Point of View: Lalisa Manoban
Senti minha boca ainda mais seca ao ir retornando à consciência, uma mão acariciava meu antebraço e pelo cheiro eu podia identificar que estava em um hospital, podia identificar que era Jennie a dona da mão macia que me acarinhava. Sua voz estava calma me pedindo calma, mas algo estava diferente. Eu podia sentir! Logo me prontifiquei a abrir ligeiramente os olhos mesmo ouvindo seus pedidos de que eu tivesse calma. Tão simplesmente não conseguia ficar mais sem saber das coisas, como ela e as meninas estão..., se é que estão. Soltei algumas lufadas e resmungos ao sentir a claridade do quarto machucar meus olhos, tanto o fato de ser tudo branco como o da janela estar aberta.
Jennie: Bem-vinda de volta, amor. -Sorria em minha direção-
Lisa: Jennie, você... -Tentei levantar minha mão, mas ela de pronto segurou- Você está bem? As meninas como estão? Eu... -Ela estava estranha, seu sorriso me soava..., diferente!-
Jennie: Se eu estou bem? -Ergueu uma sobrancelha em minha direção- Não poderia estar melhor, amor, afinal agora eu sou uma deficiente física e a culpa é todinha da maldita que eu chamava de namorada. -Seu sorriso era venenoso e eu jamais havia visto minha Nini assim, eu jamais sequer imaginei que ela pudesse sentir algo tão ruim e poderoso assim- Ou noiva, não sei mais!
Lisa: WAIT! Como assim... deficiente física? Tipo, sem movimento? Como assim? Jennie, não brinca isso. AMOR, LEVANTA... -Pedi afobada percebendo então que em suas pernas havia um cobertor azul, uma manta para ser mais exata-
Senti meus olhos se encherem de água à proporção que a ficha caia e eu voltava a mim, lembrei de realmente ter visto Ruby Jane com o corpo retorcido no banco por não portar cinto de segurança. Meu Deus, não é possível que isso tenha acontecido. Comecei então a pedir em pensamentos que as entidades superiores me levassem logo ou tirasse de Jennie aquele castigo e o pusesse em mim, mas que apenas ela ficasse bem. Eu olhava para ela e via seu rosto retorcido em escárnio e ironia, abaixei minha cabeça como podia e consegui ver seus pés moles enquanto seu tronco era sustentado por seus braços.
Jennie: E sabe o que é mais engraçado, princesa(?!), é que você quem causou esse acidente apenas teve ferimentos leves. -Cobri a boca com a mão vendo o acesso e vários fios correndo por ali- Enquanto eu... -Riu assustadoramente- Eu vou ficar para sempre numa cadeira de rodas vendo os meus sonhos escorrerem por meus dedos, ou devo dizer minhas pernas?! A gente ia casar em agosto e você simplesmente estragou tudo, como sempre faz. Foi assim com a banda, com seu pai e seus irmãos e agora com nosso relacionamento. -Riu sem graça em minha direção-
Lisa: Amor, eu não... -Meu cenho se franzia se qualquer tipo de autorização minha e meus lábios tremelicavam como quem luta contra hipotermia-
A verdade é que eu não sabia o que dizer ou o que sentir. As lágrimas começaram a cair sem qualquer tipo de pudor, elas tão puramente escorriam marcando meu rosto e deixando sair um pouco do sentimento que eu continha em mim de dor, culpa e mágoa. Talvez se meu irmão, Yang, tivesse conseguido o que tanto queria, nada tivesse acontecido e as meninas estivessem bem. Em segurança! Funguei um pouco e senti uma mão ser depositada em meu rosto, mas eu não via a pessoa.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.