História L3ddy - Luba e Teddy - Luba - A chegada

Luba tocou campanha pela terceira vez e suspirou enquanto imaginava o que ele deveria estar fazendo lá dentro para não ter aberto a porta até aquela hora. Sentia calor, a mochila estava um tanto pesada, mas não eram esses os motivos que faziam suas mãos suarem. Insistiu novamente na campainha e segundos após a porta se abriu. 

— Aê! Eu tava editando, foi mal! — disse T3ddy. Estava apenas de regata e bermuda, e Luba não conseguiu deixar de reparar na pele exposta, mínima que fosse. 

— Meu deus do céu, T3ddy, meia hora batendo campainha! — brincou Luba. O braço estava estendido com a câmera na mão, gravando. — É assim que você trata a turma? 

T3ddy sorriu para a câmera: — Foi mal turma... 

Luba entrou, mas não abaixou a câmera antes de ser abraçado por T3ddy. Rápido, não muito significativo, mas Luba se sentiu como em uma música de Ed Sheeran, calmo e excitado.  

— Daily vlog? — T3ddy quis saber. 

— É. 

— Corta o abraço. 

Luba não respondeu. Sabia que teria de cortar aquilo no momento em que foi abraçado. Desde que postara um vídeo onde os dois tinham aparecido um pouco mais íntimos do que de costume, algumas semanas atrás, os comentários e os tweets se voltaram apenas para a especulação de um relacionamento. T3ddy tinha pedido para Luba evitar aquele tipo de comportamento perto das câmeras, pelos menos por enquanto, como se fosse Luba quem se pendurasse no pescoço dele o tempo inteiro. Ele concordava por fora, mas por dentro sentia-se angustiado. 

Era tarde e ele só queria descansar. T3ddy tinha dado duas opções para Luba: dormir na sala ou num colchão no chão do quarto. Luba gostava da sua privacidade, principalmente na hora de dormir, mas T3ddy sempre fora uma boa companhia, era seu melhor amigo nos últimos tempos, rir um pouco antes de ir dormir não faria mal a ninguém.  

T3ddy começou a contar sobre uma coisa que tinha acontecido com ele naquela manhã, mas Luba só conseguia pensar nas desculpas mentais para poder dormir perto dele. Repetia para si mesmo que não havia nada demais de um amigo gay dormir com seu amigo hetero no mesmo quarto, sem segundas intenções. Contudo seus pensamentos começaram a traí-lo e Luba se via imaginando os braços de T3ddy ao seu redor, o calor do corpo ao toque, o gosto que teria... 

— Luba? — T3ddy pensou, o cenho franzido com curiosidade. — Tava pensando em quê? 

— Nada não... 

— Então, eu tava falando que amanhã cedo eu preciso ir ao banco antes de gravar porque... 

Luba não estava escutando novamente. Só conseguia prestar atenção nos lábios de T3ddy, no quanto eles eram bonitos. Imaginou-se beijando-os de leve, como que para ter certeza se eram mesmo macios como acreditava que seriam.   

— Ok? 

— Não, tudo bem, pode ser na hora que der... sem problemas. 

Luba conseguiu se controlar e eles passaram a conversar normalmente. Ele deixou a mochila no chão do quarto, sentou no colchão e abriu o notebook no colo. Começou a editar a luba-feira usando os fones de ouvido, mas pelo canto do olho observava T3ddy se preparar para dormir. Primeiro o amigo trocou de roupa e Luba fez o possível e o impossível para não ver. Fingiu que não sabia que ele usava uma cueca amarela. Já de pijama, T3ddy foi até o banheiro e escovou os dentos, voltou pro quarto e se jogou na cama, com a cabeça para fora, vendo Luba trabalhar. 

Não se falaram por algum tempo, T3ddy apenas observava e Luba trabalhava. Mas aquilo ficou incômodo para Luba e ele decidiu fazer alguma coisa. Quando olhou para o lado, contudo, viu que T3ddy já dormia. Ele era mais fofo ainda dormindo, pensou. Nada de rir antes de ir dormir, no entanto. Lembrou-se daquele dia em que os dois quase... mas não queria pensar mais naquilo, doía demais. Preferiu guardar o note e ir dormir. 

Minutos depois, já deitado com as luzes apagadas, Luba percebeu que T3ddy tinha deitado direito e parecia já estar profundamente adormecido. Fechou os olhos, mas o sono não veio. Virou-se várias vezes, agarrou a um travesseiro, desembrulhou e voltou a embrulhar várias vezes. Até que desistiu. 

— Foda-se — sussurrou. 

Agarrou o travesseiro e subiu lentamente, mas desajeitado, na cama. Já pensava nas desculpas que poderia dar se T3ddy acordasse. Dor nas costas, medo do escuro. Mas ele não precisou se explicar, T3ddy nem se mexeu. Ficou observando o amigo dormir daquele jeito, bem de perto, até também adormecer sentindo-se bem melhor do que quando estava no chão.  

Em alguma hora da madrugada o braço de T3ddy deslizou involuntário e abraçou Luba, os dois inconscientes para o ato.