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História Kyungsoose - Como saí de uma quase paixão e fui pra um eu te amo


Escrita por: Prolyxa

Notas do Autor


HELLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLOUS!

ANTES TARDE DO QUE NUNCA, CERTO? CERTO.
ÚLTIMO CAPÍTULO, WARNING, ÚLTIMO CAPÍTULO SENHOR. Último cap com nome gigantesco porque me falta inspiração pra um menor.
Já começo pedindo mil desculpas pela demora, porque sei que tinha gente esperando a atualização um tempão, mas as coisas ficaram corridas por conta da faculdade e o resto da vida, dando nesse atraso, só que agradeço pela compreensão de todos. Peço desculpas também pelo tamanho do capítulo, quase 10K pra quem até semana passada não tinha nada escrito rsrsrs, coitados dos olhos teus. Porém, vamos focar no lado bom: tem KaiSoo aqui saindo pelas culatras. Não vou enrolar muito aqui, a gente se fala nas notas finais. Então obrigada pelo carinho ♥ e...

BOA LEITURA!!!

ps.: quem shippa KrisMin aí? (mars, krismin pra você)

Capítulo 7 - Como saí de uma quase paixão e fui pra um eu te amo


 

6. Que tu ames Kyungsoo com todo seu coração, Jongin, só isso.

 

 

Yifan riu baixinho ao ser empurrado com desespero até o balcão da entrada em um abraço esmagante.

O riso não durou por muito tempo, pois uma boca faminta foi de encontro a sua e o ar, igualmente às palavras de saudade que gostaria de dizer, desapareceu dos seus pulmões em meros segundos. A boca alheia tinha um gostinho inebriante de café com chocolate, e a pele recendia a desejo mal-incontido. Yifan até tentou gemer o nome de Minseok pedindo para que não lhe apertasse muito, já que o outro às vezes esquecia da força sobre-humana que carregava naquele corpo de gente minúscula, mas ficou quieto assim que pôde enlaçar as pernas dele em seus quadris e apalpar a carne dura das nádegas do Kim, devolvendo então a necessidade que sentia por ele da mesma forma.  

O caminho até à cadeira giratória do cômodo ao fundo foi cheio de tropeços, reclamações caladas por beijos e apertos ensandecidos que provavelmente deixariam a pele não-tatuada de Yifan com hematomas. Mas ele não se importava. Não quando era Minseok o causador da bagunça em seu estúdio e em seu coração, lugar que antigamente não possuía espaço para sentimentalismo fodido, somente colesterol e infartos.

Além do mais, não se viam pessoalmente há semanas e viver daquelas mensagens acaloradas por Skype não funcionava, especialmente quando não tinham uma definição daquilo que estavam metidos. Por isso não havia controle no modo como se tocavam. Era despudorado, um tanto que selvagem e cheio da ansiedade adolescente em sua primeira vez. Não teve muito tempo para declarações românticas ou observações poéticas. Aconteceu cru, rápido. Minseok abrindo a braguilha do jeans desbotado de Yifan e descendo suas calças até o meio dos joelhos, o suficiente para aquilo que ia fazer em seguida.

Infelizmente a coisa não andou aos buracos que deveriam chegar, porque um Kyungsoo os surpreendeu no meio do ato fazendo com que os ânimos murchassem, literalmente.

− E-eu p-posso v-voltar outra hora – o miúdo gaguejou sem jeito, olhando para a cena onde um Minseok tinha as calças arriadas até os pés, o rabo rosado à mostra, enquanto se mantinha de cócoras no colo do china tatuador de braguilha aberta.

Minseok fuzilou Yifan numa careta irritada.

− Você esqueceu de trancar a porta, sua anta? – chiou.

− Como eu ia lembrar de trancar a porra da porta quando você pulou em mim e me espremeu como tubinho de pasta de dente? – respondeu sussurrado. – A culpa não é só minha, tá bom?

− Francamente, Yifan – Minseok reclamou baixinho, saindo de cima do outro de modo rápido. – Você só não é mais anta porque Deus tem piedade.

− E mesmo assim, você ainda gosta de mim.

Minseok suspirou.

− É, continuo gostando de você, mas depois disso tenho minhas dúvidas.

− Umin, que negócio é esse de dúvidas...

Kyungsoo adoraria continuar ali, apesar de ter que aguentar a imagem de ambos nus, ouvindo a pseudo-discussão do casal, mas deu espaço para que pudessem falar sem preocupações.

Ele particularmente achava interessante a maneira que cada par de namorados que conhecia interagia entre si. Yifan geralmente se comportava todo submisso com Minseok, mesmo tendo quase dois metros de altura e uma aparência de um membro da máfia chinesa. Igualzinho a Baekhyun e Luhan. Byun tinha uma personalidade forte e parecia ser o cara que demonstrava mais domínio na relação, mas na realidade, era Luhan quem mantinha as coisas nos eixos; também havia pego os dois no flagra e podia afirmar que Luhan não era tão santo quanto aparentava, e muito menos bonzinho.

− E então, Kyungsoo, qual o motivo da sua visita aqui? – Yifan perguntou alguns minutos depois, assim que tomou um ar, acalmou Minseok e pôde se mostrar apresentável. – Não é pra me atazanar de novo com o lance dos meus métodos de medicina verde, é?

− Não. Dessa vez – respondeu. – E já falei que seu negócio de botânica é tudo, menos medicina.

− Tenha dó – Yifan murmurou. – O que você quer agora?

Kyungsoo respirou fundo antes de dizer o que tanto ensaiara no espelho durante dias a fio, sempre no mesmo horário e vinte e cinco vezes seguidas.

− Quero fazer uma tatuagem.

Yifan arqueou uma sobrancelha e fez cara de quem queria uma explicação. Pelo que sabia e que estava tão cansado de ouvir, as ordens eram expressas para que o Wu jamais, em hipótese alguma, ousasse encostar os dedos e tinta na pele de Kyungsoo para fazer um desenho sequer ou estaria morto. Não sabia exatamente o motivo dessa besteira de não tatuar o Do, talvez fosse algum fetiche, mas Yifan tinha ouvido isso uma porção de vezes que não estava com vontade de se arriscar. Mas então o dito cujo aparecia ali pedindo ao tatuador exatamente aquilo que estava expresso para não fazer.  

− Jongin sabe disso? – perguntou.

− Ainda não – falou meio envergonhado. – É uma surpresa.

− Cara, ele deixou bem claro que me mataria se eu fizesse uma tatuagem em você – disse. – Não vou me arriscar.

Kyungsoo já esperava por aquilo.

− Deixa de ser mole, Yifan, que do Jongin cuido eu.

− Kyungsoo, ele vai me quebrar.

− Você faz a porra dessa tatuagem – o miúdo disse sério, espantando o tatuador com seu linguajar. É a convivência, pensou. – E fica tranquilo que o Jongin não vai encostar um dedo em você.

Restou ao outro aquiescer. Preparou tudo o que fosse necessário para o procedimento e ficou curioso com o modo que Kyungsoo estava se comportando. Apesar de parecer sério e convicto do que faria, tinha os tremelique nas mãos e Yifan assistiu o miúdo resmungar para si mesmo que tudo daria certo e que não contrairia doença nenhuma, era só um desenho, nada de bactérias e pânico, e acabou rindo com a visão. Em seguida, perguntou o que Kyungsoo tatuaria e não se espantou ao receber um pedacinho de papel branco com o conteúdo a ser desenhado em sua pele.

− O Jongin vai me matar, sabe disso, né?

Kyungsoo riu infantilmente.

− Ele vai é me matar – explicou. – De foder – completou junto de um sorriso estranhamente doce.

O tatuador entrou em choque por alguns mínimos segundos por conta desse lado perverso do baixinho que era uma novidade para si, assim como suas oscilações de humor, e acabou rindo em seguida, acompanhando Kyungsoo em sua piadinha infame. Antes, porém, de tocar a pele imaculada e de fazer os primeiros traços no rapaz, Yifan se afastou como normalmente fazia quando não tinha absoluta certeza se deveria começar e chamou a atenção do outro.  

− Tem certeza mesmo que quer tatuar o traste do Jongin em você para sempre? – Yifan perguntou, já quase prevendo a resposta que ganharia idêntica a uma que tinha ouvido um tempo atrás.

Kyungsoo ficou quieto, pensando.

− Bom, acho que agora ele é meu por esse tanto de tempo, certo?

− É o que tudo indica. E eu sei que esse negócio de para sempre é bastante louco, por isso você ainda pode fugir se pensar direito, te dou cobertura numa boa – Yifan propôs.

Só de pensar em ficar longe de Jongin foi o suficiente para que Kyungsoo se decidisse. E não era uma escolha tão difícil a se tomar no fim das contas, porque não existiria um Do Kyungsoo se não houvesse um Kim Jongin ao lado; a equação se mostrava simples assim, sem tirar ou pôr.

− Eu já pensei direito, Yifan, pode tatuar.

− Certeza absoluta?

Dessa vez, Kyungsoo sorriu.

− Estou acostumado com coisas loucas, porque eu sou assim, sabe? E o Jongin também é um, então não há nada de mais romântico nesse mundo do que sermos loucos juntos. Se possível, pra sempre.

 

 

*

 

 

Uma segunda característica muito comum no ser humano, sendo a primeira aquela de se assustar facilmente, é a sua persistência. Digo persistência pra não dizer trouxidão e masoquismo consumado diante das travancas e fuleiragens presentes no respiro de cada dia. E isso tem o costume de se intensificar caso seu coração esteja alienado no lance, porque é fato, senão regra na espécie humana, que você se torne mil vezes mais determinado quando a circunstância nada mais é do que aquela que envolva a burundanga emotiva da tua alma gêmea, a carne unha, ou a metade da tua laranja – tudo bem que às vezes a metade da tua laranja possa vir passada, ou bichada, mas é daquela fruta que você quer chupar pelo resto da vida, fazer o quê.

Isso servia para explicar o comportamentozinho bizarro que eu estava tendo naquelas semanas, porque cara, se alguns anos atrás uma criatura viesse me dizer que chegaria uma época em que eu estaria tentando conquistar o coração de alguém, e foco: um homem que vivia tendo siricutico mental, minha reação seria rir da cara desse coitado durante horas e pedir que fosse se internar depressa. De verdade, eu era desse tipo.

Na boa, eu nunca pensei que faria pra um homem coisas que sequer cheguei a fazer pras cocotinhas que saía no tempo de pseudo-hétero. Esse bonde de ser romântico, de deixar que o sentimentalismo aflorasse, bancar o meloso fodido não combinava comigo, cara. Eu era um jedi do lado negro da força por opção, tinha sangue nos olhos e vivia do lema que pregava foda-se o afeto.

Mano, que pinta de romântico eu tinha quando curtia falar muito palavrão, principalmente quando lia a parte de esportes no jornal, nem vamos lembrar da seção de politicagem; tinha o hábito de arrotar como aqueles machos de mais de dois metros de altura do basquete e às vezes metia a mão no saco pra dar uma coçada básica? Esse era meu tipo.

Melhor, se eu me casasse com uma mulher, seria um cara de fuinha do caralho que ia engordar em frente à televisão assistindo luta livre enquanto ela me trazia a cerveja e cuidava dos pirralhos − credo, essa minha imagem de troglodita machista não caiu bem, porque mulheres, apesar de significarem estresse, só que adoro vocês, queridas, merecem mais respeito, e pirralhos significam dinheiro e eu estou em um relacionamento sério com ele, então graças aos céus que não vou me casar com uma guria e que homens não podem parir.   

Mas nunca imaginei que um dia estaria de manhãzinha em frente ao prédio do cara que gostava esperando que ele saísse pra dizer um olá e ver sua feição emburrada e o olhar mortífero. Eu não me imaginaria parecendo um adolescente perturbado ao tentar descobrir o número do celular de Kyungsoo e apinhá-lo de mensagens que não eram respondidas – se bem que eu demorava um século para digitar, não fazia meu tipo esse bagulho de tecnologia, preferia falar na lata mesmo, de preferência cara a cara, coisas práticas desse tipo. Nunca chegou a passar na minha cabeça que eu ia sentir tanto ciúmes de alguém assim que a visse de sorrisos para um cara mais apessoado que eu.

Fui embruxado por uma magia das bravas ao ponto de parecer um doido varrido, com certeza, pois do mesmo modo que Kyungsoo fizera comigo quando precisou que eu bancasse seu namoradinho de mentira há quatro anos, passei a persegui-lo em qualquer oportunidade que tinha. Fosse na hora do almoço, fosse na hora de ir embora, lá estava eu marcando presença ao seu lado e o deixando frustrado à toa. Bom, eu não tinha nada de melhor para fazer a não ser me ocupar de enlouquecer a cabeça de Kyungsoo, visto que Yixing tinha me dado um tempo de férias depois que expliquei os acontecimentos e disse que não conseguiria trabalhar, até mesmo viver, se não desse um jeito na situação.

Apesar de Kyungsoo não parecer muito interessando em resolver as coisas, ou tocado com meus gestos, eu tinha um mínimo de esperança de que no fim tudo desse certo. E não era comum pra mim ser tão esperançoso dessa forma quando passei grande parte da vida enfiado no negativismo, mas como dizem, a esperança e a última que morre, porque o orgulho... Esse eu já tinha enterrado. Além disso, ser rejeitado por alguém não era uma das coisas no qual estava acostumado a levar como experiência de vida. Geralmente, em especial na época que eu era mais novo, as garotas vinham até mim, e eu só fazia o que elas queriam, nada fora disso.

Mas o Kyungsoo quis esfregar cada palmo da minha cara no asfalto se fazendo de difícil, me deixando no vácuo e assistindo cada partícula do meu corpo arder de ciúmes a cada vez que ele aparecia ao lado daquele loiro turbinado saído de uma capa de revista pra meninas adolescentes. Tudo bem que havia o ponto que ele estava totalmente em seu direito, eu tinha sumido e blá-blá-blá-blá, ele estava magoado e blá-blá-blá, a culpa era toda minha e blá-blá-blá, só que meu, essa novela mexicana estava foda, sabe?

Eu era um broto ao se tratar de coisas do coração. Tudo era novo pra mim, inclusive lidar com a rejeição sentimental, ou com aquela dor no peito que me pegava do nada quando via Kyungsoo aos sorrisos com outro, ou quando deitava na cama e virava de lado imaginando como seria bom ter alguém ali para encher o saco, abraçar, encher de beijos... Como seria bom ter Kyungsoo do outro lado da cama. Deveria ser praga, isso, só podia ser praga, pois passei grande parte da vida julgando e achando clichê aquelas coisas de primeiro amor que rolava nos filmes e a minha situação era exatamente uma réplica homossexual na versão estendida. 

Porque idiotice ou não, Kyungsoo era pra mim como aquela coisa tosca de primeiro amor. E primeiro amor doía, porra, nem vinha com manual de instrução de como lidar com tudo e ainda ficar bem no final.

Por isso eu me estressei. Ah, cara, não estava aguentando a rejeição do Kyungsoo. Todo dia era a mesma coisa, todo dia ele me fazia sentir um lixão ambulante e sabe, dizem que paciência é como um oceano, mas o meu oceano tinha secado todinho por causa do sol escaldante que era aquela criatura desalmada. Daí explodi e tomei uma decisão de apelar com medidas drásticas. Apareci certo dia à noite em sua casa, fiquei em frente ao prédio recostado na moto e tendo um bilhão de ideias à mente, tudo culpa do Baekhyun. Eu ainda não entendia o motivo de pedir conselhos ao Baekhyun.   

− Então você gosta dele tanto assim? – meu primo perguntou depois de, dias atrás, eu ter passado alguns minutos jogando em suas costas minha frustração afetiva.

− Estou fazendo do caralho a quatro pelo Kyungsoo, inclusive reescrevi um poema de rosas são vermelhas, um poema!, e mandei pra ele com um buquê de flores de plástico, porque ele é alérgico e flores podem carregar germes – expliquei. – E você ainda me pergunta se eu gosto daquela coisa tanto assim?

− Meu senhor, e anos atrás eu ainda pensei que você fosse hétero, mas olha aí, escrevendo poema e mandando flores de funeral pro namoradinho. Francamente, mais viado que você nesse mundo não existe. – Riu em seguida. – Luhan! – gritou para o namorado que se encontrava nos fundos do bar checando os produtos que deveriam abastecer o lugar. – O Jongin é mais viado que eu!

Suspirei em derrota, nunca pensei que chegaria o dia em que Baekhyun, justamente o Baekhyun, me zoaria dessa forma.

− O que eu faço? – prossegui. – Já tentei chocolates, flores, poemas, ursinhos antialérgicos, mensagens por celular, e tudo aquilo que você possa imaginar. Mas nada faz diferença pra ele, porque continua sorrindo pro branquelão do trabalho.

Baekhyun deu de ombros.

− Mas quem é que não sorriria para o Sehun? Por favor, aquele garoto faz qualquer um ter vontade de abrir as pernas. – Bufei e fuzilei Baekhyun com ódio. – Okay, okay. Bom, você sabe que sempre dá pra recorrer a um sequestro, né? Manter Kyungsoo em cativeiro e tal até que ele desenvolva síndrome do Estocolmo e te ame loucamente.

− Byun Baekhyun, a ideia é tentadora, mas você não está me ajudando muito – disse. – Kyungsoo gosta de você, vivem conversando por telefone, por que não me auxilia?

− Está pedindo pra eu interceder por você?

− É!

− Querido, você não sabe que em briga de viado não se mete os culhões? – perguntou como se fosse óbvio para mim. Claro que era óbvio, eu só tinha me assumido um há pouco tempo e até havia decorado o manual de como ser um afetado seguindo a etiqueta da sociedade dos que gostam de namorar com o traseiro; isso era mais que evidente, Baekhyun! Minha nossa, como pude esquecer dessa regra? – Mas também tem uma outra opção.

− Qual? – questionei desanimado.

− Medidas drásticas – falou.

Franzi o cenho, sentindo uma confusão me dominar.

− Que diabos é isso?

− Medidas drásticas, Jongin – disse novamente, dessa vez com um sorrisinho nos lábios e uma sobrancelha arqueada de leve. Como não expressei reação porque estava confuso, Baekhyun revirou os olhos. – Nossa, os neurônios mandaram lembranças.  Criatura, dá um motivo pro Kyungsoo ter que escolher, isso é uma medida drástica. – Ainda me mantive sem reação. – Sua anta, uma medida drástica é igual ao que fiz te ligando pra dizer que o Kyungsoo estava namorando, aí você veio rapidinho.

− Acha que vai funcionar com ele?

Meu primo anuiu a cabeça.

− Isso funciona com qualquer um. E não é querendo ser muito sincero, mas já sendo, preciso dizer que você é um pouquinho burro ao não perceber que cara, que pessoa no mundo não gosta de receber flores, chocolates ou poema?

− O Kyungsoo.

Baekhyun riu.

− Você é a prova viva de que o amor não é só cego como surdo, tapado e tão Jongin.

Se ao menos Baekhyun tivesse me contado o que sabia, e ele sabia muito, eu não estaria naquelas situações dramáticas, porque é fato que quando você gosta muito de alguém, e nem adianta negar, você fique meio burro, deficiente em todos os lados emocionais; vê coisa aonde não existe, acaba deixando de perceber os detalhes importantes e age como um adolescente desesperado que só faz cagada. Sério, se a porra do meu primo ao menos tivesse dito que Kyungsoo gostava de receber minhas mensagens de manhã com aquele emoticon de óculos escuros, ou as mensagens de boa noite seguidas do “Senti sua falta, miúdo”, “Vou sonhar com você essa noite, sonha comigo também?”, tudo seria mais fácil pra mim.

Não dava para perceber, ou talvez sim se eu prestasse mais a atenção nas pequenas coisas, mas os olhos de Kyungsoo brilhavam ao me ver em frente ao seu prédio em algumas manhãs. Ele até mordia os lábios e eu pensava que era de raiva, só que na verdade o ato significava que ele estava tentando não sorrir para mim; no fundo, estava tão feliz quanto eu ao vê-lo mais um dia.

Kyungsoo não era muito chegado em chocolates, porém, o doce se tornou seu favorito naquelas semanas em que mandei caixinhas de bombom caro. Os bilhetes que eu mandava com frases que jamais pensaria em escrever na vida eram todos guardados com cuidado em uma gaveta só com coisas minhas que havia conseguido com Baekhyun no decorrer do tempo – uma camiseta velha de uma banda de rock que às vezes usava para dormir, um isqueiro, meu livro favorito, uma foto minha de quando criança. Se ele ainda me odiava? Claramente. Se gostava de me ver sofrendo? A resposta era óbvia, mas Kyungsoo sempre se encontrava ansioso para o próximo dia, se perguntando o que eu faria a seguir.

E eu não fazia ideia dessas coisas, saca? Eu não entendia merda nenhuma de estar apaixonado, imagina ler nas entrelinhas esses lances de ainda gosto de você, mas vou deixar você pensando que te odeio. Sinceramente, gostar de alguém deveria ser como soltar pum, se a gente tá a fim, solta, senão, mano, qual é o sentido de ficar guardando gases pra dar prisão de ventre e ferrar com tudo? Um questionamento pra se levar na vida e facilitar as coisas para pessoas defasadas intelectualmente como eu ao se tratar de sentimentalismo.

Então decidi ir à casa do Kyungsoo. Fiquei esperando em frente ao prédio matutando com meus botões o que deveria falar, coisa essa que me deixou nervoso e fez tudo sumir da cabeça; que descansem em paz as minhas unhas roídas. Pensei que fosse ter uma taquicardíaca ali mesmo e no instante que quase peguei meu traseiro para ir embora, Kyungsoo chegou. Chegou com o tal do Oh Sehun. O garoto tagarelava alguma baboseira em sua orelha e ele somente aquiescia em resposta, parecia um pouco chateado e eu juro, torci para que estivesse mesmo e que fosse por causa de estar sentindo falta dos mimos que eu não mandava há certos dias.

Se vamos sofrer por burrice, que o sentimento seja compartilhado justamente.

− Agora virou papa-anjo, Kyungsoo? – comecei atacando de uma vez.

Seus olhos de baiacu, que eu francamente adoro, voltaram-se para mim depressa. Houve um pouco de surpresa e daí ele vestiu a armadura do ódio em menos de um instante tomando uma posição defensiva em frente a Sehun.

− Vai se ferrar, Jongin.

− Mais do que já estou por sua causa? – respondi com ironia. – O único jeito que eu quero me ferrar agora é em uma cama, e de preferência com você.  

Kyungsoo mordeu o lábio inferior demonstrando desagrado com a resposta e suspirou.

− Certo, você venceu – resmungou. – Vamos logo com isso.

− Logo com o quê? – perguntei.

− Logo com a gente – falou e gesticulou freneticamente em minha direção e para si mesmo. – Vamos falar sobre nós de uma vez e acabar com isso.

Sorri largo pelo triunfo, pois uma conversa decente era tudo o que eu precisava ter com ele, e poderia continuar sorrindo se não percebesse a presença de Oh Sehun ao lado de Kyungsoo.

− Vaza, guri – mandei. – Desinfeta.

Sehun embranqueceu com a ordem. Era óbvio que ele tinha certo medo de mim, porque toda vez que eu ia encher o saco de Kyungsoo na saída da empresa o garoto só faltava ter um ataque de asma e sair gritando pela polícia. Eu compreendia o sentimento, às vezes ficava manjando ele e fazendo gesto de cortar a garganta em sua direção, então dava para entender seu desespero. Até aposto que se ele estivesse no meio de uma rua escura e eu em uma ponta, enquanto havia o diabo na outra, Sehun preferiria correr para os braços do tinhoso do que tomar o meu caminho. No entanto, era bom saber que o garoto não tinha absolutamente nada com Kyungsoo, somente uma grande amizade, apenas isso. 

Antes que desse com o sebo nas canelas, Sehun virou-se para Kyungsoo e sussurrou um baixinho “Você ainda tem aquele spray de pimenta que te dei, certo? Se as circunstâncias pedirem, use sem medo. E não se esqueça de ficar com o celular por perto, a polícia está na discagem rápida. Depois disso, o garoto praticamente correu.

Kyungsoo me fitou mais uma vez e passou por mim fazendo um simples gesto com a cabeça para que o seguisse rumo ao prédio. A subida até seu apartamento foi muda, ele na frente e eu atrás seguindo seus passos ritmados pela escadaria estreita em formato de caracol – seu prédio era antigo e sem a tecnologia de um elevador decente. Assim que chegamos frente ao 7 cravado na porta, Kyungsoo parou, deu uma leve olhada por cima do ombro e suspirou, aí enfiou a chave na porta e abriu.

Já estivera uma vez no apartamento de Kyungsoo, foi quando fizemos aquela viagem longa até à casa da sua avó. Não entrei, só estive parado de frente com a porta e pude ver ligeiramente o lugar por dentro, tudo era pequeno ali, um quarto, uma cozinha, a sala minúscula e o banheiro; limpo, organizado e todo Kyungsoo. Pela segunda vez em frente seu apartamento, notei que as coisas continuavam da mesma forma. Tudo ainda era pequeno, limpo, organizado e Kyungsoo.

Ele fez todo um ritual de acender e apagar as luzes da casa, deu comida ao hamster gorducho que ficava preso em uma gaiola limpíssima, arrumou o controle remoto da televisão que estava, na sua cabeça, torto sobre a estante repleta de livros sem um fiapo de pó e então parou no meio da sala pequena e me olhou sem jeito, em seguida, se sentou na ponta do sofá de três lugares indicando pra que eu fizesse o mesmo. Um lugar vago nos separava e um silêncio também, não fazia ideia do que falar e parecia que ele também não.

− Hmm... Okay – comecei nervoso. – Antes de tudo, posso te pedir pra que a partir de agora seja sincero comigo?

Kyungsoo pensou durante alguns segundos e concordou.

− E você, a partir de agora também vai ser sincero comigo? – perguntou.

− Estou sendo sincero com você desde que cheguei na cidade – disse. – O tempo todo. – Ele não expressou nada, nem mesmo de que falaria algo a seguir, então prossegui. − Tem algo que você quer perguntar ou falar pra mim?  

Não parecia que o miúdo ia abrir a boca, mas me surpreendi quando ele o fez.

− Por que você insiste tanto nesse negócio de “nós”?

Aquela era uma pergunta importante pra qual merecia uma resposta à altura. Eu ainda não sabia bem o que dizer, mas decidi calar a barulheira que minha cabeça se encontrava pra pelo menos responder algo decente e sincero. Não queria voltar ao passado e reviver todos os mimimis dos motivos de ter ido embora, um momento teria que fazer isso, porém, naquele instante eu somente desejava que ele entendesse que, por causa do passado, eu tinha visto o óbvio: estava apaixonado, e que torcia pra que existisse um possível nós.

− Olha, Soo, o coração da gente é relativo, saca? – iniciei a explicação. – Uma hora ele gosta de alguém, e na outra, se apaixona. – Respirei fundo ao ver seus olhos levemente arregalados com o que disse e continuei. – E eu sei que deveria ter voltado ou pelo menos ligado, mas eu não me sentia digno pra fazer isso. Fui idiota? Fui idiota. Mas não houve sequer um dia que deixei de... – fiz uma pausa pra pensar em uma palavra melhor. – De sentir você.

− Mesmo longe? – sua voz saiu baixa.

− Sim, mesmo longe de você – disse. – Acha possível uma coisa dessas?

Suas sobrancelhas se uniram brevemente e quase pude ver aquele Kyungsoo de antes que estaria correndo para meus braços num simples sorriso.

− Acho duvidoso – respondeu por fim, com a voz ainda num sussurro. – As probabilidades e circunstância me dizem outra coisa. Enfim. Não sei o que dizer.

Aquiesci e pensei em algo que pudesse contornar a situação.

− Você pode duvidar disso, mas Soo... sinceramente, ficar longe de você era uma droga quando meu coração não se contentava mais em só gostar.

Mal acabei de dizer isso e encurtei o espaço que nos separava. Eu tinha que apostar tudo, ir em frente e colocar todas as minhas fichas naquele momento, porque não existiria outra chance. Se eu falhasse, ele me escaparia pelos dedos e eu... eu não sei o que faria caso não conseguisse passar o resto da minha vida ao lado dele, cara. 

− Eu deixei de acreditar no felizes para sempre quando pequeno, mas por sua causa, Kyungsoo... – Fitei seus olhos escuros que agora pareciam meio marejados. – Por você, Soo, eu desejo que o felizes para sempre seja real.

Houve um silêncio.

− Jongin, você não tem ideia de como eu fiquei por sua causa – finalmente falou. – Eu nem deveria ter ficado daquela forma, a gente nem tinha nada, mas você sempre estava lá. Jongin. Jongin. Jongin. Jongin, minha cabeça ficava. Você não sumia. E por quê? Porque... porque v− Kyungsoo se calou abruptamente e as primeiras bolhas salgadas escorreram por seu rosto, então ele respirou fundo para que continuasse. – Porque você era a droga da pessoa que eu gostava! – Tentei me aproximar mais e sequer seu rosto, mas ele foi mais rápido e o fez furiosamente. – Porque eu gostava de você. Muito – sussurrou. – E eu não quero mais isso. Não quero mais, sabe?

De novo, tentei secar seu rosto. Acabei conseguindo deslizar as pontas dos dedos por sua bochecha molhada, fazendo com que seu rosto se levantasse e que seus olhos acabassem fitando os meus. No entanto, Kyungsoo balançou a cabeça em uma negativa e afastou minha mão dizendo um baixinho “não, por favor, não”.

− Tudo bem, entendi – murmurei. – Que você possa ser feliz no seu para sempre seja ele com quem for.

− Que você possa ser feliz também, Jongin – respondeu num fiapo de voz.

Sorri, meio triste.

− Sou muito filho da puta pra conseguir ser feliz longe daquela pessoa que eu gosto.

− Não diz uma coisa dessas – pediu.

− Por quê?

− Porque... porque... – Ele parou de falar e fechou os olhos. − Porque me faz ter vontade de ficar com você mesmo depois desses quatro anos.

− Você sabe que pode ficar comigo.

Kyungsoo fungou.

− Jongin, foram quatro anos. Quatro porras de anos! – respondeu.

Toda vez que esse tanto de tempo era lembrado duramente, toda vez que eu percebia o quanto tinha sido idiota, me batia uma vontade insana de voltar lá atrás e refazer as coisas, mas eu não podia.

− Você fica sexy falando palavrão – comentei pra descontrair, o que não surtiu efeito com a resposta dele.

− Você me fodeu, Jongin!

− Na verdade, Soo, não tive a oportunidade de fazer isso, mas vontade foi o que não faltou – observei.

− Pelo amor de Deus, você não presta.

− Sim, eu não presto – concordei. – E talvez você continue gostando de mim mesmo assim?

− Gosto nada.

− Então prova pra mim que não.

− Não tenho que te provar nada, Jongin.

− Mas eu preciso disso – disse, já próximo demais dele. − Preciso provar o quanto gosto de você.

Sabe quando você vai ter seu primeiro beijo, especialmente com aquela pessoa que você gosta muito? Que bate aquela ansiedade, que cresce um negócio estranho no estômago e suas mãos tremem assim que sente a respiração quente da outra criatura na sua cara? Aí seu coração parece estar sofrendo um troço, só que um troço bom e que você quer que repita? Pois bem, eu estava quase desse jeito.

Quer dizer, eu não me lembrava do meu primeiro beijo, não fazia ideia se era dessa forma, e muito menos havia tido na adolescência uma pessoa que me deixava balançando, mas poder sentir essas coisas todas no instante em que segurei o rosto de Kyungsoo e vi seus olhos quase fechadinhos me olhando, nossa, foi demais. E depois que minha boca colou na sua, que ele se deixou levar e não se importou com os germes e bactérias, meu coração ficou aos pandarecos. Kyungsoo se amoleceu e me aproveitei disso para inclinar seu corpo na guarda do sofá, facilitando dessa maneira o nosso beijo. Em determinado momento, as mãos que se prendiam em meu pescoço desceram em direção ao meu peito e então me empurraram.

− Não faz isso comigo – murmurou. − Não quero voltar a pensar em você, você, você, você, você, você.

Deixei que um suspiro derrotado escapasse da minha boca castigada pelo desespero dele em me beijar, imagina se precisasse me provar alguma coisa, e me levantei. O jeito seria mesmo apelar as tais medidas drásticas que Baekhyun havia dito. Por isso caminhei até à porta ouvindo seu corpo farfalhando atrás de mim e parei de repente, me voltando pra ele e sua aparência em uma bagunça.

− Eu espero que um dia você possa me perdoar por todo mal que te causei – disse. – Mas me promete uma coisa? – perguntei e ele aquiesceu. – Seja feliz, tá bom? Por favor.

− Você tam−

− Não – o interrompi. – Já falei que não vou ser feliz longe de você, eu não consigo isso, especialmente aqui nessa cidade onde posso te ver a qualquer momento, por isso vou embora pra deixar as coisas confortáveis. – Depois que falei isso, vi seus olhos se arregalarem brevemente e nomeei esse momento como a tal medida drástica. Falei que ia embora, era o ultimato pra ele. – Assim eu não vou estar toda hora na sua cabeça – murmurei já me aproximando de novo para o finale. – Mas pode apostar que você vai estar na minha. Como sempre esteve.

Dito isto, apertei Kyungsoo em uma abraço e o larguei depois de ver que, se ele se decidisse em não me dar uma chance, seu corpo nunca mais se encaixaria no meu como naquele momento. Sofri sozinho interiormente e arqueei com as consequências. Eu tentei, tentei mesmo, e deixei aquela brecha no final pra que ele pensasse a respeito, pra que ele não me deixasse ir embora dessa vez se ainda seu coração e sua cabeça me quisessem por perto, porque eu queria, queria com toda minha existência passar o resto da minha vida com ele, contudo, ele quem tomava a decisão de me escolher também.

Era sério, porra, Kyungsoo tinha se tornado tudo pra mim.

Saí de seu apartamento com os lábios ainda quentes pelo último beijo que deixei carinhosamente em sua testa e com os dedos formigando pelo toque demorado que larguei em sua bochecha. E é claro, repassando mentalmente a coisa mais sincera que eu já tinha dito a ele.

−  Eu quero muito que você seja feliz sem mim, mas toda vez que penso em outra pessoa ao seu lado, sinto inveja – sussurrei –, porque gostaria de ser o único que precisaria escovar os dentes antes de te dar um beijo, de ver você acendendo e apagando as luzes antes de se deitar ao meu lado na cama ou de ter que me banhar no álcool em gel pra simplesmente te dar um abraço, é sério, Kyungsoo, eu não importaria de fazer isso.

− Você é maluco? Por que não se importaria?

− O coração da gente é relativo, lembra? Uma hora se apaixona, e na outra, ama. E eu tenho certeza de que não estou só apaixonado por você.

 

*

 

 

Naquela época de quando eu era minúsculo e morava com minha avó, meu primo Baekhyun tinha um hábito infeliz de, em noites estreladas e calorosas onde os pernilongos faziam a festa no sangue alheio, me obrigar a subir no telhado de casa com a matraca da sua existência grudada nas minhas canelas resmungando pra que tivéssemos a sorte de ver uma estrela cadente. Eu já tinha dito a ele que esse negócio de estrela cadente era baboseira fiada, que na realidade não passava de um pedaço de rocha que viajava pelo espaço e que se desintegrava na nossa atmosfera antes de tocar o solo do nosso planeta ganhando aquele brilho

O ranheta do meu primo não acreditava na verdade de que se aquela rocha maldita que ele tanto venerava caísse no chão faria de todo mundo uma versão humana de frango frito. Baekhyun, no entanto, continuava me dizendo pra que parasse de estragar sua felicidade e que tivesse mais imaginação, porque ver uma estrela cadente era praticamente raro e elas eram mágicas. Okay, com criança teimosa era melhor não se discutir. Porém, em muitas noites que a gente estava sujando o pijama no telhado sem que vovó soubesse, vimos diversos pontos luminosos no céu que pareciam cair logo ali pertinho. Baekhyun fechava os olhos, juntava as mãos e fazia um pedido, eu ria dele e soltava um pum pra estragar o momento.

Na noite que saí da casa de Kyungsoo e baixou aquele espírito negro de fazer muitas besteira na vida onde juntei todas as minhas força e fui em direção ao bar de Luhan pra afogar as mágoas, acabei vendo uma estrela cadente. Na verdade, quem viu foi o chinês. Eu acabei não bebendo uma gota sequer de qualquer coisa que me fizesse dar vexame e ajudei Luhan com os universitários pinguços que não queriam ir pra casa sofrer a realidade de que estavam com disciplinas pendentes até na borda do rabo. Na hora de fechar o bar, Luhan acabou olhando pro céu e chamando minha atenção.

− Jongin, uma estrela cadente! Faz um pedido – mandou.

Eu sinceramente não ia fazer, quase que mandei Luhan às favas com toda aquela merda, mas pensei antes de me estropiar, porque apesar de ele parecer delicado, o chinês era mais velho e tinha um lado obscuro que às vezes dava certo medo – boatos de que ele separou uma briga fodida sozinho no bar sem levar um arranhão e que ainda deixou dois de cama −, em especial naquelas coisas que Baekhyun gostava. Tudo o que importava pro Baekhyun, tudo que aquela anta ambulante acreditasse, Luhan também acreditava. Idiotices do amor. Então olhei depressa pro rastro luminoso que cortava o céu e fiz um simples pedido.

Kyungsoo.

− Seu pedido será realizado, Nini – Luhan disse em seguida, passando os braços ao redor de meu pescoço e me fazendo curvar pra que ele bagunçasse minha cabeleira. – É como Baekhyun diz, esperança é como um fiapo raro de luz que a gente vê no céu, é difícil de ver, mas quando aparece é mágico.

Daí Luhan me deu um abraço apertado que quase fez eu desabar as estruturas másculas todas de uma vez. Ele acarinhou minha cabeça do mesmo jeito que faz quando Baekhyun está todo jururu pelos cantos sem motivo aparente, como se fosse uma mãe dizendo pro gurizinho que tudo ia ficar bem no final. Bom, eu gostei, confesso que gostei, fazia tempo que não ganhava carinhos como esses e eu estava um pouco sensível pra minha infelicidade.

− Agora precisamos de uma novela, chocolate quente e Baekhyun pra te animar.

Acho que nunca fui tão grato na vida em ter Luhan e meu primo ao meu lado sendo minha família como naquela noite. Eles eram as melhores pessoas do mundo e eu muito sortudo por tê-los comigo em qualquer momento, fosse na alegria, fosse na tristeza, me fazendo rir e me dando motivos pra acreditar que tudo ia ficar bem no final.

Foi exatamente uma semana. Uma fucking semana sem uma possível resposta e meu desânimo tomando conta. Baekhyun ainda continuava pedindo pra que eu ficasse ali, pra que não fosse embora, mas estava sentindo falta do pessoal da oficina e meu tempo de férias chegava ao fim, não podia esperar pra sempre. Além do mais, parecia que a medida drástica que tinha tomado só fez com que as coisas tomassem um rumo, ir embora se mostrava angustiante de novo, mas inevitável.

Entretanto, numa manhã de um sábado nublado, enquanto eu estava arrumando o carro fodido que Baekhyun tinha conseguido mandar aos céus, Kyungsoo veio me ver. Ele. Veio. Me. Ver. Porra.

− Jongin – Baekhyun chamou. – Você tem visitas.

Eu havia acabado de colocar o macaco debaixo do carro e erguido a jiraia pra que pudesse deitar no carrinho de rolimã improvisado que fiz pra deslizar ali no chão e ver o que estava pegando no escapamento quando Baekhyun disse aquilo, então suspirei irritado em resposta. Eu não tinha dormido muito bem na noite passada, a música do radinho que coloquei do lado pra ouvir era deprimente, eu estava todo sujo de graxa e não me encontrava a fim de conversar com ninguém. 

− Diz que eu morri. Que fui preso por compactuar com Yifan e sua medicina verde, ou que estou rolando nos campos macios de Nárnia, mas não quero ver ninguém.

 Baekhyun riu.

− Nem mesmo o Kyungsoo?

Não precisou que Byun repetisse aquele nome duas vezes pra que eu mais que depressa empurrasse o carrinho pra frente dando de cara com um Kyungsoo ao lado do meu primo. Bolsa transversal cortando o corpo, um jeans azul, o suéter preto e os cabelos revoltos por culpa do vento que tinha lá fora em sinal de uma breve chuva. Não chorei com aquela visão porque ia ser feio demais eu chorando naquela idade por causa de um homem, mas foi quase, mano, quase.

Baekhyun riu baixinho do meu jeito abobado com a presença do visitante e piscou em minha direção murmurando “Boa sorte, Nini”, depois saiu da garagem e nos deixou sozinhos.

− Soo – sussurrei.

Ele se manteve parado, aí me lançou um bom olhar assim que o chamei, olhar este que avaliou meu eu por inteiro, inclusive a sujeira que eu estava por aquela graxa me manchando todo, e então baixou os olhos e deu leves balanços com o corpo pra lá e pra cá. Ele parecia um pouco nervoso.  

− V-você foi sincero comigo em tudo aquilo que me disse? – murmurejou.

− Cada frase, cada palavra ou gesto, Kyungsoo, tudo saiu daqui – falei depressa e apontei pro peito.

Ele puxou o ar para os pulmões e me fitou.

− Eu te odeio, Jongin. Nossa, odeio mesmo – Kyungsoo resmungou ligeiro. – Você fica constantemente na minha cabeça, não me deixa dormir, não me deixa te esquecer. Kim Jongin. Kim Jongin. Kim Jongin. Kim Jongin. Kim Jongin. Eu fico pensando em você o tempo todo – ele disse rápido e de um jeito bonitinho, sem me olhar nos olhos e parecendo desesperado. – E depois aparece e me diz um monte daquelas coisas e me deixa ainda pior.

Kyungsoo ficou em silêncio enquanto olhava pro chão.

− Eu estava tentando te esquecer, sabe. Queria desaprender de gostar daquele sentimento que deixa meu coração confuso toda vez que você fica invadindo minha cabeça sem permissão – disse baixo. – Mas não consigo te esquecer. Não quando você acabou se tornando a droga do meu transtorno obsessivo compulsivo favorito – segredou.

− Tá dizendo que eu sou esse seu negócio de doido?

− Jongin, não estraga o momento, por favor.

− É que eu achei meio romântico da sua parte – cochichei. – Foi estranho, mas bonito.  

Kyungsoo, pela primeira vez em todo aquele tempo que estive na cidade correndo atrás de si, deu seu primeiro sorriso pra mim. O sorriso saiu tímido, um pouco envergonhado e hesitante, mas era meu. Só meu.

− Não parece que você vai sumir da minha cabeça tão cedo, e eu te odeio por isso, Jongin, sério, só que eu ia me odiar mais ainda se te deixasse ir embora de novo.

− E isso significa que...?

− Que eu ainda te odeio muito – respondeu. – Mas que prefiro te odiar com você do meu lado. 

A felicidade era tanta que quase coloquei pra fora os bofes das lágrimas acumuladas durante dias a fio. E quase tentei abraçá-lo, mas parei no momento em que me dei conta da porqueira que estava, coisa que faria ele ter um treco se eu ousasse enchê-lo de beijos e apertá-lo até a morte todo sujo de graxa. 

− Me espera aqui, tá? Vou tomar um banho rápido pra poder fazer loucuras com você.

E assim que terminei de dizer isso, dei as costas pra ele caminhando em direção à saída da garagem. Contudo, um toque frio no meu braço me fez parar e voltar.

− Só promete que não vai me deixar de novo, por favor? – pediu.

Seus olhos arregalados possuíam um brilho úmido e de novo, quase fiz a besteira de tocá-lo com as mãos pretas de graxa. Acho que se eu tivesse tocado mesmo, ele não diria nada; teria um surto depois, mas não diria nada naquele momento. Porém, me limitei a me aproximar mais e encostar minha testa na sua, antes dando um leve beijo pelo local e deixando um carinho com a boca na sua bochecha. 

− Pra onde mais eu iria, Soo, se viver sem você já não faz mais sentido pra mim, uh?

Foi Kyungsoo quem tomou a iniciativa de buscar minha boca com a sua. Fui eu que correspondi o ato mordiscando seu lábio e foi ele quem passou os braços ao redor do meu pescoço, que colou seu corpo cheirando a sabonete antibacteriano na minha camisa manchada de graxa e que me beijou lentamente como se quisesse sentir as palavras que eu havia acabado de falar através das nossas línguas que se deliciavam no gesto. Não sei por quanto tempo ficamos daquela forma, mas assim que nos separamos, ele tinha uma pequena mancha negra na bochecha, os lábios avermelhados e as maçãs do rosto enrubescidas. E eu, bom, eu estava pra lá de fodido por Kyungsoo, cara. 

E diferente do que muitas pessoas pensam, a gente não foi unindo os cacarecos de uma vez e dividindo a cama logo de cara. Não. Eu tinha ganhado uma chance com Kyungsoo e precisava fazer valer a pena do jeito certo. Podiam até mesmo me chamar de antiquado, das antigas ou brega, mas levei Kyungsoo a um primeiro encontro com direito à velas e Baekhyun fazendo uma serenata de amor. Tudo bem que aconteceu no bar, tudo bem que não foi chique ou luxuoso, só que pude cozinhar as comidas que ele gostava, servir suco de uva porque ele não queria apagar de uma vez e fazê-lo rir como uma criança quando quase coloquei fogo no terno que usava.

Como regra de todo primeiro encontro, o levei de volta pra casa antes da meia-noite. No caminho andamos de mãos dadas pelas ruas iluminadas pelo céu estrelado e já em frente ao seu apartamento, bateu aquele silêncio de quando a gente não quer se despedir de alguém que gosta e daí eu o beijei. Como é comum em todo primeiro encontro, não dormi a noite toda por conta da felicidade que não me deixava pregar os olhos. Kyungsoo até se esqueceu de conferir as trancas de casa pensando em mim.

Tivemos outros encontros depois disso. Fomos ao cinema, ao parque de diversões e fazer um piquenique. Nos dois primeiros lugares Kyungsoo não gostou muito de ir por conta da muita gente, bactérias em dobro, coisas demais que prenderiam sua atenção, riscas pelo caminho, fissuras interessantes, uma camiseta abotoada errado, barulhos que entravam em sua cabeça e que ficavam, ficavam, ficavam, ficavam, mas eu estava ali pra isso, pra fazê-lo não ficar, não ficar, não ficar, não ficar confuso.

O piquenique aconteceu num campo que muitos fotógrafos iam para memorizar em imagens o pôr do sol e o levei ali porque queria memorizar em lembranças bonitas seu rosto próximo do meu assim que pedi baixinho aquilo pelo qual passei a semana inteira ensaiando.

− Quer namorar comigo?

Ele ficou petrificado com o pedido e eu sei que a pergunta se repetia muitas vezes em sua cabeça, que havia algo no meu cabelo que parecia chamar sua atenção e que depois minha boca passou a ser seu foco de interesse. Kyungsoo disse sim quinze vezes e me beijou vinte. E seu sorriso não queria mais morrer no instante em que tirei do bolso uma caixinha de veludo e tirei de lá uma corrente de um material que não lhe daria alergia junto de um círculo dourado que balançava sem parar na ponta do fio metálico. Coloquei o cordão nele e beijei sua aliança, já que Kyungsoo não gostava de coisas em suas mãos porque as vivia lavando, então tirei do bolso outro círculo dourado e entreguei a ele pedindo que colocasse em mim.

− Acho que agora você é meu namorado de novo – ele falou exibindo um sorriso.

− E dessa vez não é de mentirinha.

Nossa rotina ainda era um pouco complicada, visto que eu trabalhava em uma outra cidade e precisava ir e vir pra ver Kyungsoo, mas Yixing tinha um grande nome pelos negócios dos consertos e graxas que acabou abrindo uma pequena oficina pela cidade e me colocou como responsável; eu trabalhava consigo há anos e ele confiava em mim para gerir o estabelecimento.

No final, gastei grande parte das economias que havia juntado no decorrer dos anos pra comprar um lugar só meu. Demorou um pouco, as coisas eram caras, mas a busca acabou me rendendo um pequeno apartamento que eu poderia chamar de lar dali em diante.

E meu lar não estaria completo se Kyungsoo não estivesse junto.

Com suas malinhas sistemáticas, a gaiola de Pitágoras do lado e suas manias na pele, Kyungsoo transformou o meu lar em nosso. A bagunça que aquele lugar era de repente foi sendo domada pela necessidade de organização de Kyungsoo. O armário era dividido em variadas cores, a geladeira também e o guarda-roupa cheirava a talco de bunda de bebê. Antigamente Kyungsoo até tinha o hábito de separar suas roupas das minhas, mas com o tempo suas vestimentas passaram a invadir não só o meu espaço como também seu corpo.

Além do mais, apesar do que muitas pessoas podem pensar, a gente não vivia em um céu particular. Ele era doido, mano, e eu, bom, eu era o ferrado do Kim Jongin, às vezes acabava pisando na bola. Havia dias que nós dois brigávamos sim, ele me mandava sumir da sua vista e nem cogitar na ideia de tocar em seu corpo, eu mandava ele se foder, aí me arrependia depois e corria ao quarto pra encher seu saco. Umas bitocas aqui, uns sussurros de desculpas de lá e a gente ficava de boa de novo.

Havia dias que Kyungsoo acordava mostrando o dedo do meio pro sol e mandando o mundo sentar no colo do tinhoso. Havia dias que ele não conseguia dormir à noite por causa das trancas − Será que tranquei mesmo, Jongin? Eu acho que não. Havia dias que suas mãos ficavam em carne viva por lavá-las tantas vezes seguidas e havia aqueles que Kyungsoo caía em meu colo todo choroso por se sentir uma aberração.

Havia dias bons também. Eu levantando em um sábado matutino pra fazer seu café da manhã pra deixá-lo feliz. Ele me acordando de um cochilo no sofá com alguns beijos no rosto. Nossos passeios sem rumo no fim de semana; as noites em que jogávamos baralho; que fazíamos o jantar juntos e aquelas noites de amor.

Confesso que se não fosse Kyungsoo a tomar a iniciativa, talvez eu estivesse até agora batendo punheta no banheiro. Esse negócio de transar com a bunda me dava certo receio, pronto, falei. Quer dizer, e se eu o machucasse? E se não fosse bom? Se bem que passei muito tempo ouvindo Luhan e Baekhyun nesses momentos e parecia ser bom. Mas e se Kyungsoo quisesse bancar o flex? Fiquei com medo, cara. E esses tópicos de fórum na internet sobre paixão homossexual não ajudavam muito.

No entanto, Kyungsoo parecia desesperado, e eu não o culpava, me encontrava na mesma situação. Às vezes eu saía do banho e o achava me esperando de roupão na cama. Era torturador vê-lo ali sem roupa nenhuma debaixo do roupão me olhando como se quisesse alguma coisa, especialmente quando ele tinha se demorado no banheiro mais que o costume e saído de lá com as bochechas tingidas com um pouco de vermelho. O cabaço da situação acabava sendo eu ao fugir de suas investidas.

A coisa aconteceu em uma dia que saí do banho e ele me chamou na sala pra ver um noticiário importante, então acabei me sentando de toalha e tudo no sofá e por causa de uma noite mal dormida por ficar um tempo batendo no banheiro, cochilei ali mesmo. Veja bem, nem nos meus sonhos mais eróticos Kyungsoo faria o que fez comigo naquele sofá, mas nossa, foi até bom eu não ter imaginado, porque ele praticamente me atacou enquanto estava indefeso só de toalha.

Pensei até que ainda estivesse dentro do sonho quando abri os olhos por sentir dedos ligeiros remexendo de um jeito gostoso nas minhas partes baixas e avistei Kyungsoo brincando ali como se fosse uma criança em parque de diversões, só que com o meu pau. Ele me tirou bons gemidos com seus dedinhos espertos e olhares malvados.

− Eu não sou uma virgem que vai entrar na igreja usando véu e grinalda, Jongin, então você trate de criar coragem na cara e de me foder de uma vez – disse isso no duro, a seco, assim que percebeu que eu estava no maior pique pra continuar com aquilo.

− O que você falou mesmo? – perguntei pra ter certeza. – O que você quer que eu faça?

Ele suspirou e resmungou baixinho antes de engatinhar até meu colo e pressionar seu traseiro no meu amigo rijo.

− Quero que você me foda – repetiu.

Acabei sorrindo largo.

− Pode dizer de novo? – pedi. – Você me deixa com mais tesão falando essas coisas indecentes.

Kyungsoo sorriu e chupou meu pescoço, coisa que me surpreendeu, já que ele não era de fazer aquilo nem mesmo morto, e encostou a boca em meu ouvido pra dizer as palavras que me fizeram levantar imediatamente do sofá consigo no colo e correr pro quarto.

− Me fode logo, teu idiota gostoso.  

Na cama tudo seguiu seu curso. Deixei Kyungsoo fazer comigo o que queria, até mesmo me castigar num boquete que – mano, ele fez um boquete em mim, ele fez! Sabe como eu fiquei feliz? Depois de anos eu ganhei um boquete dele, cara! −, pra não dar muitos detalhes, quase me fez liberar a bunda de uma vez. Porém, Kyungsoo acabou querendo do outro jeito, mas deixando claro que inverteríamos as coisas qualquer dia desses.

A gente não transou, fornicou e qualquer sinônimo pra situação, porque na verdade fizemos amor. Eu já tinha ficado com muitas garotas pra saber que aquilo que Kyungsoo e eu fizemos noite a dentro era de longe putaria. Desde os toques, os beijos, os murmurinhos segredando pensamentos e desejos foram únicos, e isso só rola quando a pessoa do outro lado da cama é aquela por quem você não está somente apaixonado. O negócio tem sentimentos, corações envolvidos e toda a burundanga emotiva que vier junto.

Depois que fazíamos amor, Kyungsoo gostava de tomar banho. Geralmente, quando a gente ia pro banheiro juntos, degringolava muita bagunça. Eu o prensando na parede, espuma do sabonete pra todo lado, eu roubando sua boca pra mim, o vidro do shampoo caindo no chão, Kyungsoo gemendo alto demais por causa dos meus beijos e até mesmo rindo em seguida devido a alguma perversão que eu fazia consigo.

− Para de ficar apertando a minha bunda!

− E por que eu deveria?

− Estou ficando constrangido.

− Seu fresco – sussurrei. − Mas tocar um pouquinho só vale, né, Soo?

Mais tarde, deitados na cama, Kyungsoo se aconchegaria em meus braços pra ficar contornando as linhas das tatuagens em meu corpo, em especial a tatuagem que fiz com seu nome abaixo do coração, e jogar conversa fora até cair no sono.

− Hey, Jongin.

− Hmm.

− Vovó Nana quer nos ver no terceiro casamento da Seulgi.

− Seulgi vai se casar de novo e a velha ainda não se lançou no berço esplêndido da morte? – indaguei surpreso, fazendo Kyungsoo rir brevemente.

− Jongin! – Seu tapa estalou no meu peito, mas ele ainda sorria.

− Okay, okay, mil desculpas, meu amor.

− E o que vamos dizer pra ela?

− Sobre o quê?

− Sobre nós.

− Ora, o óbvio − respondi.

− Que você é meu namorado?

− Bom, segundo os meus planos, não quero ser só seu namorado – disse sincero, deixando em seus lábios um beijo estralado. – Agora vem cá, minha boca tá solitária, Soo.

E antes de cair no sono, Kyungsoo dizia que me amava várias, e várias vezes.

− Amo você, Jongin.

− Te amo, tá bom?

− Ainda amo muito você.

− Amo tanto, tanto, tanto, tanto, sabia?

− Vou continuar te amando pra sempre, Jongin.

Eu só respondia o óbvio.

− Também te amo, miúdo.

Era verdade, aquelas palavras vinham de lá de dentro do coração, porque mano.

Na moral.

Na sinceridade.

Eu só tinha que dizer obrigado a cada dia pela existência do carma Do Kyungsoo que contaminou minha vida e pedir que, se não fosse muito, ele ficasse ao meu lado para sempre. E que enquanto eu estivesse com o coração arrebatado pela incurável doença de nome Kyungsoose, cujo sintoma principal era o causador daqueles matinais “Eu te amo, miúdo”, este para sempre viesse antecedido pelo felizes, assim como nas historinhas de amor do Era uma vez.

 

*

 

 

E era uma vez Kim Jongin e Do Kyungsoo, ambos cheios das maluquices no corpo e na alma, mas que mesmo sendo antagonistas um do outro, tinham se tornado uma família de verdade.

Tudo bem que uma família estranha que possuía um hamster gorducho, transtorno obsessivo compulsivo, muitas tatuagens na pele e que mais tarde, uma menininha de cabelos negros completaria a casa enquanto corria nua por aí fugindo da hora do banho ao ponto de deixar Kyungsoo louco e Jongin dividido entre rir ou correr atrás da garota, só que família significava isso no fim das contas, uma bagunça maluca que duraria por muito tempo

Se possível, para todo o sempre.

 

FIM

.•°*°•..¸¸.*


Notas Finais


Eu tive uma visão, e nessa visão Kyungsoo era pai, daí quis jogar isso aqui pra ver se alguém me acompanhava na sofrência dessa imagem do balacobaco. *imaginando o Jongin e Kyungsoo como pai #feels e #gritos*

ENFIM, ACABOU!
Demorei pra postar, mas finalmente acabou ~~alívio na alma. Bom, antes de finalizar a história, só quero dizer que agradeço cada pessoa que lia/leu essa fanfic. Agradeço pelos favoritos, pelos comentários que, apesar de eu não ter respondido todos, e já me desculpo por essa falha, li um por um e nutri certo carinho a cada pessoinha que perdeu seu tempo pra ler e escrever. Agradeço do fundo do coração pelos surtos no twitter, pelos vários alous que alguns daqui iam me dar por lá e daqueles "sua vaca, cadê a atualização?" rsrsrsrrsrs, agradeço mesmo! Escrevi essa história para mim, pra aliviar a cabeça, esquecer um pouco da vida, porém, fiquei feliz de saber que muita gente se divertia com ela e até mesmo se identificava com alguma baboseira que esse Jongin dizia; nem preciso dizer um muitíssimo obrigada por acompanhar essa minha loucura e de se sentir bem/feliz enquanto a lia. Um enorme abraço de urso pra todo galerê ♥
Por fim, há pessoas muito especiais que liam essa história e que me davam um grande apoio, daí obrigada também, gurias ♥

FINALMENTE, Kyungsoose dá um enorme adeus e um beijo na banda da bunda de cada um! Espero que tenham gostado desse capítulo e tenham em mente que, apesar da vida ser fodida, de às vezes nada parecer dar muito certo, no final tudo vai ficar bem e é claro, felizes para sempre não precisa existir só em histórias escritas por meninas carentes XD

TÉ MAIS!

XOXO

♥ ♥ ♥ ♥


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