História Killer Queen - Eddie Munson - A Match Into Water

I kissed the scars on her skin

I still think you're beautiful

And I don't ever wanna lose my best friend

I screamed out: God, you vulture

Bring her back or take me with her

A Match Into Water

-Pierce The Veil

04/10/1984

ALICE PARKER

Era mais um dia completamente normal, monótono. Acordei, tomei meu café e fui para a escola... a maldita escola. 

Para muitas pessoas a escola pode ser um período mágico da vida delas, mas certamente não é na minha! 

Sofri bullying durante todo o fundamental, apenas ano passado, no 9ºano as coisas se acalmaram um pouco. Me tornei amiga de uma das meninas mais populares do colégio, Lana Cooper. 

Lana é a clássica líder de torcida que todos conhecem. Tem um namorado gostoso, muitos amigos, da as melhores festas, enfim, tem a vida perfeita. Não sei o por que e nem quando isso aconteceu, mas ela começou a andar comigo. 

Agora ao invés de pichações no armário, socos e xingamentos, todos os seus amigos só me olhavam de cara feia, o que certamente é muito melhor do que um olho roxo.

Quando entrei na escola, fui até o meu armário e Lana já me esperava do lado dele. 

-Bom dia Ali, vai na festa hoje né? -disse extremamente animada, ao contrário de mim...

-Eu tenho mesmo que ir? Eu não gosto de festas, seus amigos não gostam de mim, tudo se encaixa pra eu não precisar ir

-Deixa de ser fresca, eu juro que vai ser legal

-Se você diz... Mas eu não s-

-Começa as 20h, chega quando quiser loira -me interrompeu com um beijo na minha bochecha e saiu correndo. 

Minha relação com a Lana é complicada. 

Apesar de ser completamente abominado por todos, eu gosto de meninas também. Eu descobri isso quando beijei Lana. Podemos dizer que nós temos uma amizade colorida. 

Daí você me pergunta, a Lana não tem um namorado? 

Ela tem. Ele e mais 5. 

Você também pode me perguntar: e eles sabem? 

Então.....

É um de cada cidade mesmo... por enquanto ninguém descobriu. Já tentei falar mil vezes que isso não vai dar certo mas ela nunca me escutou. 

Mesmo Lana sendo maluca e aventureira demais pra mim, ela é minha melhor amiga. Todas as coisas experiências que eu já tive até hoje de coisas novas, foram com ela. 

Certamente ela não é um bom exemplo. Mas ninguém sabe disso melhor do que eu. 

Todos acham que Lana é uma santa por ser de uma família extremamente religiosa e conservada, chega até ser piada. 

Lana tem muitos problemas, ela desmaia frequentemente e nunca está com blusas de frio ou blusas maiores. Pode ser normal se você pensar sobre estilo, mas Lana sempre gostou de mostrar seu corpo. E agora quando usava blusas coladas, elas cobriam todas as partes do seu corpo. 

O problema é que ela não falava com ninguém. Todos achavam que ela está bem, e mesmo todas as vezes que eu tentei falar com ela, ela conseguiu fugir e sempre agia como se nada estivesse errado.

Passei o dia inteiro atoa, me arrumei e quando cheguei na casa de Lana já era 21h. A casa estava lotada e a maioria das pessoas já estavam extremamente bêbadas, drogadas ou trancadas em algum cômodo transando. Nada como uma festa de adolescentes cheios de hormônios, querendo se mostrarem adultos, mesmo estando no ensino médio.

Entrei na casa, tentei procurar por Lana mas não a encontrei em nenhum lugar. Algumas pessoas já começaram a me olhar estranho, com o julgamento de sempre. Então decidi ir para o lugar que eu sempre ficava nas suas festas, trancada dentro do escritório. Subi as escadas e fui até o escritório, me trancando no mesmo e fiquei vendo quais livros novos o pai de Lana tinha comprado. Eu realmente era fascinada por aquela estante. 

Fiquei um bom tempo imersa no mundo dos livros, até que comecei a escutar uns gritos desesperados e pessoas correndo pela casa. Olhei pela janela e várias pessoas estavam correndo para longe da casa 

-Que porra é essa? -falei comigo mesma e decidi descer para ver o que estava acontecendo. 

Fui até as escadas correndo, mas Lana me agarrou enquanto subia as escadas, nos trancando dentro do quarto dela.

-QUE PORRA TA ACONTEN-

Lana colocou a mão na minha boca e fez sinal para que eu ficasse me silêncio. Suas pupilas estavam dilatadas, seus olhos vermelhos, molhados e seu olhar exalava desespero. 

-Alguém entrou aqui, eu não sei quem é, ta matando todo mundo -ela disse soluçando e falando o mais baixo possível. 

Eu comecei a chorar e ficar desesperada, mas tentei permanecer em silêncio. A única coisa que precisávamos agora, era que ele descobrisse aonde nós estávamos. 

Os gritos no andar de baixo tinham parado, provavelmente todos que estavam lá já estavam mortos. 

Começamos a ouvir os passos subindo as escadas. Tentamos nos manter caladas, mas estávamos ofegantes e por mais baixinho que fosse, o nosso choro não cessava. 

Escutamos os passos pararem bem na frente na porta do quarto, e logo ele tentou abrir a porta. Vendo que estava fechada, ele começou a se jogar na porta, enquanto nós duas fazíamos o máximo de força para segurar. 

-Você tem que fugir pela janela! -Lana disse alto para mim dessa vez, para que eu pudesse ouvi-la mesmo com as batidas agressivas na porta

-Eu não vou sair daqui sem você! 

-Eu vou conseguir sair daqui, só vai por favor 

-Lana isso é suicídio!

-Então que seja! Você precisa viver

-Você também!

-Eu já estou morta Parker, eu só existo -Seus olhos estavam marejados e dessa vez ela não parecia desesperada, ou assustada. Ela só implorava, pra que eu fosse. 

Eu a encarei chorando e sai correndo, abrindo a janela e pulando. Rolei do telhado e cai no chão sentindo uma dor terrível no braço. Quando consegui me levantar, escutei Lana gritando. Eu sabia que deveria fugir mas meu corpo voltou correndo em direção a porta da casa, aonde um menino estava saindo correndo, me agarrou pelo braço que eu não estava segurando e sai correndo comigo para o seu furgão 

-VOCÊ É MALUCA DE VOLTAR LÁ PRA DENTRO GAROTA? -Gritou ele enquanto pisava fundo saindo o mais rápido possível daquele lugar.