1. Spirit Fanfics >
  2. KURODARA!! >
  3. Rock n' Roll

História KURODARA!! - Rock n' Roll


Escrita por: Zetsubou-sensei

Capítulo 18 - Rock n' Roll


Fanfic / Fanfiction KURODARA!! - Rock n' Roll

.

 

Era um domingo qualquer de setembro.

Kurotsuchi estava sozinha em seu quarto, quando escutou uma batida na janela. Ela foi até lá e viu um passarinho de argila bicando o vidro.

– Ué?

Ela abriu a janela, e então notou que o passarinho tinha uma mensagem presa no pé. Ela pegou o papel, desdobrou e leu:

 

“Me siga”

 

O passarinho saltou para o pátio e pousou na ponte principal, esperando. Kurotsuchi sorriu, e resolveu seguir o jogo. Ela trocou de roupa e desceu para o pátio. Quando chegou na ponte, o passarinho alçou voo mais uma vez, pousando fora da área da mansão. Ela foi atrás e assim continuou sucessivamente, por várias ruas e pontes da aldeia.

Em certo ponto o passarinho a guiou até um vaso de pedra. Ali Kurotsuchi achou uma bolsinha de moedas embaixo do arbusto, e um bilhetinho escrito “Me pega”. Depois ela foi levada até um beco no mesmo distrito que conheceu Deidara. Lá haviam várias crianças de rua, que pareciam estar à sua espera. Elas se aproximaram sorridentes e estenderam a mão, e Kurotsuchi entendeu que devia entregar as moedas a elas. Em troca ela recebeu um grande pacote.

– Aniki.. o que você está tramando? – sorriu ela, enquanto as crianças iam embora felizes.

Alguns quarteirões depois, ela chegou numa torre solitária situada num canto mais afastado (quase fora da aldeia). Ali o passarinho voou para o topo e desapareceu por uma janela.

Kurotsuchi entrou pela porta aberta, e subiu as escadas em caracol. Então chegou numa espécie de apartamento no topo, e ali finalmente encontrou Deidara. Estava sentado no topo de um sofá, os pés nas almofadas e o passarinho no ombro.

– Até que enfim! – disse ele.

Kurotsuchi olhou em volta, curiosa.

– Que.. lugar é esse?

– É o meu antigo apê, hm.

Eu devia ter adivinhado.. – pensou ela.

Apesar de meio vazio, o lugar claramente tinha a marca dele. O teto pixado, restos de lámen em caixinha no chão, um flamingo empalhado num canto e esculturas de braços saindo das paredes de tijolos. Uma parede inteira tinha o grafitti de uma boca mostrando a língua, e a outra havia sido tombada pra dar lugar a uma vista espetacular da aldeia.

– Trouxe a encomenda? – perguntou Deidara.

Kurotsuchi pegou o pacote.

– Isso é pra mim..?

Deidara sorriu.

– Digamos que sim.

Então ele pulou pro chão, indo até ela pra pegar a encomenda.

– Agora, quero que se vire praquela parede, e não olhe até eu mandar.

– Ahn... ok...

Ela estranhou a ordem, mas obedeceu sem questionar. De alguma forma, estava gostando cada vez mais daquele jogo.

Quando se posicionou de frente pra parede de tijolos, Deidara foi até uma das esculturas de braços e pegou uma peruca que estava pendurada ali.

– Ponha isto.

A longa peruca afundou na cabeça dela, tapando os olhos com a franja.

– Ei.. essa não é a mesma peruca que usei naquela aposta?

– Isso aí. – riu Deidara – Foi o seu melhor disfarce.

– Só porque fiquei parecida com você.

Deidara não respondeu. Por um tempo ele ficou em silêncio, fazendo sabe-se lá o que.

– Tá demorando, aniki..

– Não olhe!

– Anda logo. To começando a me sentir igual a você.

– Você jamais seria igual a mim, Kuro..

– Ah, é? – riu ela – Como se fosse muito difícil..

Então ela separou uma mecha de cabelo do rosto, e jogou pra trás num rabo de cavalo.

– Oi, meu nome é Deidara! – imitou, enquanto rodava pelo apartamento de olhos fechados – Eu sou um artista, hum! Arte é uma explosão! Hum, hum!!

– Eu não falo assim!

– Tem razão. Falta mais “hum”!

Deidara se aproximou enquanto ela sorria, e retirou a peruca. Ela olhou para ele, e viu grandes olhos azuis-celestes que a encaravam com estranha profundidade. Ela ficou desconcertada.

Então ele jogou a peruca num canto. Chegou bem perto, e disse baixinho:

– Quero você no sofá, Kuro..

Ela congelou. Mas como era possível estar congelada, e sentir tanto calor..?

– Err.. você quer dizer.. naquele ali?

– Isso mesmo.

Foi uma pergunta idiota. Era o único sofá que tinha.

– T-tá bem.

Ela se dirigiu até o sofá cinzento e se sentou educadamente.

– Não, não assim. Deite-se.

Os batimentos cardíacos de Kurotsuchi agora estavam a mil. Ela obedeceu a ordem lentamente, tentando frear o turbilhão de pensamentos que invadiram sua mente. Deidara também subiu no sofá. Ele se agachou sobre ela como um tigre estudando a presa. Seus olhos não desgrudaram dela por um segundo sequer.

Então ele pegou os seus braços, e cuidadosamente os esticou pra trás na horizontal. Nesse momento seu rosto ficou mais próximo que nunca do dela.

– Aniki..

– Shhhh. Não diga nada.

Kurotsuchi sentiu uma algema se prender em volta de seus pulsos.

Sua respiração começou a acelerar rápido, fazendo seu peito subir e descer em contato com o dele.

Isso é.. um pouco demais pra minha primeira vez.. Não sei se estou pronta..

E como se tivesse lido seus pensamentos, Deidara se aproximou, e sussurrou no ouvido dela:

– Você vai adorar isso..

Ele fez uma pausa pra admirá-la sorrindo, e então se levantou.

– Boa viagem.

– ......O que?

Uma arrancada brusca sacudiu o sofá debaixo dela. Kurotsuchi sentiu que estava sendo arrastada pra trás, e viu o apartamento e a cara sorridente de Deidara se afastando. Em seguida saiu pela parede aberta, e caiu pra fora da torre com sofá e tudo.

– AAAAAAAAAAAAAHHHH!!!!!!!

De alguma forma a queda dela foi suavizada lá embaixo. Kurotsuchi se viu rodeada de crianças antes de ser puxada pra trás de novo, e quando se afastou viu que as crianças pulavam num colchão.

Ela tentou se levantar da melhor forma possível, mas estava algemada. Ela só conseguiu virar pra frente e ficar de joelhos, e então viu que o sofá estava sendo puxado por aves de argila.

– Ah, de novo não... – choramingou.

Era a corrida de patos de novo, só que dessa vez muito pior. Ela não estava sendo puxada em extrema velocidade por um lago vazio, mas sim por toda a aldeia.

Kurotsuchi atravessou pontes, e subiu e desceu escadas. As pessoas gritavam e pulavam pros lados quando ela passava, soltando sacos de compras no ar.

– SAI DA FRENTE!! – berrava ela, montada no sofá.

Vários objetos e alimentos foram parar ao seu lado, pegando carona. Uma hora ela entrou numa curva tão fechada que o sofá derrapou e bateu numa barraca de repolhos.

– Desculpa!!

O dono sapateava e xingava em meio aos destroços, furioso.

E antes que percebesse, Kurotsuchi estava rindo.. e ela mal pôde acreditar nisso. Ela não deveria. Mas lá no fundo, estava se divertindo..

Mas quando estava começando a curtir o passeio, ele chegou ao fim. O sofá a levou até a Mansão Tsuchikage.

– Oi! - cumprimentou Kurotsuchi para os guardas no pórtico de entrada.

Eles abriram caminho para a neta do Terceiro totalmente espantados. Nunca tinham visto uma entrada tão bizarra.

Já dentro do pátio, o sofá manobrou com cuidado até a torre oeste. Lá estava Deidara, sentado no parapeito da janela acenando pra ela. Mais três pássaros vieram e ajudaram a levantar o sofá no ar, e então Kurotsuchi foi introduzida na janela.

– Você.... não presta. – disse ela, enquanto era depositada cuidadosamente no chão.

– Eu sei que você gostou. – riu ele.

– O que tem aqui embaixo? Um skate?

– Cortesia da molecada! Só aluguei por um dia, depois eu devolvo pra gangue.

Deidara e pegou uma garrafa de vinho, e entregou uma taça pra Kurotsuchi.

– Além do mais.. – disse, servindo ela – ..você me devia pela aposta, lembra? Achei que podia me ajudar na mudança.

– Solta essas algemas, e eu ponho tudo em ordem agora...

– Ainda não. – riu ele – Se eu te soltar agora, você me mata.

– Pode apostar que mato!

Deidara foi até uma das caixas espalhadas pelo assoalho, e retirou de lá um instrumento vermelho.

– O que é isso?

– Uma guitarra elétrica..

Ele conectou o instrumento num amplificador, e passou os dedos nas cordas. Um som grave e metálico ecoou pela sala.

– Eu vou te acalmar com um pouco de música, hm.

– Essa eu quero ver..

Kurotsuchi se acomodou com os pés dobrados em cima do sofá. Deidara fechou os olhos e se concentrou. Então começou a tocar agressivamente, produzindo um som pauleira enquanto sacudia a cabeça e girava os cabelos no ar.

– “Noventa e nove por cento vagabundo, imperfeito, mas aquele um por cento é anjooooooo!!!”

Kurotsuchi levou as mãos aos ouvidos.

– Ai, mas que porra é essa?? Pára!!

Deidara interrompeu na hora.

– Que foi, não tá bom?

– Tá uma merda!

– Tem razão.. preciso melhorar a letra.

– Não é só isso! É essa.. coisa, esse som. Que diabo é essa música?

– Eu mesmo criei! Estou pensando em chamar de rock.. mas talvez chame de metal. Ainda não decidi. Acho que rock fica melhor. Rock ‘n roll.. porque tipo, aqui é a Aldeia da Pedra, saca? E eu vou botar as pedras pra rolar!

– A única pedra rolando aqui é a que você tá fumando.

Deidara sorriu pra ela.

– A arte é o meu único vício, Kuro..

Então Deidara levou os dedos à guitarra, e começou a tocar de verdade. Não uma música agressiva. Uma música melodiosa, composta por notas suaves. Era realmente bonita.

Kurotsuchi se recostou no sofá, e bebeu um gole do seu vinho.

Queria que a arte não fosse sua única paixão, aniki..

E enquanto ela ouvia aquele som relaxante, Kurotsuchi observava o jeito que Deidara tocava a guitarra. Seu rosto era sereno, e estava coberto por alguns fios de cabelo dourado. Os olhos estavam abaixados, acompanhando os dedos que percorriam toda a extensão do instrumento. Nunca antes, ele tinha lhe parecido tão belo..

Naquele momento, Kurotsuchi percebeu que estava condenada.

Estava desesperadamente atraída por ele..

Por que você me provoca tanto, aniki? – lamentou ela, em pensamento – Por que tem prazer em me torturar..?

Kurotsuchi não sabia por quanto tempo mais Deidara iria brincar com ela. Nem por quanto tempo ela iria aguentar.. mas de uma coisa ela sabia.

 

Valeria a pena esperar.

 

.


Notas Finais


Essa também era pra ser originalmente uma esquete, mas eu acabei desenvolvendo tanto que virou um capítulo..
Espero que tenham gostado!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...