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História Keep Me Alive - Me desculpa


Escrita por: JuuhCreeper_

Notas do Autor


Olha, eu so atrasei um dia, um milagre kkk
Esse cap é mais para ver como o H se sente
Enjoy

Capítulo 9 - Me desculpa


 

(Londres – Quinta-feira, 14/05/15)

 

– Você sabe que não importa quantas vezes fuja, eu sempre o procurarei.

– Nick, por favor, me deixe em paz.

– Porque eu faria isso?

– Se me ama mesmo, então me deixará partir.

– Quanto tempo você acha que consegue sobreviver lá fora antes que eu o ache? Uma semana? Ou um mês? Pode ser até mesmo um século.... Mas, se tem algo que eu nunca farei, é deixa-lo em paz. Ao pôr os pés para fora daquela porta, você terá uma semana antes que eu vá procura-lo. Eu quero que sinta o gostinho da falsa liberdade que terá antes que retorne para essa mansão e todos os castigos que recebeu até agora não terão um terço da dor que sentirá com o castigo que receberá.

 

Aquela triste e assustadora lembrança estava rodeando os pensamentos de Harry há duas semanas.

Depois de ter contado a Louis a história de Liam e Zayn, aconteceu algo que ele não imaginou que aconteceria tão cedo – na verdade, não era cedo, afinal, passaram-se décadas desde que saiu da mansão. Quando ele estava andando pelas ruas de Londres, acabou avistando um outdoor de um modelo que lhe era muito familiar... Era Zayn. Harry havia se comunicado com o garoto no começo do século XXI e ele havia falado que tentaria ser alguém nesse século porque ele sentia que algo mudaria para melhor. Bom, ele estava certo, nesse século aconteceu o avanço das tecnologias e pelo que parece ele conseguiu virar um modelo.

Harry resolveu pesquisar um pouco sobre ele e descobriu que ele, seu namorado, sua amiga modelo e o agente de ambos estavam em Londres depois de várias temporadas em Paris. Até aí não havia nenhum problema, mas então ele pesquisou melhor e descobriu que seu namorado era o Liam – Harry ficou extremamente feliz em descobrir que eles conseguiram ficar juntos –, sua amiga modelo – uma grande modelo, sendo na verdade uma Angel – era a Cara e o agente de ambos era o maldito Grimshaw.

Harry teria que ficar alguns dias escondido em seu apartamento, havia se passado duas semanas desde que saiu do apartamento e só não havia morrido de tédio ainda por causa de seus jogos, livros, músicas, bebidas e drogas.

Claro que ele ficou preocupado com Louis, ele não podia sair para avisá-lo e a estadia de seus antigos companheiros em Londres ainda duraria alguns meses... Ele não sabia se ia a livraria falar com Louis ou se deixava para lá, mas o pior é que, quando se importa muito com uma pessoa, você nunca consegue deixar para lá. Todos os dias Harry escutava suas músicas mais tristes e tomava as bebidas mais fortes – mesmo que não ficasse bêbado –, sempre pensando em Louis. O garoto estaria sentindo a sua falta? Ele não estaria nem mesmo se importando? Será que ele havia falado a Danielle sobre seu recente desaparecimento e ela estava feliz? Provavelmente.

Naquela tarde, Harry saiu do apartamento. Ele decidiu ser discreto, então colocou um chapéu para tapar um pouco os seus cachos, uma camisa de botões preta, colocou uma bandana preta em seu pescoço, as suas calças skinny pretas, botas e óculos escuros. Claro, o dia estava nublado e todos olhavam para ele como se fosse louco, mas ele não se importava com isso, desde que Nick não o reconhecesse já estava de bom tamanho.

Ao chegar na frente da livraria, Harry avistou um casal na frente do local, como se estivesse esperando alguém. Isso não importaria muito se o casal não fosse o lindo árabe que ele tanto conhecia e aquele inglês que está sempre com um topete impecável e barba bem-feita. Harry travou no lugar e antes que pudesse dar meia-volta e fingir que nada estava acontecendo, os olhos de águia de Liam o avistaram e ele tocou em Zayn para mostrar que Harry estava ali. Hesitante, o cacheado deu um passo para trás, mas, antes que ele pudesse usar as suas longas pernas para correr, Liam lhe fez um sinal. Aquele era o sinal que ambos inventaram para que, quando Harry conseguisse fugir e eles se encontrassem novamente, Liam pudesse avisá-lo se era para ele fugir ou se aproximar. Ele levantou o antebraço e mostrou a tatuagem das quatro setas que ele havia feito e indicou a segunda seta – o que significava que eles precisavam conversar.

Harry não esperou mais nenhum segundo, ele abriu um grande sorriso com direito a covinhas e correu até eles, os dois abriram os braços e Harry agarrou o pescoço de ambos, dando um aconchegante e relaxante abraço de urso. Depois de tantas décadas sem vê-los, aquele abraço foi quente, acolhedor e substituía aquele sentimento de saudade do peito dos três por muito amor e carinho. Eles se separaram e passaram um tempo apenas se olhando, Zayn havia mudado muito, estava mais bronzeado, a barba grande e bem-feita, o cabelo agora estava em um lindo topete, seus braços cheios de tatuagens e ele continuava sendo o homem mais lindo que ele já vira – claro, tirando Will e Louis que, para Harry, são as pessoas mais lindas do mundo. Liam não havia mudado nada, continuava sendo lindo, com os cabelos aparados e perfeitamente arrumados, estava com mais músculos, mas essa era a única diferença.

– O que estão fazendo aqui? Como sabem que eu frequento essa livraria? Como estão? Zayn, parabéns pela carreira bem-sucedida. Estou tão feliz que conseguiram finalmente ficar juntos. Eu estava com tantas saudades. – Falou tudo com sua voz lenta e rouca, fazendo os meninos sorriram porque mesmo ele falando de forma lenta, soou afobada.

– Também estávamos com saudades, Harry. Não sabe como queríamos te ver, mas não conseguimos contata-lo. – Liam falou. Harry estava sentindo falta de sua voz autoritária e, do mesmo jeito, gentil.

– Eu vi o cartaz do Zayn há duas semanas, depois disso me tranquei em meu apartamento, estava com medo que Nick me visse ou algo assim. Eu preciso saber mais, o que-

– Harold? – Sua fala foi interrompida pelo barulho do sininho de quando a porta da livraria se abria e a voz melodiosa chamando pelo seu “nome”. Os três se viraram para o pequeno homem que estava olhando para eles e a reação de Liam e Zayn foi apenas olhar para ele de cima a baixo, olhar para Harry e depois olhar para o menor novamente.

– William? – Liam foi o primeiro a perguntar com uma sobrancelha arqueada. Ele nunca conheceu William, mas já viu retratos que Harry pediu que pintassem e aquela pessoa a sua frente era igual, tirando apenas o cabelo em um corte diferente e mais atual e o corpo mais definido. Harry não sabia bem o que falar, mas antes que ele falasse, Louis arqueou uma sobrancelha e olhou para eles de forma sarcástica, mas desviou o olhar para o cacheado.

– Harold, você está bem? Fiquei preocupado porque costumava aparecer todos os dias e desapareceu por duas semanas. Aconteceu alguma coisa? – Suas feições eram mais delicadas e demonstravam que ele realmente havia ficado preocupado.

– Me desculpe, Lou. Eu tive que passar alguns dias na minha casa, estava resolvendo alguns problemas. Mas, não se preocupe, eu continuarei a vir aqui todos os dias. – Zayn riu anasalado pela forma doce e carinhosa que Harry estava falando com o menor, ele não conhecia esse garoto, não sabia porque ele era tão parecido com William, mas sabia que Harry estava fodido.

– Har-

– Harold. – Interrompeu quando Zayn ia chama-lo pelo nome verdadeiro. O mulçumano estranhou, mas preferiu não contestar.

– Ok, Harold, quem é ele?

– Er... – Olhou para os amigos e depois olhou para Louis – Ele é o meu amigo Louis... Tomlinson. – Ao pronunciar o sobrenome Tomlinson, o casal olhou atônico para Harry, eles precisavam de uma explicação, assim como Harry precisava da sua. – Bom, Louis, esses são os meus amigos... Javadd e James. – Ele não havia bem mentido, é o nome do meio dos dois. Os meninos preferiram não interferir, se Harry não falou o seu nome verdadeiro e nem o nome verdadeiro deles, tem algum significado.

– Hey, temos pouco tempo... – Zayn sussurrou.

– Ah, é mesmo. Lou, eu voltarei aqui amanhã para que possamos continuar. Me desculpe pelos dias atrasados, prometo que lhe recompensarei depois. Eu te vejo amanhã. – Sussurrou docemente. Louis murmurou um “se cuide” antes de voltar para a livraria.

Mas, ele ainda olhou para trás a tempo de ver Harry e os seus amigos se virando para ir a algum lugar. Louis jurava que reconhecia aqueles dois. Ele conhecia sim. Tomlinson correu até a sessão de anatomia humana e procurou por aquele livro que Harold havia lhe mostrado. Era aquele livro que mostrava as imagens de Harry e seus amigos, bem, nus. Depois que Harold lhe falou que o livro, originalmente, era de anatomia, ele resolveu colocar na sessão de ciências.

Ao encontrar o livro, Louis abriu na página que havia os quatro juntos e confirmou, aqueles dois pareciam muito com o Zayn e o Liam. Eram idênticos, mudando apenas que Javadd parecia mais velho que Zayn. Mas aquilo estava intrigando muito Louis e o que mais o deixou desconfiado de algo foi quando reparou em algo: havia quatro setas no antebraço de Liam, o mesmo antebraço que James tinha quatro setas.

Aquilo era bem estranho.

E o mais estranho é que, reparando bem, se colocar cabelos maiores no Harry, ele fica idêntico ao Harold.

Que merda está acontecendo?

 

(x)

 

– O que? Ele é mesmo um descendente do Will? – Zayn gritou.

Assim que os três chegaram no apartamento de Harry – até porque eles não podiam ficar andando pelas ruas, Nick tinha muitos informantes –, ele tratou de falar toda a história, do que fez nos últimos anos, como estava a sua vida, sobre como conheceu Louis e os dias que anda conversando com ele, sobre estar contando as histórias de seu passado para ele e, principalmente, de seu ancestral.

– Sim. Eles são idênticos, não sei como ele conseguiu vir com tantas semelhanças de seu antepassado.

– Pensei que a família Tomlinson havia perdido esse sobrenome há décadas porque só teve filhas. – Liam comentou intrigado.

– Também pensei isso. Mas ele me explicou que seu pai foi o primeiro homem que nasceu na família e colocaram o nome Tomlinson para honra-la, então, quando ele nasceu, colocaram o nome que William queria colocar em seu filho que nunca nasceu.

– Meio irônico que essa pessoa seja idêntica a ele. – Zayn falou.

– Enfim, me contem mais sobre o Nick? – Perguntou mais por curiosidade, o cacheado estava muito feliz sem Nicholas o atormentando todos os dias e a liberdade era maravilhosa.

– Ah Harry, o Nick apenas piorou durante todos esses anos. Depois que você foi embora, ele ficou esperando até que a semana passasse para que fosse atrás de você. Acredita que ele castigou a Cara no seu lugar? Ela passou dias para que conseguisse se recuperar. Nick estava ficando cada vez mais louco sem você lá e, depois de tanto tempo... – Zayn parou de falar, hesitante, e olhou para Liam, pedindo para que ele continuasse.

– Depois de um tempo, ele acabou com as festas de BDSM e os únicos que continuaram com ele foi Cara e nós, o resto foi leiloado ou ele mandou embora. Ele vendeu a mansão e passamos décadas viajando. Mas, a questão não é essa, a questão é que do começo esse século até agora, ele sai uma vez por semana à noite e volta no dia seguinte com as roupas e mãos ensanguentadas. Não sabemos se ele mata ou se tortura, mas ele faz algo muito terrível.

– Cara tentou seguir ele um dia. – Zayn começou com um olhar vago e perturbado. – Mas tudo que ela conseguiu ver foi ele entrando em um pub e, quando ela tentou persegui-lo, um dos seus aliados foram atrás dela e a mandaram embora ou haveria consequências.

– Mas que merda ele anda fazendo? – Harry se perguntou.

Liam não respondeu, ele se levantou do sofá e caminhou até a cozinha de Harry onde, na bancada, havia muitas garrafas de bebidas e se serviu com uma dose de whisky. Aquilo estava intrigando muito o cacheado, o que havia acontecido de tão horrível durante esses anos que deixava os dois perturbados desse jeito? Zayn estava com os olhos opacos e vagos, Liam estava tomando dose atrás de dose e Harry apenas olhava para os dois completamente confuso.

– O que aconteceu durante a minha ausência? – Perguntou com firmeza novamente. Os dois suspiraram enquanto trocavam olhares cumplices. Harry adorava e odiava quando eles conversavam pelo olhar. Achava lindo, afinal, conhecia a história dos dois, sabia que o que os ligava era o olhar. Na época que Liam não entendia nada que Zayn falava, eles se comunicavam pelo olhar, um simples gesto já fazia Liam entende-lo, sendo aquele que o protegia, que o apoiava e que o deixava feliz. Aqueles olhos castanhos que já viram muitas mortes e aqueles olhos cor de âmbar que quase viu a própria morte, ambos se apoiavam e se entendiam, era uma forte ligação que ambos tinham e que se transformou em um amor que dura séculos.

– Harry... Tem muitas coisas que temos que lhe contar, mas não temos muito tempo. Apenas lhe digo, não vá mais aquela livraria, o Nick tem informantes por toda a cidade e com isso conseguimos te encontrar.

– Quer dizer que...

– Sim. Ele sabe que você está em Londres. Ou você se muda o mais rápido possível, ou não vá mais aquela livraria.

 

(x)

 

Eu vou te amar até o fim dos tempos

Eu esperaria um milhão de anos

Prometa que se lembrará de que você é meu

Querido, consegue ver através das lágrimas?

Eu amo você mais do que aquelas vadias de antes

Diga que você se lembrará

Oh, querido, diga que se lembrará, oh, querido

Eu amarei você até o fim dos tempos

 

Ele saia todas as noites

E, querido, tudo bem

Eu disse que não importava o que você fez

Eu estaria ao seu lado

Porque eu sou para o der e vier

Não importa se você cair ou voar

Dane-se, pelo menos você tentou

 

Mas quando você saiu por aquela porta

Um pedaço de mim morreu

(...)

 

– Lana, porque você tem que cantar algo que se encaixa perfeitamente na minha vida? – Harry se perguntou.

Depois que Liam e Zayn foram embora, Harry se deitou em sua cama e pensou seriamente no que eles haviam lhe falado. Nick tem informantes na cidade. Será que eles iriam atrás de Louis? Será que ele corre perigo? Ele faria qualquer coisa por Louis e se isso significasse que ele tivesse que se entregar a Nick, ele faria de muito bom grado. Será que ele deveria se afastar de Louis? Mas, ele não queria se afastar dele. Seria muito egoísta de sua parte se ele continuasse a se encontrar com o menino e assim o pusesse em perigo? Será que Nick estaria vigiando ele também? Seria seguro se Harry pedisse a Louis que fosse ao seu apartamento?

Todas aquelas perguntas rodeavam a sua cabeça, mas nenhuma parecia ter uma resposta. O cacheado abriu a terceira garrafa de vodca e virou metade de uma vez, aquilo nem mesmo fez com que sua cabeça girasse, não lhe deu efeito nenhum e aquilo o frustrava, era como beber água e só havia uma leve tontura quando estava em sua quinta ou sexta garrafa. Com a garrafa em mãos, Harry se encaminhou até a sacada de seu quarto e se sentou com as costas encostadas no vidro e as pernas junto ao peito.

Ao olhar para cima, Harry avistou o céu escuro e sem nuvens iluminado apenas por três pequenas estrelas e a lua brilhante. Aquele céu lhe fez lembrar de William, mas o céu de manhã o fazia lembrar de Louis. Havia um certo contraste entre os dois. William era sério, ganancioso, seguia as ordens de seus pais e não conseguiu desistir de tudo pelo Harry, aquele que ele falava que amava tanto. Louis era divertido, radiante, seguia o seu coração e ele deixou de ficar com sua esposa para ficar com Harry.

Harry olhou para as três estrelas e se lembrou das três pessoas que ele realmente amava e que o amava também. Ele faria qualquer coisa para vê-las novamente. Já fazia tanto tempo desde que ele viu eles que nem sabia direito como eram as suas aparências, mas se esforçava de lembrar apenas dos rostos. Uma grande onda de angústia e tristeza deixou seu peito dolorido e os seus olhos ardendo enquanto tentava – sem sucesso – não chorar. Harry estendeu as mãos para o céu, como se assim pudesse tocar as estrelas e sentir, mesmo que de forma quase nula, que estava tocando eles.

– Hey... Sou eu. – Disse com a voz trêmula e as primeiras lágrimas escorrendo por seu rosto. – Já faz tanto tempo desde que nos falamos. Como estão? Será que ainda estão no céu ou já conseguiram reencarnar em outros corpos? Como será que são hoje e será que eu conseguiria acha-los assim como eu achei o Will?

Com um longo suspiro ele abraçou as suas pernas e continuou a olhar para o céu, tentando achar alguma resposta, mas não conseguia nenhuma. Tudo o que ele pedia era uma resposta ou uma frase, um simples e último “eu te amo”, quem sabe um último abraço. O cacheado se encolheu com o pensamento, sentindo, de repente, muito frio e muita solidão.

– Eu não sei se estão me escutando, mas eu contarei a verdade e abrirei o meu coração para vocês. Sei que se passaram muitos anos, eu deveria ter voltado para o vilarejo e ter continuado com vocês, mas eu não podia, eu tinha que fugir. Eu ainda me lembro que o senhor, papai, ficou muito orgulhoso quando eu retornei ao vilarejo um ano depois com ternos caros e uma carruagem, mostrando que eu tinha posses. Pai... – Respirou fundo, mas um soluço escapou e mais lágrimas começaram a escorrer – P-Pai... eu me prostituia. O senhor não devia ter orgulho de mim, devia ter vergonha. Eu tenho vergonha de te falar algo assim, mas todas as posses que eu adquiri em minha vida foi graças a isso, eu queria ter tido um trabalho digno para ter dado orgulho ao senhor. Me desculpe, eu te amo tanto papai.

– Mamãe... eu não sei nem o que falar a senhora. Eu sempre fiz o meu melhor para agrada-la, sempre fui um bom filho, educado, sempre ajudando nas tarefas, tanto no campo com o papai quanto na cozinha ajudando a senhora a fazer as refeições. Eu sempre fazia as refeições quando a senhora não podia porque a Gem não sabia cozinhar direito, a senhora se lembra? Eu fazia o seu ensopado favorito todo o inverno, apenas para vê-la feliz. Me desculpe se eu não consegui lhe dar o que a senhora mais queria, um neto. Eu sei que estava prometido a Srta. Swift e que você queria tanto um neto, mas eu não consegui, eu amava muito alguém que nunca poderia ficar ao meu lado. Me desculpe, eu te amo tanto mamãe.

– Gem... Eu tenho tanto a te falar. Eu queria tanto que estivesse aqui do meu lado, você adoraria essa época, você nasceu no tempo errado porque o seu lugar é aqui no século XXI. Gem, você não vai acreditar – sorriu em meio as lágrimas –, as mulheres agora podem se casar com quem quer, com quem ama. Eu queria vê-la sorridente e com os olhos brilhando enquanto fosse levada ao altar onde se casaria com quem ama e não com quem é melhor financeiramente. Agora não é mais um tabu amar uma pessoa do mesmo sexo que o seu, ainda tem muito preconceito, mas há lugares que o casamento é legal. Você conseguiria me imaginar casando com o Will, Gem? Eu ficaria tão feliz. Mas, se eu te falar que estou apaixonado novamente, você acreditaria? Eu pensei que nunca amaria novamente, mas eu estou começando a amar o Louis. Ah Gem, eu te amo tanto... eu queria que vocês três, a minha família, estivessem ao meu lado.

Como se o mundo conspirasse contra o cacheado, uma música começou a tocar. Mas, não era qualquer música, era uma música que o fazia ter vontade de voltar para casa, voltar para os braços de sua família e de Niall. A voz doce de Florence começou a cantar e ele cantava baixinho, ainda olhando para o céu e deixando que mais lágrimas rolassem por cima das que estavam secas em suas bochechas.

(...)

Eu preciso das nuvens para me cobrir

Puxando elas para baixo, ao meu redor

Sem o seu amor eu estarei

Tão ansiosa e perdida, você está sentindo a minha falta?

 

É tarde demais para entrar em casa?

São todas aquelas pontes de pedras antigas agora?

É tarde demais para entrar em casa?

Pode a cidade perdoar? Eu ouço a sua canção triste

 

Já faz muito tempo entre as palavras que falamos

Você vai estar lá em cima na costa, eu espero

Você quer saber por que é que eu vim para casa

Eu descobri onde eu pertenço

(...)

 

Foi despois de ouvir essa canção que Harry decidiu voltar a Northumberland. Ele visitou o local onde era o seu vilarejo, não havia mudado muito e, para a sua tristeza, ainda havia duas cruzes antigas e desgastadas no cemitério do vilarejo que tinha os nomes “Anne Styles” e “Desmond Styles”. Todos os anos Harry visita o local e deixa flores, as flores mais lindas. Ele tentou procurar o túmulo de sua irmã, mas acabou descobrindo que ela se mudou do vilarejo para a capital dois anos depois dele tê-los visto pela última vez.

Será que ela já se encontrou com ele na capital?

Durante o curto intervalo de tempo em que uma música trocava para a outra, Harry ouviu o seu celular tocando e com dificuldade ele se levantou da sacada e entrou em seu quarto para pegá-lo. O número era desconhecido, mas Harry abaixou o volume da música e resolveu retorna – porque Zayn falou que ligaria para ele depois, vai que era ele.

– Hi. – Exclamou alegremente por imaginar ser Zayn, mas não era.

Harold? – Seu corpo inteiro gelou, as borboletas ficaram agitadas na sua barriga e ele perdeu a voz. Era Louis. Louis. Como ele conseguiu o seu número e porque estava o ligando? – Hazz? – Aquilo piorou tudo, Harry começou a sentir suas pernas amolecendo e ele desmaiaria em poucos segundos, mas manteve-se firme para conversar com Louis.

– Er... sim? Louis? O que houve?

Ah, que bom que retornou. Eu já estava pensando que algo de ruim havia acontecido contigo.

– Calma Lou, não aconteceu nada. Como conseguiu o meu número?

Stan. Mas, enfim, eu liguei porque fiquei preocupado. Ainda estou, na verdade. Tem certeza de que está tudo bem? Você parecia meio perturbado ao lado daqueles dois. – Louis estava com ciúmes de novo. Harry abriu um grande sorriso com direito a covinhas ao imaginar o pequeno com os olhos semicerrados e um biquinho nos lábios.

– Não, está tudo bem. Não precisa se preocupar.

Você... você vai vir aqui amanhã?

– Me desculpa Lou, eu não posso mais ir na livraria, mas você pode vir no meu apartamento se quiser e se a sua mulher deixar. – Louis não respondeu de imediato. Harry começou a ficar com medo de que fosse cedo demais para chama-lo para seu apartamento, mas não poderia mais ir para a livraria ou o Nick poderia acha-lo. Harry pode simplesmente pedir para que eles se encontrassem em algum lugar, mas temia ser visto e o local mais seguro era o seu apartamento. Apreensivo, ele esperou por uma resposta que demorou.

Okay, depois me manda o endereço por mensagem. Nos vemos depois, tchau Harold. – Falou tudo de uma vez. Harry teve tempo apenas de murmurar um pequeno “tchau” antes de Louis desligar. Falar que o seu sorriso era grande seria pouco, ele não conseguia se impedir de ficar feliz.

Claro, Harry sabia que não deveria ficar esperançoso, já teve o seu coração quebrado muitas vezes por acreditar ter achado a pessoa certa e que o faria esquecer-se de William, mas nunca dava certo. Ele queria ter esperanças de que agora seria o certo, mas, ao mesmo tempo, havia uma parte de si que já havia desistido e que apenas queria contar toda a sua história para Louis e depois se entregar a Nick, para receber o seu castigo e finalmente entregar-se de corpo e alma para aquele ser diabólico.

Depois de tantos anos, ele apenas queria descansar. Seu corpo, sua mente e seu coração apenas queriam um descanso eterno, mas ele não poderia tê-lo.

– Porque meu peito dói tanto? – Perguntou-se passando a mão por seu peitoral, onde se localizava o seu coração. – Será que esse sentimento será esquecido? Eu não posso me apaixonar novamente, esse sentimento é horrível e eu não sei se suportarei ser abandonado novamente. – Seus olhos começaram a arder e ele já previa que ficaria chorando pelo resto da noite, mas um toque de notificação o despertou de seus pensamentos. Era uma mensagem.

“Hey, não sei o que está acontecendo para que não possa mais vir aqui, mas tome cuidado, mesmo que eu o conheça a pouco tempo, eu já me importo com sua amizade. Lou xx”.

Harry sorriu. Sentia-se cada vez mais idiota porque aquele sentimento em seu peito que já fora esquecido estava reaquecendo. 


Notas Finais


Kissus kissus


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