História Kill This Love - Jenlisa - If it hurts it's because there is.

Point of View: Jennie Kim

Ontem foi nosso último show dessa parte norte americana da tour e ainda hoje iremos voltar para Seoul, como de costume nossas malas são encaminhadas primeiro para o aeroporto. Dessa vez eu acordei antes de Jisoo que somente agora saía do banheiro enquanto eu filmava alguns curtos vídeos para o nosso diário de tour. Um ponto positivo e que merece destaque em nosso grupo é que embora o BLACKPINK não esteja bem em seus bastidores, perante aos fãs a gente esquece todo e qualquer desentendimento e dá o nosso melhor.

Jennie: Unnie, quais seus planos para nossas longas férias de dez dias? -Perguntei ainda a filmando ao tempo em que ela se aproximava com a toalha no ombro-

Jisoo: Meu maior plano e ficar com o Dalgom embaixo do edredom o tempo todo e de preferência com algum protetor auricular para não ter de ficar ouvindo vocês chamar o tempo todo por Jisoo Unnie. -Imitou o jeito que a chamamos e eu prendi a risada fingindo uma falsa chateação-

Jennie: Jisoo Unnie. -Afinei minha voz para dar o meu melhor aegyo-

Jisoo: É duro ser mãe de três crianças, dois cachorros e dois gatos.

Rosé: Vamos? -Apareceu na porta e de pronto virei a câmera para sua direção- O pessoal já está a nossa espera. -Sorriu e acenou para o aparelho em minhas mãos-

Jennie: Diga olá para nossos blinks!

Rosé: Annyeong, blinks. -Sorriu toda fofinha- Enfim estaremos indo para casa. -Jichu ao meu lado bateu palmas-

Assim que finalizamos aquela pequena e rápida “tomada”, fomos para o carro que nos levaria para o aeroporto, de onde embarcaremos e em torno de quase quinze hora estaremos chegando em nossa casa e isso porque é um voo sem escalas. Alguns fãs estavam na porta do hotel esperando nossa saída e rapidamente falamos com eles, afinal tínhamos horário a cumprir.

Manager: Licença. -Pedia afastando levemente os fãs que se esgueiravam para nos oferecer cartas e flores-

Jisoo: Saranghae. -Podia ver Jisoo a minha frente acenando e dizendo “eu te amo” para os fãs-

Fomos escoltadas até o carro preto enorme que nos esperava e eu fui a segunda a entrar, sendo seguida de Rosé que foi logo passando e me obrigando a sentar ao lado de Lisa que havia saído antes de nós, ela mexia no celular concentrada e pude ver de relance o chat aberto, parecia ser com alguém próximo visto o tanto de emoji utilizado. Desnecessário! Uma pontada senti em meu peito, de ciúmes -provavelmente- e em minha cabeça de dor. O Yang não veio conosco, afinal ele tem o jatinho dele e provavelmente irá em Busan primeiro com o Kai.

Quando olhei para o lado pude vê-la de corpo inteiro e ela estava tão lindinha usando um macacão com uma camisa verde fluorescente por baixo. No mínimo, fofa! Eita, para Jennie, ela te fez sofrer. Enquanto eu brincava com Jisoo sentia flashes serem disparados em nossa direção ao passo que nos preparávamos para atravessar a rua, percebi também que Lisa e Rosé riam ao mesmo tempo em que Rosie deitava sua cabeça no ombro de Lalisa. No imenso “pátio” do aeroporto, como sempre houve um certo empurra-empurra e, graças aos nossos seguranças tudo ocorreu da melhor forma possível.

(...)

PLAY: Kill This Love (BLACKPINK)

Durante o voo eu costumo sempre dormir, mas dessa vez por atentação do destino acabei por esquecer meus remédios, um para sono e um para enjoo que tomo sempre antes de embarcar. Nem todos sabem, porém embora eu seja cantora e tenha uma vida corrida de um continente para o outro, em verdade, eu não me dou muito bem com voos, sobretudo esses mais demorados. Como todos suspeitavam que não houvesse acontecido nada de estranho entre nós, meu assento era ao lado do de Lalisa. A princípio ela até ficou meio receosa, bem como eu cogitei trocar de lugar com alguma das meninas, no entanto..., acho que a minha idade cobra uma atitude mais madura.

Lisa: Você está bem? -Sua voz era baixa, como acuada-

Jennie: Você se importa? -Rebati arqueando uma sobrancelha e vendo-a revirar os olhos-

Lisa: Eu sei que você não fica legal em voos. -Ela me conhece como ninguém- Porque não tomou seus remédios?

Jennie: Não me lembrei, sei lá... -Suspirei pesado abaixando a guarda- Sei nem onde eles estavam.

Lisa: Ham..., posso ajudar de alguma forma?! -Coçou a nuca acanhada e eu poderia ter achado isso a coisa mais fofa dos últimos dias, todavia não daria o braço a torcer-

Jennie: Acho que não. -Dei de ombros fechando os olhos ao sentir meu estômago revirar em enjoo-

Lisa: Vem cá. -Abaixou a divisória entre nós e me puxou para seus braços, devido meu estado “malemolente” apenas me deixei ir-

Sem divisória alguma entre nós duas, apenas senti meu corpo amolecer sobre o dela e seu cheirinho de bebê apenas me deixava mais embriagada, desde o sentido literal ao figurado. É incrível o poder que Lisa exerce sobre meu corpo e eu, afinal mesmo meu cérebro dizendo que eu não deveria ir, meu corpo era apenas mais um escravo e submisso de seu jeitinho Lalisa Manoban de ser.

Jennie: Não pense que estamos bem. -Ouvi uma risada leve sair por seus beijáveis lábios-

Lisa: Okay, minha garota Chanel. -Acomodei minha cabeça em seu colo, passando meus braços por sua fina cintura- Só não vale vomitar em mim. -Aproximou seu rosto do meu para fazer a brincadeira-

Jennie: Eu torço por isso também.

De pronto senti seu braço direito, além de abraçar meu corpo, começar um carinho suave em minha nuca, do jeitinho que ela sabia que eu gostava. Golpe mais baixo que isso só se fosse no “país baixo”. Fechei os olhos enterrando meu rosto em seu pescoço e me concentrando nas batidas do seu coração, ouvindo aquele tum-tum, tum-tum calminho e apreciando do seu cheirinho de bebê. Engraçado que mesmo estando enjoada o perfume dela não piorara minha situação, pelo contrário, amenizara consideravelmente o revirar do meu estômago abusado.

Lisa: Pode dormir, não vou sair daqui. -Me apertou em seus braços enquanto eu ajustava minha cabeça como num perfeito travesseiro-

Segundo a mitologia grega, Morfeu é filho de Hipnos, o deus do sono, e representava a personificação dos sonhos. Embora seja um ser alado, ele é também metamorfo o que significa que ele assume várias formas diferentes, devido a sua capacidade. Penso que talvez ele tenha assumido o corpo da Lisa, isto porque dormir nos braços dela é a melhor sensação do mundo. Já era mesmo antes de termos qualquer tipo de relação mais íntima, coisa é agora. O calor, o cheiro, a pressão e a pegada me faziam dormir como dorme enlaçado em meio às tranças de um unicórnio fofinho e rosa, daqueles saltitantes.

Point of View: Lalisa Manoban

Desde a hora que decolamos que eu havia visto e percebido que Jennie não estava bem, sei quão mal ela costuma passar em voos quando não apaga devido os medicamentos receitados. Aos poucos fui domando a ferinha e a convenci de dormir comigo, afinal estava estampado em seu rosto que ela não estava bem. Mesmo sonolenta ela não se rendia, isso até o momento em que comecei a acariciar seu couro cabeludo e sua nuca, raspava a pontinha das minhas unhas em sua nuca, subia acariciando as madeixas castanhas e sedosas, bem cuidadas.

Lisa: Porque tudo tem que ser tão difícil para gente? -Me questionava pensando alto- Tão linda, tão minha... -Sorri triste-

Continuei acariciando-a, dessa vez passando meus dedos cumpridos por sua testa, traçando desenhos imaginários. As bochechas levemente inchadas e rosadas devido o momento de sono, o nariz arrebitado sofria alguns apertões de leve como eu brincava com ela. Jennie é simplesmente uma das pessoas mais lindas que já tive o prazer de conhecer, que ela não saiba, mas encontra-se apenas atrás de Irene do Red Velvet. Sorri levinho ao pensar sobre isso, um riso triste por lembrar que ela não é mais tão minha como eu queria.

STOP: Kill This Love (BLACKPINK)

Em meio a tantas coisas chatas e desagradáveis dos últimos dias, a notícia boa é que nesses dez dias irei me dividir entre estar com Mina e com Jungkook em Busan, além de que estarei também vendo com eles e o Bambam sobre meu projeto solo de dança. Venhamos e convenhamos, é poderoso quando soa a voz no show pronunciando “Lalisa Manoban”, sobe uma sensação de poderio tremendo quando ouço aquilo e vejo todos aqueles olhares sedentos por uma apresentação da garotinha de Bangkok. Alguns fãs pedem por uma música minha como a Jennie teve, como a Rose e a Jisoo terão em breve, porém com o Yang a frente, duvido muito que eu tenha esse privilégio. Em Kiss and Make Up eu passo a música toda com pouquíssimas linhas, canto mais na versão ao vivo porque entoo uma das partes da Dua.

Enfim, o assunto aqui agora é Jenlisa.

Mal vejo a hora de tudo isso acabar e eu poder por fim tomá-la novamente para mim, até porque não é nada fácil ver a pessoa que você gosta com o cara que gosta dela. No nosso esquema eu acabo sobrando, pois que eu gosto da Jennie que gostava do Kai que ainda gosta dela que no final só gosta do Kuma. Perdida em pensamentos passei o voo todo acarinhando Nini que aos poucos começava a ressonar sobre meu pescoço soltando lufadas de ar.

Rosé: Oxe, como assim? -Perguntou ao passar por nós-

Lisa: Ela não estava se sentindo bem, acabou se rendendo. -Rosie não poderia ter soltado um riso mais malicioso-

Rosé: Ai Senhor, meu Jenlisa is real.

Lisa: Queria eu que fosse. -Suspirei- Acho que você aguenta mais um shipper não assumido.

Rosé: Lógico, até hoje sobrevivo sob as cinzas de Camren. -Riu alto e eu a repreendi quando senti Jen se mexer- Desculpa. -Pediu sorrindo-

Lisa: Vaza daqui. -A expulsei sorrindo disfarçadamente-

Rosé: Calma! -Só tive tempo de vê-la sacar o celular e na mesma da hora bater uma foto nossa- Agora sim, tchau.

Algumas pessoas tem em suas vidas o que se chama de best, eu tenho uma pest em minha vida e essa se chama Park Chaeyoung. Quanto mais ela tenta me ajudar, mais ela atrapalha e quando menos ela pensa em ajudar, acaba o fazendo. É a peste de meu coração, minha best peste.

(...)

Cheguei em Seoul destruída, afinal foram quase quinze horas dentro de um caixa voadora, quando pousamos eu sentia meu corpo dormente por o fato de ter servido de travesseiro, minha cabeça doía também, mas não poderia deixar de sorrir e acenar para nossos fãs que estendiam cartinhas e presentes em nossa direção, ainda que com uma barreira de seguranças a nossa volta. Alguns corriam ao nosso lado junto de paparazzi que filmavam tudo, outros apenas faziam um photoshoot da nossa chegada..., o mesmo processo de sempre, a diferença é que no desembarque eu sempre saio depois.

As pessoas sempre perguntam nos comentários de vídeos quando veem apenas as meninas saindo primeiro no desembarque, mas acontece que eu sou tailandesa e como estrangeira eu preciso passar por alguns procedimentos burocráticos que não é necessário para as meninas e por esse motivo eu acabo saindo depois delas. O nosso Oppa Manager sai com as meninas e volta para me acompanhar, sempre é dessa forma quando o procedimento se faz necessário.

Assim que entrei no carro pude observar Jennie novamente, afinal desde que havia acordado sua expressão havia melhorado, ela inclusive tinha me assegurado de que não sentia mais nada, apenas cansaço da viagem mesmo. Rosé e Jisoo por sua vez estavam aparentemente muitíssimo cansadas, a expressão facial dizia tudo, bem como a corporal, uma vez que Jichu se encontrava deitada no ombro de Chae que deitava sua cabeça por cima da cabeça da nossa unnie, ainda que mexendo no celular com piscadas lentas e demoradas.

Após alguns minutos percorrendo as ruas de Seoul, logo chegamos em casa, na nossa BLACKPINK House. Quando viajamos, nossos bichinhos são cuidados por os pais de Jennie e Jisoo, ou por o veterinário deles que é nosso amigo, e, antes de chegarmos a nossa equipe e produção do reality os levam para casa novamente. Por isso fomos recebidas por latidas animadas de Kuma e Dalgom que pulavam em nossas pernas em busca de atenção, Jichu na hora se soltou de Rosé e foi para o chão brincar com o pulguento do Dalgom, enquanto Jennie pegava nosso filho nos braços.

Fui em direção a meu quarto e pude ver Leo brincando de morder um brinquedo que o havia comprado de presente no seu último “mesversário”, já Lucca dormia na casinha dele. Pulei na cama agarrando meu bebê e me esquecendo completamente de minha dor de cabeça, vi Lucca levantar a cabeça e preguiçosamente vir em nossa direção se esfregando por meu pé fora da cama. O peguei e fiquei ali me esfregando aos meus filhos, conferindo se estavam tão bem quanto da vez que saí, vendo se haviam engordado ou emagrecido e fazendo aquela típica checagem de mãe cuidadosa. Ossos do ofício! Fui tirada de meus pensamentos por uma mensagem em meu celular, cogitei até ser de Mina, contudo havia número não identificado no leitor, minha curiosidade foi maior que qualquer senso ou bom senso.

PpPpPp: 나는 당신이 나를 용서하고, 단지 나를 이해하고, 당신이 누구인지 알게되어 자랑 스럽다는 것을 알기를 요구하지 않습니다.

(Não peço que me perdoe, apenas que me entenda e que saiba que eu morro de orgulho por saber, AGORA, quem você é.)