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História La belle de jour - Capítulo um


Escrita por: mabelix

Capítulo 1 - Capítulo um


— Ei, Microbiano, me ajuda aqui! — Grito atraindo os olhares curiosos para minha direção.

Bil gosta de me ignorar, típico de pirraça de menino de quinta série, então pra chamar sua atenção eu preciso ser extravagante e me igualar a idade mental do garoto. Ele me olha por cima do ombro e revira os olhos. Confesso que vê-lo se levantar, sem camisa, o sol forçando-o a fechar os olhos parcialmente e andar na minha direção com aquela carinha de quem vai soltar alguma piada quando chegar perto de mim tá sendo uma das minhas melhores programações do dia. 

Não que eu tenha nada melhor pra fazer do que ficar observando cada detalhe daquele corpo musculoso, as tatuagens deslizando por onde eu queria tá passando a mão. Observar escondido, é claro. Se Karol tiver a noção que eu sou completamente atraída pelo homem dela, provavelmente entraríamos em outra discussão, ela surtaria, colocaria a casa mais uma vez contra mim e eu seria atacada por todos, novamente.  Eu estou aqui em busca do dinheiro e nada pode me atrapalhar, mas isso não quer dizer que eu não possa usufruir um pouco da amizade de Bil, certo? 

— O que você quer, Juliette? — Ele pergunta ao se aproximar.

— Poxa, a gente tá num paredão juntos, eu ou você podemos sair amanhã a noite, ficar um bom tempo sem se ver e você chega me tratando assim? — Me finjo magoada colocando a mão no peito, dramatizando. 

Bil senta no braço da cadeira, coçando a nuca, Gil interfere na piscina gritando com Sarah jogando água nos nossos pés, sem querer. Ele volta a olhar pra mim e eu me derreto por dentro. Bil gosta de olhar dentro dos olhos de qualquer pessoa com quem está conversando e isso quando acontece comigo, como agora, me faz perder todos os sentidos.

— Eu sei, eu sei, desculpa. — Ele pede, culpado.

Eu rio.

— Tô brincando, me ajuda a levar essa mala pro quarto, tá pesada — Sinalizo para a mala sobre a mesinha fechando o último zíper da lateral. 

— Eu sabia... 

— Você sempre sabe de tudo, Dr. Micróbio.

— Tá de sacanagem, né? 

— O quê? 

— Dr. Micróbio?

Dou de ombros.

— Arcrebiano já veio com o bullying impregnado na certidão de nascimento, aguente isso bonitão.

Ele ri e pega a alça da minha mala como se tivesse colocando uma pena no ombro, sem esforço algum, por um momento me pergunto se realmente havia colocado todas as roupas que havia pego do varal mais cedo.

— Eu vou levar isso antes que eu te jogue dentro dessa piscina com microfone e tudo. 

Eu apresso os passos para tentar alcançá-lo. 

— Se você me jogar dentro da piscina com o microfone, quem perde estalecas, eu ou você? — Pergunto, confusa.

— Nós dois, talvez — Ele diz. Eu dou passagem assim que abro a porta do quarto. — Mas você fala tão alto que eles vão agradecer por eu ter queimado o microfone.

Minhas sobrancelhas se unem.

— Eu não falo alto... Merda, eu falo muito alto, Bil? — Abaixo o tom de voz — Agora tá melhor? Você já tocou nesse assunto, bêbado, muito bêbado, eu pensei que você estava brincando. 

Bil joga a mala sobre minha cama e se joga na cama ao lado da minha. Eu ponho as mãos na cintura esperando uma resposta.

— O quê? 

— Eu falo muito alto? 

— Depende... — Diz desviando os olhos — Às vezes, mas quando você tá bêbada parece que tá com um microfone na garganta.

Eu rio chutando sua perna, fazendo-o resmungar de dor. 

Ponho o joelho na beiradinha da cama dele, apoiando-me parcialmente.

— Eu vou sair amanhã — Ele diz, de repente.

— Não vai, eu vou — Digo, firme. — Ninguém aguenta a tagarela falando besteira 24hrs por dia.

— Se eu consigo aguentar, porque o pessoal de casa não aguentaria? — O deboche nas suas palavras me faz chutá-lo novamente, mas dessa vez ele é mais rápido, enfia a mão no meio da minha coxa e me puxa pra cama. 

Eu caio por cima dele. 

Em segundos, Bil nos inverte e eu estou por debaixo, ofegante. A pressão do seu corpo contra o meu me faz ter pensamentos impuros, não, eu mal consigo raciocinar direito. Como se consegue ter algum raciocínio claro com um homem desse tamanho pressionando o corpo quente contra o meu? Minhas mãos escorregam para suas costas.

— Você vai acabar sendo expulsa por agressão — Bil murmura apoiando o cotovelo rente ao meu rosto. Meu coração bate como um louco, as borboletas no meu estômago enlouquecem pela proximidade. Não é a primeira vez abraçados, mas é a primeira vez com uma intimidade tão grande. — Você não vai sair, você vai ganhar isso daqui, você é forte, tem aliados, só precisa saber jogar. 

Assinto com a cabeça.

— Bil? — Chamo-o baixinho.

— Oi? 

Eu fico em silêncio.

— O quê foi, Juliette? — Pergunta.

— Eu não entendi o que você falou... Sabe, eu não tô conseguindo pensar, meu cérebro parou no momento em que você ficou por cima de mim.

Bil gargalha.

Eu não consigo deixar de acompanhar a risada.

— É sério — Eu continuo — Você tem noção do quanto de tempo que eu não fico nessa posição com um homem? 

— Juliette, você tá em rede nacional, ninguém quer saber disso...

— Muito tempo, Bil, muito tempo mesmo. 

Ele esconde o rosto no meu pescoço e dá um beijo singelo no mesmo, fazendo todos os meus pelinhos existentes se arrepiarem. 

— Você tá me provocando, Bil! 

— A gente tem que usar as armas que tem pra ganhar esse jogo.

Eu reviro os olhos e tento empurrá-lo, mas é inútil.

— Eu vou sentir sua falta — Ele sussurra arrastando os lábios contra meu pescoço e automaticamente eu enlaço suas costas com as mãos, trazendo-o para um abraço apertado. — Vou sentir falta dessa sua falação, das suas paranóias e até das coisas que você faz e eu não entendo.

Ele se mantém no meu maxilar, beijando-o tão devagar, fazendo com que eu perca todos os sentidos físicos e psicológicos. Fecho os olhos aproveitando a sensação de prazer espalhada por todo meu corpo, mas que estão se concentrando unicamente em direção ao meu ventre. Ao abrir os olhos quando sinto-o se afastar, Bil me encara por dois segundos antes de nossos lábios se tocarem brevemente.

— TCHAKI TACHAKI TCHÁ — Gil berra invadindo o quarto. 

Bil enfia o rosto no meu pescoço novamente e eu me limito a respirar fundo, procurando um pouco de sanidade mental.



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