História Killer - Three

Ajeitei com calma as alças de minha mochila melhor à minha postura. Faziam alguns anos que não à pegava, já que nunca saía de casa por tanto tempo, mas segundo Sr. Kim, seria melhor que por enquanto eu ficasse em um hotel. Sabíamos que Min iria fazer contato, já que, pelo que descobrimos durante duas semanas, ele mantinha uma vigilância sobre todas as ações do departamento. Respirei fundo, dando uma última olhada ao redor e me certificando de que nada estava faltando. Caminhei lentamente até a porta, puxando comigo minha mala que fazia um barulho irritante com suas rodinhas em contato com o piso.

Alguns minutos depois estava entrando no hotel no qual havia chegado pelo uso de um táxi. Segui até meu quarto buscando por um pouco de descanso, já que não dormia direito há dias. Meus planos teriam se concluído normalmente se eu não houvesse me encontrado com uma pequena pessoa de pele clara e cabelos tão brancos quanto a aura angelical que o mesmo emitia. O garoto que parecia ter por volta de seus dezesseis anos tentava arduamente carregar suas várias mochilas, bolsas e sacolas para dentro do elevador, mas, sem obter sucesso acabou se desequilibrando e caindo de joelhos, murmurando baixo em reprovação. Observei a cena por alguns poucos minutos e me aproximei, estendendo a destra pra que o mesmo se levantasse mais facilmente. Ele aceitou, sorrindo com as bochechas coradas. Ele era tão adorável que eu me sentia culpado por observa-lo assim, descaradamente.

- M-Muito obrigado!
- Não há de quê.
- Sou Lee Minhyuk. E você?
- Son Hyunwoo. O que faz aqui sozinho? Não é muito novo?

Minhyuk riu baixinho e eu senti meu coração falhar uma batida. Era impossível alguém ser tão bonito, era pecado. Cuidadosamente peguei todas as suas sacolas com apenas uma mão, deixando-o entrar primeiro no elevador, carregando apenas a mochila com vários desenhos de animaizinhos, acompanhada de uma mala de rodinhas azul claro. Era inocente demais pra todos os pensamentos que eu havia tido nos últimos momentos sobre deixar sua pele clarinha completamente marcada.

Minhyuk me contou sobre estar em Seoul como um turista, já que morara no interior de Daegu desde seu nascimento e sempre sonhara em conhecer a capital. Ao chegarmos ao seu andar, - o qual logo descobri, coincidentemente, também ser o meu - ajudei-o a colocar suas malas sobre sua cama e logo rumei para meu quarto. Já se passava da meia noite, e apesar de contrariar uma boa parte de mim, eu sabia que deveria deixá-lo sozinho. Não era aceitável um homem como eu na casa de um garoto tão delicado à essa hora. Arrumei minhas roupas rapidamente no armário e logo tratei de tomar um banho quente. Algumas horas depois eu já me encontrava deitado em minha cama, trajando apenas uma calça de moletom e me preparando para dormir enquanto escutava as trovoadas do lado de fora e observava o quarto ser iluminado pelos raios que se dissipavam rapidamente pelos céus, deixando apenas fracos rastros luminosos por pouco segundos. Senti meus olhos se fechando lentamente até que algumas batidas na porta me trouxeram de volta do meu recente quase adormecimento. Me levantei, sonolento, indo em direção a mesma, e pela segunda vez no dia senti meu coração falhar por alguns segundos. À minha frente, um pequeno garoto de cabelos alvos e pele clara segurava uma pelúcia de um personagem que logo reconheci como algum tipo de Pokémon com grandes orelhas e alguns detalhes cor de rosa, que era quase grande demais pra ele. Ele tinha os olhos marejados e avermelhados, e os lábios cortados e me olhava de uma forma à qual eu poderia dar-lhe o mundo inteiro.

- H-Hyung, posso passar a noite aqui..?
- Hyukie! Claro, mas, o que houve?

Vi seus lábios se abrirem quando ele pensou em me responder, mas um estrondo nada amigável invadiu o recinto, fazendo um Minhyuk assustado se jogar em meus braços, escondendo o rosto em meu peito, e me deixando completamente encantado – novamente – por sua fragilidade. Abracei seu corpo pequeno com cuidado, fechando a porta e puxando-o calmamente até meu quarto, onde me deitei com cautela e o coloquei sobre meu corpo. Ele era tão leve e se adequava tão bem em meus braços, que poderia dizer sem pensar duas vezes que fora feito exatamente sob medida para mim. Lentamente senti seu corpo relaxar e sua respiração se acalmar. Os estrondos não pareciam incomodá-lo mais. E quanto à mim? Passei uma boa hora pensando sobre como era extremamente bizarro estar dormindo com o garoto que acabara de conhecer no elevador sem ao menos ter feito sexo com ele antes. Digamos que eu era acostumado à ter casos de apenas uma noite, mas pela primeira vez, eu apenas queria protege-lo.