas das festas que temos que nos infiltrar acabam sendo de gente muito poderosa.

— E qualquer erro é fatal – concluiu Matthew.

Todos estavam usando terno e vestido, os ternos não tinham nada de mais, ao contrário dos vestidos que eram de diferentes cores, tamanhos e cortes, algo preocupante aos olhos de Somin.

— Vamos falar primeiro de como esconder algumas coisinhas e do vestido que vocês estão usando – Somin deu um passo a frente. — Os vestidos mais apropriados para uma agente são os longos e soltos. Usar um vestido colado demais pode resultar em: perda de armas necessárias, uma vantagem para o inimigo perceber que esconde algo embaixo de suas vestes e em casos como uma perseguição se o vestido for junto demais ao corpo, vocês perdem muita velocidade, isso se conseguirem correr com o tecido travando suas pernas. Usar um vestido longo possibilita que vocês acomodem melhor as armas e se for preciso correr a parte de baixo pode ser facilmente rasgada.

Somin estendeu uma das pernas para frente e a fenda do vestido revelou sua perna com dois coldres pequenos com uma arma pequena dessas de mulher e uma faca Invictus Explorer Black. Aquela faca era uma das preferidas da morena.

— Podemos esconder coisas assim? Essa fenda não atrapalha?

— Vocês estão aqui para aprender a como e comportar, certo? Então vamos começar. Quero as garotas de vestidos longos de um lado e de vestidos curtos para o outro, por favor.

Matthew apenas observava o que a menor fazia enquanto arrumava seu paletó para suas armas não caírem.

— Quais armas conseguimos usar com ternos, agente Kim? – perguntou um dos adolescentes. — Parece que com vestidos elas só conseguem usar armas pequenas e facas.

O moreno sorriu e caminhou até o centro do salão. Abriu o paletó e as armas discretas estavam juntas ao tecido sem marcar o terno, eram duas armas uma média e uma menor e do outro lado uma faca igual a de Somin.

— Nos podemos usar mais armas, mas temos que ter cuidado com a exposição. As armas podem acabar marcando e demonstrando suas reais intenções.

Somin arrumou as garotas que estavam com os vestidos curtos e muito colados ao corpo e as que estavam com vestidos longos. A arrumação foi rápida e depois que estavam vestidos adequadamente meninos foram para um lado e meninas para o outro, e quanto aos instrutores estavam no meio.

— Prontos? A primeira lição que vocês tem que aprender: você e seu parceiro devem ser somente um. Procurem ao máximo examinar o local junto dele e se a pista de dança for o melhor local para uma varredura do perímetro... – Matthew puxou Somin pela mão a fazendo rodopiar até que estivem perto dele e em seus braços — vocês devem saber como se virar sem levantar suspeitas.

A troca de olhar entre os agentes ficou um pouco mais intensa com aquele movimento, mas nada que as pessoas percebessem tanto já que estavam bem animadas com a ideia de poder fazer o que aqueles dois estavam fazendo. Um a um os garotos tomaram a mão das damas que estavam no recinto e foram se encaminhando com cuidado e de forma ordenada ao centro do salão, onde tocava uma música clássica.

Jiwoo estava um pouco se graça por ter de novamente fazer par com Wonsik, mas ao mesmo tempo ficou aliviada de Taehyung não ter vindo pedir para ser seu parceiro, ela ainda estava com muita coisa na cabeça para ficar perto dele.

— Acompanhem os passos do agente Kim meninos, e meninas, por favor, podem me acompanhar.

Vestidos com belas saias rodavam pelo salão enquanto os passos eram executados com um pouco de desastre, mas para uma primeira vez todos estavam se saindo muito bem para a surpresa dos dois.

Matthew e Somin dançavam de forma profissional apesar de terem tido somente três semanas para ensaiarem depois que terminaram o treinamento nos Estados Unidos. Eles davam o seu melhor em tudo desde que receberam a missão e sempre um apoiando o outro.

Jiwoo estava se divertindo com a dança e Wonsik era um bom parceiro, não pisava em seu pé e nem reclamava quando ela dava um passo a mais, ao contrário de alguns que não conseguiam acertar os passos e ainda culpavam suas parceiras, que obviamente ficavam irritadas.

— Estamos na primeira aula, não precisam se pegar no primeiro ensaio – disse Somin. — Se continuarem terão punição, por favor, concentrem-se.

Taehyung estava muito bem também e nem demonstrava sinais de irritação como mais cedo, ele pensou que talvez não estivesse apto para aquela atividade, mas esqueceu-se de que era justamente a dança que o fazia se perder em bons pensamentos. Quando era mais novo ele e Cho-Hee adoravam dançar, pois só assim esqueciam as diversas brigas que seus pais tinham.

A parceira de Taehyung foi Jiyeon, pois Youngjae estava se recuperando um pouco dos traumas que a piscina haviam causado em seu sistema, o garoto era sensível demais com coisas assim.

— Você dança muito bem, Jiyeon – sorriu.

— Obrigada, Tae. Você dança muito bem também.

Taehyung estava se divertindo tanto com a atividade que nem prestou muita atenção em Jiwoo, ao contrário da loira que prestou bastante atenção no casalzinho que estava em sua frente. Ela não queria admitir, mas estava morrendo de ciúmes os vendo sorrindo um para o outro.

— Sem distrações! – Somin ditava, enquanto era guiada pelo salão por Matthew. — Observem ao redor; os detalhes, as pessoas, objetos e ambiente. Não deixem nada passar, pois um erro... – a morena pegou uma adaga pequena de um dos coldres e com habilidade jogou em uma pilastra, onde o objeto ficou preso com precisão, deixando boa parte das pessoas ali admiradas — um erro sequer resulta na morte de pessoas inocentes, a sua e de seu parceiro.

— Armas... – Matthew sacou a arma de dentro do paletó e acertou entre Jiwoo e Wonsik, que sentiram o vento do objeto quando passou entre os dois acertando a cabeça de uma das estatuas do local — usem somente quando necessário e de preferência em um lugar sem muita gente. Nem todo mundo sabe o que acontece nesses tipos de festas.

— Como conseguem fazer isso? – questionou um dos jovens. — A mira foi perfeita.

— Treinamento e muita disciplina para poder aprender que não se deve somente aprender a atirar, mas sim medir as consequências de cada disparo – disse Matthew. — Vocês vão aprender isso e muito mais. Se esforcem mais.

— Vamos recomeçar a dança – disse Somin, que estava com uma expressão de reprovação para Matthew. — Podemos conversar um minuto? E vocês sabem como fazer, eu e o agente Kim voltamos logo.

Somin caminhou sem pressa para o lado de fora do salão e assim que se certificou de que nenhum dos adolescentes haviam os seguido fechou a porta e encarou Matthew.

— Por que está com essa cara?

— Medir a consequência de cada disparo! Por que atirou na direção da minha prima? Poderia ter acertado ela sabia? E que ideia foi essa de demonstrar tal atitude para eles? – suspirou levemente. — Me avise quando for fazer algo do tipo, isso me pegou de surpresa. Sabe que sua mira é horrível.

Matthew riu baixo se encostando na parede enquanto observava Somin com aquele vestido.

— Desculpe, eu sei que devia ter avisado.

— Sim, você devia.

Somin suspirou novamente e voltou para o salão sendo acompanhada de seu parceiro, que ainda tinha aquele sorrisinho em seu rosto. Ele gostava de provocar Somin às vezes, mas sabia que uma hora iria acabar levando um golpe que o machucaria muito.

Três horas para arrumar tudo de acordo com as coisas, mas ao terminarem os pares estavam dançando como “gente grande” como eles diziam, era somente o tempo de se acostumarem com aquele ritmo de vida novo, e pelo que Somin observava muitos deles tinham grande potencial.

— Bem, vamos a última atividade do dia.

Matthew bocejou e entregou a cada um de seus pupilos um óculos de proteção, fones de ouvidos e uma arma carregada, tal ato bem cuidadoso já que se tratava de principiantes.

— Temos somente dez cabines, então vocês terão que se revezar para usá-las. Ok, naquelas quatro cabines os que passaram na atividade da piscina, por favor.

Taehyung, Jiwoo, Wonsik e Donghae se encaminharam para as cabines e enquanto se arrumavam os demais tomavam seus lugares para poderem receber novas instruções do veterano.

— Os alvos estão à frente e para que o tiro perfeito aconteça vocês precisam atirar com firmeza. Não é qualquer um que consegue atirar de primeira e acertar o alvo.

Um disparo foi dado assustando á todos, alguém que estava em uma das primeiras cabines havia atirado e acertado o alvo com maestria, e qual não foi a surpresa de Matthew e Somin ao ver que havia sido Taehyung. Um murmurinho começou entre os demais e um sorriso debochado de Taehyung foi deixado para os instrutores, ele não queria demonstrar superioridade, mas também não queria que pensassem que estavam lidando com crianças, eles sabiam o básico de tiro ao alvo.

— Podemos começar, não é mesmo?

A pergunta havia sido bem clara para todos, mas em especial para Taehyung.

Matthew odiava a forma como Taehyung agia, mas não é como se pudesse o culpar por tudo o que aconteceu, ele também amava Cho-Hee e ela era sua melhor amiga, a morte dela foi algo trágico.

 

 

 

Estados Unidos, 2013 – Nova Iorque

De cabeça baixa sentado no sofá de seu apartamento, Matthew se via perdido depois de receber a notícia que sua esposa e filha haviam morrido em um acidente que ninguém soube explicar direito. Fazia exatas 24 horas desde que tinha falado com Taehyung e sabia que mais cedo ou mais tarde ele apareceria em sua casa.

Seus pensamentos estavam longe, pensando em como tinha sido burro em deixar que Cho-Hee saísse sozinha com Sophie, ele nunca iria se perdoar por aquilo, pois sempre colocou o trabalho em primeiro lugar e com as brigas isso só piorava.

— Matthew – ouviu alguém o chamar do lado de fora do apartamento, rapidamente se levantou para abrir a porta, vendo seu cunhado. — Me diz que isso é mentira – Taehyung dizia aos prantos. Pelo que Matthew pode perceber ele havia chorado por um bom tempo. — Cho-Hee e Sophie não podem estar mortas.

Matthew se levantou tentando controlar o choro e estendeu o celular em seguida para que Taehyung visse a notícia e a foto que havia recebido do necrotério. Taehyung olhou a foto e se pôs a chorar novamente desta vez ainda mais do que a primeira vez.

— Me desculpe, Taehyung – o moreno mais alto implorava quase se ajoelhando. — Eu deixei que elas saíssem sozinhas, eu não devia ter deixado.

Taehyung o olhava com um pouco de raiva, pois em sua cabeça ele tinha sido o causador da morte de sua irmã e de sua sobrinha. Essa ideia ganhava mais vida quando ele lembrava que minutos antes do acidente Cho-Hee haviam ligado para ele dizendo que tinha brigado com Matthew, que estava saindo da cidade por um tempo e que seu marido não fizera questão de ir atrás dela.

— Você as deixou saírem sozinhas e nem sequer se deu ao trabalho de ir atrás. Eu a confiei á você, e agora você vem me pedir desculpas? Eu nunca vou te perdoar, para mim você é o maior culpado. Um assassino.

Matthew sofreu ainda mais com as duras palavras de Taehyung, se ele estava mal com a morte de sua esposa e filha, agora se sentia um lixo por ser deixado por aquele que considerava como irmão.

 

 

Revivendo as memórias, Matthew suspirou pesado olhando para a tela do celular que vibrava anunciando uma ligação de Jeniffer, a detetive que poderia o ajudar com o caso de sua falecida esposa.

— Fica de olho neles, por favor – pediu para Somin, que assentiu. — Alô, Jeniffer? Aconteceu alguma coisa?

“Matthew, eu preciso falar com você. Tem como vim aqui em casa hoje? Prometo que não irei tomar muito do seu tempo.”

— Claro, eu vou sim. Estou terminando o que estou fazendo, assim que estiver livre eu ligo avisando que estou chegando.

“Tudo bem... ahh se puder trazer um pouco de camarão e macarrão, por favor.”

Matthew calou-se por alguns segundos compreendendo que aquela conversa estava sendo ouvida por outras pessoas e conhecendo Jeniffer como conhecia, sabia exatamente que ela era alérgica a camarões. Aquilo era um código, ela estava em perigo.

— Eu levarei sim e um vinho também. Pelos velhos tempos – completou enfatizando “os velhos tempos” deixando-a um pouco mais relaxada.

— O que aconteceu? – perguntou Somin.

Matthew puxou Somin para um canto e suspirou fundo antes de começar a falar.

— Preciso que você me acompanhe até a casa de uma amiga, eu acho que ela está com problemas e provavelmente pode acabar sendo por minha causa.

— Tudo bem, mas precisamos terminar aqui.

— Não temos tempo hoje, por favor, eu preciso chegar na casa dela o mais rápido possível para ver se está tudo bem.

Somin pensou alguns segundos e assentiu voltando para a sala em seguida. O revezamento tinha recomeçado e como os resultados não sairiam em apenas um dia ela rapidamente dispensou todos para que voltassem para os dormitórios.

— Voltem todos para os dormitórios. Amanhã bem cedo iremos iniciar com a atividade de desarmamento de bombas, como os responsáveis por essa atividade tiveram complicações com outras turmas por hoje é só.

Todos comemoraram tirando os fones e óculos deixando as armas em cima dos pequenos balcões. Entretanto, o clima de comemoração estava somente com os jovens, pois Matthew e Somin estavam bem tensos com a situação que o maior havia exposto.

— Wonsik, você não acha que os dois estão muito tensos? – perguntou, apontando.

— Acho que é só cansaço.

Não, não era e Jiwoo sabia por que conhecia bem a prima que tinha. Logo ela iria olhar para a loira e forçar aquele sorriso de que tudo está bem, mas nada estava bem.

— Acha que eu devia perguntar?

— Claro que não. Vamos aproveitar para descansar, tomar um drinque, ou qualquer outra coisa.

Wonsik era lerdo, ou só não queria se meter nas coisas alheias, diferente de Jiwoo, que quando se tratava de sua prima se preocupava muito.

Ao longe Taehyung também percebera que o clima havia mudado e que aquela repentina “folga” para os recrutas era um pretexto para encobrir algo bem maior que estava acontecendo. Ele reconhecia aquela expressão corporal de Matthew.

 Quando todos deixaram a sala, Somin e Matthew pegaram algumas armas e colocaram em uma sacola, eles devolveriam depois. As luzes foram apagadas em seguida e com a sala vazia os barulhinhos vieram à tona. Taehyung tinha dado um belo “olé” nos instrutores e se escondeu atrás de um dos armários, depois de escutar um pedaço da conversa de Matthew onde ele citou algo sobre uma investigação.

— Por que sempre temos que nos encontrar em momentos como esse? – Jiwoo saiu de trás do outro armário assustando de leve Taehyung. — O que está fazendo aqui ainda?

— Eu poderia perguntar o mesmo?

— Somin está com problemas, eu não vou deixar ela sair com Matthew no meio da noite e ficar de boa jogada no sofá do apartamento esperando que ela volte.

— Você também percebeu.

— Sim, e estou muito preocupada. Eles levaram armas.

— Boa coisa não pode ser, e não sei porque a minha intuição está falando bem alto.

— Devemos ir atrás deles?

— Eu vou, mas você deveria ficar.

— Claro que não! Ela é minha prima e não vou para casa até saber que ela está bem.

Vendo que não conseguiria convencer Jiwoo do contrário, Taehyung pegou duas armas entregando uma para Jiwoo, que colocou no cós da calça de moletom. Agora eles teriam que sair sem alarmar os seguranças do prédio.

 

 

Junhong voltava para casa com os fones de ouvido quando sem perceber esbarrou em um homem um pouco mais alto que ele. Virou-se para poder pedir desculpas e quase pulou nos braços do outro.

— Taeyang!

— Junhong, é bom te ver novamente.

Junhong abraçou Taeyang com força por sentir saudade do maior e o outro fez o mesmo, com um sorriso de canto e cheio de maldade.

Taeyang estava de volta.


Notas Finais


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