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História La Farsa - Amizade antiga


Escrita por: fleabagirl

Notas do Autor


oi bebês, perdoem a demora.

boa leitura!!!

Capítulo 14 - Amizade antiga


Junho, 2017

Álvaro

Me encontro deitado sobre uma canga de cor mostarda, – não precisava nem falar que é de Itziar – na grama do meu jardim. Finalmente o verão havia chegado e o sol parou de agicom timidez no céu europeu.  Encarei o céu pensativo. São os nossos últimos dias de férias e pela primeira vez na vida, não me importaria de passar – mais um bom tempo neste hiatus se fosse na companhia dela.

Sempre achei exaustiva férias longas nas quais eu não viajava. Depois do nascimento dos gêmeos, até passei a valorizar mais meus dias livres para passar mais tempo com eles, porém, – sem querer parecer demasiado precipitado – parecia que desta vez eu me sentia mais completo.

Tínhamos passados as últimas semanas juntos, basicamente grudados. Não sabia mais como é habitar uma casa que não tenha o aroma de Itziar em muitos cantinhos, ou dividir uma cama sem o seu sono um tanto caótico que muitas vezes repetia até diálogos antigos que lhe marcaram na primeira parte da série.

Fechos os olhos sentindo os raios solares ultrapassarem minhas pálpebras enquanto relembro dos nossos momentos únicos juntos, onde ela me ensinava yoga em sua varanda apertada, – ainda que mais tarde eu precisasse tomar um relaxante muscular – das vezes em que desistíamos do delivery e fazíamos nossa comida ao som de um rock basco excêntrico, da animação das crianças ao saber que a encontrariam no dia seguinte. 

Sorrio ao lembrar.

Como é bom tê-la comigo. Como é bom vivenciar tantos momentos únicos, principalmente no dia da premiére de La Casa de Papel, o quanto nos divertimos naquela noite junto com o elenco. 

O sol foi ficando cada vez mais forte e resolvi entrar, encontro a mulher que é dona dos meus pensamentos sentada em uma das poltronas da sala, com os pés no sofá. Ela está com os cabelos presos em um elástico preto e algumas mechas caem. em seu rosto, o moldando. Está mordendo a ponta do polegar, concentrada no que faz sem ao menos piscar ao ler pela milésima vez o livro da história de Frida Kahlo. 

Sento-me ao lado de seus pése aproveito para capturar aquele momento. Não sou muito fã de fotografar, mas há coisas que simplesmente precisam ser eternizadas.

Abro meu Instagram e decido que publicaria a foto, perante a mídia somos namorados, então não haveria problema algum. Faço o post com a seguinte legenda.

"She." e um emoji de coração vermelho ao lado.

Admiro a foto por algum tempo, assisto diversos likes e comentários surgirem em questão de segundos, até que ela me olha por cima do livro e solta um sorriso.

— Está me desconcentrando — tenta soar séria.

Mira como estás guapísima – lhe mostro o celular.

Humpf – se aproxima para olhar e em seguida ela  de ombros – Até que você sabe tirar foto. 

— Quer que eu tire alguma de baixo para cima? Já que é esse o padrão do seu feed? — eu brinco.

No me jodas! – ela me dá um tapa no ombro enquanto segura o riso. 

— Que passa? Não falei nada de mais. Muito pelo contrário, é uma posição que te favorece muito, se quer saber. – lhe dou uma piscadela.

Ela se convence.

Lo sé. Se não me valorizasse não tiraria fotos daquele jeito.

— Itziar cariño, sempre muito modéstia – ironizo.

Hm, e como eres muito modéstia também com sua comida, sugiro que faça o almoço. – ela estica as pernas no sofá.

— Sugiro jogarmos uma partida no playstation e quem perder faz o almoço.

— Não sei se algo que eu cozinho é minimamente palatável, mas tudo bem... Vamos jogar. — Itziar diz enquanto levanta e liga a televisão juntamente com o aparelho. 

Mandona como sempre.

Muy bién, quero só ver que tipo de comida enlatada vais fazer. — falo e deixo um riso escapar.

A mulher nada fala, apenas me encara feio.


Itziar

Sentamos no sofá, um ao lado do outro e pegamos cada um seu controle do aparelho. Álvaro coloca um jogo de corrida de carros e logo começo a ficar nervosa com o tanto de botões que tem no controle. Vejo seu carro ganhar vantagem sobre o meu e logo resolvo tirar proveito sentando em seu colo, iniciando alguns movimentos lentos. 

Ele começa a suspirar pesadamente, tentando ignorar o efeito que causo sobre o mesmo, porém é impossível, lhe conheço o suficiente para saber sua fraqueza. Minutos se passam e vejo meu carro chegar próximo ao seu na partida e percebo que meu plano estava dando certo.

Minutos depois, intensifico o ritmo, sentando com um pouco mais de pressa.

Sinto sua ereção crescer embaixo de mim.

— Porra, você está jogando baixo. — reclama ainda suspirando.

— Sério, cariño? — faço-me de desentendida, acelerando os movimentos sobre seu colo.

— Você joga sujo, Itziar. Muito sujo. — reclama já abandonando seu controle.

Vejo na televisão meu carro passar do seu e a partida chegar ao fim.

— Acho que eu joguei muito bem. — jogo meu controle no sofá e me viro de frente para ele, ainda em seu colo.

Álvaro segura minha cintura enterrando seu rosto em meu pescoço.

— Parabéns por ganhar de forma desonesta.

Gracias. — respondo cínica. — Que bom que vou comer algo decente no almoço. Vai lá preparar nossa comida. — levanto-me de seu colo e o deixo ali sozinho, duro.

— Você me paga! — resgumga. — E vai ter volta. 

Ele fez o almoço resmungando diversas vezes o quanto joguei baixo, na mesa eu apenas ria dele. Porém tive que assumir que a comida que ele fez estava divina, como sempre, e que dom esse homem tem!

— Eres mesmo muito bom com as mãos. — comento maliciosamente, limpando a boca ao terminar a refeição.

— E elas têm diferentes funcionalidades. — responde com a mesma intenção, com um sorriso cínico nos lábios.

— Venha, cabrón. Vamos pegar um sol lá fora.

— Ah Itzi, já peguei sol hoje, — coloca os pratos na lava-louças. — assim terei uma insolação.

— Não parece, estás mais branco que uma folha de papel. — me encara e segue para o jardim comigo. 

Sento-me em uma enorme cadeira comprida e acolchoada. Álvaro deita-se em uma ao lado, e nos viramos de frente um para o outro.

— Daqui dois dias voltamos ao trabalho, que louco, hm?

Penso em como seria bom voltar a gravar, e em como eu estava com saudade de uma rotina sólida de trabalho. Uma rotina na qual havia certezas para o dia seguinte, onde há audiência e alguém que nos assiste porque querem, porque apreciam o enredo e a criação, e não por mero tédio de não ter o que assistir – algo que me passava em certos trabalhos anteriores.

No dia seguinte, finalmente concretizei o plano do meu novo carro. Não sabia ao certo quanto tempo ficaria de forma fixa em Madri, e é claro que em uma rotina cansativa eu não abriria mão do conforto, ainda mais diante de uma estabilidade financeira que tanto almejei. Estava exausta de depender de metrô, Uber, ou das caronas de Álvaro. Não que o último se importasse, mas ter a própria independência – ainda mais em uma cidade desconhecida para mim – era libertador. Eu só precisava esperar mais alguns dias para recebê-lo.

No estúdio, encontrei-me primeiramente  com meus colegas da carpa e nos cumprimentamos de volta em meio a abraços saudosos.

Então partimos para as gravações, e era maravilhoso sentir aquela adrenalina da atuação e do enredo correr por minhas veias novamente. 

Reencontrei-me com meus outros colegas da banda apenas no fim da tarde, já que nossos horários quase não se coincidiram. Abracei fortemente todos os meus colegas e nos envolvemos em conversas longas.

Quando estava prestes a preparar-me para ir embora, suspeitei ver um rosto conhecido. Um rosto que não via há anos. Muitos anos.

— Vero? – minhas sobrancelhas se juntaram.

— Itzi? Joder! – senti seu corpo colidir com o meu num abraço que emanava saudade.

— Confesso que esperava te encontrar por aqui, mas não com tanta facilidade. 

– Devo dizer que está aqui por uma boa causa, no? – segurei suas mãos enquanto a mirava.

— Álex me chamou para um teste, é a respeito de uma série nova. Por sinal, ouvi dizer que está cogitando Álvaro para um teste também... 

— Oh sim, ele me falou sobre isso há algum tempo. Estou torcendo para que o papel seja seu, nena. – apertei seus dedos entrelaçados nos meus.

— A verdade é que serão duas protagonistas, a outra também está na fase dos testes, ainda não encontrei-a por aqui. Bueno, espero ficar com pelo menos um dos papéis. – ela sorriu.

– Não tenho dúvidas que conseguirá. – lhe dei uma piscadela – Joder, como é bom te ver de novo, Vero!

— Como sinto sua falta, nena! Te quiero un montón, Vasca. – ela me abraçou mais uma vez.

Verónica Sánchez é uma grande e talentosa atriz que tenho o prazer de chamar de amiga. Nos conhecemos há muitos anos, quando seus pais se mudaram da Servilha para o País Basco temporariamente, e então nos conhecemos no mesmo curso de teatro.  

Anos depois, ela mudou-se definitivamente para Madri e acabamos perdendo o contato.

Minutos depois, Vero anunciou que precisava ir e rapidamente trocamos nossos números de celular. 

Não iríamos mais nos perder de vista.


Notas Finais


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