Mesmo que seu corpo estivesse cansado, a mente de Juyeon continuava a trabalhar. Ele estava deitado em um dos quartos de hospedes do palácio de Choi San tentando o momento dormir, mas aquilo era a última ação que parecia que ele iria fazer.
Ele se levanta colocando o robe preto e vai direto para um dos quartos que Sojin estava descansando, desacordada ainda. Vendo que ela dormia tranquilamente, fez ele sorrir.
Juyeon pega uma cadeira e coloca próximo da cama, apenas observando a respiração de Sojin que era estável. Os cortes no rosto dela estavam se cicatrizando, mas deixava para ele ainda mais bonita.
- Eu te perdoo. – Ele diz baixo segurando a mão dela. – Você não precisava provar sua lealdade deste jeito, arriscando sua vida.
Momentos depois, a mão de Sojin dá uma leve tremida assustando Juyeon que pensou que estava maluco e teve que piscar diversas vezes para chegar à conclusão que talvez ele estivesse delirando por deprivação de sono.
Na cama, Sojin aos poucos vai recuperando os sensos e abre os olhos devagar, acostumando a baixa iluminação do quarto e a seu corpo dolorido até ao respirar. Ela ouve uma respiração alheia no quarto e vira a cabeça fazendo tudo no corpo doer.
- Não se mecha. – Juyeon pede desesperado. – Como está se sentindo? Precisa de algo? Eu posso chamar alguém ou até mesmo o médico e...
- Não, está tudo bem. – Sojin interrompe se sentando com dificuldades na cama e encostando as costas na cabeceira. – Como todo estão?
- Sojin, isso não é hora de se preocupar com os outros. Você quase morreu!
- Melhor eu do que você. – Ela diz baixo sem encarar Juyeon. – Além do mais, eu não tenho mais para onde voltar. Você é o líder do Clã da Luz, é novo e bonito pra caralho e ainda por cima solteiro, tem muita coisa pra fazer na frente. E mesmo que eu morresse, pelo menos teria sido pela causa certa.
- Não fale isso novamente. – Juyeon diz se sentando ao lado de Sojin. – Você pode ter feito as escolhas no passado, mas as decisões que você fez agora é o que importa. E eu devo minha vida a você.
Os dois ficam em silêncio por um tempo, sem saber o que exatamente falar. O sono de Juyeon havia sumido no momento que Sojin abriu os olhos e ele por alguma razão só queria garantir que ela estivesse bem.
- Se quiser pode continuar a viver no Clã da Luz. – Juyeon quebra o silêncio. – Acho que todos gostariam que você continuasse por lá.
- Você também?
Pego de surpresa pela pergunta sagaz de Sojin, Juyeon vira o rosto um pouco corado e responde que sim fazendo Sojin rir e se arrepender no momento por sua barriga doer demais.
- Acho que não vou poder rir por um bom tempo. – Ela diz tirando a blusa vendo a barriga enfaixada. – Essas cicatrizes, elas não são as coisas mais bonitas do mundo né?
- Como assim?
- Essa era uma das nossas maiores preocupações, digo, as soldadas. – Sojin diz encarando para a barriga enfaixada e Juyeon também começa a observar as cicatrizes no braço dela. – Nós vivíamos falando que elas eram como uma maldição, afinal os homens preferem se casar com mulheres que não as tenham. Inclusive não tem uma regra de que os líderes e os oficiais de alto escalão não podem se casar com mulheres com um corte se quer?
- Não tem nenhuma regra idiota que nem essa. – Juyeon fala tentando se lembrar. – E suas marcas são bonitas, eu gosto delas. Elas são uma forma de contar história.
- Tipo o dia que eu levei uma facada no seu lugar?
- Pode ser. – Juyeon concorda. – Não se diminua por causa delas, está bem?
A porta do nada é aberta por Yeosang que se surpreende ao ver Juyeon ali. O bruxo já esperava que Sojin estivesse acordada a essa hora, mas estar acompanhada passou longe dos pensamentos dele. Talvez os dois estivessem tendo um caso?
- É melhor eu deixar o quarto. – Juyeon diz se levantando. – Volto mais tarde.
Yeosang não diz nada, apenas tira da bolsa que havia trazido com sigo algumas poções colocando na mesa e misturando as na hora para que a mistura fosse fresca e de melhor qualidade.
- Não pude deixar de ouvir a conversa. – O bruxo diz chamando a atenção de Sojin. – Eu poço te ajudar com as cicatrizes. Notei que você tem muitas, mas primeiro beba essa poção.
- É para cheirar a vômito? – Sojin pergunta fazendo uma cara feia.
- Você quando estava com a faca na barriga era muito melhor. É uma poção que ajuda a curar mais rápido, uma das minhas melhores invenções. – Yeosang explica. – Totalmente seguro e provavelmente vai te deixar quase que novinha em folha em menos de três dias, o suficiente pra próxima batalha.
Com o nariz tampado, Sojin engole o líquido verde com cheiro horrível e sente a garganta queimar. Quando ela termina, Yeosang estende um pedaço de chocolate que ela aceita de bom grado para se livrar do gosto.
- Está vendo esse potinho? – Pergunta Yeosang segurando um potinho pequeno de pedra. – Isso aqui é o que Seonghwa usa sempre no rosto. Ele é bem vaidoso, até demais as vezes, e por ser um General ganha uns arranhões aqui e ali de vez em quando. Eu ia levar para ele, mas acho que você precisa mais. Serve para cicatrizes.
- Obrigada, Yeosang. – Sojin diz sorrindo.
- Por mais que eu concorde com o líder Lee.
Yeosang junta suas coisas antes de sair do quarto e Sojin fica ali encarando o pote em suas mãos. Mais tarde ela pensaria o que faria com o item e se realmente iria usa-lo para se “livrar” de suas marcas.
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