Narrador
O vento soprava forte, fazendo as árvores da rua se balançarem bruscamente. As ruas estavam brancas por conta da neve que caia sem nenhum pudor e o frio congelante tomando conta do ar.
Miguel estava na sacada de sua casa, quando discou o número de Nicolas no seu celular e esperou o mesmo atender.
A raiva era visível em seu rosto. Não era para menos.
-Senhor? - Nicolas atendeu.
-Soube que você bateu em meu filho. - falou grosso.
-Sim, senhor, bati.
-E eu posso saber o por quê?
-Por que ele se meteu com alguém que não devia.
Miguel entrou em seu quarto soltando uma risadinha irônica.
-Você não passa de um funcionário idiota! Eu sou seu chefe! Desde quando você se deu a liberdade de se preocupar com quem meu filho se mete?
-Desde quando ele espancou o Justin Bieber.
Nicolas sabia que apenas dizendo um nome, Miguel iria entender.
O silêncio tomou conta do lugar.
Miguel fechou seus olhos lentamente, ele sabia muito bem quem era.
-E a, como eu poderia me esquecer do detalhe. - Nicolas continuou, soando irônico. Miguel continuou parado sem reação, esperando Nicolas falar.
-Roubou o carro de Justin e ainda matou o pobre cachorro dele.
Miguel desligou o celular, sem nem ao menos responder Nicolas, e desceu as escadas rapidamente.
-ACHEI VOCÊ! - um dos braços direitos de Miguel, falou empolgando quando viu o mesmo aparecer na sala da casa. - Uns dos caras mais importantes da França está nas nossas mãos! Já mandei buscarem ele. - Gabriel falava rapidamente para Miguel, mas Miguel estava olhando um ponto fixo, nem ouvindo a ótima notícia que o garoto lhe dava. -Miguel? - o chamou, percebendo que ele estava em qualquer lugar menos ali.
-Você viu meu filho? - Miguel perguntou ainda olhando para o nada.
-Chegou a pouco, deve estar no quarto dele. - Gabriel respondeu não entendendo nada. - O que aconteceu?
-Chame ele. - Miguel foi em direção ao pequeno bar que tinha na sua sala, arremangando lentamente as mangas de sua blusa social.
Gabriel continuou parado sem entender, mas deu um pulo com o grito de Miguel.
-VAI LOGO PORRA! - deu um soco na mesa ao seu lado e Gabriel subiu rapidamente.
Lucas desceu as escadas cantarolando e calmo. Deixando seu pai mais puto do que devia.
Miguel se aproximou de seu filho com dois copos de bebida e lhe entregou um. Lucas não entendeu muito bem, mas bebeu. Miguel foi até a mesa de centro e largou seu copo e se aproximou de seu filho novamente.
-Você está bem? - falou Miguel, alisando os ombros de seu filho.
-Óti... - Lucas levou um soco tão forte em seu estômago que o fez vomitar pelo chão.
Miguel fez uma cara de nojo para aquilo e tocou um pano para Lucas, que agora estava de quatro no chão.
-Se limpe! - falou já com seus olhos arregalados e raivosos.
-Quer que eu saia? - Gabriel percebeu que o clima ficou tenso e perguntou ao Miguel.
-Não! - Miguel respondeu seco.
-O que eu fiz? - Lucas falou ainda no chão.
-Fez cagada! - Miguel estava soltando fogo que nem um dragão, pois ele sabia a merda que seu filho se enfiou.
-Fizemos o que você pediu, ninguém viu nada! - Lucas falou com suas mãos sobre o estômago.
Miguel foi em sua direção e o puxou pelos seus braços, fazendo o mesmo ficar na sua altura.
-Não estou falando do carregando!
-O que então? Está falando do Nicolas? É, eu roubei um carro! - Lucas falou normalmente.
Outro soco. Dessa vez na cara.
Com a força do soco fez Lucas cair novamente.
-Porra! - Gabriel resmungou, se levantando e pronto para sair dali.
-JÁ MANDEI VOCÊ FICAR! O QUE É? ESTÁ FICANDO VIADINHO? - Miguel foi em direção a Gabriel, fazendo o mesmo se encolher na parede.
-Não senhor! - respondeu com medo.
Miguel se afastou de Gabriel e foi em direção ao seu filho, que agora estava de pé, passando sua mão pelo rosto.
-Não é o que você fez filho que me deixa com raiva. - Miguel falou calmamente, e Lucas franziu o cenho. - É a quem você fez.
-Com quem? Aquele imbecíl? Qual é pai!
-Aquele imbecíl... - Miguel respirou fundo. - É Justin Bieber.
Lucas não entendia nada do que seu pai estava falando, Miguel percebeu e continuou falando.
- Ele é um associado nosso. - Miguel arrumou as mangas de sua camisa social e se sentou em seu sofá e ficou olhando pra a lareira e tinha em sua enorme sala de estar. - Ele é chamado de Belzebu.
Lucas se sentou em outro sofá perto de seu pai o fitando, com um ponto de interrogação na cara.
-O diabo? - perguntou confuso.
-Justin não é exatamente o diabo. - olhou para seu filho. - Ele é o cara que você manda para matar o diabo.
O corpo de Lucas estremeceu ao ouvir as palavras de seu pai. Miguel continuou.
-Ele é um homem focado, empenhado e tem muita força de vontade. Algo sobre qual você não sabe muito. - Lucas travou seu maxilar no mesmo instante. - Uma vez eu vi ele matar cinco caras em um bar com uma caneta. - Miguel negou lentamente com a cabeça, provavelmente lembrando do que viu. - Com a porra de uma caneta. - sussurrou.
-Eu nunca ouvi falar nele. - Lucas disse se encostando no sofá.
-É óbvio que você não sabe! - Miguel se alterou. - É um gângster de merda!
Lucas fechou suas mãos em punhos, mas ele não podia falar nada, Era seu pai.
-Justin tinha apenas oito anos de idade, quando viu seus pais serem assassinados bem na sua frente. - Lucas ouvia tudo atentamente. - Assassinados por mim. - Lucas arqueou suas sobrancelhas surpreso. - Jeremy Bieber fazia parte de nossa companhia, assim com o Justin faz parte hoje. Se estamos aqui hoje, agradeça a Jeremy! Justin é igual ao pai, totalmente profissional no que faz. Jeremy acabou quebrando uma das regras de nossa companhia e por obrigação eu fui o enviado para matar ele, ele e sua esposa. Eu não sei o porque da esposa, Patricia, mas fizeram o mandado para ela também. Justin assistiu tudo. Quando eu recebi a notícia que um Bieber tinha entrado para a companhia, eu já sabia que era ele. Ele sabe quem eu sou, sabe que fui eu. Mas por regras e por consciência de que fiz por que me mandaram, ele não vem atrás de mim.
-Não tenho medo dele. - Lucas falou indiferente, fazendo seu pai rir.
-A alguns meses atrás, Justin foi embora com sua irmã mais velha, para Europa. Ela estava doente. Ele abandonou tudo para ficar com ela. Mas então eles voltaram para cá e ela faleceu, o deixando sozinho. Então a mula ambulante do meu filho, alguns dias após a morte da irmã de um dos meus maiores rivais, você o espanca, rouba o carro dele e mata a merda do cachorro dele.
-Pai! - Lucas se levantou com raiva. - Eu posso concertar as coisas, ok?
Miguel riu e se levantou indo em direção ao filho.
-E como você planeja fazer isso? Hum? - Miguel coçava sua barba, olhando ironicamente para Lucas.
-Terminado o que comecei!
-CARALHO! - Miguel pegou o Lucas pelo pescoço fazendo o mesmo arregalar os olhos. - ELE NÃO OUVIU UMA PALAVRA DO QUE EU DISSE! - Miguel berrou olhando para Gabriel que olhava tudo atentamente, até ele ficou surpreso com a história.
-Pai pelo amor de Deus, confia em mim! Eu posso matar ele! Por favor! - Lucas suplicava.
-MULEQUE DESGRAÇADO, OUÇA! - pegou a cabeça de Lucas com suas mãos e sussurrou em seu ouvido: - Justin vira atrás de você. E você não vai fazer nada.
Ainda segurando a cabeça de Lucas, Miguel o encarou dentro dos olhos.
-Você não vai fazer nada. Por que não pode fazer nada.
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