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História La Farsa - Refúgio


Escrita por: fleabagirl

Notas do Autor


oi amores!

Capítulo 11 - Refúgio


A paz que meu corpo se encontra é tanta, há tempos não sinto isso, talvez desde o dia em que descobri a traição, desde o dia que descobri que meu casamento não tinha nada de perfeito, e que a mãe dos meus filhos nunca foi a pessoa certa para mim. Itziar veio como uma calmaria depois de toda a tempestade que minha vida havia se tornado. 

Ela permanece de costas, na mesma posição em que dormimos ontem à noite. Sua respiração lenta, suas costas desnudas e seus cabelos espalhados no travesseiro me faz pensar se tudo isso é apenas um sonho.

Tateio sua pele fazendo um breve carinho, ela muda de posição e se vira para mim ainda de olhos fechados, observo seu rosto, algo que já era de costume para mim, já que dormimos diversas vezes na mesma cama após assistirmos filmes nas quintas-feiras. Mas desta vez foi diferente, estávamos nus e na noite anterior havíamos feito amor. Desta vez tudo está diferente.

A luz do sol entra timidamente através das pequenas frestas das cortinas blackout de cor nude, permaneço observando-a, agora as feições de seu rosto, a tranquilidade e calmaria que me passa. Ficamos nariz com nariz, mexo em seu cabelo e ela começa a abrir os olhos. 

— Sabia que observar alguém dormir é coisa de psicopata? — ela me encara sorrindo. 

— É mesmo? Pensei que era algo romântico. — rimos ela se aproxima mais.

— Sabia também que me encanta os psicopatas? — me dá um selinho e se levanta, se alonga rapidamente e fica de pé completamente nua em minha frente.

— Ok, isto é um teste de resistência agora? Para testar quanto tempo eu aguento até te trazer de volta para a cama?

— Se contenha, cabrón. Mas até que não acharia tão ruim voltar para estar cama agora mesmo.

— Eu queria muito, mas tenho uma entrevista para ir, quer vir comigo? 

Levanta as sobrancelhas. 

— Entrevista? Sobre a série? — me encara desconfiada.

— Sobre o meu novo filme Durante la Tormenta, mas você, hein? Que espécie de pareja é essa que não sabe dos meus trabalhos? Estou profundamente ofendido. 

Levanto da cama.

Pero bueno, como uma boa pareja, irei contigo. — se enrola no lençol — Mas não se engane, inda te odeio e você sempre será o cabrón de mierda que derrubou meu café. — para na porta do banheiro e pisca para mim.

Quando Itziar sai do banheiro, é minha vez de tomar banho, ao terminar, coloco uma toalha na cintura e vou para o quarto. Lá encontro-a pronta, arrumando os cabelos. 

Ela veste uma calça jogger verde musgo que havia deixado aqui outro dia e a mesma camiseta do Star Wars minha que estava vestida antes. 

— Seu jeito de arrumar o que vestir me impressiona. — me encara e sorri.

— Bom, eu não podia ir na sua entrevista com a roupa de ontem. Gostou? — ela dá uma volta.

— O que eu posso dizer é que ela fica bem melhor em você do que em mim. 

— E você, vai de toalha? — levanta as sobrancelhas pra mim de uma forma sedutora.

— Não, isso aqui só você pode ver. Sinta-se sinta honrada. 


[...]


Ao chegarmos no local, apresento Itziar a todos, claro que já sabiam que ela é minha namorada através das fofocas de revistas e da internet, a cumprimentam com muito carinho e lhe dão diversos elogios. A entrevista demorou mais que o esperado, almoçamos juntos em um restaurante ao entardecer e seguimos para o carro.

— Quer que eu te deixe em casa agora? Vou buscar os gêmeos e agora em diante vai ser pura bagunça, você deve estar exausta.

— Errr… Acho que vou preferir ficar com vocês agora. Não tenho muito a fazer em Madrid.

En serio? — arqueio as sobrancelhas e foi impossível esconder meu sorriso.

— Claro, amei aqueles pedaços de gente. — responde animada.

— Gostou da entrevista? O pessoal do filme é incrível. — digo e a mesma me encara com um sorriso leve.

— Claro, meu bem. E que história louca, né? — Bastante. — concordo sem tirar os olhos do trânsito.

— Seu personagem é um digníssimo filho da puta com a da Adriana.

Começo a gargalhar do seu tom de voz e a mulher me acompanha.

— Ai que horror! — acrescenta ela, enxugando uma lágrima de tanto rir.

Passamos alguns minutos em silêncio enquanto ela escolhe a música no rádio.

— Ah, esqueci! Tenho algo para te contar. — se ajeita no banco e inicia uma conversa animada.

— Por Deus, não me diga que você se apaixonou por mim. — brinco.

— Só se for nos teus sonhos. — revira os olhos — Enfim, eu decidi que finalmente vou comprar um carro. Na verdade eu tinha um em Basauri, mas quando resolvi me mudar para cá, decidi vender, foi até bom que o dinheiro ajudou a me sustentar melhor aqui. 

Fito a mulher ao meu lado e abro um imenso sorriso.

— Fico tão feliz por você, meu bem! — lhe puxo de relance e beijo seus cabelos — Sentirei falta de te conceder caronas, mas tudo bem, não passa nada.

— Vai sentir falta de ser meu motorista? — pergunta sarcástica 

— Você é impossível!

Depois de alguns minutos, chegamos na casa de Blanca. Desço do carro para buscar as crianças na porta e Itziar espera no carro.


Itziar 

Os gêmeos entram no carro de olhos fechados. 

— É uma supresa, só podem abrir quando eu mandar. — fala Álvaro ao entrar e nos viramos para o banco de trás — Já! — ele parece mais empolgados que as crianças.

— Itzi! — os dois falam em coro e me abraçam.

— Meus amores, que saudade! — ficamos por um tempo nos abraçando e distribuindo beijinhos nas bochechas.

Prendemos os cintos de segurança nas cadeirinhas dos pequenos. Sinto Julieta mais quieta daquela vez, parecia tristinha. Chegamos na casa de Álvaro, ele pega León no colo e eu seguro a garota, ambos adormecidos. Assim que encosto nela, percebo que a menina está quente.

Álbaro, Julieta não está bem, está queimando em febre. — espero ele colocar o menino no sofá e pego sua mão para levar ao pescoço da pequena.

— As mãos dela estão com pintinhas vermelhas, será que foi algum inseto? — ele começa a verificar o corpo da menina, visivelmente apreensivo.

— Me parece uma alergia, Julieta também é alégica, sim? — percebo que seus dedinhos estão um pouco inchados.

— Sim, mas Blanca nunca daria algo que possa causar isso nela. — ele fica mais nervoso a cada segundo.

— Meu amor, você acha que comeu algo que normalmente te causa alergia? — pergunto tentando acordá-la da maneira mais doce possível.

— Acho que amendoim na sobremesa que Juan fez depois do almoço. — ela deita a cabeça em meu ombro.

— Quem é Juan? — pergunto a Álvaro.

— O namorado da mãe deles, já disse mil vezes que não quero meus filhos sob os cuidados daquele desequilibrado. Se acontecer algo com a minha filha, eu nem sei... — pega o celular e vai para um canto mais distante, porém dando para escutar sua conversa ao telefone.

— Blanca, pergunta ao inútil do teu namorado se ele pôs amendoim na comida da minha filha. — fala visivelmente irritado.

— Itzi, por quê o papai está nervoso? — acorda León meio assustado, segurando uma pelúcia.

— Não passa nada, cariño. Vem, vou levar vocês lá pra cima.

Sigo com os gêmeos para o quarto deles, coloco o menino em sua cama, que logo adormece. Depois de alguns minutos, me viro para Julieta. 

Ajudo a pequena a tirar sua roupa, mesmo sonolenta e a levo para o banheiro. Ouço Álvaro perder o controle e praticamente gritar da sala falando ao telefone.

Me abaixo ficando em sua altura, lhe ajudo a tirar cada peça de roupa. 

— Itzi, eu não quero tomar banho frio. Não quero. — me olha desesperada e percebo seus olhinhos marejarem.

— E se eu entrar contigo? — sugiro — É um jeito de dividir comigo esse frio absurdo. Acredite, é para o seu bem.

— Pois, sim, vamos juntas — ela agarra as mãozinhas nas minhas e aperta forte.

De início, a pequena reclama e começa a se debater em meu colo, porém depois encosta a cabeça no meu ombro e se tranquiliza. Como se eu fosse uma espécie de refúgio.

Ao sairmos do banho, seco o corpinho da menina e seus cabelos curtinhos. Ela coloca um pijama quentinho e suas meias de pandinha, então segue para a cama. 

Tiro minhas roupas molhadas, levando o mais rápido possível para a secadora, procuro na gaveta de Álvaro alguma calça de pijama que posso ter esquecido por aqui, e por sorte encontro. Pego uma camiseta de pijama mais grossa de Álvaro e visto.

Desço as escadas e o encontro sentado no sofá com uma expressão que é um misto de tristeza e raiva. 

— Está mais calmo? — sento em seu colo e o mesmo me abraça.

— Sim, desculpe pelo escândalo, é que quando eu vi minha filha naquele estado, sabe... Blanca pode fazer o que quiser comigo, mas nunca vou admitir que aconteça algo com meus filhos. 

Assisto seus olhos marejarem, sei que a história com a ex-esposa é extremamente dolorida para ele.

— E foi culpa dela a alergia?

— Não. Ela precisou sair e o padrasto cuidou deles. Agora Blanca brigou feio com o namorado, mas ele não sabia da alergia.

— Entendi, acidentes acontecem, foi só uma mera falta de diálogo. — lhe abraço e ele respira fundo.

— Obrigado por tudo, de verdade. — damos um selinho.

— Eu fiz por carinho.

Ele sorri fraco.

 — Como ela tá? E o León? — coloca meu cabelo para trás da orelha.

— Dei um banho frio nela e a coloquei na cama, a febre baixou e ela dormiu. León pegou no sono já faz um tempo. 

— Você tomou banho com ela? — pergunta ao ver meu cabelo molhado e balanço a cabeça afirmando — Joder, Itziar... nem sei o que dizer. Não é sua obrigação fazer isso, poderia ter me chamado e...

— Shhh – o interrompi com o dedo em seus lábios – Eu fiz porque quis.

Ele sorri e acaricia meu rosto.

— Fiquei com medo de ter sido alergia a um novo alimento, mas agora que descobri que foi apenas ao amendoim, vou medicá-la com o remédio que tenho aqui e que eles costumam tomar.

Álvaro e eu voltamos para o quarto dos gêmeos e encontramos Julieta acordada abraçada com suas pelúcias.

— Olha, vejo que alguém está melhorando. O banho frio fez efeito — tento animá-la.

— Toma aqui seu remédio, meu amor. — Álvaro entrega o copinho transparente com o conteúdo.

— Não quero, papi, não gosto. — ela abraça o pescoço dele e esconde o rosto no local.

— Se você tomar a gente vê o filme que você quiser. — digo e ela me encara desconfiada.

— Jura? Você vai ficar hoje e ver o filme que eu quiser? E pode ter pipoca? — Julieta sorri abertamente empolgada.

— Claro que sim, o que você quiser. Até porque o papi vai fazer, sim?

— Com certeza. — ele responde e sorri.

Ela vira o copinho de remédio e faz careta, em seguida comemoramos e acabamos acordando León.

Sigo com os gêmeos para o quarto de Álvaro enquanto ele vai para a cozinha fazer pipoca e sanduíches, trazendo juntamente com um suco de laranja. Nos juntamos embaixo das cobertas por conta do frio, nós quatro, juntinhos mais uma vez. Os pequenos ficam entre mim e Álvaro, que observamos eles dormirem na metade do filme, e em seguida percebemos que aos poucos os sintomas de Julieta foram diminuindo.

— Itzi, nem sei como te agradecer por hoje. — agradece me olhando com tamanha admiração e afeto.

— Você sabe o quanto eles se tornaram especiais para mim. — sorrio.

— Mas mesmo assim, não chega nem perto de ser sua obrigação fazer isso por eles. Obrigado mesmo por tudo. — ele pega uma de minhas mãos, começa a fazer carinho e eu lhe retribuo com um olhar doce apertando a sua também.


Notas Finais


👀


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