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História La Consecuencia - Mejor día.


Escrita por: itskyliebaby

Notas do Autor


Olá!
Espero que gostem do capítulo.
Tenham uma boa leitura!
Comentem para que eu saiba o que estão achando! ♥️

Capítulo 16 - Mejor día.


Fanfic / Fanfiction La Consecuencia - Mejor día.

Um mês e o tempo voa

Eu já sou

E você nem descobriu

São dois e chega perto

Mas eu ainda sou

Pequeno demais, viu?

 

— James, é melhor você acordar. – eu disse alto.

 

— O que? – ele resmungou enquanto se virava para o outro lado mas eu continuei o chacoalhando. 

 

— James David Rodríguez Rubio, é melhor você abrir esses olhos. – e foi apenas falar isso para o homem dar um pulo da cama. 

 

— Você mijou? 

 

— Não! 

 

— Mijou sim!

 

— A bolsa! – o encarei e vi-o olhar ao redor. 

 

— Que bolsa?! – ele se levantou da cama correndo em direção a minha bolsa e levei a mão até a cabeça negando. 

 

— A minha bolsa estourou! A sua filha vai nascer! – eu disse alto e ele arregalou os olhos. 

 

— O quê?! Puta que pariu! A gente não tem nada aqui! Não trouxemos nada! – ele praticamente gritou enquanto andava de um lado para o outro. 

 

— Você ficou dizendo que queria que ela nascesse na Colômbia, lembra?! Pronto! Vai nascer! E agora?! – disse enquanto alisava a minha barriga e ele respirou fundo caminhando em minha direção e entrelaçou os nossos dedos. 

 

— Não se preocupe, ok?! Eu vou fazer umas ligações, procurar o melhor hospital, vou mandar comprarem tudo para ela, tudo. 

 

— Eu tô com medo. – disse baixo e ele negou rápido com a cabeça beijando a minha testa. 

 

— Vai ficar tudo bem... você está com dor? Quer tomar um banho? Eu ajudo você. 

 

— Não estou com dor... mas um banho seria bom. – eu disse e ele balançou a cabeça assentindo, correu até a porta e a abriu. 

 

— TODO MUNDO ACORDA. SALOMÉ VAI NASCER! Eu preciso que algum segurança vá comprar tudo o que um bebê precisa. Vocês precisam comprar e levar para o hospital, mala, roupas, tudo! 

 

Após James falar isso, não demorou até Juana, Rosa e dona Pilar aparecerem na porta. 

 

Três meses e o tormento

Esse teu sofrimento

Eu também já posso sentir

Vê se aquieta o coração

Pra quando eu sair daqui

 

— Mãe, por que não vai com os seguranças comprarem as coisas? Você tem mais experiência que eles. – Juana disse e dona Pilar assentiu dizendo que realmente seria melhor. 

 

— Já ligou para o hospital? – James perguntou a mãe que levou a mão até a cabeça negando. — Por favor! Quando Clarice sair do banho nós já vamos! 

 

— Isso, querida. Um banho será ótimo, mas não de banheira, ajude-a David. – Rosa disse e eu respirei fundo balançado a cabeça, Juana sorriu me olhando e James caminhou em minha direção enquanto já tirava a sua camisa. Ele passou sua mão por minha cintura e caminhou comigo até o banheiro, após retirar  minha roupa, as joguei no cesto e logo senti James me abraçar quando a água gente caia sob meu corpo. Me virei arregalando os olhos ao sentir uma cólica forte e senti James beijar a minha testa. 

 

Após o banho eu vesti apenas um vestido solto, James também já estava trocado e entrelaçou nossos dedos enquanto descíamos as escadas. 

 

— Minha mãe já foi comprar as coisas? – James encarou Rosa. 

 

— Sim!

 

— Ela já falou com o hospital?! – perguntou. 

 

— Sim, já está tudo certo. – respondeu. 

 

Talvez eu dê trabalho

Uma vida de despesas

Mas por favor me deixa ficar

E se por um acaso

Eu não tiver seus olhos

Você ainda vai me amar

 

— Então vamos. – ele pegou as chaves do carro e chamou Juana com a mão, que correu em nossa direção sorrindo. 

 

James foi dirigindo, eu ao seu lado e Juana com Rosa no banco de trás. Dona Pilar disse que iria nos encontrar no hospital já com as coisas dela. E foi apenas Juana fazer um storie para que a frente do hospital estivesse lotada de fotógrafos. Me sentei na cadeira de rodas enquanto James entregava os documentos e fazia a minha ficha, estiquei o meu braço para que ele pudesse colocar as pulseiras em mim e balancei a cabeça quando a enfermeira disse que iria me levar para a sala, para ver os centímetros de dilatação. 

 

— E então? E então? – James olhou para q médica enquanto andava de um lado para o outro no consultório. 

 

— Está com seis centímetros de dilatação. Vou pedir que levem-a para o quarto e lá vão ficar monitorando a mãe e o bebê e esperando que a dilatação chegue em dez, caso tenha alguma complicação ou risco de sofrimento fetal nós aceleraremos a dilatação. Se precisar de algo quando as contrações ficarem mais fortes é só apertar o botão que ficará ao lado da sua cama e as enfermeiras logo chegarão. – a médica disse enquanto sorria para mim e James e chamava o enfermeiro para que pudesse nos levar até o quarto. 

 

Assim feito, no elevador James não parava de roer as unhas, Juana mexia no cabelo de uma forma incontrolável enquanto Rosa apenas sorria. Sorria muito. 

 

— Você está bem? – James me olhou. 

 

— Estou. Você está? 

 

— Eu acho que estou – ele disse me fazendo sorrir.

 

O quarto era imenso, a melhor posição que eu encontrei foi ficar deitada. James ficava do meu lado, Juana sentada numa poltrona e Rosa no sofá. O celular de James não parava de tocar, e nem o meu, mas não perdíamos tempo atendendo. 

 

— Meu amor? Está doendo muito?! – James segurou em minha mão e eu aproveitei para quase torce-la. Doía muito. Eu mal conseguia respirar. Os meus olhos marejaram e algumas lágrimas escapavam. Juana se levantou rapidamente e alisou a minha perna. 

 

— Sim.. – foi a única coisa que eu consegui falar, alisei o meu rosto limpando as lágrimas e senti James selar os meus lábios. 

 

— Ela está chegando... daqui a pouco ela vai estar aqui, com a gente... – ele sussurrou e eu solucei assentindo com a cabeça. Juana apertou o botão e logo uma enfermeira chegou no quarto. 

 

Eu sei que a ansiedade

É quase uma inimiga

Mas eu não quero ser confusão

Então, por favor

Me deixa na sua vida

Mas vê se aquieta o seu coração

 

— Olá! Tudo bem? Vamos lá, Clarice. Nós vamos checar os seus batimentos e os batimentos da bebê, mas você precisa controlar a sua respiração ou essa dor só vai piorar. O papai pode ajudar acompanhando, quando a contração chegar você vai respirar fundo e inspirar, respirar e inspirar, não se desespere, fique calma e irá ajudar. Nós vamos monitorar você e logo o médico virá para ver se você já dilatou mais algum centímetro. Caso as dores estejam intensas demais, você pode tomar a anestesia epidural. – ela disse e eu concordei com a cabeça, os meus olhos e os de James se encontraram assim que escutamos o coraçãozinho dela, sorri ao ver James começar a chorar e entrelacei nossos dedos beijando sua mão. 

 

— Vem filha... – ele disse próximo a minha barriga, deixando um beijo ali. Pendi a cabeça para trás respirando fundo e vi Juana entregar um copo de água para James que logo o virou. 

 

— Era pra Clarice... – ela disse baixo e eu soltei uma risada baixa. 

 

— Desculpa – James disse torcendo o lábio. 

 

— Tudo bem! Eu não queria! – balancei a cabeça os olhando e olhei o médico quando entrou na clínica nos cumprimentando. 

 

— Oito centímetro, dona Clarice! – ele disse me fazendo sorrir e olhar James quando alisou minha mão. — Deseja que já administremos a anestesia epidural? 

 

— Sim – balancei a cabeça e ele concordou. 

 

Oi filha, tudo bem? 

Não quero ser a mãe perfeita, porque mais importante do que meus acertos, são meus erros, pois no dia que você nascer, eu também nascerei com você e irei aprender junto. Quando seu pequeno pulmão se abrir para o ar pela primeira vez, meu coração estará lá, batendo pertinho do seu, em sintonia, porque parece patético, mas você é um pedaço meu. O pedaço mais lindo. O melhor de mim.

Você veio num susto, para me fazer sorrir, para que eu pudesse encontrar motivos e forças para ser melhor. 

Estou com medo, pensei em fazer uma carta de despedida caso tudo dê errado, algo como “siga seu coração, ame, seja uma boa menina com seu pai, ele não sabe fritar um ovo fazer o quê”, mas não, não serei pessimista. Não vou escrever aqui tudo que desejo para você, porque nada disso importa, você terá personalidade, vontade, um coração e uma alma, sempre vou respeitar suas escolhas e quando não concordar com elas, terá mais pimenta na sua comida.

 

— Vamos chamar o anestesista. – o médico disse antes de sair do quarto. 

 

Se é tempestade, todo medo

Se for arrependimento

Por favor tira daí

Você ainda não me tem inteiro

Nem me conhece direito

Mas já posso te ouvir

E quando a barriga for crescendo

Você ainda vai ser linda

Eu nem preciso te ver

Seca o choro e fica aqui comigo

Que até assim tristinha eu já sei

Que eu amo você!

 

Olhei James sentindo os meus olhos marejarem e o vi negar com a cabeça ficando ao meu lado e abraçando o meu corpo, então ele me olhou e sorriu, de todos os sorrisos que eu já vi, o dele foi o que mais me encantou, sincero e simples ao mesmo tempo, me fazia perder o rumo e ficar aérea por alguns segundos pensando em como não tinha notado ele sempre ali do meu lado. Me apaixonei pelo seu sorriso, e por tudo que ele é. Às vezes imaginava a sorte que era ter ele ao meu lado. Às vezes pensava que as pessoas mal tinham noção do quão incrível ele é. 

 

— Mamãe já está subindo – Juana avisou e assentimos. Pouquíssimo tempo depois o anestesista chegou, aplicou a anestesia epidural e novamente me deixou com James. Eu sabia que todo aquele esforço era por ela. A ansiedade me tirava o ar, as contrações me deixavam sem conseguir falar. As lágrimas escorriam e por mais que eu não quisesse chorar de dor para não preocupar James, eu não conseguia me controlar. Também estava irritada por James não querer se sentar, não querer tomar água ou comer, chegava até ser engraçado os seus detalhes, o modo como ele roe as unhas, balança o pé, alisa as mãos e encara o relógio, o modo como sorri ao escutar o coração de Salomé e sua expressão de preocupação toda vez que eu gemia de dor. Ele é maravilhoso. 

 

— Olá senhora Clarice, senhor Rodríguez. Eu sou o anestesista, vamos aplicar a epidural, é possível que você sinta as pernas pesadas, dormentes e não as consiga controlar, porém, descanse, esse efeito é temporário. Irá diminuir a dor que está sentindo. – ele disse me fazendo balançar a cabeça. 

 

James continuou fazendo mil perguntas antes de deixar-lo aplicar. Depois disso, as dores diminuíram mesmo que o intervalo entre as contrações ficassem cada vez menor. A dona Pilar já estava conosco e nos avisou que comprou todo o que era preciso com os seguranças que já estavam organizando tudo em casa. A enfermeira nos avisou que eu já estava com dez centímetros de dilatação e que me levaria para a sala de parto. Juana me ajudou a me trocar, enquanto James também se trocava. 

 

Quatro meses tempo

Eu te imploro paciência

Eu vim do céu por causa do amor

No quinto faltam quatro

E eu aposto que os presentes

Já tão vindo em rosa ou azul

E quando chega o sexto

Todo mundo já vê

Que você não anda sozinha

No sétimo eu já tenho lencinhos com meu nome

Desculpa pai mas ela é só minha

 

 

— Você está com medo? – James me perguntou assim que voltou. 

 

— Não. – menti. — Você está? 

 

— Não. – ele disse, e eu sabia que ele também estava mentindo. 

 

Salomé, você vai nascer com cara de joelho, toda inchada, eu vou chorar, seu pai vai fazer a dança do macho alfa que procriou e nós iremos com sorte não estrangular o médico que irá te trazer ao mundo.

Você vai sentir dor, frio, medo, fome, é tudo novo, mas eu estarei lá. Nós seremos uma equipe. Clarice, James e Salomé contra o mundo. Existe um tipo de narrativa que se chama HQ e é muito legal, você vai adorar, nós seremos os super heróis de nossa própria história. Vamos combater as fraldas sujas, ficaremos vigilantes durante as madrugadas sem dormir, você irá se nutrir com um super néctar do crescimento e alegria, papai vai ter duas meninas para cuidar, o que certamente coloca ele numa posição muito heroica.

 

O caminho até a sala de parto foi provavelmente o mais complicado desde que tínhamos chegado naquele hospital. James não parava de tremer mas ainda sim não soltava a minha mão, tudo se passou em minha cabeça. A festa em que Louise me levou contra a minha vontade. Klose me chamando no camarote. James conversando comigo dentro da ambulância. O dia em que eu conheci Rosa. O dia em que eu o conheci de verdade. Tudo, tudo valia tanto a pena. A nossa história foi escrita como deveria ser. E eu tinha tanta sorte. 

 

Oitavo mês aguenta

Que eu já to chegando

Só quero um jeito de te encontrar

No nono vem a pressa

A dor, o choro, a gente

Desculpa você ter que sangrar

 

 

 

[...] 

 

— De novo, Clarice. Faça força! – a médica disse me fazendo cravar as unhas na mão de James e jogar minha cabeça para trás com tudo, puxei o ar negando com a cabeça e senti as lágrimas escorrerem em meu rosto. E então a dor aumentou de uma forma inexplicável, o meu soluço foi mais alto mas a voz de James me acalmou, dizendo que já estava acabando. Mas tudo realmente acabou quando escutei o seu choro. Toda a ansiedade, agonia, tudo passou quando escutei o choro dela. O meu corpo relaxou enquanto eu chorava, o meu coração batia mais rápido e eu sorri ao ver James chorar, ele chorava muito. Alisou o meu rosto e beijou minha testa sussurrando coisas como “Eu disse que você iria conseguir. Você foi incrível.” 

 

— Oh meu Deus... filha... você é linda – foi a primeira coisa que James falou, a enfermeira a colocou em meu peito e Salomé encostou sua cabeça ali. James me abraçou enquanto nós dois chorávamos. Mas filha, você nasceu no dia 15 de julho de 2018, com 3,350 quilos, 49 centímetros. A Primeira vez que te vi, você sorriu. 

 

E por mais uns anos

Você vai fazer planos

Pensando se eles servem pra mim

E eu vou te acordar

Bem de madrugada

Você vai me amar mesmo assim

O meu primeiro passo

Vai ser no seu abraço

Me segura quando eu cair

E no final do dia só a tua voz

Que vai me poder fazer dormir.



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